Marinette preparou chocolates em formato de coração e recheio de maracujá para enfim declarar seu amor secreto por Adrien. Alya, sua melhor amiga, a incentivou a aproveitar a data especial. Não haveria outra oportunidade tão boa para Marinette se declarar. Estava tudo organizado, a garota passou a madrugada toda embrulhando os chocolates para que naquela manhã ela finalmente abrisse seu coração para Adrien.

Ao amanhecer, mesmo após ter dormido apenas algumas poucas horas. Sua motivação não diminuiu. O grande dia chegara, não haveria akuma que a faria mudar de ideia. Rawk moth que esperasse, não era possível que nem no dia dos namorados poderia ter uma trégua. Poxa, dava o seu melhor como Ladybug todos os dias, queria ao menos entregar os chocolates para o garoto dos seus sonhos e demonstrar seu carinho.

Não esperava que ele retribuísse, não assim de cara. Adrien era fofo demais para tratá-la mal, ele jamais faria isso. Seria educado e agradeceria, óbvio. Agora retribuir, provavelmente não. 

Estava tudo bem para ela, ao menos exporia aquele sentimento que a consumia por inteiro desde que Adrien se desculpou pelo mal entendido quando se conheceram.

Suspirando, andou até a mansão Agreste, pensando nas palavras que diria a ele. Ensaiava para não gaguejar, o que seria a parte mais difícil da decisão.

Sempre que estava ao lado de Adrien seu cérebro meio que bugava e Marinette agia feito uma doida qualquer. Mas não naquele dia, hoje ela iria se declarar.

Foi quando recebeu uma mensagem de Alya informando que Adrien não estaria na mansão. Marinette conhecia toda a agenda do garoto, mas aquele era um ponto fora da curva chamado Kyoko.

— Droga! — resmungou consigo mesma. — Eu vou deixar esse presente de qualquer jeito, Tikki. Custe o que custar.

— Mas se transformar em Ladybug pode não ser a melhor estratégia. — a kwami retrucou, tentando enfiar juízo na cabeça de Marinette.

— Vai ser rapidinho, prometo. — garantiu, fazendo carinha de apaixonada. — Tikki, transformar! — e lá estava ladybug, jogando seu ioiô para entrar no quarto de Adrien.

Uma vez lá dentro, passou a admirar todos os pertences do adolescente e babar em tudo o que era dele.

— Olha quantos troféus… — se derreteu. — Aqui é a cama do Adrien. — suspirou.

— Anda logo, Marinette. — a joaninha ordenou. — Ele pode chegar a qualquer momento!

— Certo. — a garota pareceu voltar a si e deixou a caixa de chocolates em cima da cama. — Só vou assinar e vamos embora. 

Só teve um pequeno imprevisto naquele arranjo, antes que Ladybug saísse pela janela. Adrien adentrou o quarto, pegando sua parceira bem no momento em que ela escapulia.

— Ladybug. — surpreendeu-se — O que ela estaria fazendo aqui?

Plagg surgiu a tempo de ver Adrien correr para a janela, ainda curioso e confuso. 

— Às vezes ela veio te fazer uma visitinha. — o gato comentou, também sem entender nada.

Foi quando Adrien viu a caixa de chocolates.

— Olha, parece um presente! — exclamou, pegando o cartão. — Da… Marinette? — ele abriu a caixa e experimentou um chocolate. — Mas por que a Ladybug entregaria uma caixa de bombons em formato de coração, com um cartão escrito: Com amor, Marinette? — a dúvida pairava sobre ele, enquanto fechava os olhos apreciando o sabor do chocolate. — São meus preferidos.

— A Marinette pode ter pedido para a Ladybug, não é óbvio? — Plagg arrulhou, com medo de que Adrien descobrisse tudo.

Estava bem óbvio agora.

— Ou… — o garoto pensou por um instante. — Significa que a Marinette é a Ladybug!

— Não, não. Improvável, o que eu disse faz muito mais sentido. — ouviu em resposta.

Adrien ignorou, olhando fixamente para o cartão em suas mãos.

— Marinette… — suspirou, correndo para a rua.

Questionando-se porque nunca percebeu, como não a notara? Ela estava sempre lá, para ele. Agora tudo fazia sentido, seu coração flutuou em direção à casa da garota. Decidido a não perder mais tempo, daria uma resposta à Marinette.

(...)

Plagg tentava dissuadi-lo daquela ideia, sabia que era verdade. Marinette era Ladybug, mas eles não podiam ter conhecimento dessa informação.

— Você sabe que não pode descobrir a identidade dela, Adrien. Desiste enquanto há tempo. — pediu, ciente de que não adiantaria de nada.

O garoto parecia irredutível quando bateu na porta de Marinette. Ela atendeu igualmente perturbada.

— Marinette, eu… — hesitou, segurando o cartão que ela lhe deu. — Percebi algumas coisas que já não posso guardar só para mim. 

A garota o encarou, mordendo o lábio.

— Adrien. — iniciou, olhando o cartão em sua mão. — Eu queria… — ele colocou o indicador em seus lábios.

— É meu favorito, sabe, recheio de maracujá. — mencionou para quebrar o gelo. — Só quero que me ouça, talvez eu não tenha notado o quão especial você é, Marinette. Mas não quero que seja somente minha amiga. — declarou, causando quase um surto na garota que retorcia os dedos na barra da camiseta.

— Quando percebeu? — ela ousou perguntar. 

— Hoje e eu não quero mais perder um segundo longe de você, Marinette. — Adrien aproximou-se dela com determinação, sentindo o coração quase explodir quando finalmente tocou na pele macia e quente do seu rosto. 

Ela não se afastou, apenas fechou os olhos receptiva. E, quando os lábios de Adrien tocaram suavemente os de Marinette, ele teve certeza de que fez a escolha certa. 

De início, o beijo foi desengonçado e estranho. Nenhum dos dois sabia muito o que fazer, não eram experientes. Ainda assim, Adrien não queria que o contato acabasse, então a puxou para si com delicadeza. Envolvendo uma das mãos em seus cabelos, Marinette correspondeu cada vez mais ao beijo. Suspirando, foi permitindo-se ser guiada por ele, que começava a entender como aquilo funcionava.

Adrien não sabia que sentiria tantas emoções se sobrepondo umas as outras na medida que absorvia Marinette junto de si. Sentia o coração leve e a pele arrepiada. A boca formigava e ele queria continuar provando o sabor doce daquela garota. 

"Amiga.", Pensou, repudiando aquela palavra. 

Não era suficiente para ele, não agora que a tinha para si. Que a mantinha segura em seus braços. Adrien não queria que ela escapasse, ele finalmente entendeu. 

Desejava que Marinette fosse muito mais que uma simples amiga. E não estava falando de Ladybug e sim da garota fofa e meio atrapalhada que agora escondia o rosto em seu peito.