Pokémon - Odisséia escrita por Golden Boy


Capítulo 2
Antes de ir embora


Notas iniciais do capítulo

Nas notas finais, vou te contar um pouco sobre o que me faz gostar tanto desse capítulo. Boa leitura!



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Na semana que Asher completou dez anos, ele comprou suas duas primeiras pokébolas. Com uma delas, ele oficialmente capturou Daichi. Eles decidiram juntos que ele não precisaria passar tempo algum na pokébola. A segunda, ele guardou na mochila. Seu irmão lhe presenteou com sua PokéDex antiga, agora que tinha comprado uma mais moderna.

— Você vai ter que achar o caminho sozinho. — Amin declarou, quando eles saíram da loja. Asher franziu o cenho.

— Você não vai comigo até Icirrus?

— Não. É sua jornada, Asher. Mas eu já devo estar de volta quando você chegar.

— Voltar? Você vai pra onde?

Amin desviou o olhar.

— Tenho... coisas para resolver em Virbank. — declarou. — Meu trem sai em meia hora.

Asher não queria parecer ingrato. Ele estava muito feliz de poder desafiar um ginásio, mas parte de sua empolgação vinha de sua esperança de um dia viajar lado a lado com seu irmão. Ele achou que seria hoje.

— Tá bom. — Asher deixou seu punho fechado no ar para que Amin batesse. 

— Te vejo logo, baixinho. — Os punhos dos dois irmãos se socaram de leve, e Amin partiu sem olhar para trás. Que bom que Asher não fez uma cena no meio da cidade, pensou. Com Taro e Joppo ao seu lado, ele sabia que não tinha o direito de ficar com medo do que estava prestes a fazer.

Antes de embarcar em seu trem, ele olhou na direção do maior edifício da cidade, o ginásio, e conteve o próprio descontentamento. 

“Unova será segura novamente” disse a si mesmo “Eu tornarei Unova segura novamente.”

 

—O-O-O-


        Asher conhecia Opelucid como a palma de sua mão.

É por isso que, quando se despediu de sua avó e de Mirna naquela manhã, sabia exatamente para onde ir.

Embora Opelucid não fosse uma cidade grande, ela não era pequena. Tinha o maior ginásio do norte de Unova, e isso era algo importante. Enfrentar Drayden era o sonho de Asher. Ele sabia pouco sobre vantagens e desvantagens, mas tinha certeza que pokémon do tipo dragão são fortes contra outros pokémon do tipo dragão. Isso significava que Daichi tinha vantagem contra os pokémon de Drayden, embora tivesse desvantagem também.

Em geral, não importa o caminho que você tome para conseguir as insígnias, mas Opelucid deveria ser o último. Você só pode enfrentar Drayden se tiver sete insígnias. 

Asher estava passando as páginas de sua PokéDex enquanto andava na direção da saída oeste da cidade quando alguém o chamou.

— Isso é um Gible? — perguntou um garoto. Seu cabelo loiro e curto fazia-o parecer mais novo do que Asher, embora fosse mais alto. 

— É sim. É o Daichi. — Asher sorriu para responder e parou de andar. 

— Que maneiro! — O garoto se aproximou num salto e se abaixou para ver Daichi mais de perto. Ele estranhou ver alguém mais alto que ele abaixado aos seus pés, mesmo que fosse para falar com seu pokémon, então se abaixou também.

— Você é um treinador? — Asher perguntou.

— Hã? — o garoto levantou a cabeça — Ah, sim. Eu tenho duas insígnias, quer ver? 

— Pode ser.

— Você é um treinador também, né? — o garoto perguntou enquanto tirava a caixa de insígnias da mochila. Os dois estavam parados no meio da calçada, mas não havia muitas pessoas na rua naquele horário.

— Tipo isso… — Asher coçou a cabeça. Não era uma mentira.

— Maneiro. — Ele abriu a caixa. — Tenho essas duas.

— A de Icirrus é essa, né? — Asher apontou para uma insígnia azul com o formato de uma estalactite. — E essa outra é de Mistralton. 

— Yep. Você tem alguma? — o garoto fez uma pausa, se lembrando de algo. — Eu sou Will, aliás. Digo, meu nome é William, mas a maioria das pessoas me chama de Will. 

— Não tenho nenhuma insígnia ainda. — Asher respondeu. — E meu nome é Asher. Bem, minha avó me chama de Ashy, mas eu prefiro que você me chame de Asher mesmo.

Eles apertaram as mãos e se levantaram em seguida, e Asher se perguntou há quanto tempo ele não se apresentava para alguém. Provavelmente desde a pré-escola.

— Você sabe o que dizem — Will falou, quebrando o silêncio que vagarosamente tentava se instaurar — quando dois treinadores se encontram, eles devem batalhar.

Asher nunca tinha ouvido isso, mas supôs que era verdade e aceitou o desafio.

 

—O-O-O-

 

Às onze da manhã, eles chegaram no Centro Pokémon. Asher nunca havia estado em um, e teve que conter sua curiosidade. Por algum motivo mais forte do que ele, ele estava envergonhado de falar para Will que havia acabado de começar sua jornada. 

Claro, ele havia dito que não tinha nenhuma insígnia, e por isso Will deve ter suposto que ele tinha não mais do que algumas semanas de jornada, quando tinha na verdade algumas horas.

Os garotos se posicionaram em lados opostos do campo de batalha, e Will sacou sua pokébola. 

— Você só tem um pokémon? 

— É. — Asher respondeu.

— Tudo bem, então vai ser um contra um. — Will jogou a bola vermelha e branca para o alto, e ela parou no ar e se abriu materializando um pokémon quadrúpede e cinzento que parecia ser coberto por uma abertura de ferro. Asher usou sua PokéDex para identificá-lo, e descobriu que era um Lairon.

Ele empurrou Daichi com o pé para que ele entrasse no campo de batalha, e olhou para o pokémon dragão com um sorriso amarelo.

— A gente consegue, né? 

Daichi não respondeu, apenas se virou na direção de seu oponente.

— Lairon, vamos começar. Metal Claw!

O pokémon de metal estava esperando pelo comando, e assim que o recebeu, avançou na direção de Daichi. Ele ergueu as patas dianteiras quando estava próximo o suficiente, e metalizou sua garra esquerda antes de acertar um golpe certeiro no Gible.

O dragãozinho rolou pelo campo de batalha até os pés de seu treinador.

— Daichi, você tá bem? — O dragãozinho não cairia tão fácil. Daichi se levantou e saltou imediatamente na direção de Lairon, e enquanto corria ouviu um comando desesperado de Asher: — Dig, então!

O Gible mergulhou na terra como se ela fosse líquida e cavou seu caminho até o oponente, que permanecia imóvel. Ao contrário do que Asher esperava, Will não deu um comando. 

Quando estava logo abaixo do Lairon, Daichi se projetou para fora e sentiu sua barbatana colidir com a barriga do pokémon. Mas ele não conseguiu subir mais que isso.

Lairon deu um salto curto para trás e abocanhou a barbatana de Daichi, puxando-o para cima e lançando-o para o ar.   

Assim que caiu, Asher percebeu que não tinha chance.

— Ele tá bem? — Will correu na direção de Asher e Daichi assim que retornou Lairon. — Espero que eu não tenha pegado pesado demais…

— Tá tudo bem. — Asher disse, embora sua expressão fosse de preocupação. 

 

—O-O-O-

 

— Eu não achei que você fosse tão novato assim. — Will disse, bebendo uma caixinha de suco. 

— Tudo bem, eu que não te disse. 

O saguão do Centro Pokémon tinha mais dois treinadores além deles, sentados do outro lado. O enfermeiro disse que não levaria muito tempo para o Gible se recuperar, só haviam ferimentos leves e alguns arranhões.

— Sabe, antes de entrar em batalhas contra treinadores você deveria treinar um pouco contra pokémon selvagens. — Will fez uma pausa e olhou para Asher. — Você sabe disso, né? Ensinam isso nas escolas de Opelucid?

Asher deu um soco no ombro de Will.

— Ensinam! Eu que fui idiota...

Will sorriu ao ouvir aquilo, e amassou a caixinha de suco. Ele se levantou e caminhou até a lixeira, e os olhos de Asher o acompanharam. De uma forma esquisita e ao mesmo tempo monótona, Will parecia com Amin. 

— Já sabe pra onde vai? — Will perguntou, parando diante de Asher. 

— Icirrus. Preciso da insígnia de lá. — Nesse momento, a luz acima do balcão piscou e o enfermeiro chamou por Asher. O garoto foi até lá e pegou a pokébola de Daichi de volta, liberando-o imediatamente. Felizmente, não parecia que ele havia guardado ressentimentos.

— Bom, eu preciso desafiar o líder daqui. — disse Will.

Asher franziu o cenho.

— Você não sabe? — perguntou. — Só se pode desafiar Drayden quando se tem sete insígnias.

— Ah é? Que estranho… 

— É. Parece que eles colocaram essa regra esse ano. 

— Bom, então não sei pra onde eu vou. 

— Dá pra ir pra Nimbasa pelo sul, passando pela floresta de Entree… vou pra lá depois de pegar a insígnia de Icirrus.

Will passou o peso do corpo de uma perna para a outra e encarou os pés. Depois de alguns segundos, tomou coragem e perguntou.

— E se eu fosse com você? Eu não sou muito bom com… florestas e tal. — Will enrusbeceu.

— Você vai esperar aqui até eu voltar? 

— Não! Eu vou com você pra Icirrus, e depois a gente volta e vai pra Nimbasa juntos. — ele parou. — Se você topar, é claro.

— Parece divertido. Mas só se você me ajudar a treinar o Daichi. — adicionou.

— Bom… eu posso até dar umas dicas, mas treinar pokémon do tipo dragão é mais complicado do que parece. — Os cantos da boca de Will se ergueram junto com as sobrancelhas quando ele olhou para Asher. — Então… vamos juntos? — ele estendeu a mão.

— Vamos.


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Notas finais do capítulo

Esse capítulo é muito importante pra mim porque desenvolver a relação de Asher e Will nessa história foi uma das coisas que mais me deixou feliz construindo essa história. Espero que vocês também gostem.
E esse é o primeiro contato deles. Infantil, inocente e recheado de paralelos com a relação entre Asher e Amin.
Deixa um comentário, me conta o que achou! :)



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