Pokémon - Odisséia escrita por Golden Boy


Capítulo 10
Dependência


Notas iniciais do capítulo

Asher está sozinho. Não sozinho, porque tem muitos personagens que interagem com ele aqui e o tempo todo, mas ele não tem mais Will cheirando seu cangote a cada passo que ele dá. Aqui nós vemos ele aprendendo a lidar com os problemas sem ele, e o final desse capítulo pode parecer broxante (admito: ele é), mas era necessário para terminar esse primeiro arco. Aqui chegamos na reta final do primeiro arco. Espero que gostem.



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— Fico feliz que seu irmão esteja bem, mas tem certeza que vai sair a essa hora da manhã? — Athena esfregou os olhos e conteve um bocejo. 

— Sim! Ele já deve estar me esperando em Opelucid. — Asher balançava enquanto falava. Seu corpo não conseguia segurar a empolgação. Eles estavam na frente da porta da sala quando uma luzinha acendeu na cabeça de Athena.

— Espere aqui. — ela correu com suas pantufas até o escritório no fundo do corredor, e usou seu PC para transferir um pokémon de sua box para uma pokébola vazia. O processo inteiro não deve ter levado mais do que trinta segundos, mas para ela pareceu uma eternidade: quando há pressa, a tecnologia parece desacelerar.

Ela tirou a pokébola da máquina, e viu o pokémon dormindo lá dentro. Pegou um adesivo de sua gaveta, um círculo prateado do tamanho de uma moeda, e colou na parte vermelha da esfera. O adesivo tinha um relevo, grosso demais para ser apenas papel. Athena checou seu tablet, e fez a conexão entre o adesivo e o aparelho.

Correu de volta para a sala, onde Asher amarrava seu tênis pela terceira vez. Seguida.

— Você pretende correr até Opelucid? 

— É o plano, sim. 

Athena abriu a boca para dizer que era uma péssima ideia, mas talvez não fosse tão ruim assim. Asher era jovem e tinha energia. Ela jogou a pokébola na direção do garoto, e o objeto descreveu um arco até que fosse pego no ar por ele.

— Eu só treino pokémon psíquicos. — Athena explicou. — E esse garotinho eu capturei há duas semanas, e ele estava entediado na Box. Pode liberar se não quiser treiná-lo, mas mantenha a pokébola com você. — Ela abriu a porta e colocou uma mecha de cabelo atrás da orelha. — E você tem meu número. Se encontrar com N, me ligue e eu estarei lá. — Ajeitou os óculos mais uma vez e esperou que Asher saísse, mas ele continuou parado encarando a pokébola por alguns segundos. 

Então, abraçou Athena com força e murmurou:

— Obrigado. Por tudo. 

— Pare com isso, idiota. — reclamou, corada. — Você não estava com pressa? Pois vá logo! 

 

—O-O-O-

 

Asher não parou de correr até chegar na rota 8. Ele passou por uma rua paralela à do Centro Pokémon, com medo de ter que encontrar com Will. Ele se sentia mal por ainda não ter respondido ele, mas perdoou a si mesmo com a desculpa de que faria isso quando chegasse em casa.

E enquanto corria, com suas três pokébolas balançando no bolso do casaco vermelho, ele pensou em como as últimas duas semanas tinham sido longas. Chegar em casa depois de tanto tempo seria bom. Ele não ficaria mais do que dois ou três dias, é claro, porque agora era um treinador licenciado e não precisava da permissão de Amin para viajar.

Quando seus tênis pisaram na grama fora da cidade, ele se sentiu imenso. Suas pernas queimavam com o esforço, mas era uma queimação confortável e familiar. Ele sentiu todo o céu acima de si, e agradeceu por estar vivo. Seu cabelo sem corte voava com o vento, e o cheiro de relva era um alívio lindo.

Então, ele colidiu com algo, e o mundo girou ao seu redor durante sua queda. 

— Olhe por onde anda, idiota. — reclamou o outro garoto. Asher demorou meio segundo para perceber que ainda estava por cima dele, e mais um segundo para se levantar.

— Foi mal, eu… 

— Calma, eu conheço você? 

Asher olhou na cara do garoto. Ele não parecia com nenhum conhecido. Tinha olhos escuros e o cabelo preto como graxa, amassado por um boné cinza. Parecia ter a mesma idade que Asher, mas era mais alto.

— Acho que não — respondeu Asher, ainda tentando se lembrar. 

— Ah! Você é o menino desaparecido. — declarou o garoto, estalando os dedos. — Será que eu ganho a recompensa por ter te encontrado?

— Do que você tá falando? 

— No Centro Pokémon. Tem um garoto perguntando pra todos os treinadores que entram se eles viram um tal de Asher, que se não for você deve ser seu irmão gêmeo. 

Asher enrubesceu e desejou que a terra se abrisse e o devorasse. 

— Sou eu, mesmo… 

— Então... eu ganho recompensa? 

 

—O-O-O-

 

Asher ligou para Will logo antes da ponte Tubeline. Ele se sentou numa toalha fina trazida pelo outro garoto, Nate, e soltou Sophie e Daichi enquanto o telefone tocava. Ele esperava não ter que fazer essa ligação até chegar em Opelucid, mas saber que ele estava preocupado o suficiente para achar que ele tinha desaparecido o fez mudar de ideia.

— Oi. — disse Will, quando atendeu. Seu tom era monótono.

— Will… 

— Você está bem? — perguntou, sem nenhuma inflexão na voz.

— Sim.

— Que bom.  

Will então desligou a chamada. Asher não soube muito bem o que fazer depois disso. Ele olhou para Nate, e então para Daichi que rolava na grama e Sophie que se alongava ao lado. 

— E aí? Recompensa? — perguntou Nate, mordendo um pedaço de seu sanduíche.

— Acho que não. Ele pareceu… quieto. Como se nem se importasse.

— Não foi você quem ignorou tipo… dezoito ligações dele? — apontou Nate. Uma franja de cabelo cobria parte de seu olho esquerdo, e ele fazia constantemente um movimento com a cabeça para ajeitá-la.

— É, mas… eu tinha um bom motivo! 

— E ele sabe desse motivo? 

— Não…

Asher se pôs a pensar. Talvez fosse o ideal voltar e falar com Will pessoalmente, mas ele já estava atrasado para ver Amin e parar para tomar café da manhã com um treinador desconhecido já o atrasaria o suficiente. 

— Seus pokémon são legais. — declarou o garoto de cabelos negros. Ele terminou de comer o sanduíche e levantou, limpando as migalhas de pão que caíram no seu colo. — Você tem quantas insígnias?

— Uma. 

— Só? 

— Eu comecei minha jornada semana retrasada!

Nate revirou os olhos.

— Tá, tá, acho que isso explica. Mas… já que eu não vou ganhar recompensa mesmo… — ele parou e olhou para Asher, esperando alguma reação. Nada. — A gente pode pelo menos batalhar? Quero ver se você é bom ou não. Porque eu sou. Muito.

— Ah é?

 

—O-O-O-

   

Asher pensou que seria bom batalhar com um treinador novato como ele. Assim, perderia o medo de batalhas contra treinadores. E seria um passo para se tornar mais forte.

Nate jogou a pokébola para frente, liberando um pokémon amarelo e rosa que a pokédex de Asher identificou como Mienfoo. Sophie se colocou na frente de Daichi e bateu o pé, e Asher entendeu que ela queria lutar. 

— Sophie, conto com você. 

A ovelha de lã rosa deu um salto de alegria, e correu para sua posição. 

— Posso ir primeiro? — pediu Nate.

— Pode. 

Nate então apontou para Sophie, e o Mienfoo se moveu com voracidade. Ele saltou com a perna dobrada para um chute, e a pokémon de Asher não conseguiu desviar a tempo. Recebeu um golpe certeiro na altura do tórax, e precisou da ajuda da cauda para se manter de pé.

— Sophie, você está bem? — perguntou Asher. Nate imediatamente franziu o cenho e deslizou o polegar no dedo médio enquanto apontava novamente para a Flaaffy inimiga. 

O Mienfoo apenas ouviu o estalo e preparou velozmente um Aura Sphere. 

— Você para pra conversar com seu pokémon no meio de uma batalha? Você é idiota ou o quê?

O Aura Sphere acertou a cabeça de Sophie, e isso foi suficiente para fazê-la cair. Asher correu até sua pokémon enquanto Nate retornava o seu, e apressou-se a borrifar um Potion apenas para ter certeza de que ela ficaria bem. 

— Você não sabe lutar. Continua preso a técnicas e turnos. Uma batalha pokémon tem que ser selvagem! A maior parte delas acaba com um único golpe bem acertado. Seus pokémon tem que se virar sem os seus comandos, Asher.

Asher não teve coragem de erguer os olhos para ele. Nate até agora havia sido alegre e tagarela, mas na batalha ele foi calmo e incisivo. 

— Eu… 

— Você tem que treinar. Não contra pokémon selvagens, e muito menos sozinho. Você precisa de experiência do mundo real. — continuou Nate. 

— Então me ensine! A gente pode viajar junto.

Nate riu. Um riso sincero, que apreciava a inocência de Asher.

— Que bem isso te faria? Eu acabei de falar que você precisa de experiência do mundo real. — Nate parou por um momento. — Mas se a gente se encontrar de novo, eu te ensino algumas coisas. 

— Promete? — Asher estendeu a mão no ar, para que Nate batesse.

— Prometo. — E a promessa foi selada com um toque das mãos.

 

—O-O-O-

 

Nate voltou para Icirrus, e disse que em seguida iria para Nimbasa montado em seu Braviary. Asher disse que o encontraria lá, e Nate disse que esperaria ansiosamente por isso.

 

Passar pela ponte Tubeline sem Will foi uma tarefa árdua. Asher se manteve com as duas mãos no corrimão lateral, e Daichi foi ao lado dele com um braço em suas costas para ter certeza de que ele continuaria andando.

Levou quase vinte minutos, mas ele conseguiu, e ficou feliz por ter conseguido.

Agradeceu à Daichi pela ajuda, e quando foi pegar sua pokébola para retorná-lo, lembrou do pokémon que lhe foi presenteado por Athena. Ele pegou a pokébola com o adesivo prateado e olhou pela parte transparente. 

Um pokémon com um capacete vermelho e um chifre de ferro na cabeça. Ele precisava descansar depois de toda a animosidade que foi atravessar a ponte Tubeline, e aproveitou para libertar o pequeno pokémon que a pokédex identificou como um Pawniard.

— Oi. — disse o garoto. — Eu sou Asher.

O pokémon piscou duas vezes, sem expressão.

— Paw?

— Ah, é verdade. Eu tenho outros companheiros. — Asher então liberou Daichi e também Sophie, que ainda estava um pouco machucada da batalha.

Os pokémon de Asher se entreolharam. Daichi pegou uma pedrinha das pedrinhas que compunham a estrada e pôs-se a mastigá-la. Sophie o cotovelou, ainda olhando para o novo pokémon, chamando-o para olhar também.

— Daichi, Sophie, esse é o nosso novo companheiro de jornada. — Asher parou por um momento, receoso. — Se ele quiser, claro.

O pokémon de aço fez uma reverência, com os braços ao lado do corpo. 

Asher olhou para Sophie, já que Daichi continuava procurando por pedras mais apetitosas sem se importar com o Pawniard.

— Isso é um sim? — perguntou o treinador à sua pokémon, que deu de ombros e baliu. Então, repetiu a pergunta para o Pawniard.

— Pa, Pawni. — disse, assentindo. 

Asher não conteve o sorriso.

— Então precisamos de um nome pra você. 

 

—O-O-O-

 

Asher acabou optando pelo nome Percival (Percy, pra encurtar), e eles seguiram pela rota 9 juntos. Sophie bem que tentou conversar com o novo companheiro, mas ele não deu muita bola. Estava mais preocupado em afiar as lâminas na ponta dos braços, passando uma na outra. Ele andava como um soldado, marchando, e Asher pensou que ele poderia se beneficiar de algumas batalhas contra pokémon selvagens. 

Mas não agora. Ele conteve seu impulso de atacar o Frillish que pairava sobre uma lagoa ali perto, e aumentou a velocidade de sua caminhada, fazendo Sophie ter que correr nas quatro patas para acompanhá-lo. Percebendo que Percy ficaria para trás, Daichi pegou ele e o colocou sentado em seu pescoço. 

 

—O-O-O-

 

Opelucid estava diferente. Não era sobre o cheiro ou sobre o formato e posição das construções, porque isso estava igual, mas algo no âmago da cidade estava diferente. Qualquer um que passa a vida inteira na mesma cidade pode perceber nitidamente qualquer mudança que acontece nela, e nesse caso não era diferente. Asher pisou na avenida principal sabendo que havia algo errado. 

Menos pessoas nas ruas, todas as lojas sem energia elétrica e pessoas uniformizadas por toda parte. Vestiam cinza e tinham todas o mesmo símbolo nas costas. Eram treinadores, porque tinham pokébolas presas ao cinto, e Asher percebeu isso. Retornou Percy e Sophie, porque a velocidade deles atrasaria a movimentação dele pela cidade, e numa troca de olhares com Daichi ele percebeu que o pokémon também havia notado as coisas estranhas.

Antes que eles chegassem na esquina de casa, um homem uniformizado entrou em seu caminho.

— Esse pokémon é licenciado? — perguntou. Seu cabelo era castanho claro, quase laranja, e ele usava uma máscara para cobrir a boca e o nariz.

— Sim — respondeu Asher, imediatamente. Ele conteve o impulso de pegar a licença de treinador no bolso, porque toda a situação lhe cheirava mal. 

— Drayden sabe da presença dele? 

— Ele deveria saber?

— Todos os pokémon dragão na cidade devem ser apresentados a ele. É uma medida de segurança para proteger Unova. — anunciou o homem. Enquanto falava a última frase, Asher percebeu o tom de orgulho na voz dele. — Tem um terrorista na cidade que utiliza um pokémon dragão. E Drayden quer encontrá-lo.

— Posso garantir que não sou terrorista! Tenho apenas dez anos, como eu causaria terror? 

— Não cabe a mim decidir isso. Cabe a mim levá-lo para Drayden. — O homem se aproximou um passo, e Daichi abocanhou o ar na direção dele, se pondo na frente de Asher. Isso não tornava as coisas mais fáceis. — Mande esse bicho recuar. — continuou o homem, agarrando o pulso de Asher. 

Assim que sentiu os dedos gelados do homem em seu braço, Asher se assustou. E nesse susto, Daichi atacou.

Daichi empurrou o braço do homem com a garra, fazendo um corte que atravessou a manga longa do uniforme e rasgou a pele, e o sangue começou a sair. Daichi ameaçou morder o pescoço dele, mas não o fez. Um outro homem uniformizado, que fazia parte do círculo que cercava Asher e Daichi, lançou uma pokébola e dela saiu um Throh, que agarrou Daichi com seus braços e pernas e o derrubou.

 

Antes que Asher pudesse gritar, ele foi algemado e seu corpo foi derrubado também. O chão era áspero e a mulher que o algemou não fora nada gentil. Ela segurou seu braço com tanta força que ele pensou que seu ombro deslocaria, e então ela virou o rosto de Asher e o esfregou na lixa que era o asfalto. 

Asher tentou gritar, tentou ver se Daichi estava bem, mas não tinha como ele ter certeza. Ele tentou alcançar o bolso para pegar a pokébola de Sophie, mas seus pulsos algemados o impediam. Ele sentiu a pele de seu rosto sendo esfolada, e as lágrimas vieram com toda a força.

A dor e o choque o fizeram desmaiar antes que pudesse pensar em usar a Chama Alva.

 

—O-O-O-

 

Quando Athena perdeu o sinal do rastreador da pokébola, soube que algo tinha acontecido com Asher. Por sorte, ainda não tinha saído de Icirrus.

Podia ser apenas uma coincidência. Talvez Asher tivesse arrancado o adesivo. Mas algo dizia a ela que não. Tinha algo poderoso naquele garoto, e ela tinha percebido isso no dia anterior. E esse poder parecia chamá-la. 

E mesmo que Asher tivesse dito que ligaria se encontrasse com N, havia sempre a possibilidade de ele ter sido capturado antes de ter a chance de fazer isso. E nesse caso, ele poderia estar em perigo de vida.

Tentou se reconectar com o rastreador uma vez mais, mas realmente não havia sinal nenhum. Se ele tivesse arrancado o adesivo, ainda haveria um sinal. 

Essa era a prova que ela precisava para ir atrás dele.

— Gothitelle, em quantos Teleport nós chegamos em Opelucid? — A pokémon transmitiu a ideia de cinco para a mente da treinadora, e ela assentiu. — Prepare-se, então. 

A mulher penteou o cabelo preto curto e ajeitou seus óculos de armação fina. Nenhum homem jamais dissera isso a ela, mas ela era linda.

Pegou a pokébola de Gothitelle e uma outra, de seu Reuniclus (só por precaução) e se juntou com a pokémon na sala. Elas se juntaram no meio do tapete redondo, Athena olhou para seu tablet por um segundo e os arredores mudaram. Naquele dispositivo, ela monitorava as ondas cerebrais de Gothitelle para ter certeza que ela não estava se sobrecarregando. O poder psíquico daquela pokémon era assombroso. 

Quando chegaram em Opelucid, Gothitelle precisou descansar por alguns segundos antes de seguir para dentro da cidade, e Athena esperou com ela. Precisava também de tempo para se recuperar, já que o enjoo de ser teleportada tantas vezes seguidas afetava até mesmo quem fazia isso há anos (como era seu caso). 

A visão de Opelucid foi estarrecedora para Athena. Até o ano passado, a Plasma tinha uma abordagem mais discreta. Não usavam o símbolo em público, muito menos um uniforme completo. E por isso, ver tantos recrutas e membros da Plasma andando pela cidade uniformizados era uma visão tão tenebrosa para ela. 

Era uma constatação de que eles não temiam mais a exposição.

Aquilo era uma declaração de guerra.

   


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado. Esse capítulo é maior que os outros, mas eu tinha que preparar muita coisa nele. A ideia inicial era fazer as coisas todas acontecerem NELE, mas isso tornaria ele o maior capítulo da história dos capítulos, e isso seria chato. Aí resolvi dividir os acontecimentos dele em outros dois capítulos (o 11 e o 12)



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