Love is blue escrita por Lola


Capítulo 3
Capítulo 3 - Os olhos de Grissom


Notas iniciais do capítulo

Oi meu povo, bão dimais?
Lá vamos nós pra mais um dia de conferência com nosso amado casal.
Um agradecimento especial a Molly, que aqueceu meu coração com seu comentário no cap anterior.
Espero que apreciem!

xoxo



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Capítulo 3 – Os olhos de Grissom

 

 

A primavera saiu de seus olhos e pousou em Vivaldi.
De verso meu em verso teu, os pássaros se aninham, cantarolam
Como em galhos, onde passa pura seiva de poesia.
Deita-se o sol dando lugar à noite, a fim de ler-te sob as estrelas.
Deita-se a lua, a fim de deixar o dia escrever outros poemas.
Os frutos renascem, as coisas se ajeitam, dinâmica natural
Vagarosa, constante. Abra-se as janelas, junte-se os livros
A luz encontra, peito translúcido, cada coisa em seu lugar…
Hoje saí para andar, respirar o ar da cidade que, apesar dos pesares,
Funciona. Pernas e espírito em descompasso eterno:
Este sobe às nuvens, apassarinhada, aborboletando-se;
Aquelas, pelo peito regidas, conduzem-me a teus braços,
Pelo caminho de teus cabelos, densa doce relva, ao eterno.

  

Thiago Venâncio

 

Já era tarde quando Grissom finalmente chegou de volta ao hotel em que estava hospedado. Passou pela recepção o mais rápido que pode, ignorando a pequena manifestação que a moça atrás do balcão fez em falar com ele. Tudo o que queria naquele momento se resumia ao silêncio de seu quarto, onde talvez encontraria um pouco de lucidez para seus pensamentos que se encontravam bastante entorpecidos.

Aquela mulher, junto daquele sorriso, somado a todo o resto que se encontrava em seu rosto, havia conseguido despertar algumas reviravoltas estranhas em seu estômago. Nada realmente absurdo, mas com certeza digno de sua atenção. Não fazia sentido para sua mente científica que em menos de um dia alguém houvesse sido capaz de provocar qualquer tipo de interesse de sua parte. Fazia tanto tempo que não olhava para uma mulher com segundas intenções, que naquele momento, a palavra “perdido”, explicaria bem como se encontrava.

Entrou em seu quarto e logo se jogou em sua cama, não se importando com o fato de ter amassado vários papéis importantes de seus seminários. Passou a mão pelo rosto, bagunçou um pouco os cabelos e fez uma leve pressão com a ponta dos dedos em seus olhos. Sorriu. E então, o que era uma simples curvatura de lábios, se transformou em uma leve gargalhada sobre sua atual condição. Estava agindo como um adolescente idiota. “Vamos lá Grissom, não é hora pra isso”.

Ergueu-se de forma a ficar sentado na beirada da cama, sacudindo levemente a cabeça, como quem quer espantar pensamentos – riu novamente, se lembrando do rosto de Sara o fitando, seus olhos castanhos escuros fazendo par com a noite estrelada. Aquilo só podia ser resultado de um longo dia de trabalho. Se a moça sonhasse que ele estava pensando todas aquelas baboseiras, com certeza iria rir – da sua cara.

Mas afinal de contas, qual o problema de querer alguma coisa com alguém?

Por um breve segundo seus pensamentos acelerados consideraram a possibilidade de tentar alguma coisa – mas mudou de ideia quase que instantaneamente, pois que tipo de homem ele era para se envolver com alguém para depois de alguns poucos dias simplesmente ir embora? Ele, definitivamente, não era esse tipo de cara. E quem disse que ela iria querer qualquer coisa com ele? Afinal, nem se conheciam.

Procurando evitar continuar com tais divagações, até então absurdas – já que nunca gostou de encontros casuais ou relacionamentos de uma noite só – trocou-se, colocando uma roupa mais confortável, e buscou ler um livro qualquer, para logo em seguida adormecer.

Um barulho insistente, talvez uma britadeira? Alguém furando uma parede? Sara não tinha certeza, apenas sabia que o tal barulho a estava atrapalhando dormir. De repente, ergueu-se de um pulo, tendo sua consciência assaltada pela realidade de que o barulho na verdade era seu telefone, e que não sabia que horas eram.

— Sara! – disse alto demais, sentada em sua cama, percebendo pela claridade em sua janela que já devia ser tarde.

— Sara, é o Stewart.

— Ah, oi – a mulher passou a mão pelos cabelos, se levantando e indo para mais perto da janela, dar uma espiada lá fora. O sol já estava alto, ela perdera a hora de acordar,

— Onde você está? Como foi com Gil ontem? – o tom de voz de seu chefe estava muito animado.

— Ahm... eu... eu precisei resolver umas coisas agora cedo, mas já estou a caminho da aula...

— Que ótimo! E o que você achou?

— Achei do que? – Sara começou a mexer em seu guarda roupas, procurando algo descente para vestir.

— Grissom! O que achou dele? Incrível, não? – Sara não tinha certeza se ele esperava alguma resposta, ele parecia completamente envolvido em um monólogo animadíssimo de afirmações – Gostaria de almoçar com ele hoje, você pode organizar isso pra mim? Claro que você também deve ir.

— Claro, vou pensar em algum lugar.

— Ótimo! Te ligo mais tarde para saber onde nos encontramos.

— Certo, até mais, chefe.

— Até! – então ele desligou.

Sara viu as horas no celular.

8h43min.

“Droga!” Pensou, correndo para o banheiro tomar um banho. Estava muito atrasada, dormiu tão profundo que nem mesmo o despertador foi capaz de acordá-la.

Com uma agilidade da qual se orgulhava, tomou um banho e se trocou, optando pelos cabelos presos e um pouco de brilho nos lábios. Por uns breve instante achou que estava se preocupando demais com sua aparência, e que provavelmente Grissom era quem ela gostaria de impressionar, mas estava atrasada, não era momento pra essas coisas. Decidiu que iria de carro, mesmo que morando perto da universidade, pois iria precisar dele para o almoço.

Saiu as pressas de seu apartamento, chegando em 5 minutos a seu destino.

//

Onde ela estaria? Grissom passou e repassou os olhos por seus alunos no auditório, buscando pelo rosto familiar de Sara. Mas até agora ela não havia chegado. Pode sentir algo se revirando em seu estômago todas as vezes que alguma mulher parecida com a perita entrava pela porta traseira do local, e ao ver que não era ela, seu estômago parecia afundar em frustração.

“Bobagem”.

Meneou a cabeça em um gesto de autorepreensão sentindo-se um garoto bobo esperando para ver a garota da qual está interessado. Já não tinha mais idade para sentimentos como esse, menos ainda para ficar sonhando com uma garota como Sara.

— Vamos começar logo com essa aula – disse baixinho para si mesmo, levantando-se de onde estava sentado e indo para a frente do auditório.

Grissom retomou sua aula. No dia anterior havia falado sobre a cena do crime e quais as principais coisas que um bom perito deve ficar atendo. Hoje ele iria falar sobre o processamento das evidências, no terceiro iria ensinar como colocar essas evidências junto do contexto dos testemunhos dado pelos envolvidos, no quarto estudariam as possível complicações de um caso para no quinto dia verem sua resolução.

Após pouco mais de uma hora que sua segunda aula havia começado, pode ver Sara entrando pelos fundos do auditório, e sentando-se na primeira cadeira vazia que encontrou. Seus olhares se cruzaram por um breve momento, e quando percebeu um sorriso enfeitou seu rosto, mesmo que estivesse falando sobre o processamento de varejeiras e sangue.

Não se perdeu no que estava falando, e nem gaguejou, mas definitivamente se sentiu mais animado daquele momento em diante.

Após mais três horas falando sobre o processamento de provas no corpo da vítima, resolveram fazer uma pausa para o almoço, e terminar durante a tarde o processamento do perímetro e objetos próximos ao corpo.

— Nos vemos daqui 2 horas. Ótimo almoço para todos!

Recomeçando o burburinho no auditório, centenas de alunos começaram a se deslocar para fora do local, todos nitidamente empolgados com a aula de minutos antes.

— O pessoal parece animado – Sara comentou, chegando perto de Grissom.

Grissom sorriu ou ver Sara de perto, achando a coisa mais linda do mundo aquela mulher de cabelos amarrados, pele branca com bochechas coradas pelo sol.

— A ciência é empolgante – deu de ombros humildemente. Grissom terminou de juntar tudo dentro de sua mochila, colocando-a nas costas – Por um instante... pensei que você não viria hoje.

— E quem iria te levar para almoçar? – Sara fingiu um tom ofendido.

— Bom, eu até teria ligado pra você, mas percebi que não tenho seu número.

A morena riu – Eu acabei me enrolando, mas cheguei a tempo de não perder muita coisa.

— Você tem gostado das aulas?

— Bom... – os olhos de Sara se desviaram brevemente, com o gesto de quem repassa coisas na memória – digamos que ouvir sobre insetos em cena de crime nunca foi algo que pensei poder ser interessante.

Grissom sorriu – Obrigado pela sinceridade.

— Mas estou adorando as aulas, afinal o professor é incrível.

Se encararam timidamente, absortos por uma energia que aparecia sempre que se viam.

— Então... – Sara resolveu quebrar o silêncio e contato visual – Stewart quer almoçar com você, me pediu para que organizasse um lugar.

— Oh sim, ele havia me falado que gostaria de um almoço – começaram a caminhar para fora do auditório – você vai nos acompanhar?

— Vou sim. Meu carro está parado logo ali na frente, vamos nos encontrar com Stewart no restaurante.

— Okay.

Passaram o trajeto falando sobre os detalhes da aula de Grissom, e Sara dando sua opinião sobre o que pensava ser a resolução do caso.

— Chegamos.

Desceram do carro, rumando para dentro do estabelecimento. Logo puderam ver Stewart em uma mesa mais ao fundo, acenando espalhafatosamente para os dois.

— Gil! Finalmente vocês chegaram.

Stewart deu um forte abraço em Grissom, depois em Sara, enquanto sorria alegremente para os dois. O diretor do laboratório de SF era um homem de seus quase 60 anos, porém com aparência de bem menos, corpulento e com nada de cabelo. Seu tamanho e expressões duras poderiam intimidar qualquer um, mas quem o conhecia sabia como não passava de um homem extremamente gentil e preocupado em ajudar outras pessoas.

— Acho que me empolguei um pouco demais na aula hoje, acabei me atrasando – disse Grissom, sentando-se de frente para Stewart e Sara na mesa escolhida.

— O mesmo Grissom de sempre –

Uma garçonete veio até eles nesse momento, interrompendo a fala do homem. Os três fizeram seus pedidos e voltaram a conversar.

— O que achou da anfitriã que escolhi pra você? – Sara sentiu seu rosto começar a esquentar – Ela já te contou que é nossa melhor CSI nível 1? Em breve nível 2, mas ela não sabe disso ainda – o homem falou divertido, como se Sara não estivesse ouvindo.

— Ela já demonstrou um pouco das habilidades que tem – Grissom olhou para Sara, achando engraçado a vergonha da mulher – ela simplesmente resolveu o caso que estou usando de exemplo no seminário, três dias antes deu apresentar todos os detalhes.

— Ela coloca muito perito nível 3 no chinelo lá no laboratório.

— Você não me elogia dessa maneira no trabalho, Stewart – disse Sara, tentando disfarçar o rubor na face.

— Não quero que você fique se achando, minha querida.

— Sara tem um futuro promissor, quem sabe não vem trabalhar comigo algum dia.

— Eu em Vegas? – a perita riu – acho que não.

— Nem me venha tentar roubar uma das minhas melhores funcionárias, Gil.

Grissom riu, mas falava sério. Sara em menos de dois dias havia lhe mostrado o quanto era inteligente, ele tinha certeza que se daria bem em Vegas.

A conversa continuou leve, até o momento em que seus pratos chegaram e o ritmo diminuiu um pouco. Quando terminaram Stewart fez Grissom prometer que se veriam antes dele ir embora, e que não iria tentar roubar Sara de SF.

— Não posso te prometer tudo que você quer, isso vai depender só de Sara.

— Acho que vou ficar por aqui mesmo, obrigada – ela disse divertida. Amava aquela cidade, não tinha motivo ou intenção de sair dali – E acho que devemos ir, ou vamos chegar atrasados pra aula.

Terminaram suas despedidas e foram embora.

(...)

O resto do dia transcorreu calmamente, com a aula indo um pouco mais de vagar, porém não menos interessante. Sara decidiu não falar muito nessa parte, pois sabia que precisava dar oportunidade para os outros alunos que não tinham tanta experiência aprenderem. Se ocupou de apenas observar Grissom, enquanto sua mente viajava em pensamentos desconexos.

— Muito obrigada a todos pela participação de hoje!

Grissom encerrou sua aula, e no mesmo instante foi quase afogado por uma multidão de estudantes que se aproximaram para fazer novas perguntas e conversar com ele. Sara ficou de longe observando, esperando que o homem ficasse disponível. Após quase 40 minutos, a morena se levantou de onde estava e foi caminhando lentamente até o homem.

— Parece que você conseguiu alguns fãs.

— O entusiasmo deles é adorável.

— Até irem pra campo realmente.

Grissom encarou Sara em seu comentário, e pode perceber uma pitada de amargura contida em cada letra.

— Bom, essas são as implicações da nossa profissão – ele sorriu para ela – não é nada bonito, mas gosto de pensar que ajudo aqueles que não tem voz a falar.

— Bom ponto.

Grissom juntou novamente suas coisas pela segunda vez naquele dia, e pode sentir um cansaço enorme tomar seu corpo.

— O que você gostaria de fazer agora? – perguntou Sara.

— Ahm... acho que ir para o hotel descansar – ele falou em meio a um suspiro – e você também parece cansada, não vai precisar me acompanhar em mais nada por hoje.

— Hum – Sara não contestou, também estava cansada – Posso te dar uma carona até seu hotel então.

— Ótimo!

Saíram caminhando lentamente, ambos sentindo o peso de um dia todo de trabalho se arrastar em cada passo.

Entraram no carro e Grissom deu as coordenadas. O hotel ficava a poucas quadras do auditório, não levaria mais de 5 minutos para chegarem lá.

— Chegamos.

— Bom, muito obrigada pela carona.

— Sem problemas – Sara sorriu.

Grissom olhou para a mulher a sua frente e pode sentir uma vontade imensa de beijá-la, ou quem sabe apenas tocar seu rosto com seus dedos. Mas aquela mesma vozinha insistente de que ele estava sendo imprudente o freava com bastante força, o que definitivamente impedia-o de fazer qualquer coisa.

— Obrigada pela companhia o dia todo – disse ele, após alguns segundos de silêncio – amanhã vou precisar bastante da sua ajuda com algumas coisas para aula.

— Vai ser um prazer ajudar.

— Ótimo.

— Ótimo.

Sorriram.

Grissom se aproximou de Sara e lhe deu um leve beijo no rosto – Até amanhã.

Sara ficou paralisada, sem saber como reagir, não esperava pelo gesto.

— Ahm... Er... Até amanhã.

Ele saiu. Sara ficou ainda alguns segundos parada na porta do hotel, sem saber exatamente como estava se sentindo. Então deu partida no carro e foi para seu apartamento.

Enquanto caminhava pelo curto caminho, novamente seus pensamentos se voltaram para as divagações de mais cedo, durante a palestra no período da tarde. Grissom obviamente estava flertando com ela, mas mesmo que isto estivesse claro, daqui a três dias ele iria embora, e tudo que ela menos precisava era ficar de coração partido.

Mas era inevitável ser atraída por seus olhos.

//  

            Mais dois dias de conferência haviam se passado, e Sara pode modificar diversos conceitos que antes pensava conhecer sobre a ciência forense, além do grande conhecimento adquirido sobre a importância que pequenos seres com asas, várias patas ou olhos grandes tinham em uma cena de crime. Restava apenas mais um dia de curso, e Sara havia deixado de lado aquela ideia sobre sentimentos em relação ao seu novo amigo. Ideia absurda. Ele era um cara incrível, tanto por sua experiência profissional quanto por suas observações a respeito do trato humano. Além daquele par de olhos azuis capazes de transportá-la para outro planeta se encarados por muito tempo. Mas não poderia ser mais do que apenas isso.

Ela o ajudou com a organização das dinâmicas das aulas e estiveram juntos em todas as refeições. Mas não houveram mais flertes e nem investidas, de nenhuma das partes. Mas assim era o melhor, o solo da amizade sempre seria mais seguro que o de um romance.

//

Naquela manhã de sexta-feira, Sara acordou mais cedo para correr. Arrumou-se e saiu de seu apartamento, ignorando seu porteiro junto dos olhares desejosos que o mesmo lançava para ela. Aquilo já estava se tornando uma situação ridícula, provavelmente deveria mudar de apartamento, já que a última coisa que precisava era de um lunático tomando conta da sua vida.

Mais ou menos uma hora se passou após sua saída, até que seu estômago lhe alertou que estava no momento de voltar para casa comer alguma coisa, e se arrumar para seu último dia de conferência. No caminho, resolveu entrar em uma pequena lanchonete e comprar algo pronto, já que sua geladeira estava vazia e suas compras só poderiam ser feitas no outro dia.

Entrou e foi logo para a fila fazer seu pedido. Enquanto esperava ser atendida, passou os olhos pelo local de forma distraída, até que teve sua atenção tomada por uma onda azul atrás de um grosso livro em uma mesa mais afastada.

Sorriu imediatamente, talvez muito mais largo do que deveria. O par de olhos atrás do livro também sorriu, tão doce e certeiro que novamente seu estômago pulou. Grissom lhe acenou, chamando-a ao seu encontro. Sara caminhou até ele, quase derrubando uma xícara de café e um prato ao esbarrar em uma mesa no caminho.

— Você está bem?

— Estou – respondeu Sara sem graça pela quase bagunça.

Silêncio.

— Então... Já fez o seu pedido?

— Ainda não – apontou para a fila – ia fazer naquele momento.

— Sente-se, porque não me acompanha?

As palavras foram ditas de forma tão suave que a jovem não conseguiu dizer não. Sentou-se.

— Gosta de esportes? – perguntou Grissom, atendo as roupas que Sara estava usando.

— Sou mais o estilo nerd do que esportista. Mas gosto de longas caminhadas e correr.

— Acho que fazemos uma boa dupla então.

— Também faz o estilo nerd? – Sara riu, apontando para um grosso livro sobre a mesa, com o desenho de um besouro na capa.

— Apreciador de longas caminhadas.  

— Poderíamos marcar uma qualquer dia.

— Se eu não fosse embora amanhã cedo, tenho certeza que sim.

Silêncio.

O garçom veio para pegar o pedido de Sara. Grissom ficou observando os movimentos da mulher a sua frente, com pensamentos soltos sobre voltar a Vegas, caminhadas em um fim de tarde, jantares de última hora.

— Porque não hoje após a aula?

— Desculpe? – Grissom foi tirado de seus pensamentos, notando que a morena lhe encarava divertida.

— Uma caminhada, hoje.

— Oh.

Ele não disse nada realmente, apenas entortou os lábios em um pequeno bico, e pareceu pensar sobre a proposta.

— Ahm... Você já foi até a ponte Golden Gate? Poderíamos ir até lá, dizem que é um dos lugares mais bonitos para caminhar em um fim de tarde – Sara falou em meio à ausência de resposta de Grissom. Talvez aquele convite tenha sido uma bobeira gigante – Mas talvez você prefira descansar...

— Eu adoraria.

— Tem certeza? – se animou.

— Toda.

Sorriram.

Grissom pareceu que iria falar mais alguma coisa, chegou a abrir e fechar a boca umas duas vezes, no entanto, o garçom ao qual Sara havia feito seu pedido minutos antes, chegou.

— Obrigada pela companhia, mas agora preciso ir – levantou-se.

— Até mais tarde.

— Até.

 


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Notas finais do capítulo

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