Artigo 157 escrita por mjrooxy


Capítulo 4
Capítulo 4




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Marinette, assim que acordou, avisou os pais que iria visitar um amigo. Era domingo e havia bastante encomenda para a padaria. Contudo, a garota precisava ver como Adrien estava. 

Infelizmente, Natalie informou que ele nao podia receber visitas. Pois estava muito doente e pediu que Marinette voltasse outra hora.

— Tikki, preciso vê-lo.

— Então se transforma em Ladybug e entra pela janela. — deu a ideia, apesar de ser sempre a primeira a pedir que Marinette não usasse seus poderes para coisas pessoais.

Se bem que Adrien era Cat Noir, portanto, Ladybug tinha todo o direito de checar a saúde dele.

— Tem razão. — ponderou, escondendo-se no beco. — Tikki, transformar.

Não demorou muito para que Ladybug estivesse pendurada na janela do garoto.

— Ladybug? — ele perguntou, confuso, ao notá-la espiando o quarto.

Não havia sinal do Plagg.

— Vim ver como você está. — ela diria "gatinho", mas, naquele momento. Parecia que tudo o que ocorreu ontem estava muito distante da realidade dos dois hoje.

Tanto que Adrien a encarava com uma expressão de confusão e cansaço estampada no rosto corado.

— Como você sabia que eu estava doente?

— Não se lembra? — perguntou, meio decepcionada, meio aliviada.

Era bom que não lembrasse de sua identidade. Ainda que tivesse descoberto a dele.

— Eu… Bem… — Adrien hesitou, passando a mão pela nuca. — Lembro da chuva, de ter visto você por alto. Mas nada significativo. — Além disso, meu pai está uma fera comigo e eu não tive forças para pensar em muita coisa até agora.

— Sinto muito. — ela realmente sentia.

Tinha uma vaga ideia do porquê de Adrien perambular pela cidade embaixo da chuva. Suas constantes rejeições, a noite passada provou isso.

— A culpa não é sua. — Adrien tratou de justificar.

— Tudo bem. — ela não quis debater, vendo o estado frágil dele. — Fico feliz que esteja melhor, então... cuide-se. — Marinette fez menção de ir para longe.

Adrien, entretanto, a chamou:

— Espera! — seu tom soou desesperado. — E-eu… estou me sentindo sozinho, pode me fazer companhia? Meu pai não vai deixar nenhum dos meus amigos me visitar. Talvez eu fique de castigo por um bom tempo. — suspirou, frustrado.

— Nesse caso posso ser sua amiga. — Ladybug pulou para dentro, animada pelo convite. — Não preciso da autorização dele.

— É — concordou sorrindo —, você é totalmente dona de si. — Adrien afirmou mais para ele mesmo do que para a heroína. Seu tom de voz, porém, entregava sua admiração. — Adoraria que fosse minha amiga.

Ela retribuiu o sorriso, sentindo as bochechas esquentarem.

— Está se sentindo melhor? — questionou, sem saber como agir.

Devia sentar na cama? Ficar em pé? Sair pela janela? Contar que era Marinette e que ele mencionou que queria roubar o coração dela?

— Um pouco, mas meu corpo dói e minha cabeça está latejando. — respondeu, observando a heroína com atenção. 

Marinette julgou que as bochechas do garoto estavam coradas pela febre da noite anterior. Só que, na verdade, ele não foi totalmente sincero ao dizer que não lembrava de nada.

Os flashes de suas atitudes pipocavam em sua mente. Ao passo que Adrien ponderava o quanto Ladybug sabia sobre ele. Não conseguia confirmar se ela descobriu sua identidade. Essa parte não clareava a ponto do garoto ter certeza. Ainda assim, ao lembrar do que disse antes antes de ela ir embora, quis enfiar a cara num buraco e nunca mais sair. Era menos constrangedor fingir que não lembrava de nada mesmo.

— Precisa de algo? — Ladybug tentou ser prestativa por via das dúvidas.

Sentia-se agitada pela recente descoberta e ainda não sabia como agir na frente do garoto.

— Acho que só sua presença. — ousou dizer, abrindo outro sorriso embaraçado para ela.

Enquanto isso, Plagg escondia-se por não saber como agir. Devia aparecer? Afinal, Ladybug descobriu a identidade secreta de Adrien.

Nesse momento ele surgiu voando com um pedaço de queijo na mão. Tomara sua decisão.

— Oi, Ladybug. — cumprimentou, fazendo Adrien arregalar os olhos, tendo a confirmação de que algo aconteceu para o kwami aparecer daquele jeito.

— Oi, Plagg. — a heroína sorriu, sem um pingo de surpresa no olhar. 

— Vocês… — a frase saiu incompleta pelos lábios de Adrien, que continuou em pânico pela situação.

Tinha dúvidas sobre Ladybug ter descoberto sua identidade, porque Plagg não quis contar detalhes para ele. Alegando que, quando a heroína aparecesse, eles conversariam. Agora, vendo a cena se desenrolar, teve certeza de que estava morto.

Ela o mataria por ter sido descuidado, revelando seu segredo mais importante.

— Não precisa me olhar desse jeito, eu descobri ontem que você é o Cat Noir. — Ladybug pegou sua mão por cima da cama, apertando levemente em sinal de conforto. Ao notar o olhar desesperado de Adrien. 

— Não está brava? 

— Não.

— Decepcionada?

— Céus, não! — ela riu.

Suspirando, Adrien passou a mão livre pelos cabelos um pouco suados.

— Que alívio, já estava preparando mentalmente meu funeral. — brincou, arrancando, dessa vez, não apenas um riso comum e sim uma gargalhada da garota.

— Eu não sou tão má. — se defendeu, fazendo uma careta.

Tudo isso sem soltar a mão dele.

— Eu sei, você é fantástica. — Marinette corou. Adrien analisou rapidamente suas mãos unidas, sentindo uma espécie de culpa e paixão dominar seu peito.

Sempre amaria Ladybug, mas agora sua prioridade era conquistar o afeto de Marinette. Não podia ter as duas… Infelizmente. Parecia ser o certo ficar com Marinette, como se a venda tivesse caído de seus olhos. Na melhor das possibilidades, se ela sentisse o mesmo.

Pensar nela fez seu coração arder, sentiu um imenso desejo de vê-la o quanto antes. 

Ladybug seria para sempre sua paixonite não correspondida, mas precisava seguir em frente.

— Obrigada, você também é incrível. — foi a vez de ele parecer desconcertado.

— Você acha? — seu tom soou agudo, quase infantil.

Marinette o achou ainda mais fofo com aquela expressão de ansiedade estampada no olhar.

— Acho sim. — confirmou.

— Eu fui muito idiota na noite passada, podia ter acontecido algo sério. Ou Hawk Moth ter descoberto minha identidade. Não devia ter sido tão descuidado. — confessou, desviando o olhar. — Não devia colocar minha identidade em risco por… — ele se deteve.

— Uma garota? — Ladybug incentivou.

— É. — Adrien corou ao concordar.

— Você é humano, Adrien. — o confortou. — Eu mesma já fiquei deprimida por causa de um garoto. — suas bochechas esquentaram ao revelar esse segredo.

Sabendo que se tratava de Adrien o motivo de todos os seus surtos emocionais.

— Quem seria o felizardo? — Adrien pareceu enciumado por um instante, depois aliviado.

Se Ladybug não retribuía seu amor, ele tinha o direito de seguir em frente. Certo? Contudo, parecia difícil observando aqueles olhos azuis índigo tão brilhantes em si. Quando Ladybug sorriu timidamente, Adrien desejou acariciar seu rosto e beijar sua boca, se repreendendo logo após.

Não podia continuar naquela confusão. Tinha de esquecê-la, para o bem do seu próprio coração.

Você. — Ladybug declarou em um pico de confiança.

— E-eu? — Adrien quase infartou aos quatorze, sem entender, franziu o cenho confuso.

— Eu amo você, Adrien. — ela reafirmou.

O cérebro do garoto reiniciou e sua expressão de surpresa congelou no rosto.

— Mas eu sempre me declarei… — Ladybug não precisou de uma explicação detalhada para compreender do que se tratava sua aparente confusão.

— Eu amava você por baixo da máscara de Cat Noir, não podia corresponder aos seus sentimentos antes porque não conhecia sua identidade. — especificou, controlando a língua para não revelar demais.

Precisava ponderar os prós e os contras de dividir seu segredo, agora que Adrien demonstrava não lembrar de todos os acontecimentos da noite passada.

— Entendo. — ele refletiu, pensando no que faria.

Nunca imaginou que Ladybug pudesse ser apaixonada por ele em sua forma civil. Agora tudo se complicava, eles podiam ficar juntos, não? Mas... e a Marinette? E o beijo que trocaram? E a sensação de pertencimento e calmaria que experimentou ao senti-la em seus braços?

Sua cabeça começou a latejar, Adrien apertou os olhos em um misto de confusão e dor.

Obrigando Ladybug a recuar.

— Não foi uma boa ideia te contar isso. — voltou atrás. Seu Miraculous apitou, indicando que era hora de ir embora. — Nos vemos em breve, Cat Noir, fica bem. — ela jogou seu ioiô e saiu pela janela.

Plagg, que voltara ao lugar onde estava para dar privacidade aos dois. Resolveu dar um tempo para o garoto absorver a revelação.

— Ladybug gosta de mim? — ele parecia não acreditar.

— É o que parece. — Plagg queria contar que ela era Marinette e acabar com àquela bagunça.

Entretanto, achou que uma informação de tamanha importância não deveria ser confirmada por um kwami.

— Não tô entendendo nada. — Adrien se jogou na cama, escondendo os olhos com o braço. — O que aconteceu exatamente ontem, Plagg? Eu não lembro de tudo o que eu disse e nem como minha identidade foi descoberta. Tenho alguns vislumbres, mas parecem desconexos e…

— Você falou da Marinette para a Ladybug, dando a entender que gostava dela. — Plagg contou. — Ficou muito febril e teve delírios. Ah, claro, o mais importante é que Ladybug me viu com você no alto da Torre Eifell. Acho que são as informações cruciais, ou pelo menos tudo o que eu posso revelar. De resto terá que descobrir sozinho. 

— Droga. — Adrien praguejou. — Eu amo a Ladybug, mas sinto que a Marinette ganhou um espaço no meu coração. Ou talvez sempre estivesse aqui, adormecido... — ele puxou a camiseta na região do peito. Eu preciso descobrir aonde esse sentimento vai me levar. Porém, agora…

— Que a Ladybug se declarou para você, ficou balançado, certo? — Plagg ajudou.

— Isso.

— Por que não deixa de ser covarde e vai visitar a Marinette quando estiver bem, para tirar essa história a limpo? — argumentou, parando novamente na barriga de Adrien.

— Isso que eu farei. — e Adrien fez naquele mesmo instante. — Plagg, mostrar as garras!

Não estava bem o suficiente para sair pulando de prédio em prédio. Mas sentiu a necessidade de descobrir quais eram os sentimentos de Marinette por ele. Além de confirmar os próprios sentimentos por ela.

Dessa vez Cat Noir deixou a mente limpa, para não cair na tentação de vagar por Paris ao invés de conversar com a garota.

Ao chegar na janela do quarto dela, seu coração acelerou ao ponto de ele pensar que sairia correndo de seu peito.

Marinette saia do banho, enxugando os cabelos úmidos e soltos numa toalha rosa. Com outra no mesmo tom de azul de seus olhos enrolada no corpo. 

— Eu vou morrer. — escapou por seus lábios, baixinho, ele pensou em dar meia volta para oferecer privacidade a ela.

Porém, tão desconcertado e eufórico, acabou escorregando e quase se estatelou no chão. Obviamente o barulho chamou a atenção de Marinette, que deu um grito. Imediatamente a mãe dela surgiu no quarto, perguntando se a filha estava bem.

Marinette, gaguejando, respondeu que foi só um gato fazendo barulho no telhado e logo tratou de tirá-la de lá.

Quando voltou, Cat Noir agia com um pouquinho mais de sensatez. Depois de respirar fundo umas mil vezes, conseguiu até sorrir e acenar através da janela, para a garota com as bochechas coradas de tanta vergonha.

Marinette abriu a janela sem dizer uma palavra, no entanto, indicou o banheiro com um sorriso congelado no rosto. Cat Noir assentiu, entendendo seu constrangimento e agradeceu mentalmente. Estava fora de cogitação manter um diálogo coerente com Marinette naquele estado. Tão… adorável.

Quando voltou, já vestida com um pijama rosa de unicórnio e ainda de cabelos soltos. Cat Noir soltou um suspiro tão alto, que ela o ouviu. Marinette riu, ele corou até às orelhas — as orelhas de verdade, não as de gato do traje.

Não tinha como aquilo ficar pior, dava tempo de fugir? 

— Oi, princesa. — sorriu, tentando não parecer um pervertido. 

— O-oi. — Marinette gaguejou.

Adrien vislumbrou vários pontinhos vermelhos tomando conta das bochechas da garota, pensando em como não a notara antes. Quer dizer, a achava linda e fofa e meiga e incrível. Mas tinha Ladybug na cabeça, além do Luka, que claramente se dava muito bem com ela. Em várias ocasiões ele pensou que os dois fossem um casal, ou no mínimo que se tornariam um em breve. Então não se permitia ir além de todos aqueles adjetivos mencionados anteriormente.

Sua coragem falhou, Cat Noir estreitou os olhos, pensando em desistir. Quando viu os vários recortes de revistas, com ele estampado, espalhados pelo quarto estrategicamente. Bom, fotos de Adrien. Criou coragem.

— Você é fã desse cara? — perguntou, apontando para um poster dele mesmo sorrindo.

Era uma de suas últimas campanhas publicitárias para a marca de Gabriel Agreste, seu pai.

— E-eu… — Marinette queria confessar que gostava de Adrien, agora que sabia sobre Cat Noir.

Ele aproximou-se, notando a dificuldade dela em continuar.

— Pode me contar. — pediu, tocando sutilmente o rosto da garota. — É dele que você gosta?

Com um suspiro, Marinette confirmou com a cabeça. Era estranho estar em sua forma civil na frente de Cat Noir, agora que sabia quem estava por trás da máscara. Ficava mais confiante de Ladybug sem sombra de dúvidas.

— Foi por isso que rejeitou meu beijo? — quis saber, ela confirmou novamente.

— Eu não podia corresponder aos seus sentimentos naquele dia. Não como Cat Noir, Adrien. — enfatizou, ele sentiu a espinha gelar.

Arregalou tanto os olhos, jurando que saltariam das órbitas.

— A-adrien? Não... — tentou se esquivar em vão.

— Eu sei quem você é, não precisa me esconder. — Marinette ergueu o olhar e aproximou-se. — Eu te amo, Adrien. Sempre amei, por isso não podia gostar de qualquer outro garoto. Mesmo se tratando do incrível Cat Noir. — ela sorriu, piscando para ele.

— Mas como descobriu? — Adrien sentou desajeitadamente na cama, sem compreender seu segundo erro.

Afinal, Ladybug também sabia sua identidade.

Ladybug… as peças do quebra-cabeças começaram a se encaixar. Ele a encarou com toda a atenção do mundo. Percorrendo com os olhos, pela segunda vez, cada traço da garota. Ganhou com isso, além de um coração descontrolado, a certeza de que ela era sua bugaboo. A lembrança da noite anterior, onde ele fazia o mesmo, invadiu seus pensamentos.

Ladybug.

Quando um vislumbre de descoberta cruzou os olhos de Adrien, Marinette balançou a cabeça. Como se confirmasse os pensamentos do garoto.

— Tikki, transformar. — e lá estava Ladybug diante de um Cat Noir totalmente embasbacado.

— My Lady. — seu tom soou tão apaixonado, que foi quase um ronronar.

— Gatinho. — respondeu ela, sorrindo.

— Por que está revelando sua identidade agora? — Cat Noir perguntou, sem querer soar irritado. — Nunca permitiu que isso acontecesse antes.

— Porque eu te amo e depois de ontem, achei que seria melhor contar logo. — explicou, sentando ao lado do garoto na cama. — Além do mais, meu coração me diz que é a coisa certa a se fazer. Não posso ir contra meus instintos.

Ele sorriu.

— Eu vim aqui descobrir se você gostava de mim e ganho de brinde a descoberta sobre sua identidade secreta. — brincou, chegando mais perto de Ladybug. — Marinette e Ladybug, minhas duas garotas favoritas no mundo são a mesma pessoa. Eu tô sonhando? Ontem eu estava meio grogue, pode ser um sonho lúcido e… — se beliscou. — Aí, tô acordado!

Marinette caiu na risada.

— Seu gato bobo! — ela tocou o rosto corado de Adrien. — Eu sou sua garota favorita no mundo?

— Com certeza, bugaboo. 

— Sabe que eu não gosto desse apelido, certo? — ela revidou, mais pela implicância do que por qualquer outra coisa.

Adorou a forma que aquele apelido saiu na voz rouca de Adrien.

— Como quer que eu te chame a partir de hoje? — indagou, se achegando à ela, até seus lábios estarem quase se tocando.

Suas respirações se chocavam e Marinette fechou os olhos. 

Ansiando pelo beijo.

Adrien, por sua vez, quis torturá-la mais um pouquinho.

Corrigindo, se torturar

Porque a visão de Ladybug, com os olhos fechados, tão receptiva e tão sua. Fez os pelos de Adrien se arrepiarem, enquanto sua boca formigava num desejo insano de beijá-la.

— Você é o garoto dos apelidos, me diga você. — provocou, sua voz soou muito baixa e Adrien diria que perigosamente sensual.

Cat Noir quase perdeu o controle, mas se conteve. Mordiscando de leve a pele sensível da mandíbula da garota. Ela estremeceu, ele a tomou em seus braços. Sentindo-a rente a si.

Era como um sonho bom.

Ele continuou a provocá-la, distribuindo uma sequência de beijos até o pescoço de Ladybug. Notando a pele da garota arrepiar ante o toque de seus lábios também.

— O que você acha de… — Adrien fez uma pausa e passou a ponta da língua pelo lábio inferior da garota. Ela ofegou, porém, não abriu os olhos. — Minha… — mordeu de leve o lábio dela e quase desmaiou. Seu coração martelava no peito, suas mãos suavam por baixo das luvas e seu cérebro queria entrar em curto. 

— Si-sim? — ela incentivou, sentindo o corpo amolecer nos braços de Adrien.

— Não é bem um apelido, mas acho que vai ser muito apropriado para nós. — continuou com o flerte, deslizando as mãos pela cintura de Ladybug, apertando com uma certa força e dando uma mordidinha na ponta da orelha da garota. Aproveitou para sussurrar ali: — minha namorada?

— Pe-perfeito. — Marinette diria sim para qualquer coisa que ele pedisse àquela altura do campeonato.

— Então quer dizer que aceita, Bugaboo? — o garoto vibrou, deixando a provocação de lado.

Tomou o rosto da garota nas mãos com extrema euforia e a beijou como se sua vida dependesse disso. Sentindo algo parecido com mil doses de serotonina sendo injetadas diretamente em suas veias.

Ele queria sair gritando por Paris que a amava. Que Ladybug o amava. Que Marinette era Ladybug, que... ah!

— Preciso me controlar. — sussurrou nos lábios da garota, provando-a. 

Sentindo-a próxima de seu corpo.

— Por quê? — ela questionou, igualmente arrebatada. — Não precisa.

— Não posso cometer mais erros. — afirmou, chamando para si o senso de responsabilidade. — A partir de hoje, prometo ser mais responsável, tá bom? Porque eu te amo, eu te amo muito e não quero que nada aconteça a você.

— Eu também te amo, gatinho. — Ladybug corou ao observar Cat Noir tão próximo. — Vamos conseguir, somos super-heróis!

— Agora mesmo eu quero sair gritando por toda a Paris que eu te amo. E que você me ama. Não é muito sensato da minha parte, é? — brincou, dando vários selinhos estalados em Marinette.

— Levando em consideração que eu quero fazer o mesmo. Não vejo problemas. — devolveu, enlaçando o pescoço do garoto.

— My Lady! — fingiu ultraje, colocando a mão no peito. — Você faria algo assim?

— Me desafie. 

— Eu te desafio. — ela jogou seu ioiô no mesmo instante, indo para o alto da Torre Eiffel.

Deixando um Cat Noir abobalhado e feliz para trás, antes de ele a seguir. Em seu primeiro salto, entretanto, sentiu um pouco de tontura. Mas fez questão de ignorar, não deixaria de acompanhá-la por nada.

Ao chegaram no topo, ele estava ofegante e suando um pouco. 

Ela se compadeceu, lembrando que Adrien ainda convalescia da gripe.

— Gatinho, você tá bem?

— Estou ótimo, bugaboo. 

— Não parece, vamos voltar. Você precisa descansar para se recuperar. — Ladybug o tocou no braço, ele a puxou para si.

— Me fez subir aqui gripado para não cumprir o desafio? — sua voz soou provocativa, ela riu colocando uma expressão confiante no rosto.

Foi para a beirada, fez suspense olhando de esguelha para Cat Noir. Em seguida, fazendo casinha na boca com as mãos, para dar ênfase no gesto. Gritou o mais alto que podia:

— Eu te amo, Cat Noir!

Ele riu, sentindo aquela sensação deliciosa de pertencimento e euforia tomar conta de si. Abraçou o corpo da garota por trás, antes de se posicionar da mesma forma e declarar para toda a Paris, assim como em seus sonhos mais doces:

— Eu te amo, minha Bugaboo!

Naquele momento, Adrien se deu conta de que não precisaria roubar o coração de Marinette. Muito menos o da Ladybug.

Porque, bem, a vida tem dessas coisas.

 

                     Fim.

 


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