Sons of Hunt escrita por Scar Lynus


Capítulo 8
Capitulo 8


Notas iniciais do capítulo

mais um



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[Mansão Sul – três semanas após a ultima batalha]

 

 

— Quais os nossos inimigos? – Harry perguntou em frente ao quadro branco.

 

— Draugr, Wolven, Serpentes e Gigantes. – Respondeu Andromeda de imediato. Ela estava se esforçando para aprender toda a teoria rapidamente enquanto seu avanço em combate estava indo devagar. Andromeda não teve também um tempo demorado de adaptação, apenas o suficiente para Harry constatar que não haviam realizado nenhuma cerimonia ou tentativa de oferenda com ela.

 

— Errado! Nossos inimigos são qualquer um que ameace nosso mundo e todos os outros nove! Esses quatro tipos são apenas os mais corriqueiros. – Harry explicou desenhando um exercito de monstros. – Tânia qual o mineral que afeta todos os seres vivos não naturais da terra? E por que?

 

— Prata! A prata está presente em todos os nove reinos e suas propriedades são as mesmas, incluindo a mais importante que é a eliminação de bactérias, por isso em cada mundo um ser que não é nativo é contado como uma bactéria dentro dele. A prata age como o remédio para elimina-los caso sejam hostis.

 

— Correto! Adorei a sua analogia. Precisamente a prata e suas propriedades podem ser mortais a todos os seres vivos não naturais de um mundo, então sempre estejam preparados! E pode perguntar. – Harry se dirigiu a Andromeda que havia levantado a mão.

 

— Mas em qual nível de mortalidade? Seriam fortes ao ponto de que em determinado mundo se um de nós tocasse nela, iriamos nos queimar ou talvez ficar mais fracos?

 

— Pense que cada mundo como um ser vivo. Quando um corpo estranho entra em um ser vivo o organismo envia seus anticorpos para se defender. Em todos os mundos a prata é a mesma coisa, um mineral precioso e com inúmeras propriedades, mas, a reação que ela causa em cada ser vivo é diferente dependendo do mundo que você veio e para qual mundo você foi. Por esse motivo nossas armas são de prata e nós trabalhamos quase que somente em nosso mundo natal.

 

— Funciona como uma kryptonita? – Ela perguntou.

 

— O princípio é mais ou menos esse. – Harry confirmou.
  – Quais são as habilidades em comum que todos os caçadores compartilham?

 

— Cozinhar, esquiar, cura e linguística. – Tânia estava afiada nas respostas.

 

— Acertou. Todos nós possuímos essas habilidades dentro de nós, é algo que vem programado em nossa existência como caçadores desde a primeira geração. Pelo visto herdamos mais que apenas a missão e as marcas do Deus da Caça. – Harry disse sorrindo. 

 

Nessa hora seu celular tocou e a cara que ele fez ao ver quem era foi de puro desconforto.

 

— Chega por hoje meninas. Podem fazer o que acharem mais interessante. – Com isso ele entrou no escritório batendo a porta.

 

 

— Ele tem algum motivo especial para fazer isso? – Andromeda perguntou baixo para Tânia assim que o mais velho saiu.

 

 

— Pela cara eu tenho uma aposta. – Foi o comentário de Tânia. – SADJENZA! A outra mestra de caçadores. – A loira explicou para Andromeda. A dupla rapidamente se colocou contra a porta do escritório tentando encontrar algumas informações.

 

Elas não esperavam ouvir muito, mas, pelos sons sabiam que ele estava andando de um lado par o outro no pequeno cômodo e bem rápido, seus passos estavam fortes enquanto ele suspirava ou grunhia com frequência.

 

— Sério então eram três ao invés de dois... Tudo bem... Como assim você já ensinou isso pra eles?  – Houve uma pausa nas falas dele.
    — O guardião estava de acordo com isso? Eu não posso acreditar...
    – Como assim um prazo?... O guardião está a muito tempo na função, a cabeça dele está nas nuvens! – Escutaram um barulho alto, ele havia se sentado jogando todo o peso do corpo na cadeira.
   – Sadjenza já falamos sobre isso. Só falta mais um, depois deste nós vamos resolver esse problema e tchau. – Tinham certeza que a voz do mentor estava tremendo durante a despedida.

 

Elas saíram de perto da porta o mais rápido possível assim que ele desligou. Não haviam feito isso por um ato de infantilidade ou fofoca, mas Harry falava muito pouco a respeito da outra mansão e menos ainda sobre Sadjenza.
    Poxa eles eram caçadores também, eles gostariam de saber mais uns sobre os outros, ver o nível em que estavam, quais suas armas, o próprio Max comentou que esperava conhecer outros caçadores visto que ele era uma minoria entre os discípulos e seria legal não ser o único cara fora o mentor. Harry ficou encarando as duas sentados no sofá.

 

— Vocês ouviram não foi? – Seu semblante demonstrava desistência de tentar esconder alguma coisa.

 

— É tão errado assim querermos saber sobre os outros caçadores? – Andromeda perguntou inocentemente. Afinal qual seria o problema? Ela era a mais leiga da casa e ainda sim sabia tanto quanto o trio que a resgatou.

 

— Na verdade não há problema nenhum em contar algumas coisas que acabei de descobrir também. – Harry puxou uma cadeira sentando de frente para o grupo. – Sadjenza não tinha só dois discípulos como eu planejava. Ela tem três e provavelmente está treinando o grupo dela com afinco, ela deu para eles joias de obsidiana. Algum de vocês leu sobre elas nos livros? – Foi quase uma pergunta retorica, sua única aluna interessada em leitura estava fora e a novata acabou de iniciar com o livro, estaria longe de saber o que aquilo iria significar. – São joias que nós teríamos de usar caso fossemos receber a visita de um Aesir ou Vanir. São feitas da pedra obsidiana pura, ela tem fama de “purificadora” o que está meio certo já que ela iria disfarçar a aura do caçador o tornando invisível aos outros nós chamamos de “joia do equilíbrio”. – Respondeu o mentor para ambas e ilustrou tudo no quadro.
     – Era por isso que eu não podia senti-los, logo, não tenho como saber em qual nível eles estão. – Harry levou as mãos as têmporas.

 

— Então você está nervoso por não saber se eles ou nós estamos mais aptos para a respectiva função? – Tânia perguntou visivelmente irritada. Eles davam duro todos os dias naquela mansão ou fora dela, não seria nada agradável descobrir que foram passados para trás.

 

— E só resta um caçador para despertar e por acaso a arma dele já o escolheu o que acaba impossibilitando Sadjenza de participar das caças como eu estou fazendo para dar apoio a vocês. – Ele suspirou terminando a frase e se recostou. – Eu sou o ultimo caçador da velha geração que ainda tem uma arma, ou seja, eu sou também o único mestre que tem autorização de passar ensinamentos. O guardião foi embora, mas antes deu pra eles e para nós um prazo de no máximo dois meses para deixar as frescuras de lado e juntar as mansões pois uma hora tempestuosa se aproxima.

 

O silencio pairou no cômodo, uma conversa entre foi o suficiente para deixar Harry claramente exausto e preocupado, aquele nível de responsabilidade era alto, ele podia lidar com aquilo, mas, ainda sim ele era humano e o medo do fracasso assola até mesmo o mais talentoso ou a mais confiante. A única certeza que o Mentor dos jovens tinha era que agora precisava descansar e pensar bastante.
Tornou a falar para as duas irem fazer o que achassem mais interessante pelo resto do dia enquanto ele estaria analisando alguns assuntos.

 

— Acabei me esquecendo de Sofia e Max. Quando voltarem peçam para eles virem falar comigo por favor. – Harry pediu antes das jovens irem para a ala de treino.

 

 

[Ala de treino. – Tânia e Andromeda]

 

 

 

— Eai o que exatamente significa tudo que ele explicou? – Andromeda perguntou para Tânia que boiava na piscina enquanto a morena apenas balançava os pés dentro da água.

 

— Bom... Eu não sei muito, mas, parece que antes de nós começarmos a nos manifestar Harry e Sadjenza eram os únicos caçadores aqui e pelo visto tiveram uma briga feia. Tão feia que o guardião a mandou para a Mansão do Norte. Eles têm muitas divergências quanto aos métodos de treino que devem usar conosco. – Tânia explicou parada ao lado da morena segurando na borda da piscina já que a mesma não dava pé para ela. - Não vai entrar?

 

— Não planejo. Ainda quero ler mais um pouco naquele livro, preciso aprender mais e não falhar tanto nas respostas. – Respondeu a Morena balançando os cabelos curtos.

 

— Chaatooo! – Reclamou Tânia. – Isso é trabalho da Sofia. Você tem que focar no seu treinamento agora, depois encontrar uma função chata.

 

— Ah desculpe. Não sabia que tinha um sistema a seguir. – Andromeda disse e deitou na borda da piscina. – Onde eles foram afinal? Não vi Sofia o dia todo e o Max saiu agora de tarde sem falar nada.

 

— Sofia não largou o emprego quando veio pra cá, ela faz o turno da manhã no hospital e as vezes, raras vezes ela chega mais tarde já que também ajuda os paramédicos. Max a busca sempre já que ela perdeu o carro no incidente do primeiro contato dela e acho que depois de buscar ela eles iam fazer as compras. – Tânia juntava os dedos enquanto falava de ambos.

 

— Sei... Compras... – Ambas caíram na risada com esse comentário até Tânia Puxar Andromeda para a piscina.

 

 

 

[Hospital St. Thomas – Sofia]

 

 

 

Fora uma manhã agitada, assim que trocou de roupa Sofia foi puxada direto para sala, três crianças vitimas de um acidente de carro, a mãe em estado grave junto com uma delas e as outras duas com machucados mais leves, o pai não havia resistido e morreu a caminho do hospital.
Um homem bêbado as seis horas da manhã estava em alta velocidade quando colidiu contra a lateral do carro da família que tinham decidido sair mais cedo de casa para uma viagem. Uma das crianças ainda segurava uma foto da praia quando foi levada para o hospital, nove horas a fio, duas equipes inteiras focadas em salvar a mãe e a criança, passava das quinze horas quando conseguiram dar por finalizadas ambas as cirurgias, a mãe estava estabilizada e ficaria bem após muito descanso, muito repouso, muitos gessos e pontos. O mesmo infelizmente não seria dito da criança que mesmo com os esforços totais das equipes não voltaria a andar, a vida dela estava salva, mas um preço teve de ser pago.
Sofia detestava essa parte do seu trabalho, mesmo que seu trabalho fosse salvar vidas isso não significava que conseguiria salvar todas. Ela ficou sentada na sala de descanso mais um pouco, sua cabeça encostada no armário, ela refletia como isso tudo ainda a afetava mesmo que estivesse mais distante.
— Não quero pensar mais sobre isso. – Murmurou para si mesma antes de se trocar e sair.

 

Da entrada do hospital ela já podia ver o carro de Max parado na esquina, o 1968 Pontiac Firebird azul dele se destacava fácil entre a maioria dos carros. Antes que pudesse caminhar até ele foi interrompida por alguém segurando seu braço.

 

— Sofia! – Marta estava do seu lado. – Faz um tempinho que não te vejo menina. Mudou de turno, diminuiu suas horas extras. O que é que está acontecendo? Precisamos por o papo em dia menina! – Como sempre Marta era muito mais empolgada e feliz que a maioria das pessoas da sua idade, Sofia não tinha como dispensa-la rapidamente, então resolveu ceder uns minutos para a senhora.

 

— Marta! Realmente já faz um tempo. Ai depois daquele acidente tanta coisa aconteceu, foram mudanças rápidas na minha vida, mal tive tempo pra me dedicar a outras coisas. – Tecnicamente nada que Sofia dissera era mentira. Ela apenas evitou entrar em detalhes quanto a certos acontecimentos. – Resolvi seguir alguns conselhos seus também, sair mais durante a noite e conhecer pessoas novas! Até me mudei.

 

— Isso é bem radical vindo de você mocinha. Já sei – A senhora tinha um sorriso malicioso. – Arrumou um namorado bonitão né!?

 

— Não. Não arrumei um namorado bonitão. – Sofia riu explicando para a senhora. – Ao menos não ainda, mas, prometo te contar caso alguma coisa assim aconteça.

 

— Se você estiver mentindo pra mim mocinha! – O olhar inquisidor da mais velha parecia enxergar através de Sofia. Piorando a situação Max aproximou o carro parando em frente a entrada e com o vidro aberto, olhando direto pra ambas.

 

— Sofia? – Ele perguntou ainda meio em duvida sobre o que deveria dizer. Os pontos principais a serem notados eram a cara de vergonha de Sofia e o sorriso vencedor da senhora ao lado dela.

 

— Entendi... Bom então depois me conte tudo! – Disse a senhora abraçando Sofia e entrando no hospital.

 

A loira passou dois longos segundos parada antes de caminhar para o lado do carona ficando em silêncio por um pedaço do trajeto deixando o ambiente desconfortável.

 

— É... Sofia? – Max tentava sem sucesso fazer a mulher conversar. – Sofia?

 

— Você tinha que vir com o carro me pegar na porta do meu trabalho bem naquela hora?!! – Ela estava mais reclamando do que perguntando, o que deixou Max na defensiva. – Você não sabe a inquisição que vai ser quando eu vier amanhã e começarem a perguntar como doidas quem é você, se tenho namorado, se você é solteiro, por que não contei nada... Vai ser um terror e uma invasão de privacidade!

 

— Desculpa? – Parecia logico se desculpar naquele momento, mesmo que fosse um pedido que para Max não tinha sentido. Ela não respondeu até estacionarem no estacionamento do subsolo do mercado.

 

— Pelo menos tem uma lista de compras? – Questionou a loira e ele puxou uma pequena folha do bolso.

 

— Sempre preparado! – O sorriso bonito dele de novo, ninguém poderia ficar irritado com Max por mais de dez minutos enquanto ele fosse um amor de pessoa.

 

— Perfeito! Vamos pegar um carrinho e... – Sofia não pode terminar sua frase.

 

 

[Estacionamento subterrâneo do mercado – Toda a equipe três horas depois do ocorrido]

 

 

— EI! MAX! GAROTO!! – Harry gritou varias vezes contra o rosto do loiro após tirar o mesmo do chão o encostando em seu carro.

 

— Deixa comigo! – Tânia falou antes de estapear o garoto que já estava acordando.

 

— Chega! – Harry segurou a mão dela. – Max... O que aconteceu? – O loiro ainda estava desorientado, mas percebendo a pergunta do mentor ele soube. Havia perdido a luta, foram derrotados ele e...

 

— Sofia! Cadê ela? – Max tentou se levantar, mas suas pernas doíam e suas costas estavam ardendo. Só então percebeu que havia sangue em suas roupas e estava saindo de suas costas. – Harry cadê a Sofia? – Perguntou preocupado.

 

— É exatamente o que precisamos descobrir garoto! Mas antes você vai pra casa, vamos consertar você!

 

As garotas ajudaram a cobrir Max e coloca-lo no banco de trás do carro que agora tinha um belo amassado em uma das portas e uma marca de arranhado. Harry tirou uns minutos para analisar toda a cena minuciosamente. Sangue, mais do que o normal, uma caçadora foi levada, mas deixaram o outro, muitas marcas de cortes, sejam eles de garras ou armas. Ele conhecia esse padrão.

 

— Malditas bruxas. – Disse antes de ir para o seu carro e seguir os outros.


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Notas finais do capítulo

Eai pessoal? preciso desse feedback hein kkkk duvidas que eu achar interessantes e livre de spoiler eu irei responder.
até mais