Dia dos namorados escrita por mjrooxy


Capítulo 2
Capítulo 2




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Adrien mal podia se conter ao voltar para casa, o coração flutuava dentro do peito e ele sentia-se leve como uma pluma.

 

Tanto por descobrir a identidade da sua bugaboo, quanto pelo beijo doce que trocou com Marinette na calçada. Qualquer um podia ter visto, os pais dela principalmente. Na hora ele não pensou nisso, não pensou em nada, a não ser em sentir os lábios daquela garota nos seus. E foi mágico. Adrien queria repetir a dose, queria Marinette só para si agora que provara o quão maravilhoso era senti-la em seus braços. Tão delicada e entregue. Mas, ele não se enganava, sabia que por trás daquela fofura toda e das trapalhadas, escondia-se uma heroína destemida e inteligente. Sentia orgulho de ser parceiro de Ladybug, ainda que ela não soubesse quem ele era. 

 

— Adrien, te deixei beijar a Marinette e não falei mais nada sobre você pensar que ela é a Ladybug. — Plagg resmungou, irritado. — Mas você sabe das regras, nenhum dos dois pode saber a indentidade secreta do outro ou não serão mais Cat Noir e Ladybug!

 

— Relaxa, Plagg. — Adrien retrucou, sorrindo feito bobo. — Ninguém vai saber a identidade da Ladybug, eu não vou contar nem a ela que descobri. Quer dizer, não agora. Vou achar um jeito de ficarmos juntos. — garantiu, fazendo o kwami se preocupar ainda mais.

 

Se Adrien já era obcecado por Ladybug antes, agora que tecnicamente sabia quem ela era e até a beijara, ficaria bem pior. Não havia mais nada que Plagg pudesse fazer a não ser torcer por um resultado satisfatório. Por um lado, o kwami ficava feliz pela felicidade de Adrien, afinal, via como ele choramingava pelas rejeições de Ladybug. Por outro, entendia o perigo que era descobrirem suas identidades secretas. 

 

E isso era o máximo que conseguia ponderar sem pensar em queijo.

 

— Isso não vai dar certo. — Plagg arrulhou, desconfiado.

 

Adrien nem percebeu, estava tão maravilhado que só pensava em vê-la o mais rápido possível. Entre sorrisos e bochechas coradas, combinaram de conversar melhor quando os pais de Marinette voltassem, pois ela estava sozinha na padaria. 

 

Enquanto isso, a garota gritava de felicidade com o rosto escondido no travesseiro. Assim ninguém poderia ouvi-la. Seus pais voltaram e ela logo tratou de escapulir, em busca de reordenar suas emoções conflituosas.

 

— Ele me beijou, Tikki! — exclamou surtando de euforia. 

 

— Eu sei, não era o que você queria? — a joaninha respondeu, feliz por Marinette finalmente ter seus sentimentos reconhecidos.

 

— Era, claro. — confirmou hesitante, depois pensou bem e corrigiu: — Era o que eu mais queria na vida! 

 

— Fico feliz por você, Marinette. — a kwami confessou, observando o estado de puro contentamento dela.

 

— Não consigo ficar parada, vou fazer uma ronda para esfriar a cabeça. — refletiu Marinette. — Tikki, transformar! — e lá estava ela voando em direção a qualquer lugar. 

 

Precisava acalmar o coração.

 

Marinette só não sabia que um certo gatinho também pensava da mesma forma. E logo que encontrou Cat Noir observando a cidade, correu para ele.

 

— Bugaboo. — falou, quando a viu. Seu sorriso alargando a medida que a heroína aproximava-se de si. — Não esperava te encontrar aqui, ou esperava? — brincou.

 

Ladybug não entendeu, afinal, não sabia que Adrien a viu saindo de sua casa. Muito menos que ligou isso ao fato de Marinette ser sua identidade secreta.

 

— Algo de especial acontecendo? — Ladybug sentou ao lado dele, com um sorriso pequeno nos lábios rosados.

 

— Algo muito especial, eu diria ainda que é algo grandioso e extraordinário! — exclamou animado, sua voz adquirindo um tom de deslumbramento que a garota nunca tinha visto antes.

 

— Posso saber o que é? — ela sorriu ainda mais, vendo a felicidade estampada no rosto mascarado de seu parceiro de time.

 

— A garota que eu gosto finalmente me correspondeu. — jogou, mordendo o lábio inferior, ciente de que essa declaração a deixaria confusa.

 

Afinal, Cat Noir afirmava que gostava dela.

 

— Então quer dizer que me esqueceu? — a garota perguntou com uma pontada de decepção na voz.

 

Era irracional, ela sabia. Estava feliz por Cat Noir superá-la, não era o que queria? Que ele seguisse em frente, porque seu coração sempre pertenceria a Adrien? Que, por acaso, tinha se declarado naquele mesmo dia? Não entendia então porque sentia um aperto estranho no peito ao ouvir tal relato. No mínimo era por ser uma egoísta, não podia assumir que talvez não estivesse assim tão feliz por Cat Noir não gostar mais dela. Contudo, obrigou-se a continuar sorrindo, não podia demonstrar seu descontentamento. Esperava que sua voz não tivesse soado tão carregada de decepção.

 

— Bom, tecnicamente não, Marinette. — ele disse, pegando-a completamente de surpresa.

 

Ladybug arregalou os olhos, enquanto sua boca formava um ô perfeito. Sua voz se perdeu dentro de si e ela não conseguiu dizer nada por longos segundos.

 

Cat Noir repreendeu-se por falar demais, não era para entregar a informação. Não iria contar o que descobriu à Ladybug, manteria o segredo como prometeu a Plagg. Só que agora já estava feito, simplesmente escapou.

 

Será que era tão ruim assim que soubessem da identidade um do outro? Tinha suas dúvidas.

 

Marinette, por fim, conseguiu formular alguma coisa: 

 

— Não podemos saber quem está por trás das máscaras… — sua voz tremeu, a medida que ela compreendia o que queria dizer. 

 

A garota em si era ela, Cat Noir era Adrien. Agora tudo fazia sentido!

 

— Eu sei, eu sei. — o garoto deixou os ombros despencarem, percebendo a idiotice que havia feito. — Não contarei a ninguém, nada vai mudar. — tentou se convencer disso.

 

— Tudo vai mudar, Cat! — ela retrucou, não querendo dizer o nome Adrien, enquanto estivessem com os trajes.

 

Era perigoso, alguém poderia estar gravando aquela cena. 

 

— Calma, My Lady. — ele pediu, tocando o ombro da garota. — Confie em mim, vai dar tudo certo é só tomarmos cuida… — Ladybug o cortou, afastando sua mão.

 

— Não, a condição para sermos Ladybug e Cat Noir era de nunca descobrirmos a identidade um do outro. Agora eu sei quem você é e você sabe quem eu sou. Tudo já mudou, não poderemos continuar com isso. — baixou a cabeça, sentindo suas emoções duelando dentro de si.

 

A felicidade por Adrien tê-la beijado e declarado seus sentimentos por ela. Contra o senso de responsabilidade que recaia sobre si.

 

— Calma, vamos agir como se nada tivesse acontecido. Ninguém vai descobrir, continuaremos sendo um time. Um ótimo, por sinal. — ele sorriu convencido. — Só estou feliz de finalmente ter compreendido algumas coisas. — o garoto suspirou, pensando no quanto amava Ladybug.

 

Consequentemente, no tamanho de seu amor por Marinette. Cat Noir afirmara que amaria a garota por trás da máscara fosse quem fosse, no entanto, ao descobrir que era Marinette aquilo tomou outras proporções. Sentiu alívio ao saber que o rosto que dava vida à Ladybug era o dela. Não haveria outra garota mais digna do Miraculous do que Marinette. Sua grande amiga do dia-a-dia, com aqueles incríveis olhos azuis índigo e aquela boca vermelha e tão carnuda, que ele bem lembrava, era gostosa a beça. Um arrepiou perpassou seu corpo, era medo. Medo de perdê-la, de ela não querê-lo agora que sabiam do segredo um do outro.

 

Ladybug percebeu a diferença em suas feições e seu coração se apertou, não queria magoá-lo. Mas cabia a si a responsabilidade de preservar o segredo deles. Era mais seguro, só que ao vê-lo ali, parecendo decepcionado pela reação dela. Pensou se valia a pena aquele sacrifício, Adrien como Cat Noir. Era fantástico!

 

Apesar de não entender bem o processo de transformação dele, porque Adrien não era convencido como Cat. Se bem que, como Ladybug, Marinette também conseguia agir com muito mais segurança. Talvez fossem os trajes ou o poder dos Miraculous em si. Não fazia diferença, ela só queria que ele não ficasse triste. Não por alguma atitude dela, então tocou delicadamente o rosto de Adrien, ganhando sua atenção.

 

— Escuta, eu nunca fui capaz de revelar meus sentimentos a você. Sempre travava e fugia como uma covarde. Fico feliz que agora saiba que meu coração é seu e, tecnicamente, por isso eu não podia corresponder aos seus sentimentos. — ela riu e Adrien a acompanhou.

 

— Isso foi confuso. — brincou, deixando a melancolia para trás. — Você não podia corresponder aos meus sentimentos porque gostava de mim. Parece loucura!

 

Riram ainda mais.

 

— É. — Ladybug de repente ficou seria. — Então quer dizer que só beijou a Marinette — ela preferiu usar a terceira pessoa para o caso de estarem sendo vigiados. Assim haveria confusão no possível ouvinte, — somente porque descobriu quem ela era?

 

— Não. — Cat Noir entendeu imediatamente do que se tratava.

 

Marinette temia que Adrien tivesse se declarado somente porque ela era a Ladybug. Como se ele gostasse dela somente pela máscara em si.

 

— Então por que nunca percebeu que gostava dela? Aliás, como descobriu tudo? — a garota parecia aflita e desencorajada. 

 

Foi preciso que Cat Noir a abraçasse apertado, repentinamente. Para que se acalmasse, ela deitou a cabeça em seu peito e ambos passaram a cochichar. Era impossível que qualquer espião conseguisse ouvi-los tão próximos um do outro. Adrien falava bem baixinho no ouvido de Marinette, compreendendo que ela ainda temia pelo segredo.

 

Ele relatou o ocorrido com os chocolates e a sensação de paz que sentiu quando percebeu que Marinette era Ladybug. Contou que foi como receber uma dádiva dos céus, pois várias vezes ele sentia que talvez não visse Marinette somente como amiga. Mas que sempre afastava esse sentimento, pois temia não estar sendo fiel ao que sentia pela heroína em si.

 

Portanto, foi perfeito que pudesse juntar suas duas pessoas favoritas no mundo em uma só.

 

— Foi perfeito? — ela sorriu, abraçando Cat Noir pela cintura.

 

— Sim, foi a melhor coisa que me aconteceu, My Lady. — confirmou, beijando o topo de sua cabeça. — E você, está decepcionada por descobrir quem eu sou?

 

— De forma alguma. — ela garantiu de imediato. — Eu devia saber que não existia uma pessoa melhor para ser meu Cat Noir. 

 

Ele sentiu o peito se expandir de alegria. Sempre prezou pelo respeito de Ladybug e por sua confiança.

 

— Fico feliz em saber disso, bugaboo. — sorriu, apertando Marinette ainda mais contra si. — Daremos um jeito, você confia em mim?

 

— Sempre, gatinho. — ela devolveu o sorriso e fechou os olhos, esperando que Cat Noir entendesse o que o gesto significava.

 

Aos poucos Cat Noir foi se aproximando, ainda de olhos abertos. Queria absorver aquela cena e guardá-la para sempre em sua memória. Ladybug tão próxima e tão entregue, seus lábios vermelhos e convidativos entreabertos esperando por um beijo. Um beijo dele.

 

Por fim, sem conseguir aguentar mais, finalmente selou seus lábios nos dela. Iniciando um beijo lento e doce, doce como a garota que agora estava em seus braços.

 

— Eu te amo, My Lady. — declarou entre um beijinho e outro.

 

— Eu também te amo, Cat Noir. — respondeu sorrindo. — Feliz dia dos namorados.

 

                     Fim.

 


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