Coincidence Of Love ✖ GSR escrita por Fénix Fanfics


Capítulo 35
Capítulo 35


Notas iniciais do capítulo

Olá, olha quem está aqui. Siiim, eu! O capítulo anterior foi muito triste, e os próximos vão mostrar um pouco de como essa perda afetou a todos. Então sim, teremos um momento de luto por Noah. Mas o que a gente também quer saber é? E o cordão, vai ser compatível? Isso vamos descobrir até o final desse capítulo.

Boa leitura. E desfrutem ♥



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Grissom entrou no hospital de forma abrupta, estava nervoso e sua expressão era brava. Ele estava cansado fisicamente e esgotado emocionalmente. Saber que Sara estava novamente em bloco cirúrgico, com risco de vida, o deixou transtornado. Ele não estava pronto para mais uma perda, ele não suportaria perder mais ninguém. 

— Onde está Sara Sidle? – Ele disse com urgência na recepção. 

— Ela acabou de sair da cirurgia, está na sala de recuperação.

— Eu quero ver ela, e quero ver agora. – Ele disse enfático.

— Senhor, não é po...

— Eu não quero saber o que é possível ou não. – Ele interrompeu grosseiramente. – Fale com quem tiver que falar. Eu quero ver ela nesse exato momento.

Não demorou muito para que o médico chegar até onde Grissom estava. Ele caminhava de um lado para o outro na recepção incessantemente. 

— Olá Senhor Grissom, eu entendo o que o senhor está passando, mas não é possível...

— Você entende? – Ele disse com um misto de angústia e desgosto na voz. – Você entende? Sara veio para cá para ficar segura, ela e o bebê. Noah morreu por que vocês não cuidaram deles direito, e Sara? Eu em ausentei por meia hora do hospital, e Sara vai para cirurgia por que ninguém viu que ela levantou do leito? Não, você não me entende. Definitivamente não me entende. – Ele tentava se controlar para não gritar.

O médico poderia rebater tudo que Grissom falava, mas ele era humano. Não era fácil perder um filho, e ele compreendia que  ele estava sofrendo, perdido e sem rumo. Aquele não era o momento para mais discussões. Grissom ainda teria muitas coisas para resolver, muitas decisões difíceis para tomar. O médico então resolveu aliviar um pouco a pressão naquele momento. 

— Eu posso levá-lo até Sara, mas preciso que esteja mais calmo. Ela recém acordou de uma nova anestesia e ainda está em choque. Está sofrendo de estresse pós traumático. Estamos trazendo uma psiquiatra para vê-la. É importante que ela não de emocione demais e nem se estresse. Ela está um pouco aérea ainda, mas não sabemos até onde ela está compreendendo a realidade em torno dela.

— Tudo bem. Só me leve até ela.

O médico guiou Grissom até o quarto onde Sara estava internada, era uma sala de recuperação. Ela não tinha muitos aparelhos ligados a ela, somente um que aferia frequência cardíaca e temperatura. Logo notou que ela estava distante, com olhar perdido, como se estivesse dopada. Também havia uma bolsa de sangue ao seu lado, uma enfermeira estava ao lado do leito controlando o acesso.

— Ela acabou de acordar da anestesia, tentamos manter ela anestesiada o menor tempo possível. Ainda sim são muitos sedativos, e ela precisa se manter calma, então é normal se ela parecer um pouco aérea. – O médico explicou logo que entraram no quarto. – Ela está fazendo hemoterapia devido a perda de sangue por conta da hemorragia.

— Como isso aconteceu?

— Ela estava numa sala de recuperação nesse mesmo andar, sob efeito de sedação, quando a enfermeira a deixou sozinha no quarto ainda dormia. A paciente se levantou do leito e começou a andar descoordenadamente pelo hospital, se esforçou demais, os pontos internos e externos cederam. A movemos diretamente para a sala de cirurgia para conter a hemorragia e refazer os pontos. A senhorita Sidle está sofrendo de estresse pós traumático devido a toda situação da perda, e ela acredita que estamos mentindo sobre a perda do filho, que o estamos escondendo ou algo parecido. Então ela sempre que acorda fica inquieta, quer levantar do leito e buscar pelo bebê.

— Ela está sofrendo. – Grissom falou com tristeza.

Tristeza de quem sabia o que ela passava. Ele também estava sofrendo. Se aproximou dela e levou a mão em seus cabelos. Ela estava de olhos abertos, mas aparentemente não estava ali, era como se estivesse longe, em um outro mundo, como se tentasse fugir da realidade. Quem dera ele também pudesse. Qualquer realidade no momento era melhor do que ter que suportar a perda de Noah.

— Quando ela voltará ao normal?

— Vamos começar a diminuir os sedativos amanhã, mas a questão psicológica somente quem poderá responder é a psiquiatra.

— E o bebê?

— O corpo dele está com a nossa equipe médica, vamos avaliar condições peri mortem para saber se o cordão poderá ser utilizado para doação.

— E doque ele morreu? – O seu tom era acusatório.

— Senhor Grissom, podemos falar disso lá fora? – O médico olhou para Sara. – Talvez ela esteja mais consciente do que acreditamos.

Ele concordou e acompanhou o médico para fora do quarto.

— Senhor Grissom, o senhor sabia, assim como a senhorita Sidle, os riscos de levar a diante a gestação.

— Você está dizendo que a culpa é nossa? Que priorizamos um filho a outro?

— Não estou dizendo isso Senhor Grissom. Levar a gestação a diante era tão perigoso para o bebê quanto um parto prematuro. Em ambos os casos ele corria riscos e tínhamos isso muito claro, deixamos isso muito claro.  Nós ainda não temos a causa oficial do óbito, mas acreditamos que em uma das convulsões a costela quebrou perfurando o pulmão, o que causou insuficiência respiratória. O bebê já estava em sofrimento quando iniciamos a cesárea, o que nos impossibilitou de revertermos  o quadro a tempo. O que aconteceu foi uma fatalidade.

— Uma fatalidade… – Ele repetiu incrédulo.

— Senhor Grissom, talvez o senhor também devesse aceitar nossa ajuda.  Temos psicólogos a disposição no hospital.

— Eu… Não… – Ele não sabia exatamente o que responder. – Quando terei o corpo do meu filho?

— Será liberado em até setenta e duas horas. Estou trabalhando para que o liberem o quanto antes.

Grissom não tinha mais nada para dizer, mais nada para perguntar. Sua cabeça estava um turbilhão. Tinha um filho para enterrar. Tinha que comunicar as suas filhas tudo que havia acontecido, mas de que maneira? E Sara, será que ela superaria? Ele tinha mais perguntas e respostas. Não sabia nem por onde começar.

Ele voltou para o quarto onde Sara estava, sentou-se na cadeira ao lado do leito. Pegou seu telefone, e viu que tinha alguns pontos de sinal. Estava fraco, mas talvez pudesse fazer uma ligação. Ele estava perdido, e nesse momento só havia uma pessoa com quem ele queria falar.

Chamou algumas vezes, quando estava quase desistindo, foi atendido.

— Oi… Mãe… Você pode voltar? Eu não vou conseguir sozinho… 

Ruth estava sentada com as duas meninas a mesa. Tentava não demonstrar o quanto estava preocupada, mas logo as meninas começaram a questionar a situação.

— Onde está o papai?

— Está com a mãe de novo no hospital?

— Quando que a mamãe volta pra casa?

— O Noah já nasceu?

Era um  turbilhão de perguntas, mas Ruth não era a pessoa que devia respondê-las.

— Meninas, logo mais o pai de vocês estará em casa e poderá responder todas as perguntas. – Tentou manter a voz firme, mas tropeçou algumas vezes nas palavras. – Eu tentei falar com o senhor Grissom, mas até agora ainda não consegui. Fiquem tranquilas meninas, vai estar tudo certo.

— Eu estou com saudades da mãe. 

— Eu também, da mamãe e do papai.

— Eu sei meninas, mas é temporário, eu já disse. Logo eles vão estar de volta, e tudo vai voltar ao normal.

— Ao normal não, por que a gente vai ter um irmãozinho. – Ju disse com felicidade.

— Um bebê pra gente ajudar a cuidar. – Jujuba completou.

Ruth sentiu que não conseguiria se segurar. Ela não podia falar nada. Não competia a ela. Ainda sim, sentiu seus olhos se enxerem de lágrimas. Seu peito apertou naquele momento. Ela sabia que aquele bebe não viria, sabia como as meninas se sentiriam.

— Ruth, você tá bem?

— Tô sim, acho que vou ficar resfriada, só isso. – Ela tentou contornar.

— Vixi. Não fica gripada não. – Ju interferiu. – Se não vai ter que ficar usando máscara perto da Julia Dois. A gente não quer isso. 

— Verdade, máscaras são bem chatas. –  Jujuba concordou.

— Meninas, eu vou ficar bem, prometo. – Ela sorriu.

Grissom não tardou a chegar em casa, ainda sim, despistou as meninas e foi para o quarto. Precisava de um banho e umas duas horas de sono. Somente isso.

O banho foi relaxante, mas dormir foi impossível, ele se revirava de um lado para outro na cama e não conseguia dormir. A dor e os pensamentos não o deixavam descansar. Ele nem deveria estar deitado. Ele deveria estar resolvendo tudo. Ainda sim, ele não conseguia. Seu corpo estava exausto, como se um caminhão tivesse o atropelado uma centena de vezes. Ficou, então, apenas deitado, inerte, enquanto tentava pensar em como contaria tudo as meninas.

Algum tempo mais tarde, pediu a Ruth que chamasse as meninas para seu quarto. Não adiantava postergar, ele tinha que contar as filhas o que estava acontecendo. Elas chegaram e se acomodaram na cama.

— Oi papai que saudade. – A Ju foi a primeira a cumprimentar ele com um abraço forte.

Como ele precisava daquele abraço. Aquilo era melhor que horas deitado na cama.

— Oi Gil. – Jujuba também se aproximou dando um abraço nele.

— Oi minhas filhas, o pai precisa falar com vocês. – Ele respirou profundamente.

Naquele momento, uma lembrança antiga veio a sua cabeça. Lembrou-se de Sara, meses atrás, comentando com ele sobre a quantidade de conversas de adultos que eles tinham que ter com as Julia’s devido aos acontecimentos. Na época ele não dava tanta importancia, mas naquele momento ele deu. Aquela seria a conversa mais dificil que teria com elas, ainda pior que ter que dizer sobre a troca delas na maternidade.

— Meninas, eu tenho que dizer algo para vocês, é uma notícia bem triste, que nem eu, e nem a mãe de vocês gostaria de dar. – As meninas se mantiveram caladas. – Noah não vai poder vir para casa com a gente, infelizmente, a passagem dele aqui foi muito muito curta, e ele virou um anjinho.

— Assim como a mamãe Laura? – Ju perguntou já com os olhos mareado.

— É princesa, assim como a mamãe Laura.

— Ele morreu? – Jujuba disse já apertando os lábios, com os olhos cheios de lágrimas.

— Sim, meu amor. 

Grissom olhou para as duas, a tristeza delas era genuína, intensa. Antes ele sofria somente por ele, pelo fato de ter perdido seu filho, mas agora, ele também sofria ao ver a dor das meninas. Ju, olhava para ele fixamente, enquanto as lágrimas caiam pelas bochechas já avermelhadas, era como se ela esperasse que ele dissesse que aquilo não era verdade, que o irmãozinho viria para casa. Jujuba encolheu suas pernas e as abraçou, assim como Sara fazia quando estava triste, ela colocou a cabeça entre os joelhos escondendo o rosto e ali chorou baixo.

Ele deixou que as meninas chorassem, colocassem para fora sua tristeza. 

— E a mãe? – Jujuba ainda tinha o rosto escondido. – Ela vem pra casa?

— Ainda não meu amor. Ela está bem, mas está se recuperando, ela tá muito, muito triste. Então talvez ela fique mais alguns dias no hospital. Mas eu queria que você soubesse que o Noah, antes de ir embora pro céu, ele te deixou um presente.

— Qual? – Jujuba levantou a cabeça.

— Lembra que ele tinha um cordão especial que poderia te ajudar a se curar? – Ela apenas assentiu com cabeça. – Bom, eu nem contei para a mãe de você ainda, mas logo antes de sair do hospital o médico falou comigo, e ele me falou que aquele cordão especial é compatível. E que você vai poder usar ele.

— Mesmo? – Ju se empolgou ainda mais que a Jujuba.

— Sim. – Gilbert se emocionou. – Mesmo lá do céu, o Noah sempre vai estar presente em ti. – Ele levou a mão ao rosto da filha e afagou. – E apesar de estar muito triste por não estar com ele aqui junto na nossa família, eu to muito feliz pelo que ele nos proporcionou.

Jujuba forçou um sorriso. Ela estava feliz com a notícia, claro. Ainda sim, ela não conseguia parar de pensar no irmão e principalmente na mãe, que ela não via há semanas e que agora estava muito triste. Grissom entendia isso perfeitamente. Era muito bom ter essa notícia, mas ainda sim, não era uma felicidade completa sem o Noah.

Ele se deitou novamente na cama, agora acomodando uma filha de cada lado em seus braços. Tristes elas adormeceram ali com ele, que recebendo todo aquele afeto, acabou também conseguindo relaxar e dormir um pouco.


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Notas finais do capítulo

No meio de tanta tristeza, por fim um pouquinho de felicidade. Quem aí acertou que o cordão seria compatível?

O próximo capítulo ainda não tá terminado, mas vamos ter quiz sobre ele sim. O que acham quem vem no próximo capítulo?
A) Jujuba vai fazer o transplante de medula
B) As Julias vão ver a mãe no hospital
C) Sara irá surtar e precisará ser transferida para ala psiquiátrica
D) Roberto irá se inteirar do que aconteceu e vai voltar por Sara

A, B, C ou D?



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