Arethusa Algea contemplou a vista desastrosa da antiga mansão, caindo aos pedaços. Não tanto pelo tempo que passou abandonada às traças, pois mesmo antes, quando a vampira ali se recolhia para evitar àqueles que insistiam em difamar sua raça, não cuidava muito do lugar. A imortalidade traz infinitas possibilidades de procrastinação. Postergou consertar uma janela por trinta anos, e o teto passou 70 anos pintado pela metade, pois todo dia Arethusa pensava: “Faço amanhã.”

— Vamos viver aqui? – perguntou Isabeau. – Adorei!

— Talvez tenha fantasmas – alertou. Ela riu. – Sem brincadeira, tinha mesmo alguns fantasmas.

— Eu gosto de fantasmas!

— Pragas…

Arethusa odiava fantasmas.