SPIN OFF - Carta Para Você escrita por Carol McGarrett


Capítulo 3
Jen, Jethro e Sophie em Paris


Notas iniciais do capítulo

E as tão sonhadas férias em família que Sophie sempre quis chegaram. Jenny escolheu o roteiro e, bem... se fosse só ela no planejamento, tudo daria certo...
Boa leitura!



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Depois de anos eu nem acreditava que finalmente teríamos as nossas férias na Europa. Tudo bem, são cinco anos, mas ainda um tempão na minha opinião.

Foi um ano estranho, tão estranho que um caso levou o papai para Stillwater, outro caso, envolvendo o Mossad, levou metade da equipe para Los Angeles, e acabou que a Tia Ziva voltou para o Mossad, quando o Tony matou o tal do Michael Rivdkin. Eu juro para vocês, eu nunca duvidei nem por um segundo do que Tony falou, para mim, ele sempre falou a verdade, mas tanto a Tia Ziva quanto o Mossad acharam que era mentira. O resultado, quiseram interrogar o Tony.

Mamãe e papai fizeram de tudo para que ele fosse interrogado aqui. Afinal, ele é um cidadão americano, porém, o Vice-Diretor do NCIS é amigo pessoal do pai da Tia Ziva e fez uma ameaça atrás da outra com relação ao DiNozzo. Papai acabou cedendo e tanto ele quanto mamãe, partiram para Israel numa tarde, junto com eles, Tony e Tia Ziva.

Eu não sei o que aconteceu por lá, mamãe não comentou, papai muito menos, tudo o que sei é que quatro foram, três voltaram. Tia Ziva disse que não poderia mais trabalhar ao lado de Tony porque ela não confiava nele. Resultado, papai teve que escolher ente ela e Tony. Ficou com o Tony.

Foram meses estranhos os meses em que a Tia Ziva não estava na mesa dela, a família estava incompleta e o Meu Italiano de Araque Preferido sentia muita falta dela, assim como eu.

Só que tinha uma única coisa errada, a tia sempre me mandava e-mails, mesmo que pequenos, para dizer que estava bem e que sentia falta de todos, até que um dia ela parou. Do nada.

Quando falei isso para mamãe, ela ficou preocupada, porque a tia Ziva só conversava com três pessoas da família, eu, Abbs e Jimbo, e nós três falamos isso com ela, e, bem com todo mundo no chat.

Foi uma bagunça, todos começaram a procurar pela Tia em todos os cantos do planeta. Ela tinha que estar em algum lugar, ninguém some do nada.

Mamãe chegou a ligar para velhos contatos na inteligência de Israel para saber por onde ela andava. E foi só aí que tivemos uma pista.

O resto é história, o resumo é que Tony, Tim e papai foram atrás da minha tia em um campo de treinamento de um grupo extremista na Somália, foram dias de desespero, até que recebemos uma ligação rápida de papai. Eles estavam à bordo do U.S.S. Daniel Webster, onde Kelly estava tratando os ferimentos de todos e logo estariam em casa.

E essa foi a última aventura antes do verão. Mamãe decidiu de última hora que nós iríamos viajar, papai gostando ou não. Ela precisava esquecer os apuros que vivemos nos últimos meses.

Assim, logo que vimos que a Tia Ziva iria ficar bem, que mamãe colocou Eli David no lugar dele – papai também teve a chance dele! – arrumamos nossas malas e fomos passar duas semanas em Paris.

Eu tinha um plano, bem pequeno e quase sem chances de se tornar realidade, de que talvez, só talvez, nós pudéssemos ir à Londres nem que fosse por dois dias... é tão pertinho e dá para ir de trem!

Desembarcamos em um domingo à tarde, no meio do verão. O calor era maior do que em D.C., algo que eu não esperava, e a viagem do Aeroporto Charles de Gaulle até o hotel foi quente, eu não me lembrava muito de Paris, sei que já tinha vindo até aqui, mas só me lembrava da Torre Eiffel.

Eu olhava para todos os lados, tentando me lembrar se já tinha passado por alguma daquelas ruas de pedra, mas nada veio na minha mente.

Mamãe ia falando comigo alguns pontos turísticos, lugares que sabíamos que papai nunca iria, afinal, são lotados durante todo o ano, no verão mais ainda.

Mamãe falava algo sobre uma determinada ponte sobre o Rio Sena quando eu vi a Dama de Ferro e não escutei mais nada. Para mim, é o monumento mais bonito junto com o Big Ben.

— Sophie... você está me escutando? – Ouvi mamãe me perguntar.

Eu senti meu rosto esquentar, não sabia se ela estava me chamando por muito tempo.

— É... sim. Agora eu tô.

Ela me olhou torto.

— Agora eu estou, mamãe. – Me corrigi.

— Ótimo! Estava te contando que vamos visitá-la quase no último dia. Pois quero te levar para conhecer outros lugares.

— Ah... sim. – Respondi. Jamais eu iria contra ao que mamãe falava, mas fiquei chateada que não iriamos na torre ainda hoje!

Papai, ao volante, começou a rir.

— Qual é a graça, Jethro? – Mamãe perguntou séria.

— Você acabou de jogar um balde de água fria na animação da sua filha.

Ele não estava mentindo.

— Ela vai me agradecer depois.

Disso eu não tinha tanta certeza.

Acabei por ficar em silêncio, não queria deixar mamãe nervosa e muito menos estragar a viagem. Nós não iríamos na Torre Eiffel tão cedo, mas, pelo menos estávamos de férias.

Chegamos no hotel e mamãe ficou responsável por fazer nosso check in, papai logo deu um jeito de sair, me levando junto, é claro, atrás de um copo de café.

— Vamos muito longe? – Olhei por sobre o ombro, preocupada em deixar mamãe sozinha.

— Sua mãe vai ficar bem, Ruiva. Pode apostar que vai. – Papai garantiu e nós continuamos a andar pelas ruas de pedra de Paris.

Foi impressionante, uma hora estávamos como que em um bairro residencial e foi só virar uma rua e estávamos na beira do Rio Sena. E só foi eu levantar a cabeça para o alto que logo eu avistei o topo da Torre.

— Como o senhor sabia que sairíamos aqui? – Perguntei.

Papai tinha parado em um quiosque e comprava um café, mesmo com o calorão que fazia.

— Eu só sabia, Ruiva.

Não comprei a resposta, mas decidi não perguntar mais nada, Kells vivia falando que tanto papai quanto mamãe moraram em Paris por um tempo, devem ter aprendido a andar por aqui nesse tempo.

Papai começou a me guiar pela margem do Sena, eu não fazia ideia para onde nós estávamos indo, só sei que estava achando tudo muito lindo. Até que chegamos a uma ponte com cara de velha.

— Que lugar é esse, papai? – Perguntei já querendo atravessá-la, papai me segurou pelo ombro e coçou a cabeça, como se estivesse tentando se lembrar o nome do lugar.

— Acho que sua mãe vai saber te dizer.

— Essa é a Pont Neuf. Liga a cidade de Paris à Ilè de la Citè. – Escutamos mamãe falar bem atrás de nós, levei um susto tão grande que quase que caí da calçada. – Se você atravessar essa ponte, bem no meio vai encontrar a Catedral de Notre-Dame. – Mamãe me virou para ver a ilha que fica no meio do rio. – Foi um dos primeiros lugares que a Kelly quis ir quando chegou aqui.

Eu olhei para a enorme Catedral.

— É essa a mesma do Corcunda de Notre-Dame?

— É ela mesma.

Mesmo de longe fiquei abismada. Era linda demais.

— Dá pra chegar até lá.

Mamãe só deu a mão para papai e os dois saíram me guiando. Passamos pelos arcos e eu vi uma estátua. Parei para ler de quem era.

— Henrique IV... O mesmo que é retratado por Shakespeare?

— Ele mesmo.

— Ele existiu de verdade?

— Sim, filha.

— E eu achando que tudo o que Shakespeare escreveu era invenção.

Mamãe deu uma risada.

— Algumas coisas foram, outras não, mas Ducky pode te explicar melhor.

Balancei a cabeça concordando e comecei a seguir uma linha que passava no chão.

— Essa é a Linha Rosa. Era daqui que começavam a marcar todos os demais fusos-horários do mundo. – Mamãe me explicou.

Definitivamente Paris era muito mais do que a Torre Eiffel.

E, enfim, chegamos à Ilè de la Citè e eu me vi parada em frente à maior igreja que eu já tinha visto. Era tão bonita. Tinha enorme vitrais coloridos, suas torres são altas, que eu tive que levantar a cabeça e ficar na ponta dos pés para poder ver.

— Dá para subir lá em cima? - Perguntei.

Mamãe deu uma risada e papai um grunhido. Não entendi e só fiquei olhando para eles com cara de dúvida.

Mamãe deu um tapa no ombro de papai e me puxou pela mão.

— Mas por que o papai não vai?

— Ele não vai subir todos aqueles degraus, Miniatura.

— Mas por que ele fez aquela cara?

— Sophie, você pediu exatamente a mesma coisa que a Kelly pediu quando veio aqui.

— Sério?

— Sim.

— E o papai subiu?

— Claro que não, ficou lá embaixo, tomando café e murmurando coisas sem sentido até que voltamos.

Mamãe entrou comigo dentro da Notre-Dame. E, se por fora já era linda, por dentro a luz do sol de verão era filtrada pelos vitrais, que mamãe me disse chamar rosáceas, e iluminava todo o chão. O teto era altíssimo e tinha o mesmo formato da Rotunda do Capítulo, era abobadado, só que muito maior.

— Mamãe, é linda! – Murmurei e não conseguia decidir o que olhar, quando notei eu comecei a chorar.

— Chorando de alegria?

— Não sei. – Falei e limpei os olhos.

Mamãe me guiou até uma parte mais atrás e subimos as escadas, eram estreitas e nada estáveis, e devagar chegamos ao topo.

Saímos para o pátio de onde vimos o sol começar a se pôr, deixando os tetos da cidade dourados. Fiquei tão encantada com a imagem que acabei chegando mais na beirada do pátio. Até que encontrei.

— CREDO!!! – Gritei.

Mamãe, que tirava uma foto do pôr do sol, se assustou.

— O que foi, filha?

— O que é isso? – Apontei para a estátua ao meu lado.

Mamãe riu.

— São as gárgulas.

Dei um passo para longe daquilo, elas eram feias e me lembravam monstros de filmes de terror.

— Não são assim tão assustadoras. – Mamãe tentou me convencer a chegar mais perto. – Sabe por que elas têm esse nome?

Só balancei a cabeça em negativa, eu nem queria olhar para aquelas coisas.

— Porque quando a água da chuva passa pelos canos que ficam aqui, fazem um barulho que o som pode ser traduzido por gárgula.

Achei interessante, mas mesmo assim, mantive distância.

— Ande, faça uma pose! – Ela pediu. – Quero aproveitar a paisagem.

Fiz não uma, mas várias poses, depois mamãe me levou para o outro lado da Catedral, ainda no teto, para tirarmos mais fotos, ela pediu para um garoto tirar uma foto nossa, enquanto eu me equilibrava na beiradinha do telhado. Além do pôr do sol e dos telhados dourados, tínhamos um vislumbre da Torre Eiffel,

Merci Beacoup! – Agradecemos a garoto e voltamos para a frente da igreja, que dava para a frente da ilha e procuramos por papai. Ele estava lá, escorado no amurada, com cara de poucos amigos, tomando outro café.

Tiramos mais fotos, mamãe de mim e eu dela, depois descemos. Dentro da Igreja, acendemos velas para as pessoas que amamos e que já não estavam junto de nós. Lembramos de todos, das minhas avós, do meu avô, da Tia Shannon e da Kate.

Quando saímos, por mais que o sol já tivesse se posto, ainda estava claro e papai perguntou se queríamos ir a mais algum lugar, de início eu não queria, mas ao atravessar a ponte, eu vi um prédio lindo, tinha uma estranha Pirâmide de Vidro na frente, mas continuava lindo.

— Aquele lá é o Louvre? – Perguntei parando onde estava e tentando ver sob a amurada da ponte.

— Sim. Mas ali, temos que ter tempo, não dá para entrar só para ficarmos pouco.

— Claro. Deve ter uma fila danada para ver a Monalisa.

Papai fez um som estranho.

— A Monalisa não é lá isso tudo.

— Não é um quadro grandão?

— É minúscula.

Ainda bem que papai avisou antes, ou eu ficaria muito brava por ter pegado uma filha imensa e ser surpreendida pela falta de tamanho do quadro.

Mamãe optou por voltar para o hotel, afinal, tínhamos voado por mais de doze horas e ainda subido degraus a beça, achei que eu não estava cansada, mas foi só ter a visão da cama que eu quis dormir na hora.

— Nada de se deitar desse jeito. Vai tomar um banho e o seu quarto é aquele ali. – Mamãe me falou.

— Eu vou ter um quarto só para mim? – Perguntei.

— Essa é uma suíte com dois quartos, nesse aqui vamos ficar eu e seu pai, você estará do outro lado da porta, pode ir lá que sua mala já está te esperando para ser desfeita.

Abri a porta e vi que o quarto tinha uma sacada, e que estava aberta, pois o vento balançava a cortina, cheguei perto para fechá-la, só para ser surpreendida pela vista.

A sacada do meu quarto, do quarto onde eu vou passar os próximos dias tinha uma vista para a Torre Eiffel. Dava para ver perfeitamente a Torre. Grande e imponente, e parecia que estava dentro do meu quarto.

— MAMÃE!! PAPAI!! – Gritei e comecei a me virar, só para ver que os dois já estavam na porta do quarto. – A Torre! – Apontei.

— Eu sei.

— A senhora escolheu esse quarto por conta dela?!

Mamãe me deu um sorriso e pelo que eu já tinha aprendido significava: “O que você acha, filha?”

Corri até eles e os abracei!! Era a melhor vista que alguém poderia pedir. E, depois dessa, eu mal posso esperar para o que me aguarda nessas semanas.

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Chefinha: E então?

LabQueen: Então o que?

AMETony: Isso, o que eu perdi, estava vendo Magnum P.I.

ElfLord: Você quer dizer, revendo pela milionésima vez, não é?

MossadNinja: Isso, Tim! Muito obrigada!

AMETony: Fica quieto, novato.

AutopsyGremlin: Oi gente, o que está acontecendo? A Breena manda um Oi.

Engomadinho: Kelly isso não vai dar certo! Esquece esse plano maluco!

Chefinha: Henry, eu já te falei, vai dar certo.

AMETony: Alguém pode explicar? Eu não tô entendendo nada.

LabQueen: Concordo com o Tony.

Chefinha: Nós vamos para Paris.

LabQueen: EBA!!!!

AutopsyGremlin: Vamos?

ElfLord: Nós vamos ser mortos em Paris.

MossadNinja: Eu vou ter que ser a adulta aqui?

AMETony: Fazer o que?

Chefinha: Mas você tem um parafuso a menos, hein Tony?

ElfLord: Deve ser de tantas vezes que o Gibbs bateu na cabeça dele.

MossadNinja: E nem batendo de novo coloca no lugar.

AMETony: Podem parar! Por que a Peste Ruiva não tá online?

AutopsyGremlin: A Baixinha está de férias, Tony. Em Paris.

AMETony: Você perdeu o juízo, Kelly? Quer ir para Paris para perturbar a viagem do Chefe e da Diretora!!?? Isso pode nos matar! Pode não! VAI NOS MATAR!!!

Chefinha: Não vai nos matar, além do mais, já tem uma semana que eles estão lá!

Engomadinho: Continua sendo uma péssima ideia, Kelly. Por que você não deixa os três quietos lá na França? É só por mais sete dias.

LabQueen: Eu sei em qual hotel eles estão hospedados.

ElfLord: Abbs, não.

LabQueen: Férias em família, aqui vamos nós.

AMETony: Isso é o que vai estar escrito nas nossas lápides. Férias Eternas em Família!

Engomadinho: Resta saber como vamos morrer.

AutopsyGremlin: Será que vai doer?

MossadNinja: Vindo de Gibbs e Jenny? Hahaha, é claro que sim.

AutopsyGremlin: Foi bom ter conhecido vocês!

ElfLord: RIP.

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Eu podia jurar que reconheci a voz da pessoa que passou na nossa porta, indo para o outro lado do corredor. Eu juro que podia. Só não me lembrava de onde...

— O que foi, filha? – Papai me perguntou quando abri a porta para olhar para fora.

— Só achei que conhecia a voz da pessoa que passou. – Respondi e olhei para o fundo do corredor. A moça parecia a Kelly....

Mamãe estava acabando de se arrumar, eu e papai estávamos sentados no sofá, esperando, aliás, ele já tinha falado que não estava querendo sair agora. Eu e mamãe iríamos às compras e depois iríamos subir a Torre Eiffel. Por mim, poderia ser a ordem inversa. Primeiro a Torre, depois as compras. E foi o que eu falei.

— Sabe, mamãe, eu concordo com papai. Podemos ir na Torre Eiffel primeiro, tiramos todas as fotos possíveis, depois o papai pode voltar para o hotel e nós duas vamos andar atrás de nossas compras.

Acontece que mamãe não está lá muito bem nessa semana, parece que ela vem saindo da cama com o pé esquerdo e, assim, ela, meio pronta, apareceu na porta do quarto dela e nos olhou,

 - É, faça isso mesmo! – Ela começou. - Me troque pelo seu pai!! Mas só quero que se lembre que fui eu quem te carregou por nove meses na minha barriga, fui eu quem inchou feito um balão, fui eu quem ficou acordada de madrugada enquanto você chorava de cólicas, eu te criei sozinha por cinco anos, estava do seu lado quando seu primeiro dente caiu e é assim que você me agradece??

Fiquei olhando para a minha mãe... era a primeira vez que ela dava esse tipo de ataque de ciúmes... Geralmente ataques de ciúmes eram a minha especialidade.

— Mamãe, eu não estou dizendo que não vou fazer compras com a senhora... só estou falando para irmos tirar a foto na Torre Eiffel primeiro. Aí depois podemos descer a Champs-Élysées para comprar o que a senhora quiser!! E enquanto isso damos ao papai uma intravenosa de café para que ele possa carregar as nossas sacolas.

Papai me olhou indignado por conta do final, mas ele não estava na mira da minha mãe, eu estava! Mamãe tinha quase se acalmado, tinha voltado à cor normal e tirado as mãos da cintura e já começava a voltar para dentro do quarto bem mais tranquila, até que papai soltou.

— Por acaso você está de TPM, Jen?

Era a coisa errada de se dizer, porque mamãe de TPM era pior do que o capeta!! E eu aprendi isso recentemente, e pelas reações dela nas últimas horas, só tinha uma resposta possível: sim, ela estava! E uma reação possível:

— Corre!! - Gritei assim que vi que ela estava tirando o salto.

Eu fui para um lado e papai para o outro. Mamãe estava igual a um touro enfurecido.

— O que foi que você disse, Jethro??

— Parabéns papai, agora temos que lidar com a fúria de mamãe. Como se ela já não estivesse furiosa antes!! – Clamei da porta do meu quarto, mamãe se virou para o meu lado e me olhou com a cabeça tombada, minha reação automática foi fechar a porta do quarto e me esconder debaixo das cobertas.

Do outro lado da porta, pude ouvir claramente a seguinte frase:

— Você vai repetir o que falou, Jethro, ou vai se desculpar?

Eu não gostei do tom de voz dela, mas outra vez, escutei a voz conhecida, ou seria melhor dizer, as vozes? E parecia que riam de alguma coisa.

Pulei da cama, arrumei de novo a colcha, tudo o que eu não precisava agora era mamãe brava porque eu deixei o quarto do hotel bagunçado, e, devagar, fui para a sala.

Abri a porta do quarto e olhei em volta, papai e mamãe estavam olhando para a porta, a mesma porta que eu tinha aberto há pouco.

— Você ouviu isso, Jethro? – Ela perguntou bem mais calma e muito, mas muito baixinho.

Papai fez um sinal para que ela não fizesse barulho e ficasse preparada, eu segui mamãe sem fazer barulho.

Logo papai estava atrás da porta e destrancando-a devagar, o trinco nem fez barulho quando ele o virou e logo que ele abriu a porta...

— MAS O QUE VOCÊS ESTÃO FAZENDO AQUI??!!! – Mamãe falou, para a montanha de gente que caiu dentro de nosso quarto. Nessa montanha estavam: Kelly, Henry, Abbs, Tim, Tony, Tia Ziva, Breena e Jimbo, de pé, do outro lado do corredor, Tio Ducky.

Assim que mamãe fechou a boca, começou a briga:

— Sai de cima de mim, Tony! – Kells chutava DiNozzo. Tia Ziva tentava se desenroscar do meio do pessoal, Jimbo tentava ajudar a Breena, mas tudo o que ele conseguiu fazer foi levar um tombão e parar do outro lado, Tim, depois de muito custo, ficou de pé, só que para conseguir essa façanha, pisou na mão de Henry e todo mundo escutou o barulho de algo quebrando... e o Engomadinho berrando.

Em resumo, para que todos ficassem de pé, levou quase cinco minutos, cinco minutos em que papai ficou segurando a porta e olhando para cada um dos meus irmãos com cara feia, mamãe cruzou os braços e esperou, e a briga de antes, bem... essa ficou completamente esquecida.

Assim que todos eles ficaram de pé, quase em posição de sentido, papai só soltou:

— Não têm uma pergunta para responderem?

Eles se olharam, olharam para mim e logo começaram a falar todos de uma vez só.

— Um só fala. – Mamãe ordenou.

Eles não seguiram a ordem exata, mas pelo menos falaram a mesma coisa, ao mesmo tempo, assim foi fácil de entender:

— Foi ideia da Kelly! – Bradaram.

Kelly só faltou se encolher atrás de Henry, enquanto Tio Ducky dei uma tossida do outro lado.

— Não adianta jogar a culpa em cima de ninguém, Kelly.

— Bem... – Minha irmã começou. – Já estamos aqui, né? Qual é a programação de hoje?

Henry estranhamente olhava para a própria mão que estava ficando roxa.

Meus pais se olharam.

— Ou vocês estão planejando passar o dia no hotel? Nós já vimos a piscina, e a área é linda e tem muito espaço! – Abbs completou.

Eu tive certeza de que meus pais conversam só com o olhar, porque ninguém pode ficar tanto tempo se encarando, sem falar nada, se não estiverem falando alguma coisa!!

— Vamos sair! – Eles disseram juntos. – Sophie, anda! – Olharam para mim e eu só tive tempo de calçar a minha sapatilha, antes de ser arrastada porta afora.

E eu juro, eu não estava entendendo nada. Por que todos eles vieram para Paris também?

— Uhn... gente. – Kells falou antes que chegássemos ao elevador. – Alguém sabe onde fica o hospital mais próximo?

— Por quê? – Breena perguntou.

Henry só levantou a mão esquerda.

— Ui... Isso aí tá feio! – Abbs disse ao olhar de perto.

Além de roxa, a mão de Henry estava inchada e agora tinha, praticamente, engolido a aliança dele.

— Tinha que ser o Engomadinho mesmo. – Papai reclamou enquanto mamãe perguntava na recepção, onde era o hospital mais próximo.

— Não é muito longe. Perto de Notre-Dame. Dá pra ir a pé se... – Ela olhou para Henry que estava com uma carinha de quem ia desmaiar a qualquer momento. – Bem, vocês dois, vão de táxi. Nos encontramos lá. – Ela disse chamando um carro para Kells e Henry.

— Molenga. – Papai falou quando nenhum dos dois podia ouvi-lo. E, depois, saímos do hotel e fomos à pé até a Pont Neuf, afinal, era para lá que Kelly tinha ido.

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Parecia até brincadeira de muito mau gosto de Kelly. É claro que nós não falamos que não era para eles virem, isso seria até uma falta de educação, contudo, todos eles sabiam que estas eram as férias de Sophie, que não viajava há mais de cinco anos e nunca reclamou. Eu tenho quase certeza de que ficou subentendido que era uma viagem em família, a primeira que Jethro, Sophie e eu fazíamos.

Era a primeira e última pelo visto, ainda bem que aproveitamos a primeira semana, porque agora teríamos a companhia de um batalhão.

E nossos planos foram para água abaixo no momento em que vimos a mão esquerda de Henry, o culpado pelo pisão que parecia ter quebrado a mão do vereador era Tim, mas ele não demonstrava muito remorso.

— Ahn... pessoal? – Abbs começou ao abrir a sua sombrinha de renda. – Vamos aonde, mesmo?

— Hospital. – Jethro respondeu lacônico.

— Sério? – Tony perguntou descrente. – Creio que Kelly pode cuidar do marido dela... – E lá foi Jethro dar um sonoro tapa na cabeça dele.

— Você bem que mereceu, Tony. – Ziva sibilou logo que Jethro começou a andar rapidamente na nossa frente.

Sophie não parecia muito animada agora que nosso grupo tinha aumentado.

— Papai, tudo vai ficar bem... o senhor vai ver! – Ela falou toda desconcertada.

— Ruiva, acredite em mim, só vai piorar.

Ela nada respondeu e passou a andar do lado dele, caladinha, ora olhando para a paisagem ao redor, olha dando uma espiada por sobre o ombro, para a turma que não parava de falar. Fingi não escutar o que eles tanto comentavam, até que Ziva soltou:

— Eu já matei uma pessoa naquela esquina.

— ZIVER!

— ZIVA!

— Tudo bem, esqueçam isso.

Não que fosse novidade para Sophie saber que a tia emprestada tinha matado alguém, mas ouvir a afirmação de uma forma tão simples e sem culpa como Ziva disse, isso era novidade, e minha filha só tinha a sobrancelha levantada.

Andamos pelas ruas de pedra, praticamente o mesmo caminho que fizemos no nosso primeiro dia, e logo Sophie encontrou a Linha Rosa e começou a seguir as marcações de latão, o que atraiu a atenção de Ducky que começou a contar uma outra curiosidade sobre o antigo meridiano central da Terra.

Na Pont Neuf, Sophie fez questão de perguntar para Ducky sobre Henrique IV e os dois ficaram para trás absorvidos demais na história do monarca.

Da ponte até o Hospital Militar foi rápido e, na recepção central, vimos Kelly que estava sentada, batendo os pés.

— Veredicto? – Perguntei.

— Três dedos fraturados e mais dois ossos da mão. Os nervos estão intactos, então é só imobilizar, mas esse não é o problema.

— E qual é, filha?

— A aliança. O dedo anelar inchou muito e a aliança está presa, não podem engessar a mão e o dedo por consequência, se a aliança não sair, por razões de circulação. – Ela deu de ombros e mordeu o lábio, se estivesse de pé, estaria se balançando nos próprios pés.

— Eu detesto ser aquela que pergunta as coisas ruins, mas como vão removê-la? – Ziva perguntou se sentando ao lado de Kelly.

— Como se abre um carro depois de uma batida. Vão ter que cortar com maçarico.

Todos fizeram uma careta.

— Isso não vai...

— Vai sim, vai queimar um pouco, contudo, é o único jeito. Não deve demorar muito.

— Madame Sanders. – Uma enfermeira a chamou. - S’il vous plaît.

Kelly seguiu a enfermeira, ela nem perguntou o motivo, já sabia do que se tratava.

Vinte minutos depois, Kelly e Henry apareciam na Sala de Espera e Sophie e Ducky chegavam no hospital.

— Como você está, Henry? – Sophie perguntou vendo a mão engessada do cunhado.

— Já tive dias melhores. – Foi a resposta que ele deu.

Sophie decidiu por não falar mais nada, só correu até o pai e olhando o relógio, perguntou para onde iríamos agora.

— Como você está, Henry, de verdade! – Kelly insistiu.

— Eu consigo acompanhar vocês. – Falou em um tom seco.

— Você realmente vai ficar com essa cara por conta da aliança? – Ela perguntou ficando mau humorada também.

— Vou.

Kelly revirou os olhos.

— É a aliança abençoada no dia do nosso casamento, Kelly! - Henry falou tentando explicar o seu mau humor.

— Eu sei que você não gostou de que cortassem a aliança, mas se isso é tão importante para você, podemos mandar derreter e fazer uma nova com ela. Isso não é fim do mundo. O fim do mundo seria se você tivesse perdido o dedo. – Ela explicou. – E nada de ficar com essa cara. Estamos de férias.

Do meu lado, Jethro olhou para Sophie e os dois murmuram:

Estávamos de férias.

Só pude concordar com os dois.

— Mas, voltando ao assunto da manhã, - Abby falou mais alto para que todo o grupo ouvisse. – Vamos aonde?

— Torre Eiffel. – Respondi.

— Mamãe, não precisa ser hoje. – Sophie falou quase que desesperada, olhando para o grupo.

— Filha, esse vai ser o único modo de acalmar esse povo. Quem quiser subir até o pináculo sobe, quem não quiser ou tiver medo de altura, fica no parque. – Jethro informou e deu a mão à ela quando fomos atravessar uma avenida movimentada.

Andamos pelas ruas de pedra, tentando escapar da movimentação das ruas principais o quanto podíamos. Até que não deu mais jeito e logo estávamos entrando no Champ de Mars, o enorme parque que tem a Torre Eiffel como um dos principais marcos.

— É tão bonito! – Sophie comentou assim que pode ver um pedaço dele, do alto do Trocadèro.

— Mas é mesmo a sua filha, hein Jen? – Jethro brincou ao ver o olhar de admiração de Sophie para o Parque.

— E você achando que ela era uma pessoa que preferia Londres.

— Ela ainda prefere Londres, mas gosta dessa cidade tanto quanto você!

Aproveitando que estava na hora do almoço e muita gente tinha se deitado nos gramados do parque, principalmente perto das fontes, começamos a tirar as fotos. E foram várias. A pobre Torre Eiffel nunca tinha visto um grupo tão eclético tirando foto por ali.

É claro que Abby tinha trazido aquela câmera fotográfica e resolveu fazer Sophie de modelo. Minha filha tirou fotos com todos, e, em especial, uma que ela vinha pedindo desde o dia em que encontrou o pai.

Com Jethro.

Ninguém atrapalhou a foto, todos deram espaço e Ziva ainda ameaçou uns dois turistas que tentaram chegar perto do local onde Jethro e Sophie estavam.

— Para garantir, só mais essa.

E lá fui eu, me juntar aos dois, depois veio Kelly, Henry, e quando vimos, Abby estava convencendo uma simpática senhorinha a tirar uma foto da família inteira.

C’est Magnifique!— Disse a senhora ao ver a foto no visor. – Une belle famille, la tienne.

E a única frase que todo mundo sabia falar ali, foi dita ao mesmo tempo.

Merci beaucoup!

— Agora, me digam que nós vamos subir! – Breena se empolgou, para o desespero de Jimmy que parece ter medo de altura.

— Esse é o plano. – Kelly falou e saiu puxando Henry pela mão boa.

— É Ruiva, finalmente você vai ter aquela foto que você tanto queria. – Jethro falou para Sophie que ficou parada na escadaria do Trocadéro vendo os “irmãos” descerem correndo até a fila para comprar os ingressos para subir na Torre.

— E parece que vai ter um bando de penetra na foto também... – Ela comentou. – Quer saber, deixa eles ali na fila, eles que comprem os ingressos. Nesse meio tempo, podemos comprar um sorvete?

Olhei para a pequena ruiva.

— Por que não? – Falei. E tanto ela quanto Jethro me olharam espantados. – O que? Está calor aqui e eu não quero ficar na fila debaixo do sol.

Descemos a escada e viramos para esquerda, indo para um carrinho de sorvete que estava próximo a uma das fontes.

— Esse parque é lindo. – Sophie comentou, enquanto se equilibrava na beirada da fonte, andando na ponta dos pés enquanto tomava o sorvete. – Mas que os franceses não fiquem com raiva de mim, gosto mais dos de Londres.

Na hora um casal francês passava por nós e olhou enviesado para minha filha.

— Eu juro que não entendo a rivalidade entre os dois países. Os dois são lindos, cada um tem uma coisa que se destaca, podemos amar os dois. – Ela falou depois que o casal passou.

— Mas você ainda prefere a Inglaterra. – Jethro falou, cutucando-a para descer da beirada da fonte.

— Mas a Inglaterra tem uma coisa que a França nunca mais terá, papai. E que a torna especial.

Vi na feição de Jethro que ele já tinha se arrependido de começar essa conversa.

— E o que seria? – Eu perguntei, já que Sophie esperava pela resposta do pai.

— A Família Real. E isso os franceses não têm mais. Até porque eles lutaram por isso. Porém, ter uma Monarquia, ou ser uma Monarquia, é o que torna a Inglaterra especial, isso e o fato de que Shakespeare nasceu lá. Ah! E tem o Big Ben e a One Direction.

— Quem? – Agora Jethro prestou atenção no que a filha falava.

— A 1D, papai. A melhor banda da história!

Jethro me olhou, me perguntando quem raios era isso.

— Prometo que te explico mais tarde, não coloque sua filha para dar a ficha pessoal completa de nenhum dos membros da banda, principalmente do Louis Tomlinson.

— Eu devo me preocupar, Jen?

— Bem... Jethro. Ela tem 10 anos, ainda não, mas daqui pra frente vai ser assim.

Jethro deu um suspiro audível, creio que a idade de nossa filha finalmente estava sendo assimilada por ele.

Logo o meu celular e o dele tocaram. Abby me ligava e Kelly ligava para ele.

— Onde vocês estão? – Abby literalmente berrou. – Já vamos para a fila dos elevadores! Kelly comprou os ingressos de vocês.

— Já estamos indo, Abbs.

— Nossa vez já está quase chegando. – Ela disse aflita.

Voltamos em um passo rápido, não querendo perder a entrada. E nem na fila o grupo estava.

— Falei que não falhava! – Kelly disse.

Jethro passou atrás da filha e deu um tapa na cabeça dela.

— Mais um desse filha.... – Ele deixou a ameaça implícita.

Sophie, que ainda terminava o sorvete, encarou a irmã.

— Por que fez isso?

— Onde você conseguiu esse sorvete? – Kelly retrucou.

Sophie rolou os olhos, ela não estava nem um pouco feliz com a presença da irmã.

— Você não me respondeu, Sophie! – Kelly clamou.

— Lá. – Sophie apontou para o outro lado do parque.

— Seja mais específica.

— No carrinho que vende sorvete, que está parado do outro lado do parque, perto de uma fonte, onde tem um monte de pessoas. – Ela terminou com um sorriso sarcástico, que eu juro que foi herdado de mim.

Kelly não gostou da explicação e cruzou os braços.

— Você não me respondia assim.

Sophie começou a respondeu algo, creio que iria reclamar da presença da irmã e de todos, ela sabia que essa era a nossa viagem de férias, e agora tinha uma turma com a gente só que parou antes que falasse algo que poderia ofender os demais e se concentrou no restinho de seu sorvete.

Abby começou a tagarelar sobre o parque, Ducky tinha, é claro uma ou outra história do lugar, que somente Sophie quis escutar.

Quando vimos a fila começar a diminuir, seguimos para a Torre, por um mísero segundo fiquei com medo de Sophie cismar de subir até o topo pelas escadas, mas logo ela desistiu da ideia.

Nos esprememos no elevador, Tony, Abby e Breena falavam mais rápido à medida que subíamos pelo céu de Paris.

Até que chegamos. A porta do elevador foi aberta e, para nossa sorte, como companhia lá em cima, só tinha um casal. Kelly e Henry foram para o outro lado, Abby começou a tirar fotos de tudo o que ela conseguia focar. Breena tentava arrastar Jimmy até a beirada para tirarem nem que fosse uma foto. Ziva começou a falar sobre uma reunião que uma vez ela teve nesse mesmo lugar e tinha Sophie.

Sophie já tinha subido aqui. Comigo, mas ela era bem mais nova e, por mais que tivesse ficado deslumbrada com a vista, em nada se comparava com a feição de apaixonada que ela tinha ao ver Paris do alto dos 324 metros da Torre.

— Ainda gosta mais de Londres? – Perguntei para ela que estava bem na beirada, escorada no beiral.

— Eu já falei, Mamãe. Amo as duas. Mas eu nasci em Londres. E talvez eu volte para lá um dia...

— Volta? – Levantei uma sobrancelha para ela.

— Posso fazer faculdade na Inglaterra, não posso?

Jethro, ao meu lado, se engasgou.

Sophie começou a andar pelo pináculo, parando todas as vezes que ela via a mudança na paisagem. E tentava descobrir se já tínhamos ido a tal monumento ou não.

Por incrível que possa parecer, o grupo ficou em silêncio por um tempo, o suficiente para que todos absorvessem a beleza de Paris. Lógico que não durou muito e logo Abby veio com a câmera.

— Creio que a vinda nesse topo tem um motivo especial. – Ela disse sorrindo e apontando para Sophie e Jethro, que estavam lado a lado, vendo o tráfego da Champs Elissèe ao longe.

— Sim, Abby. Tem.

— Posso interromper o momento? – Ela disse sem graça.

— Vai lá. Com você eles não brigam!

Abby chegou de mansinho e cutucou Jethro no ombro.

— Posso tirar a foto que a Jibblet sempre quis?

Pai e filha se olharam.

— Claro, Abbs. Por favor! – Eles disseram.

Abby deu alguns passos para trás, pedindo que eles escolhessem a vista que eles queriam. Os dois resolveram ficar onde o sol não atrapalhasse e fizeram a pose. Nesse momento, Kelly parou do meu lado.

— Levou 10 anos, mas finalmente a família inteira tem uma foto nesse lugar! – Ela disse.

— Muito tempo. – Comentei.

— Mas valeu a pena. Se ela estivesse mais nova, não se lembraria! – Continuou.

Abby me chamou e eu parei ao lado dos dois. Depois foi a vez de Kelly, Henry, Tony, Ziva.... a cada foto tirada ia chegando um membro da família, era como se fosse a nossa evolução.

Ao fim, só faltava Abby e a única pessoa que estava no pináculo era o ascensorista.

— Por favor? – Abby pediu.

Ele foi educado o suficiente para tirar a última foto.

E quando nos juntamos para ver o resultado.

Era a foto mais bonita de todas, desde os sorrisos estampados nos lábios até os olhos brilhando de felicidade.

Era a foto de uma família feliz.

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LabQueen: Então, gente... eu tenho todas as fotos da viagem nas minhas mãos!

Chefinha: Pode mandar!

MossadNinja: Já não era sem tempo!!

AMETony: Eu só quero as que eu apareço.

AutopsyGremlin: Eu quero todas.

ElfLord: Ficaram boas?

Mrs.AutopsyGremlin: Oi!! O que é isso?

AMETony: Breena?!

Mrs.AutopsyGremlin: Sim! Oi Gente! Será que vocês podem traduzir quem é quem?

TheGoodDoctor: Abigail, quantas vezes eu tenho que te falar que eu não quero fazer parte disso?

LabQueen: Ah, Ducky, hoje é importante!

MadameDirector: Abby...

AMETony: Agora ferrou!

Engomadinho: Eu preciso ter medo dessa vez?

ElJefe: Que diabos é isso?

MossadNinja: Gibbs??

ElfLord: GIBBS?!

AMETony: CHEFE?!!!!

LabQueen: Oi Gibbs!!! Oi Jenny!

AutospyGremlin: Gi...Gibbs??

AMETony: Abby, me chama no privado que temos que conversar...

LabQueen: Não tem privado, Tony!

Jibblet: Que fórum é esse? Gente... o que é isso?

MadameDirector: Abigail Beethoven Sciuto você adicionou a Sophie nesse chat?

Jibblet: Então esse é o chat?! Legal!!

AMETony: Até a Peste Ruiva?!

LabQueen: Eu precisava de todo mundo aqui!! Gibbs, você ainda está por aqui, né?

Chefinha: Vamos ter que moderar os comentários agora.

ElJefe: O que você quer dizer com isso, Kelly?

Jibblet: Oi papai!!

ElJefe: Desliga esse computador e vai ler um livro, Ruiva. É para isso que eu te dou livros, para você ficar longe disso.

Jibblet: Mas a Abby quer todo mundo aqui, papai!

MadameDirector: Sophie Shepard-Gibbs, desligue esse notebook e vá levar o Jet para passear!

Jibblet: Já fiz isso. Posso ficar aqui?

ElJefe: Arrume o seu quarto!

Jibblet: Já tá arrumado!

Chefinha: Abby anda logo com isso antes que eles derrubem a internet de Alexandria só para a Moranguinho ficar offline!

LabQueen enviou uma foto.

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LabQueen enviou uma foto.

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LabQueen: tem mais, e eu fiz uma cópia para cada um! E Jenny, essa última eu fiz um pouco maior, se você quiser colocar na sua sala de estar!

AMETony: Esse dia foi louco! Eu tinha me esquecido que o Jimmy quase caiu lá de cima! Olha a cara de pavor dele na foto!

Mrs.AutopsyGremlin: Não tem graça, Tony.

ElJefe: Olha a mão do Engomadinho!

MadameDirector: JETHRO! Sua filha faz parte desse chat.

Chefinha: PAPAI!!!

AMETony: É Henry, estragou a foto!

Chefinha: Cala a sua boca, Tony!

MadameDirector: Kelly, comporte-se! E você também, DiNozzo.

AutopsyGremilin: A Diretora chegou para colocar ordem no chat! A única que vai conseguir fazer isso.

.

.

.

.

.

AutopsyGremlin: O que foi, falei algo errado?

Jibblet: Tem cópia pra mim também, Abbs?

LabQueen: É claro, Jibblet! Vai colocar no seu quarto, do lado das Miniaturas?

Jibblet: Essa última eu vou.

MossadNinja: E as outras?

ElfLord: É, o que você tem em mente?

AMETony: Vai fazer um pôster?

Jibblet: Vocês vão ver! E Tony, pare de ficar tirando sarro da cara do Jimbo! A Breena tá certa!

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DOIS MESES DEPOIS:

E essas foram as minhas férias de verão! Uma viagem que era para ter sido só papai, mamãe e eu, se tornou uma viagem da família inteira, e, apesar de eu não ter gostado disso no início, acabei me divertindo bastante. Depois dessa visita à Torre Eiffel, fomos, no dia seguinte, à Londres, onde essas fotos aqui foram tiradas. Esse maluco aqui, é o Tony, não liguem para ele, tem vários parafusos à menos! – Mostrei a capa dos meus cadernos para a turma enquanto eu lia a minha redação.

Todos os meus colegas de classe chegaram para ver as provas das minhas férias, já que, como Abbs tinha impresso uma cópia de cada foto que tiramos para todos, eu fiz uma colagem nas capas dos meus cadernos e agora eu carrego a minha família comigo o tempo inteiro!

Aliás, é bom que eu diga, a foto onde todos estamos aos pés do Big Ben e no alto da Torre Eiffel, hoje está espalhada pela Sala do Esquadrão, Autópsia, Laboratório de Ciências Forenses e, claro, na Diretoria do NCIS. E nem preciso dizer que lá em casa, papai levou a foto de todos na porta do Palácio de Buckingham para o porão e colocou em uma das paredes e mamãe emoldurou uma impressão maior da foto da Torre Eiffel e colocou em cima da lareira, bem na nossa sala de visita, afinal foto da família inteira tem que ficar para todos verem!

Já eu. Acho que vou precisar de uma estante maior, se a cada viagem que a gente fizer tirarmos todas essas fotos, haja porta-retrato. E, ah, esqueci de dizer, agora no móvel ao lado da minha cama, tenho cinco fotos: a minha primeira foto com a mamãe quando visitamos Paris no meu aniversário de 5 anos, uma minha com a Kells e o Henry no dia do casamento deles, uma minha com a equipe em um jogo de boliche, outra com vovô, tirada lá em Stillwater, e, agora, a minha com papai no alto da Dama de Ferro. Tenho todas as fotos que sempre quis, e sempre terei a minha família por perto!

E, se me perguntarem para onde vamos na próxima viagem... Abby já tem um roteiro pronto, vamos todos para Israel, conhecer a terra natal da Tia Ziva!

Mamãe já está de cabelo em pé, papai disse que não vai, Kelly quer saber a data para poder ter folga. A única pessoa sensata foi o tio Ducky, que enquanto todos discutiam se valia ou não a pena entrar em um avião por dezoito horas, simplesmente me disse:

— Vamos torcer para ninguém seja preso por lá, não é minha criança.

E essa com certeza era a afirmação mais importante. Ainda mais quando na viagem teremos Tony e Kelly que nunca param de brigar.

Espero poder contar uma história tão boa quanto a desse ano, no primeiro dia de aula do ano que vem!

Mas isso, isso é coisa para outro dia, agora eu vou para casa, porque tem jantar especial. Kells está se despedindo de todos, foi designada para o USS Daniel Webster novamente, dessa vez só por seis meses.

Ela vai sobreviver.

Nós também.

E no ano que vem, quando ela estiver lotada no Bethesda novamente, vamos poder viajar de novo!

Em família! Como deveria ter sido a desse ano desde o início!


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Notas finais do capítulo

Não, eu nunca fui a Paris, mas já li o suficiente para poder escrever esse capítulo. Se quiserem passear pela cidade das luzes e ainda lerem um romance bem água com açúcar, recomento Anna e o Beijo Francês, é ótimo!
Claro que uma viagem em família incluiria todos.... mesmo que fosse uma ideia mortal... ou nem tanto... será que a viagem para Israel sai?
Espero que tenham gostado!!
Até o próximo capiltulo!
Au Revoir!!



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