Sons of Hunt escrita por Scar Lynus


Capítulo 24
Capitulo 24


Notas iniciais do capítulo

Estou de volta finalmente. E agradeço a espera.



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[Caçadores – Docas do Leste]

 

 

O grupo de jovens estava enfrentando uma “invasão” pela quarta vez na mesma semana. Era incomum tantos ataques seguidos, mas, faz parte do trabalho, logo, eles não tinham tantas opções disponíveis.
Os inimigos usuais, grupos de oito ou mais Draugrs variados e nada complicados de matar. Quatro já haviam sido ceifados e os restantes tentavam combater o coordenado grupo de caçadores sem muito sucesso.
Max, Andromeda e Samuel estavam mantendo as criaturas juntas, usando o peso do machado, o líder se mantinha entre eles e o portão, forçando-os para o canto e Samuel usava os martelos para impedir  que os mesmos revidassem ao machucar cotovelos e pernas, Andromeda estava focada em ferir os mesmos com cortes minuciosos a fim de exaurir as forças deles.

— Precisam de ajuda aí? – Tânia perguntou pelo comunicador. A garota estava sobre um container metálico e tinha uma excelente visão da cena.

— Se for possível botar fogo neles. – Max respondeu no momento em que ele e Samuel “empurraram” os três inimigos para a parede, em seguida saltaram para fora do alcance das chamas causadas pela flecha. – Que tal esperar estarmos um pouquinho mais longe na próxima? – Ele brincou olhando para cima.

— Veremos. – Ela respondeu e mudou de foco.

— Os outros estão com problemas? – Andromeda perguntou.

— É um lutador. Se quiserem correr lá...

— Estamos a caminho. – Samuel respondeu enquanto ele e Max avançavam pelo labirinto de metal.

Os outros três enfrentavam um Draugr lutador, do tipo que nunca vem armado, mas, é uma máquina de combate que não se importa com ferimentos.

— Como ele ainda está de pé? – Jade questionou. Ele tinha um número razoável de facas nas costas, vários cortes no corpo, tanto das garras de Zack quanto dos Chakrams dela.

— Esse bosta é praticamente um Berseker – Zack respondeu. – Não vai ser fácil derrubar um desses... – O moreno desviou de uma investida do inimigo. – Contudo, não é impossível. – Zack estava analisando a reação da criatura nos últimos ataques, tentando encontrar falhas ou aberturas entre movimentos. – Esperem o meu sinal!

— Mas, qual vai ser o... – O moreno correu de frente para a criatura. – Sinal... – A jovem apenas esperou que o momento fosse bem visível.

Zack estava agindo de isca nessa estratégia, o lutador não era inteligente, ou seja, é vulnerável a manipulação, seus punhos quase atingiam o predador por diversas vezes, contudo, em sua melhor chance de acerto, a mão esquerda do Draugr foi cortada por um dos discos de Jade que sorria satisfeita. Sofia disparou duas de suas facas diretamente no alvo, Zack havia encontrado aquele ponto tremulo na perna da criatura durante as investidas, provavelmente deveria estar relacionado a forma que o mesmo morreu. O lutador se ajoelhou ao ser atingido pelas facas e o moreno aproveitou essa hora para separar o corpo da cabeça.

— E eu continuo com a maior contagem! – Zack comemorou já que havia eliminado três inimigos essa noite.

— Conte de novo. – Tânia se comunicou. – Eu matei um e acabei de eliminar mais três!

— Estamos falando da semana! – Reclamou o moreno. – E você nem desceu pra briga!

— Talvez porque ela precise lutar a distância? – Samuel respondeu enquanto o outro grupo chegava.

— E lá vem o príncipe para defende-la. – Jade debochou se jogando nos braços de Zack. – “Oh Samuel salve-me!”

— “Nada tema minha dama! Eu irei defende-la desses difamadores!” – Zack imitou uma voz mais grossa para provocar o irmão.

— Vocês têm o que? Cinco? – Andromeda questionou encarando a cena.

— Cinco estrelas na vida por sermos incríveis! – A dupla respondeu rapidamente enquanto faziam o número cinco com a mão, caindo na risada em seguida.

— Se já terminaram... – Harry vinha ao encontro deles. – Limpem tudo antes de voltarmos. – Pediu o mentor.

Harry e os outros dois mentores estavam muito preocupados nesses últimos dias, eram muitos eventos com pequenos intervalos de tempo, eventos desconexos demais, aleatórios... Eles haviam discutido e até montado uma linha de raciocínio, entretanto, nada deixava a situação mais clara para o trio.
E como se isso não fosse o suficiente, o clima na mansão estava meio abalado, os jovens caçadores haviam tomado o lado de Zack em toda a história e por hora os sete estavam respondendo melhor apenas para Harry que também explicou seu lado para o grupo após a confusão inicial.
O grupo não demorou pra limpar tudo, era um processo bem simples de juntar tudo, queimar tudo, verificar de novo e garantir que qualquer evidencia de vida dos outros mundos não estava mais ali.
A volta pra casa seria tranquila, todo o grupo estava no jipe de Harry, Max estava no banco do carona junto ao mais velho. Silencio total na cabine de trás, com exceção de uma outra vez que alguém fazia uma pergunta.

 

 

[Sadjenza e Tom – Mansão dos Caçadores]

 

 

— Foi a quarta vez na semana Tom! É impossível que ninguém tenha te dado alguma informação. – Ela reclamava da falta de eficiência dos contatos do mesmo.

— Infelizmente eles não são robôs ou drones caçadores de informação Sad. – Ironizou ele. – Nós já sabemos que há um grupo atrás dos caçadores, só não temos nomes ainda.

— São as vidas dos jovens em jogo Tom! Não dá pra pisar no freio durante essa busca.

— Da sim! – Ele se sentou. – Temos muitas responsabilidades e com o guardião transitando entre os nove reinos a meses...

— Seria excelente se ele aparecesse. – Sadjenza concordou. A dupla logo viu o grupo atravessar o corredor conversando e por último Harry que entrou na sala.

— Eai alguma nova descoberta? – As esperanças dele caíram por terra ao ver as expressões alheias.

— Infelizmente ainda estamos dando voltas. – Tom respondeu. – Como eles foram?

— Muito bem como sempre. Eles estão ficando acostumados a caçar e matar os Draugr. Eu não cheguei nem perto do combate. – Harry admitiu se sentando. – Eles até rastrearam sozinhos... Me sinto tão... Tão...

— Desnecessário? – Sadjenza perguntou e o mesmo confirmou. – Bom, isso era esperado não? Estamos treinando-os para serem mais independentes.

— Eu entendo, mas, eles estão rápidos demais. – Harry comentou. – Acho que ter uma ligação em comum os ajudou no treinamento.

— Infelizmente a ligação foi ficarem ariscos. – Tom lembrou. – Mas, estou feliz que estão se comportando de forma mais madura. O tempo vai resolver as coisas.

— Você ta parecendo um livro de autoajuda. – Debochou Sadjenza. – Vou deixar vocês dois sozinhos na pesquisa. – Ela falou saindo do escritório.

— Ela vai? – Tom questionou Harry.

— Eu acho que sim. – Respondeu.

...

Zack estava na biblioteca, havia um grande sofá no qual estava sentado, na mesa do outro lado do cômodo Sofia estava ajudando Senna com a leitura e interpretação.
O moreno estava investigando por conta própria a sucessão de ataques e aparições, nada era por acaso e definitivamente ele esperava encontrar uma resposta no livro dos caçadores. Zack estava tão imerso em sua leitura que não notou a presença da mãe até ser tarde demais.

— O que está... O livro dos caçadores! – Ela mesma completou ao ver a capa.

— Bingo. – Ele respondeu sem parar de ler. O contato deles havia sido mínimo nos últimos nove dias.

— O que está procurando? – Ela questionou.

— Conexões nos ataques. Tentando descobrir quem ou por que, de onde são, se podemos enfrenta-los...

— Harry falou que vocês estão melhores. – Ela comentou.

— Treinamos pra isso, não é?! – Respondeu seco.

— Acho que já está na hora de parar com essa birra infantil! – Ela falou aumentando o tom. – Você ficou bravo, eu entendo e a culpa é minha, mas, você já está bem crescido e não é hora de agir assim!

— Vinte e três anos mãe! – Ele respondeu. – Foram vinte e três anos da minha vida... Vamos considerar uns dezoito e supor que não era importante antes dos cinco.

— Eu sei o que vai dizer e acredite eu só fiz o que achava melhor.

— Mas, por que o melhor era esconder isso de mim? – perguntou o rapaz. – Você odeia mentiras e segredos!

— E é exatamente porque eu tinha um tão grande que eu não queria que você tivesse algum. – Explicou a mulher. – Tom também não estava feliz com essa situação, mas, antes isso do que deixar o que restava da família por perto se destruir!

— Pode usar o que quiser pra justificar mãe..., mas, eu ainda preciso de um tempo. – Ele se levantou e deixou o livro no sofá. – Não tem nada muito útil nesse livro. Ele então se juntou a Sofia e Senna.

— Engodo não tem acento. – Sofia explicava para a pequena que ia corrigindo as palavras mais complicadas.

— Engodo... – Sadjenza repetiu a palavra refletindo. – Chamariz...

Ela saiu com pressa da biblioteca, rapidamente retornando ao escritório junto aos outros dois mentores que ainda estavam lendo, cada um com três livros ao mesmo tempo.

— Tenho uma ideia! – Ela falou retirando as coisas da mesa, em seguida colocou o mapa na mesma. – Tem planos que pegamos de um esconderijo das bruxas no armário Tom! – Ela pediu e o mesmo foi rápido em reunir tudo. – Não estávamos achando um padrão de ataques certo?

— Certo... – Harry não sabia bem o que responder.

— É porque o padrão não estava nos ataques! – Ela então começou a marcar a lista dos mesmos no mapa. – O que veem?

— Marcas de locais aleatórios pela cidade, eles nem tem conexão uns com os outros. – Tom falou o obvio.

— É exatamente o objetivo deles! Os ataques eram iscas, um chamariz para nossa atenção! – A mulher então traçou linhas retas de cada ponto de ataque até as bordas. – RETNEC ELBISIVNI EHT LAEVER! – A mulher conjurou a magia e as linha brilharam antes de se formar um círculo sobre uma área bem especifica.

— Isso deveria ser uma fábrica de peças metálicas. – Harry constatou pela localização.

— É fachada! Eles estão aí e os ataques recorrentes de inimigos mais fracos... – Sadjenza iniciou a explicação.

— Foram para desviar nossa atenção! – Não iriamos olhar para o outro lado da cidade enquanto houvesse um inimigo do lado de cá. – Tom deduziu. – Vamos prepara-los?

— É claro que vamos! – Harry falou empolgado. – Por favor seja um gigante!

— Quer se quebrar de novo? – Sadjenza perguntou irônica.

— Eu quero que eles sejam maiores que nós apenas! – Defendeu-se.

— Eu só quero que fiquem vivos! – Tom respondeu.

Não teve cerimonia, os mentores foram rápidos em pedir que os jovens se preparassem para mais um combate e em minutos todos tinham seus trajes e armas em mãos. Sadjenza levou Senna consigo e Samuel foi com Tânia na caçamba, o restante foi no Jipe mais uma vez

— Zack e Max! – Harry os chamou para perto da cabine onde ele Tom estavam. – Não sabemos os inimigos ou as sentinelas que eles podem ter, então prossigam com cuidado!

— E nada de se empolgar para receber uma marca! – Tom lembrou a dupla.

— Ta bom. – Responderam juntos.

— E Zack... – Tom chamou a atenção do moreno. – Poderia ser mais legal com sua mãe por favor. – Tom não estava confortável em pedir aquilo, mas, não gostava muito da ideia de um filho ser tão babaca com a própria mãe.

— Como é que você consegue não estar bravo? – O jovem questionou. – Ela também manteve você no escuro esse tempo todo!

— Não adiantaria nada ficar irritado... – Tom suspirou. – Sua mãe teve os motivos dela e eu respeitei isso garoto.

— Eu não teria respeitado... – Harry comentou. – Provavelmente por isso fui o último a saber!

— Eu pensei nisso também. – Tom respondeu ao amigo. – A questão Zack é que pais fazem o melhor para nós! Mesmo que seja de uma forma esquisita.

— Você não estava lá pra poder dizer isso. – Reclamou o moreno fingindo indiferença.

— Mas estou aqui agora! – Respondeu o mais velho. – E não planejo sair de cena tão cedo!

— Quanto menos reclamar, mais cedo vão jogar bola juntos! – Harry debochou e Tom riu junto.

— Muito engraçado. – Respondeu o jovem.

— Você não quer jogar bola com seu velho? Que tal uma viagem de pesca? – Tom continuou a provocação.

— Eu não sou fã de bola. – Respondeu. – Estamos chegando?

— Nem perto! – Harry respondeu. E o jovem voltou para o grupo. – Ele é cabeça dura... – Comentou.

— Tem a quem puxar! – Tom respondeu e ambos trocaram um olhar cumplice.

— A MÃE! – Falaram juntos e riram antes de retornarem ao silencio.

...

— Então basicamente estávamos sendo enganados o tempo todo? – Samuel perguntou para Sadjenza.

— É uma forma de encarar a situação. – Respondeu a mentora.

— Então agora que sabemos o esconderijo é só entrar quebrando tudo!? – Tânia estava ansiosa para invadir outro lugar.

— Com menos ansiedade talvez. – Falou a mais velha. – Você não sabe o inimigo que está lá.

— É por isso que vamos em equipe. – Comentou Samuel.

— Essa é exatamente a maneira certa de pensar! – Sad falou orgulhosa.

— Quais as chances de passarmos a contagem do Zack? – Brincou Tânia.

— Altas! – Ele respondeu sorrindo. – Seria legal deixar ele com a medalha de prata essa semana. – O loiro riu após o comentário.

Logo eles se abraçaram para curtir o resto do caminho sob a luz das estrelas, talvez fosse romântico se o destino não fosse resultar em uma batalha sangrenta, entretanto, isso era basicamente uma quarta para eles. Só restava encaixar o romance nesses pequenos momentos.


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Notas finais do capítulo

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