Love is blue escrita por Lola


Capítulo 17
Capítulo 17 – “A incerteza de tudo / na certeza de nada”


Notas iniciais do capítulo

Alôooooooo
Estamos chegando peeeerttoooooooooo
Estamos quase quase no momento que nosso casal finalmente se une (vulgo/ grissom deixa de ser pangó)

Bora pro capítulo!



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Capítulo 17 – “A incerteza de tudo / na certeza de nada”

 

“dos amores que tive

foi o seu que me fez mais só”

 

O que poderia ser pior do que sentir-se perdido na própria vida? Onde estavam todas as certezas que sustentavam seus dias? Mesmo que tudo finalmente parecesse estar no lugar, nada lhe tirava a sensação de que estava deixando passar alguma coisa. O que havia mudado?

Aquele estava sendo um dia lento e deprimente. Dia de fazer a papelada acumulada. O benefício de dias como aquele era exatamente o de não sobrar muito espaço em sua mente para divagações. Tudo que ele precisava era manter-se concentrado nos milhões de papeis em sua mesa.

— Olá.

Parece que seu momento de concentração seria perdido. Lá estava Sara, entrando em seu escritório.

— Você tem um minuto? – ela sorriu para Grissom, parando de frente sua mesa.

O supervisor noturno retirou os óculos e soltou os papeis que estava analisando – Claro.

— Ainda não tivemos a oportunidade de falar desde a mudança do pessoal – Sara sentou-se de frente para Grissom.

Ele percebeu como seu tom de voz estava suave. Há quanto tempo não conversamos? Ele pensou. Sentindo o peso da mudança de relacionamento entre eles nos últimos meses.

— Eu... Queria que soubesse que disse umas coisas ao Ecklie que se calhar foram ruins para a equipe.

— O Ecklie queria separar a equipe, e conseguiu.

— Ele me perguntou se nós tínhamos falado depois da minha terapia obrigatória.

— E nós não falamos – Grissom meneou a cabeça, reconhecendo que havia falhado.

A verdade era que ele evitou falar com Sara após o incidente com a bebida. Ele sabia que como seu chefe era sua responsabilidade uma avaliação formal de como ela estava. Mas essa conversa significava entrar em contato com sentimentos que ele não sabia lidar.

— Apesar de tudo você nunca deveria ter que encobrir o seu chefe, eu sinto muito.

— Mas você sempre foi mais do que um chefe pra mim – Sara disse com facilidade, olhando Grissom diretamente nos olhos – Por que acha que eu vim para Vegas? – ela conteve um pequeno sorriso, ao notar o olhar de espanto vindo do homem a sua frente.

Aquela era a verdade que tanto a incomodou pelos últimos quase 5 anos. Mas agora ela havia decidido assumir sua responsabilidade e seguir em frente – Sara Sidle não iria passar mais 5 anos esperando o amor de alguém.

— Olha... Eu sei que o nosso relacionamento tem sido complicado. É provavelmente minha culpa... Definitivamente é minha culpa... – Sara disse, buscando amenizar a declaração de segundos antes.

— Você... Acabou o seu aconselhamento, certo? – Grissom disse, sabendo que estava desviando um pouco o assunto.

— Yeah, sim... – Sara confirmou.

— E...

— Digamos apenas que... – Sara o estava encarando, mas Grissom pode perceber que ela estava pensando no que dizer – Algumas vezes... Eu procuro validação em locais inapropriados.

Um breve silêncio se instalou entre eles. Grissom absorvendo as palavras de Sara, sentindo-se cada vez mais perdido e confuso. Ele precisava dizer alguma coisa, certo?

— Olha... – ele desviou o olhar, buscando desesperadamente dentro de si alguma atitude – Vamos... – ele não sabia para onde eles deviam ir. Ele não sabia o que fazer sobre Sara.

A mulher percebeu a dificuldade dele – Está tudo bem. Tudo bem – ela sorriu – Sabe de uma coisa, afinal sempre tivemos a nossa sessão.

Grissom remexeu-se desconfortável em sua cadeira, deixando expor mesmo que rapidamente, como não estava satisfeito com aquela situação.

— Não se esqueça de documentar isso para o Ecklie – sorriu abertamente.

— Certo – ele concordou.

— Obrigada – Sara se levantou, saindo do escritório de Grissom.

Grissom seguiu a mulher com os olhos, vendo-a sumir no corredor. Aquilo havia sido inesperado. Mesmo que ele soubesse dos sentimentos de Sara, vê-la falar sobre eles tão abertamente era assustador. Durante todo o tempo que se conheciam, nunca haviam falado abertamente sobre os sentimentos um do outro. Obviamente, os momentos de maior clareza foram protagonizados por Sara – ela tinha infinitamente mais facilidade de expressar em palavras o que sentia do que ele.

Suspirou, sabendo que toda sua concentração de minutos antes havia se perdido.

O relacionamento deles havia melhorado consideravelmente nos últimos meses. Eles estavam mais profissionais, menos reativos. Grissom percebia que Sara parecia mais centrada, ou pelo o menos, concentrada em alguma coisa que não fosse o relacionamento deles. Mesmo que seu coração tenha falhado uma batida com sua declaração sobre o motivo de vir para Vegas, seu cérebro não o permitia ficar completamente alegre. Por que ele deveria se alegrar? Do que adiantava ela ter sentimentos por ele, se o próprio não estava disposto a retribuí-los?

Grissom passou as mãos pelo rosto de forma impaciente. O assunto Sara Sidle continuava sendo sua maior fonte de perturbação. Seria assim para sempre? Enquanto eles trabalhassem juntos, haveria um momento em que ele poderia ficar confortável ao seu redor? Suas palavras foram claras, ela assumia a responsabilidade pelos problemas que vinham tendo nos últimos tempos – mas ele também percebeu algo além do que ela disse. Ela havia desistido. Finalmente ele sentiu que a mulher que conheceu há quase 7 anos, a mesma jovem de San Francisco alegre e dedicada, não estava mais esperando por ele.

Sara estava diferente. Não fazia muito tempo que ele tinha medo de olhar em seus olhos, pois sabia o que veria lá. Porém, hoje, quando pode ver de perto o rosto da mulher, Grissom percebeu a ausência de algo. Mas a resignação estava presente, e foi tudo que pode encontrar. 

Ele também precisava seguir em frente, certo? Afinal, tudo o que estava acontecendo ia de acordo com o seguro plano de sua vida.

//

Algumas semanas depois

— Parece que você já se enturmou.

— Sério? – Sophia arqueou as sobrancelhas de forma questionadora – Ser próxima de Greg não é exatamente a coisa mais difícil de alcançar.

Grissom deu de ombros. A loira havia aparecido em seu escritório de repente. Aquilo estava se tornando um hábito, ele percebeu. Por várias vezes eles sentiu que ela poderia estar flertando com ele, e isto o deixava levemente incomodado. Não por pensar retribuir os sentimentos, mas por achar absurdo que Sophia acreditasse que ele pudesse retribuir qualquer investida que ela fizesse.  

— Já Sara não é a pessoa mais receptiva nesse laboratório.

Ele encarou a mulher sério e calado, achando o comentário inapropriado. Sara tinha o seu jeito próprio com as pessoas. O fato de não se abrir tão rapidamente não significava não ser receptiva.

Talvez Sophia tenha percebido que entrará em um assunto não permitido, e resolveu não insistir. Deu a volta na mesa de Grissom, ficando ao seu lado. Inclinou seu corpo sobre o do homem.

Grissom congelou na cadeira.

— O que você está sempre fazendo nessa revista – a mulher diz, prestando atenção no pedaço que ele segurava.

— Palavras cruzadas – ele disse em um fôlego só, sem virar seu rosto para encarar Sophia, tendo consciência da proximidade da mulher.

— É sério que você gosta disso? – ela se levanta, saindo de trás de Grissom, voltando para a frente de sua mesa – Bom, não que eu esteja realmente surpresa, faz muito o seu tipo gostar desse tipo de coisa.

— Esse tipo de coisa é ótima para o cérebro – ele disse com um tom nítido de indignação em sua voz.

— Existem muitas coisas que são boas para o cérebro – ela contrapôs.

Grissom faz uma careta, abrindo a boca para contestar, porém no momento que ia fazê-lo, Catherine entrou em seu escritório.

— Grissom, precisamos conversar – ela disse, com as mãos na cintura, o rosto desenhado em contrariedade.

O supervisor noturno estranhou a postura de sua amiga – O que houve?

Catherine olhou para Sophia, em silêncio, esperando que ela entendesse que estava na hora de se retirar.

— Okay, já entendi – disse a detetive – Nos falamos mais tarde, Grissom.

Lançou um pequeno sorriso para o homem, se virou e saiu.

Catherine a seguiu com os olhos, não disfarçando sua impaciência – Você tem mesmo certeza que vai se aventurar nisso? – ela questionou, sentando-se de forma displicente na cadeira a frente de Grissom.

— Me aventurar no que?

— Sophia.

Grissom revirou os olhos, bufando – No que posso te ser realmente útil, Catherine?

— Sara, você precisa dar um jeito nela.

— Desculpe?

— Ela perdeu o controle – disse a loira, fazendo um gesto exagerado com as mãos – Eu sei que vocês são amigos, mas ela passou por cima das minhas ordens enquanto me insultava na frente de todo o laboratório –

— Pare, pode ir devagar... Eu não estou entendo nada do que você está me dizendo – Grissom estava realmente confuso. Do que Catherine estava falando? O que Sara tinha feito?

— Outro caso de violência doméstica. Bom, pelo o menos é o que Sara assumiu – explicou a loira – Eu realmente não sei o que ela tem com esses casos para ficar sempre tão abalada... Eu... Eu entendo que como mulher isso pode realmente incomodar, mas gritar com um superior para provar um ponto que –

— Sara gritou com você?

— Ela foi insubordinada comigo – Catherine disse – Com Ecklie também. Ela foi suspensa.

Grissom não disse nada, apenas tentando processar todas as informações que estava recebendo naquele momento. Ele sempre soube que Sara ficava mais sensível quando se tratava de casos envolvendo violência doméstica, mas ao ponto de ser suspensa? Bom, talvez isso não o surpreendesse tanto, afinal ela já partira pra cima de um suspeito pelos mesmos motivos.

— Eu imagino que você não veio aqui apenas para desabafar – Grissom concluiu por fim, com medo de onde aquela conversa poderia chegar.

— Ele quer que você a demita – Catherine se levantou da cadeira – Ecklie me pediu para avisar que gostaria de todos os papeis na mesa dele no máximo até o fim do turno.

Novamente o silêncio. E Catherine o conhecia bem o suficiente para saber que ele não diria nada. Suas expressões estavam absortas demais para isso.

— Eu sinto muito, Gil.

Sem esperar por resposta, ela se retirou de sua sala.

Grissom ficou imóvel por longos minutos encarando o vazio de seu escritório. Um sentimento de revolta encheu com força o seu peito – mas o que ele poderia fazer? Gritar? Ir até Sara e fazer com que ela dissesse para ele por que de reagir sempre de forma tão explosiva em alguns casos?

Ele estava cansado. Incrivelmente cansado de toda aquela bagunça. Estava mais do que na hora de sair da ilusão de que sua vida estava acontecendo dentro do seu controle. Por que definitivamente tudo o que ele não tinha naquele momento, era o controle das situações. Ela sabia exatamente o que precisava fazer.

Levantou-se e saiu, com a certeza de que a conversa que teria com Sara não seria nada fácil.


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Notas finais do capítulo

Gente, vamos lá... Quando vocês acham que o casal realmente começou alguma coisa? Foi depois da cena o AP da Sara?
Depois da Cena no hospital?
Depois do Sequestro?
tchantchan....
Vamos ver hehehe



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