Sons of Hunt escrita por Scar Lynus


Capítulo 16
Capitulo 16


Notas iniciais do capítulo

Ai está meu maior capitulo até então.



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[Mansão 25 anos atrás]

 

 

Faziam dois anos desde que Marcel havia falecido. O peso da liderança do grupo, cuidar da família e manter os mundos em ordem, tudo recaiu sobre Harry que constantemente estava exausto.
Para diminuir seu trabalho, os caçadores haviam se dividido ao redor do globo para proteger áreas maiores, especialmente após Hanna negar seu chamado e abandonar o grupo se escondendo em algum lugar. Kenya havia se mudado para a China, Natalie foi para a Inglaterra, Felícia estava na América do Sul e Tom após abandonar a luta havia se mudado para a capital e graças a ele todos os outros caçadores estavam despreocupados a respeito da recepção de refugiados de outros mundos e acerca de contas e outros assuntos já que ele agora estava bancando tudo e cobrindo todos os gastos sozinho.
Na Mansão moravam apenas Harry e Sadjenza agora, um ou outro visitava de vez em quando para colocar o papo em dia. Não era o caso dessa semana. Como se não bastassem as responsabilidades grandes como um líder caçador, ele também tinha a obrigação de ser um bom noivo para Sadjenza. O relacionamento dos dois era repleto de amor e isso ninguém poderia negar, nada interferia com aquele casal. Apesar de haver desavenças ou diferenças, os motivos para ficar juntos eram sempre maiores que tudo aquilo que pudesse vir a atingi-los. Pelo menos até aquela noite...

 

 

— Você vai me fazer ficar implorando? – Sadjenza questionou o noivo deitado ao seu lado.

 

— Já falei que não quero falar sobre isso. – Harry respondeu indisposto virando para o outro lado. Essa discussão havia sido adiada diversas vezes, mas, parecia que dessa vez ela estava determinada a ir até o fim. Sadjenza puxou ele de volta o obrigando a encara-la.

 

— Nós vamos falar sobre isso! – A voz dela vinha carregada de determinação.

 

— A resposta é não! – Respondeu ele também determinado a não ceder.

 

— Harry você não pode continuar com essa ideia estupida! – Reclamou ela se exaltando. – Eu quero ser mãe, eu quero filhos! – Os caçadores tinham uma conexão/dependência familiar extremamente grande, eles conseguiriam manter tudo em equilíbrio em circunstancias normais, porém, morando apenas a dupla em uma gigantesca mansão vazia, necessidades novas despertaram em Sadjenza, o plano dela em ser mãe havia explodido, desde então Harry tentava contornar tudo.

 

— Filhos com a vida que nós temos! Como é que vamos conciliar a vida de pais com a de caçadores? Já pensou que em algum momento essa ou essas crianças podem despertar e acabarem presas ao mesmo destino que o nosso? – Harry apresentava argumentos bem plausíveis, mas, eles não diminuiriam a vontade dela. – Fora que eles podem ter pais hoje e acordar amanhã órfãos!

 

— Qualquer criança pode ir dormir com pais e acordar órfã, não somos um caso isolado meu bem! – Ela abaixou o tom. – Mas eu ainda quero! Eu quero que essa casa tenha pés pequenos correndo, quero ver um menino ou menina brincando no chão. – Ela levou a mão ao rosto do parceiro. – Eu quero que eles sejam como você e eu, não necessariamente caçadores, mas, filhos com personalidade, que sejam especiais, se não for agora pelo menos no futuro...

 

— Eles já seriam especiais só de serem seus! – Harry respondeu para ela e segurou sua mão. – Mas, ainda sim nós não podemos.

 

— Harry Peterson seu... – Sadjenza começou a estapear e chutar o parceiro deitado. – Hijo de perro. Tacaño. Cómo me enamoré de ti. Pendejo. Bastardo!! – Não teve pausa e Harry fazia o possível para se defender. Já tinha um tempo considerável que ela não o xingava tanto em espanhol, isso só deixava mais claro para o caçador o quanto era frustrante para ela o fato dele continuar insistindo em negar seu desejo.

 

— Acho que a minha vontade deveria valer também! Não tenho o direito de não querer filhos? – perguntou ele segurando os braços da mesma e para a surpresa do loiro ela desfez a força nos braços e o encarou com um rosto triste.

 

— Entendi. – Foi só o que ela disse com a voz chorosa. A ficha caiu para Sadjenza com aquelas palavras, não era o fato de serem caçadores, todos os pontos contra ou os perigos... Harry não queria, ele não queria ser pai. O aperto no coração da mulher era forte e ela se recusava a chorar do lado dele.

 

— Sad? – Perguntou ele tentando se aproximar dela que acabou por se afastar.

 

— Vá dormir Harry! – Respondeu ela antes de fechar os olhos e manter o silencio pelo resto da noite.

 

 

 

[24 anos atrás. Sadjenza]

 

 

 

Sadjenza tinha ficado em pé de guerra com Harry no último ano, nenhum deles queria ceder diante da situação, haviam efetuado inúmeras missões sem praticamente trocarem palavras, já não comiam juntos e muito menos dormiam juntos, até o guardião quando os visitou viu que nada estava bem entre a dupla, o que levou-o a sugerir a mudança de um deles, talvez a mudança de ares e um tempo para cada um espairecer fosse benéfico.
    A noite passada havia sido a primeira dentro de um ano em que tinham dormido juntos, ambos estavam carentes, com saudade do toque um do outro, da voz... Foi um momento que Sadjenza descreveu como inesperado e errado apesar de perfeito, enquanto estavam juntos, ambos podiam esquecer suas brigas e desavenças, mas, assim que a poeira baixava ambos não sabiam como reagir.
     Ela tinha passado toda a manhã e parte da tarde no parque mais próximo, ficou em harmonia com a natureza do local, alimentou pequenos animais como esquilos e patos, consertou algumas plantas e arvores que haviam sido vitimas da crueldade sem motivo dos humanos e também observou as pessoas, tantas famílias passavam por ali, famílias pequenas, famílias grandes, famílias tradicionais, famílias modernas, famílias jovens, famílias mais maduras... Não era importante quem fazia parte da família, família era um conceito de amor, muito mais do que apenas sangue, o que ela tinha na mansão antes do afastamento dos outros, o que ela sentia por Harry...

 

 

— Por que não me basta o que já tenho? – Perguntou ela para si mesma. O que ela faria? Ela amava Harry, mas, eles queriam coisas diferentes, ele iria viver com medo que ela acabasse por engravidar, enquanto ela temia que caso isso acontecesse ele fosse capaz de negar o próprio filho. Parada naquele banco e esperando o tempo passar ele recebeu uma ligação inesperada.

 

— Já está pronta? – Perguntou ao atender, já imaginava quem seria.

 

— Boa tarde para você também Sad! – Tom falou do outro lado da linha. – E sim, já está pronta, deixo a chave na mansão para você ou...

 

— Eu vou ai! Não vá embora. – Pediu ela ao moreno pelo telefone antes de desligar. A sua nova casa finalmente estava pronta, ela sabia que estava sendo egoísta por deixar Harry, mas, como o guardião falou “Ela precisava de um tempo para si.”

 

 

Quando ela viu o lugar quase caiu de costas. Tom havia exagerado e não foi pouco. Ela se lembrava de pedir para ele encontrar uma casa que não fosse tão grande e que tivesse um espaço para treino, talvez até uma cobertura fosse mais em conta do que o que estava a sua frente, era uma Mansão ainda mais chamativa do que a de Harry e com um imenso jardim cheio de flores azuis que ela tinha ideia do que significavam para Tom.

 

 

— Isso é demais Tom! – falou ela ao lado do moreno. – Eu só pedi um lugar pra me acomodar por um tempo.

 

— Quem sabe quanto esse tempo vai durar? – brincou ele. – O tempo é relativo Sad e o mais importante é que aqui você vai poder treinar a geração futura quando for a mestra.

 

— É meio cedo para afirmar com tanta certeza! – Respondeu ela seguindo-o pelo jardim.

 

— Você botava ordem em no Harry e em mim ao mesmo tempo. Até parece que não é a melhor candidata para o trabalho. – A dupla parou na porta da mansão onde ele entregou para ela um molho com poucas chaves. – Está entregue. Lembre-se, se precisar é só me ligar. Assim como o Harry pode me ligar também ok. Ele não está me atendendo por algum motivo.

 

— Pode deixar que vou avisar o senhor ranzinza. – Ela brincou e abraçou-o. – Obrigada!

 

Quando se despediram Sadjenza continuou na porta, observando Tom ir embora pelo Jardim, da porta ela podia ver o carro dele que estava em frente a propriedade, ela nunca o imaginaria com quatro rodas ao invés de duas, era evidente que tanto ele quanto Harry eram os que mais haviam amadurecido nos últimos anos, as responsabilidades de cada um haviam tomado conta deles e agora os fardos não eram mais “soltáveis”.
   Observando o caminhar dele seus olhos brilharam por um instante, se despedindo do castanho e se tornando dourados. Sadjenza se entregou ao extinto para guiar suas atitudes naquele momento, fosse bom ou ruim o resultado... Seria consequência do que ela própria quis.

 

— Tom?! – Chamou-o e o moreno se virou pra ela que estava com a porta já entreaberta. – Quer entrar?

 

 

 

[Mansão – Presente]

 

 

 

— Então quando não tem que trabalhar em nada novo vocês ficam aqui? – Perguntou Sofia.

 

— Basicamente. Tem uma regra que que a mãe inventou. “quando tivermos tempo ocioso demais, nós precisamos exercitar o corpo ou a mente.” — Jade Explicou a frase dita a muito por Sadjenza.

 

— O que exatamente nós três estamos fazendo então? – Tânia perguntou já que tudo que as três fizeram foi conversar enquanto estavam sentadas.

 

— Somos o apoio é claro! Estamos fortificando nossas habilidades de conversa enquanto eles trabalham no corpo! – Jade deu uma palmada em Zack que estava embaixo dela.

 

— OOHH! Pode parar! – Zack pediu se concentrando novamente nas flexões enquanto as garotas riam

 

Estavam ali já faziam vinte minutos, Sofia havia descido por ultimo e encontrado com todos a caminho do cômodo subterrâneo. Era um treino diferenciado. Zack e Samuel deitaram no chão enquanto Jade e Tânia sentavam em suas costas, Max foi o terceiro a deitar e como Sofia havia sobrado também, ela ficou nas costas do loiro.
   Os rapazes já pingavam suor no chão, mas, não pareciam motivados a encerrar o treino.

 

— Mas qual a utilidade exata desse exercício? – Sofia questionava.

 

— Afirmar a masculinidade deles talvez. – Jade respondeu e os rapazes torceram o rosto. – Que foi? É verdade! Vocês podem fazer isso sem a gente, mas, vocês preferem que fiquemos aqui observando o quão forte vocês são!

 

— Não é tão ruim assim... – Tânia falou bem baixo sua ultima frase. Ela não ligava de ficar bem próxima a Samuel evidentemente. Zack e Jade deram uma leve risada da situação e Samuel agradeceu por seu rosto já estar vermelho naturalmente pelo treino.

 

— Nossos sentidos estão bem acima da média! – Jade explicou para a loira que começou a ficar vermelha. – Relaxa fofa, ninguém vai te condenar por agir normalmente.

 

— Desde quando algo é normal com a gente? – Zack perguntou retoricamente.

 

— Do que exatamente vocês estão falando? – Max questionou.

 

— Coisas meio triviais. – Samuel falou querendo cortar o assunto. – Zack precisa ir buscar a Senna daqui a pouco não? – Perguntou para o moreno.

 

— Relaxa se eu sair daqui as cinco e meia da tempo. – Respondeu o moreno despreocupado.

 

— São cinco e vinte Zack! - Respondeu Tânia conferindo o celular.

 

O moreno bambeou o braço e foi esmagado contra o chão. Jade saiu de cima dele fazendo questão de “tropeçar” e por consequência cair de joelho nas costas dele.
     Sem tempo de processar a dor ou reclamar ele correu para cima e como não havia tempo para um banho ele borrifou muito desodorante e perfume em si próprio. Imaginou que isso estava horrível, mas, sua mãe não perdoaria um atraso já que era sua única responsabilidade.

 

— Vocês vão continuar aí? – Jade estava subindo a escada quando perguntou.

 

— É acho que podemos fazer uma pequena pausa?! – Max questionou e Sofia saiu de cima dele. – E vocês dois vem com a gente? – se dirigiu a Samuel e Tânia.

 

— Se quiser subir está tranquilo Tânia. – Samuel respondeu. – Ainda vou ficar mais um pouco.

 

— Daqui a pouco eu vou! Podem ir na frente. – Falou ela para os outros dois.

 

Tânia e Samuel acabaram sozinhos ali, silencio desconfortável e uma vez ou outra o som dos movimentos dele se fazia presente. Tânia não sabia muito bem se devia dizer alguma coisa após sua mini gafe momentos atrás. Samuel também havia ficado levemente nervoso com aquele comentário, sem saber como prosseguir.
    Deveria dizer alguma coisa? Infelizmente ele não era Jade para fazer um comentário aleatório, ela deixaria a situação numa boa e muito menos ele era o Zack que saberia o que fazer. Ele era Samuel, ele era a força, o sustento do seu grupo, nunca atacaria nada cegamente, um risco poderia ser fatal...

 

— Você estava falando sério? – Samuel perguntou sem querer. – “Cadê o cuidado?” - Pensou ele consigo.

 

— Co... Como é? – Tânia também estava com a voz tremula e nervosismo estampado.

 

— Aquela hora... Sobre não ser tão ruim... – Samuel tinha estava lidando com um forte conflito interno no momento. – “Para enquanto há tempo!”­ – A discussão consigo mesmo perdurava.

 

— Ah... Essa hora... – O que ela poderia dizer. Ela já tinha feito a merda mesmo. Primeiro ela saiu de cima dele e sentou no chão a sua frente para poder olhar nos olhos dele. – Sabe é complicado... Eu queria dizer, mas, era uma coisa mais pra mim.

 

— Entendi... – Ele parecia desapontado. Ele se levantou em seguida para subir também.

 

— Não é que o problema esteja em você. – Explicou ela e ele se virou na direção da mesma. – Olha você é você Samuel, você é gentil, tem aparência de bom partido. – “Imagina inteiro então.” - É atencioso, gosta de apaziguar os ânimos dessa casa. – Ele se aproximou durante o dialogo dela e ambos ficaram bem próximos. – Sou mais eu... Entenda. As coisas foram complicadas quando entrei nesse mundo e é difícil pra mim pensar em certas coisas. – Ele segurou ambas as mãos dela o que a deixou surpresa e sem falas.

 

— Eu te entendo mais do que imagina, fique tranquila. Está longe de ser uma vontade minha forçar alguém a alguma coisa ou a apressar decisões. – Ele deu um sorriso pra ela. – Podemos subir agora?

 

— Claro! Você está fedido! – Ela falou e riram juntos ao subir as escadas.

 

 

Senna e Zack chegaram na casa com todos os outros membros do grupo já prontos para jantar, de banho tomado e alguns de pijama, apenas Andromeda que estava fora devido aos estudos, o moreno entendia a posição dela, mas, não concordava com a situação, ela passava muito tempo fora da casa e longe da família, obviamente ele nunca andava sozinha, contudo, família vem primeiro, ao menos ele se sentia assim, mesmo os novos residentes já eram parte da família para ele apesar de novos na casa.
   “Ser um predador implica que seus sentimentos serão sempre muito intensos, principalmente os de carinho para com os outros caçadores, mesmo que não goste de alguém, você nunca vai deixar de amar essa pessoa como seu irmão ou irmã.”

 

— Provavelmente é por isso que ainda não dei um murro na cara do Max! – Falou sozinho enquanto tomava banho.

 

Zack tinha o menor quarto da casa, ele não planejava abandonar aquele quarto pequeno tão cedo, foi seu único quarto naquela casa, ele foi o primeiro caçador a ser treinado por Sadjenza, todas as memórias dele com sua mãe estavam ali, assim como as memórias que construiu com seus irmãos quando estes foram chegando. Se vestiu rápido com uma regata preta e calça folgada, se juntando a família na mesa de jantar, Senna sentou ao seu lado e essa atitude deixou Tânia um pouco enciumada, geralmente Senna ficava entre ela e Sofia que também havia achado estranho.
     Agora tinha um lugar vago ao lado da loira que posteriormente foi ocupado por Samuel para o nervosismo da mesma.

 

— Vocês tinham mesmo que estar de pijama? – Sadjenza questionou os jovens que ficaram confusos. Já que todos os dias eram assim. – Esqueceram que teremos visita hoje? – Perguntou ela e os rostos do grupo já explicaram que tinham realmente esquecido.

 

— Em algum momento ele iria ter de se acostumar com isso. – Harry pontuou. – Ele explicou se... – Foi interrompido pelo som do interfone. – Não precisa.

 

Sadjenza liberou a entrada pelo painel que havia na parede, verificando pela câmera o carro preto que se aproximava da garagem. Podia não parecer, mas, a Mentora sem duvidas era a pessoa mais nervosa no recinto.
     Tom não demorou para entrar sem bater ou esperar do lado de fora, ele só chegou, tirou os sapatos e foi até a cozinha encarando todo o grupo com seus olhos claros analíticos e um sorriso de lado.

 

— Minha nossa! Faz anos que não vejo um lugar assim tão cheio! – Ele falou e correu abraçar Sadjenza cheio de carinho, foi um abraço até que demorado. Em seguida ele parou na frente de Harry. – Você tem uns dois segundos para levantar e me dar um abraço decente ou meu abraço pode piorar seus machucados!

 

— Nossa como você é sutil. – Harry falou e ficou de pé abraçando o mesmo com um sorriso. – Temos quanto tempo de conversa para pôr em dia?

 

— Uns vinte e quatro anos mais ou menos. Quem está contando? – Ambos riram antes de Tom voltar sua atenção para o grupo de jovens. – É um prazer conhecer todos vocês pessoal. Eu sou Thomas Leonid, mas, podem só chamar de Tom.

 

— Você é o dono das empresas Leonid! – Max falou respondeu impressionado, Sofia podia sentir uma sutil mistura de confusão e admiração vindo do loiro.

 

— O próprio! – Respondeu Tom Sorrindo antes de se sentar. – De onde mais viriam os recursos de vocês?

 

— Ainda estou meio perdida. O que exatamente você faz? – Tânia perguntou sem estar familiarizada com o nome da empresa do mais velho.

 

— Basicamente de tudo. Eu comecei com construção civil, aquisição e venda de propriedades. Agora tenho varias divisões dentro da empresa e consigo auxiliar as pessoas que vem dos outros mundos e os caçadores. – Respondeu ele orgulhoso. – Tem muito mais formas de cuidar dos nove mundos além de lutar. Eu uso meus recursos para melhorar os equipamentos de vocês e para cobrir os gastos necessários.

 

— Você é o Bruce Wayne da vida real! – A referencia de Samuel fez todos rirem.

 

— É mais ou menos por esse caminho! E vocês são os meus "Batmans"

 

— Vai nos ensinar a lutar ou a ficar ricos? – Jade o questionou.

 

— Amanhã posso ensinar algumas coisas para vocês dos dois tipos! – falou ele se servindo. - Quem é o líder?

 

— Eu! – Responderam Zack e Max juntos só para se encararem em seguida.

 

— Tá bom eu vou ignorar isso já que a equipe não decidiu. – Ele se virou para Harry. – Você não vai fazer igual Marcel certo?

 

— Jamais. Eu odeio várias partes daquele método. – Harry respondeu. Ao menos em ideias eles eram bem mais parecidos hoje em dia.

 

O jantar foi acompanhado de muitas conversas, o grupo não sabia muito sobre a época dos mentores, mas, Tom não estava nem aí e contou diversas histórias sobre a antiga equipe e seus diversos feitos, as viagens a outros mundos. Sadjenza chegou a ir buscar Andromeda, voltar e todos ainda estavam ali, a morena se juntou a mesa para comer e ouvir as histórias junto dos outros. Senna reclamou quando a mandaram deitar, mas, o humor mudou quando Tânia foi junto para contar uma história pra ela. Devagar o grupo foi se dissipando até restarem apenas os três mentores a mesa.

 

— Acho que já está quase na nossa hora também. – Harry comentou se levantando.

 

— Na verdade nós temos um assunto pra conversar no escritório Harry. – Tom falou as palavras que Sadjenza temia. – Só nós três.

 

— É alguma coisa urgente? Porque eu tinha um encontro importante com o colchão. – Harry respondeu, mas, ao notar o rosto sério do moreno ele também fechou a cara. – Okay.

 

Juntos os três caminharam até o escritório e a porta foi fechada. Sadjenza se sentou atrás da mesa e a dupla ficou de frente para ela nas poltronas, alguns segundos de silencio para aumentar o drama da cena. Sadjenza abriu e fechou a gaveta da escrivaninha umas três vezes até conseguir coragem de puxar o envelope.

 

— Mostra pra ele Sad. – Tom pediu calmo.

 

— Você não vai deixar isso passar mesmo? – Sadjenza perguntou desconfortável.

 

— Eu esperei vinte e três anos para isso e o Harry também. – O moreno estava com a voz carregada de esperança.

 

— Do que exatamente vocês estão falando? – Harry questionou a dupla, mas, a sua resposta foi Sadjenza entregando o envelope.

 

Harry o abriu e de dentro tirou um documento comum, uma certidão de nascimento, até aí sem problemas a se considerar, entretanto, ele ficou surpreso ao ver nome do dono. Zachery Mondragon.
    Essa foi a primeira parte e o mais chocante foi ver Sadjenza Sanchez Mondragon na área referente a mãe do garoto.

 

— Zack é seu filho?! – Aquilo realmente tirou o chão dele, jamais imaginou que ela tinha conseguido ter um filho. O que o lembrou de conferir o resto do documento, mas, não havia identificação paterna. – Quem é o pai dele? – Harry perguntou com receio de ser Tom ao seu lado ou pior, ser ele mesmo o pai do garoto e nunca ter tido noção.

 

— Essa é a questão Harry. – Tom respondeu e apontou Sadjenza. – Ela não quer contar qual de nós é o pai!


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Notas finais do capítulo

Eai pessoal? duvidas? perguntas importantes?
E agora? quem é o pai da criança?

Em defesa a ambos os possiveis pais, Sadjenza já não morava com Harry quando ele nasceu e pelas datas há chances de qualquer um deles ser o pai já que o ato ocorreu com um dia de diferença entre eles.

aguardo suas duvidas.