Again - ShigaDabi escrita por Taimatsu Kinjou


Capítulo 2
Um idiota, o frango stalker e um copo de frappuccino


Notas iniciais do capítulo

E aqui está a segunda parte! Eu acabei tendo várias ideias e os comentários de vocês me motivaram muito a escrever essa continuação, então eu agradeço de coração a todos que leram e deixaram comentários!
Também queria me desculpar pela demora. Eu sou horrível em planejar e escrever continuações, mas me esforcei e finalmente consegui!
Eu espero que gostem!



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— Está feito. – diz ao encerrar a ligação, com um suspiro cansado joga o celular sobre a mesa e se recosta na cadeira onde está sentado fechando os olhos com força; as luzes fluorescentes penduradas no teto sobre a sua cabeça fazem sua cabeça latejar.

— Ei, mas cuidado com o celular dos outros! – Keigo repreende ao pegar o aparelho com o mesmo cuidado que usaria para segurar um bebê. Fazendo um show, verifica ele continua inteiro antes de enfiá-lo no bolso interno da jaqueta amarela; onde vai estar longe das garras descuidadas de Dabi.

O moreno não lhe digna uma resposta, pelo menos não verbalmente. Mantendo sua posição se limita a abrir um único olho azul, ergue as sobrancelhas com escárnio e bufar exageradamente deixando os óculos de sol cair e encaixar na ponte do nariz. O que, na sua linguagem corporal, pode muito bem equivaler a um dedo médio ou um simples “foda-se essa merda”, dependendo do contexto. Pena que nem sempre o contexto fica claro e o loiro fica dividido entre rir e se sentir ofendido.

Ele não está interessado em ouvir sobre nada disso, então, não tão sutilmente, enfia os fones nos ouvidos e dá play no seu velho ipod descansando sobre a sua coxa só para ignorá-lo com mais efetividade. A música é baixa e o timbre rouco do vocalista é suficiente para deixa-lo sonolento, mas não ajuda a melhorar a dor de cabeça que continua martelando no seu crânio. Os seus olhos estão ardendo, a boca ainda tem gosto de fel e o estômago está revirando com o cheiro de doces enjoativos no ar.

Porra de ressaca e merda de bebida barata, pensa aborrecido ao cruzar os braços sobre o peito, desejando com todas as forças voltar para casa e ser um completo vagabundo pelo resto do dia. Precisa de uma folga prolongada. Ou de férias.

Infortunadamente, mesmo se sentindo um lixo que foi atropelado, precisou ir para o estúdio e estar apresentável, afinal ele é o chefe e tem seções agendadas que não podem simplesmente desmarcadas porque 1) está sem a joça do seu celular, óbvio; e 2) sem os seus contatos a mão. Por sorte ou azar do destino – isso depende muito do dia e do seu humor – Keigo apareceu no horário de almoço, o arrastou até essa cafeteria chique do outro lado da cidade com uma desculpa meia-boca, tagarelando sobre um frappuccino, e dar uma volta de moto.

Só depois de fazer o seu pedido e pagar por ele é que conseguiu colocar as mãos no celular do idiota pomposo para, enfim, poder falar com o cara dos olhos vermelhos, vulgo Tenko. E, porra, como um celular faz falta na sua vida.

— Ei, você está me escutando? – o loiro cutuca as costelas, ganhando um tapa na mão ofensiva e um olhar azedo, mas isso só faz o sorriso brilhante e irritante crescer naquele rosto detestável. Inferno, ninguém devia ser tão sorridente desse jeito num mundo onde existe ressaca e aquela monstruosidade açucarada que chamam de café.

— O que você quer? Bebe o seu maldito café sem encher o meu saco. – reclama empurrando os fones de ouvido no bolso da calça junto do ipod. Com zero vontade de ter uma interação real com qualquer ser humano, se obriga a encarar o amigo com a sua melhor carranca.

Keigo não se abala com o mau-humor, é tão típico que seria estranho não estar lá durante uma ressaca. Na verdade, se diverte muito com esse temperamento, é puro entretenimento assistir a expressão geralmente estoica e indiferente se transformar desse jeito. E se olhares matassem, tem certeza de que estaria ardendo em chamas agora!

— Não posso mais ter uma conversa com o meu amigo querido? Tem tanta coisa que precisar colocar em dia, assim você me deixa triste, Dabi. – lamenta dramaticamente, terminando com um beicinho forçado.

Por um instante prolongado Dabi o encara em silêncio, os olhos azuis-elétricos se estreitam em fendas pequenas para o efeito intimidador, mas o loiro usa esse tempo para dar uma golada generosa no seu frappuccino e aguarda a explosão com uma tranquilidade velada e um sorriso fino enfeitando o seu rosto. Com os cotovelos na mesa e o queixo descansando sobre as mãos unidas, não precisa esperar muito mais tempo.

— Não. – ele responde tardiamente. – Qual é o plano? Pode começar a abrir o bico.

— Tão desconfiado. – Keigo diz soltando um suspiro paternalista, o que irrita profundamente o moreno. Revirando os olhos dourados ele gira o conteúdo do copo descartável antes de continuar, imperturbável como sempre. – Fontes confiáveis me informaram que Enji-san é um frequentador desta cafeteria e-

— Espera, espera! – o interrompe, uma mão tatuada e adornada com anéis prateados erguida no ar enfatiza a necessidade de uma pausa para processar a informação jogada na mesa. Ele já devia ter desconfiado disso, não é? Nem é uma surpresa. – Fontes confiáveis?

Piscando feito uma coruja, o Takami concorda com um aceno de cabeça sucinto e cruza os braços em silêncio, esperando o amigo elaborar. Tem uma ideia vaga do que vem pela frente, por essa é um assunto tão antigo e desgastado quanto o ipod lamentável que o moreno ainda carrega. E Dabi não decepciona quando abre a boca novamente.

— Ah, sim – começa num tom que pinga sarcasmo. – Você quer dizer aquele pobre rapaz que você contratou para ser o seu assistente, mas o usa para perseguir um cara que está nos seus sonhos molhados de adolescente precoce? – questiona retoricamente, um sorriso irritado estica os seus lábios e faz os seus piercings se destacarem no rosto. Só podia ser essa merda!

— Tokoyami-kun é muito bom no que faz, não quero ouvir você questionando as habilidades do meu assistente! – protesta indignado.

Dabi bufa uma risada áspera e sem humor, se inclina sobre a mesa e estende a mão para o amigo, sua expressão se transforma numa careta séria quando olha profundamente nos olhos dourados. – Me dá o seu celular, preciso fazer uma ligação.

— Pra quem você vai ligar agora? – pergunta, exasperado com a mudança súbita de assunto, pisca confuso e desconfiado, e protetoramente ergue uma mão até o bolso do celular.

— Preciso pedir pra Mirko vir aqui e chutar a sua bunda de novo. Óbvio. – explica batendo a mão estendida sobre o maço de cigarros, quase esquecido, descansando no canto da mesa. – Qual o seu problema, cara? Não vou virar cumplice dessa merda toda.

Agora é a vez do loiro zombar, lhe dar um olhar de desprezo e sorrir. Não vai deixar essa oportunidade escapar tão fácil assim. – Diz o idiota que roubou um celular porque não teve colhões para pedir o número de um cara. Isso é baixo até mesmo para você, Dabi. – acusa apontando um dedo no rosto cheio de piercings.

— Ninguém pediu a sua opinião, Frango. – o tatuado grunhe enquanto puxa um cigarro do maço, leva um deles aos lábios e o acende com o seu isqueiro zippo de confiança; é apenas uma caixinha pequena de metal liso e sem graça, mas que já salvou a sua bunda mais vezes do que consegue contar nos dedos.

— É muita cara de pau sua, ligar para o coitado pedindo para destrocarem os celulares depois do que você fez. – continua, o ignorando completamente com uma graça praticada por anos de uma amizade conturbada, mas firme.

— Você é o maldito stalker de um cara velho, não tem moral nenhuma pra me julgar. – resmunga, soprando fumaça no rosto do loiro irritante; as cinzas ele descarta no copo simples de isopor com os restos tristes do seu café preto.

— Ei, Enji-san não é velho! – Keigo protesta cheio de indignação, os olhos estreitos fitam a figura morena do outro lado da mesa enquanto o seu nariz se enruga com o fedor do cigarro. No entanto, ele não nega ser um stalker, ele superou essa fase faz meses.

Isso diverte o tatuador, que bufa sem esconder a zombaria cintilando nos seus olhos azuis, quase pode imaginar o outro como um frango muito ofendido – peito estufado e asas batendo com raiva – enquanto defende a honra do seu precioso Enji-san. Dabi precisou se controlar para não ter um ataque de risos ali e correr o risco de chamar ainda mais atenção, Puta merda só tenho amigos esquisitos, pensa tragando preguiçosamente. Isso é uma infeliz verdade e ele não sabe por que ainda se surpreende com os absurdos, principalmente de Keigo. E talvez de Jin.

— Ele tem o dobro da sua idade.

— Pelo menos não precisei roubar nenhum celular para descobrir o nome do Enji-san. – conclui, alfinetando num tom ácido que não faz questão de disfarçar. Já discutiram esse assunto milhares de vezes, tanto que virou um assunto recorrente no seu grupo de amigos; esse babaca cheio de alfinetes, a rata de academia surtada e o bipolar. As piadas já não são mais tão divertidas e as provocações estão ficando velhas E, claro, o culpado disso tudo é esse mesmo idiota sentado à sua frente.

— Não é roubo se pretendo devolver.

— Isso ainda é ridículo e lamentável.

— Eu ainda não vi você tentar falar com o seu querido Enji-san.

— Enji-san é minha paixão platônica, você nunca vai entender.

— Já faz 4 anos dessa merda.

Ele o ignora, novamente, sorvendo outro tanto da bebida. – E diferente de você, não saio por aí roubando coisas de quem gosto.

— Sim, porque espionar a vida do cara é muito íntegro. E eu não gosto dele. – concluí franzindo as sobrancelhas.

— Me poupe da sua bunda em negação, quando foi a última vez que se preocupou em descobrir o nome de alguém que você fodeu? – indaga incisivamente, estreitando os olhos com diversão. Grande erro.

O moreno não perde a batida e seus lábios se esticam num sorriso desagradável e cheio de dentes. – Você.

Keigo congela e faz uma careta feia que não combina nada com o seu rosto bonito. – Você é um babaca insuportável. Não sei porque ainda tento ser legal. – geme dramaticamente, como se estivesse sofrendo fisicamente. E realmente, é quase doloroso demais aturar Dabi. – Mas ainda mantenho o meu ponto, você roubou o cara.

Fazendo um show para revirando os olhos, Dabi grunhi entredentes. – Não foi intencional. – pontua passando as mãos pelos cabelos; já está de saco cheio desse assunto dando voltas. Sim, ele cagou a coisa toda e sabe bem disso, mas e daí? Não é como se tivesse sido intencional, inferno!

Quando acordou no meio da noite, as quatro e tantas da manhã, com uma dor de cabeça ingrata e xingando o seu maldito estômago fraco, se deparou com um rapaz de cabelos escuros dormindo profundamente ao seu lado. Sequer reagiu a essa visão e apenas piscou lentamente deixando o seu cérebro sonolento processar as coisas. Não é uma ocorrência incomum acordar com um desconhecido na sua cama.

Se sentou esfregando a cabeça dolorida e estudou com atenção a figura que ressonava baixinho, enquanto esperava a ânsia de vômito passar. Os cabelos escuros cobriam a maior parte do seu rosto, mas conseguiu distinguir uma pequena pintinha perto da boca. Ele é fofo, pensou, com uma vaga lembrança dele na boate.

Quando o viu bebendo sozinho num canto, deslocado e hesitante, achou que ele era muito mais novo e talvez estivesse com medo de ser pego ali, o rosto redondo e os olhos grandes tinham deixado essa dúvida na borda da sua mente eufórica durante todo o tempo em que o observou. Contudo, meia-dúzia de palavras trocadas mais tarde tiraram esse peso da sua consciência. Se é uma mentira ou não, Dabi prefere não pensar nisso quando está de ressaca. Porra, quanto eu bebi dessa vez?

Saindo do quarto caminhou às cegas pelo corredor, e completamente nu – porque foda-se a casa é sua –, até chegar no banheiro, bateu a mão no interruptor e se arrependeu amargamente. Os seus olhos queimaram e a dor de cabeça aumentou em níveis alarmantes. Teve que apagar a luz e torcer para acertar o buraco da privada enquanto aliviava a bexiga cheia; sim, porque tudo o que precisa é ter que limpar a merda do chão mijado depois.

Quando voltou para o quarto, o som de um celular vibrando chamou a sua atenção, franziu a testa e seguiu a luz até ele parar de zumbir e a tela apagar novamente. Com um encolher de ombros desconsiderou aquilo, precisava dormir, porém um impulso – que veio sabe-se lá de que caralhos – o fez pegar o aparelho do chão e enfiá-lo sob o travesseiro antes de cair do seu lado da cama e voltar a dormir feito uma pedra.

Depois disso só se lembra de acordar com o som de uma respiração alta e ofegante do seu lado, seguida de uma agitação na cama e passos andando de um lado para o outro no quarto. Até se levantou para falar com o desconhecido, mas aqueles olhos vermelhos o encarando de volta e aqueles lábios mordidos distraíram a sua mente nublada e só o deixou ir embora sem mais nenhuma palavra.

Mais tarde, depois de uma caneca grande de café extraforte, com a mente limpa e com a habilidade de pensar restaurada, é que se deu conta do que tinha feito. Num primeiro momento só conseguiu xingar a bebida, a ressaca e sua estupidez. Quando se acalmou, depois de queimar os seus últimos 3 cigarros, foi para o estúdio. Ia lidar com isso depois de organizar a sala para o primeiro cliente. E então, Keigo apareceu, com o seu celular e um infeliz plano de stalkear um viúvo de meia-idade.

— Se ele descobrir, eu vou rir da sua cara. – o seu amigo loiro avisou, com um sorrisinho de canto que prometia desastres.

— Ele não vai descobrir se você manter esse bico de galinha fechado. – ele retruca entredentes, antes de chupar uma tragada do cigarro; a fumaça desce quente pela garganta e a nicotina faz maravilhas para os seus nervos.

É nesse instante que uma garota de aparência comum – baixa, cabelos e olhos castanhos –, usando o uniforme do lugar, se aproximou da mesa deles com uma expressão incerta e um sorriso amarelo. – Hun, senhor, é proibido fumar aqui. – ela informa, indicando a placa da área não fumante.

Dabi olha para Keigo, que está sorrindo brilhantemente descansando os braços sobre a mesa, então entende que o idiota sabia disso o tempo todo. Grunhindo entredentes ele joga a guimba do cigarro dentro do copo descartável e se levanta, arrastando a cadeira com um ruído alto para o efeito.

— Vou lá fora. – informa, marchando até a porta enquanto ignora as desculpas que a galinha idiota dá a garota pelo amigo mal-educado. É um babaca mesmo, pensa irritado batendo a ponta do coturno na calçada.

♫•*¨*•.¸¸♪

Encostado na sua moto, uma Boulevard M1500 vermelho-queimado, Dabi acende um novo cigarro antes de empurrar o maço meio amassado e o isqueiro no fundo do bolso. Nisso, os seus dedos tocam o celular que não é seu e por um instante de curiosidade ele o puxa para dar uma boa olhada no aparelho. Não tinha dado tanta importância a ele depois de perceber a troca.

O estudou, virou de um lado para o outro reparando que não é um modelo novo. A capinha é simples e toda preta, de um material emborrachado, mas está desgastada nas bordas, o que pode indicar que o seu dono a) não tem cuidado com o aparelho, ou b) é muito desastrado. Esse pensamento faz um pequeno sorriso puxar os cantos dos seus lábios, isso se encaixa bem na figura magrela e desajeitada do rapaz.

Tenko, hein, soa agradável, pondera prendendo o cigarro entre os lábios e se entretém tentando acertar o padrão de desbloqueio.

Se sentiu muito satisfeito quando descobriu o nome do rapaz arrisco dos olhos vermelhos, isso fez algo vibrar na boca do seu estômago, algo que não tem nada a ver com o mal-estar da ressaca. Talvez por causa da curiosidade que o corroeu desde que saiu da cama naquela manhã e viu a merda feita.

Vinha tentando lembrar o nome dele, mas sem sucesso e isso o incomodou até se dar por derrotado e largar de mão. E, bem, não precisou forçar muito o cérebro para ligar os pontos, nenhum deles se preocupou com esses detalhes na noite passada. Ou isso, ou a sua amnésia alcoólica é bem seletiva, porque se recorda de todo o resto. Quase todo na verdade. O caminho do Black Mist até o seu apartamento ainda é um mistério.

Esfregando a nuca solta um gemido exasperado apertando o aparelho na mão, só quer entender de onde surgiu essa bosta de impulso de pegar o celular e escondê-lo. Certo, estava morrendo de sono e pode ter confundido na inocência, mas porra, o seu celular é fosforescente! Não tem como se embaralhar entre eles.

Também não costuma fazer esse tipo de coisa para chamar a atenção de alguém que já levou pra cama, detesta rodeios e gosta de pensar que é um cara direto. É só que algo naqueles olhos vermelhos fez alguns fios do seu cérebro fritar. O álcool no seu sistema também teve grande influência em toda a equação desastrosa.

Claro, olhos vermelhos não são tão comuns assim, mas não acha que só isso é suficiente pra fazê-lo agir igual a um babaca que quer chamar a atenção. Pode ser a cor bem próxima do vermelho-sangue ou a intensidade com que Tenko o olhou de volta na boate. E, porra, se aquele olhar não lhe deu um tesão.

Ainda assim, não podia ter perguntado o nome dele como uma pessoa normal? Tudo seria tão mais fácil, mas tem que complicar tudo! Pode culpar a bebida pelo resto da sua existência, ou sua capacidade única de foder com tudo, mas não tem como justificar essa situação sem parecer um idiota. Isso deixa um gosto ruim na boca, mas, bem, o mau já está feito e não tem como voltar atrás.

Agora a única opção possível é encontrar com o moreno novamente e desfazer a troca dos aparelhos. E, quem sabe, terem uma conversa adequada. De preferência sobreo.

Soprando a fumaça para o alto, Dabi apaga o resto do cigarro na sola do coturno e se empurra para longe da moto, endireitando o corpo e a jaqueta. Está prestes a entrar na cafeteria e arrastar Keigo para irem embora desse lugar, quando o celular de Tenko começa a tocar no bolso. Sem pensar atende, esquecendo que não é o seu.

— Alô-

— TENKO, VOCÊ ESTÁ BEM? EU FIQUEI TÃO PREOCUPADA QUE VOCÊ NÃO DEU SINAL DE VIDA E-

— Você pode parar de gritar? – resmunga com uma careta afastando o aparelho da orelha, Eu não precisava mesmo daquele tímpano, pensa sarcasticamente. Na tela o nome Himiko se destaca.

Há um momento de silencio dos dois lados, que o deixa na dúvida se a ligação caiu ou se a pessoa do outro lado se tornou magicamente muda de repente, considerando os berros não ficaria surpreso se ela perdesse a voz de verdade. Mas isso só dura um curto período de tempo, só até escutar uma respiração alta e agitada seguido de um baque alto.

— Quem é você e o que está fazendo com o celular do Tenko? – a garota pergunta, o comportamento completamente diferente agora, agressiva. Uou, que porra é essa?

— Me chamo Dabi. Tenko esqueceu o celular no meu apartamento.

— Oh, você é o cara da noite passada? Cabelo preto e vários piercings?

— Sim, acho que esse sou eu. – responde com um sorriso de lado.

— Você vai devolver o celular para ele? – a pergunta é hesitante e cuidadosa. Ele quase se sente ofendido.

— Você acha que sou algum tipo de ladrão?

— Não sei, você me diz.

Ele bufa. – Marcamos de nos encontrar mais tarde.

Um grito agudo estoura do outro lado, e se ele não ficou surdo antes provavelmente ficaria agora. Franzindo o nariz numa careta olha para a tela brilhante se perguntando se ela é louca ou algo do tipo; e qual o problema de garotas e sua falta de controle vocal?

— Isso é ótimo! Seja legal com o Tenko ou vou te esfaquear. Preciso desligar agora, foi bom falar com você, Dabi! – ela diz num fôlego só e desliga sem nem esperar por uma resposta.

Piscando confuso para o aparelho, agora silencioso, ele balança a cabeça e dá de ombros sem entender muito bem o que diabos acabou de acontecer. Garota estranha, é tudo o que consegue concluir antes de caminhar até a mesa onde Keigo continua sentado com um novo copo de frappuccino e uma expressão apaixonada no rosto estúpido. Há três mesas de distância ele pode ver um homem alto e ruivo.


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Notas finais do capítulo

Então, o que acharam??
Não sei se ficou tão bom quanto o primeiro capítulo, mas confesso que gostei bastante. Fiquei meio na dúvida se eu adicionava um capítulo do ponto e vista do Dabi e se colocava o Keigo ou o Geten aqui, porque dependendo de quem eu escolhesse seria um cenário totalmente diferente. Esse foi um dos motivos pra eu demorar tanto pra atualizar.
Queria aproveitar pra esclarecer que o Dabi NÃO é um Todoroki nesta fic e não tem relação nenhuma com o Enji.
Também vou deixar avisado que este capítulo pode ter algumas mudanças em algum momento no futuro. Às vezes me dá a louca de reescrever as coisas, então já estão avisados.
E já vou adiantar que tenho metade do terceiro capítulo escrito, então, cruzem os dedos e torçam que ele sai logo~
~Kissus da Taimatsu~



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