Ruptura escrita por Sweet Winter


Capítulo 4
Onde estamos em paz


Notas iniciais do capítulo

Olá, amiguinhos. Como estão, amiguinhos?

Venho aqui mais uma vez com um novo capítulo e apresentando uma nova personagem :D espero que curtam.

Boa leitura!!!



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Anna veio de uma família abastada. Cresceu em colégios de bom ensino, rodeada de amigos que a adoravam e sem dificuldades para tirar notas boas. Dito isso, não havia do que Anna reclamar.

Seus pais cuidavam bem da filha desde pequena, a tratando com presentes, sem nunca lhe deixar passar uma única necessidade. Apesar de trabalharem muito, sempre que podiam estavam presentes na vida da garota. Dito isso, Anna vivia uma vida confortável.

Era o que sempre lhe diziam, sobre como ela era digna de inveja. Quando ouvia isso, Anna apenas sorria e concordava. Não há nada de errado para se queixar quando se cresce como uma criança feliz com tudo ao seu alcance. Ou, ao menos, era o que diziam.

Todo dia, quando Anna acordava, era recebida na mesa por um café da manhã farto. Ela interagia com seus pais antes deles irem trabalhar e, quando chegava a hora, ela se preparava para ir à escola. Tudo com um sorriso no rosto, sempre alegre.

Dentro do colégio, era sempre a mesma coisa, conversava com seus amigos, prestava atenção nas aulas e nunca deixava faltar uma tarefa ou prova. Uma aluna exemplar, era o que seus professores diziam sempre que viam as notas de padrão alto.

Quando dava a hora de voltar para casa, era seu pai quem sempre a buscava, e durante o caminho inteiro eles conversavam sobre como foi o dia, prestando atenção um ao outro. E quando chegavam em casa, eram recebidos pela mãe, que preparava algo para eles comerem enquanto conversavam mais um pouco.

E, quando chegava a noite, depois de fazer todos os seus deveres de casa, Anna ia fazer alguma atividade produtiva, como ler um bom livro ou criar um desenho. Às vezes simplesmente não fazia nada e ficava na janela observando as estrelas no céu. Apenas esperando a hora de ir dormir, para no outro dia começar tudo de novo.

Mas nesse dia em específico Anna queria fazer algo diferente.

Quando o intervalo entre as aulas chegou, dessa vez Anna não sentou com seus amigos para comer e conversar com eles. Ao invés disso ela se despediu com um sorriso e disse que iria para outro lugar, sem dar maiores explicações.

Anna subiu ao terraço da escola, o qual ninguém frequentava, e, apoiada na grade de proteção, encarou com um sorriso o céu azul e limpo, sentindo o ar refrescante entrar em seus pulmões. O vento bagunçava os seus cabelos sempre bem penteados, mas ela não se importou nem um pouco, afinal a sensação era boa.

Apoiou-se melhor na grade e inclinou o corpo, olhando com mais atenção para o chão.

— Você não acha que é alto demais? — perguntou.

É bom. Vai ser mais divertido se você pular dessa altura.

Anna fez um som de desagrado com a boca.

— Não vai ser divertido se eu ficar lá embaixo agonizando, com o corpo todo quebrado.

Isso não vai acontecer. Quanto mais alta a queda, mais fácil de morrer.

Anna afastou um pouco o corpo da grade, ainda com uma expressão hesitante.

— Não sei, não me parece um bom negócio. Você ainda não me disse o que eu ganho com isso.

Eu já não disse? Você vai ganhar tudo o que quiser.

— Ainda não me convenceu. — Anna podia ser bem cabeça dura quando queria, estava há dias discutindo os termos daquela proposta e ainda não havia chegado em uma conclusão.

Você não quer ter uma vida diferente? Você vai ter acesso ao que desejar, ao possível e ao impossível, coisas que pessoas comuns não podem ter. A vida que você tem agora não é nada comparada ao que você poderia alcançar.

A menina mordeu os lábios, pensativa. Era tentador, mas ainda não sabia se era o certo a se fazer. Haviam dito a ela que era preciso sacrifícios para vencer na vida, porém não disseram que seria preciso correr um risco tão grande.

— Não quero deixar meus pais e meus amigos. Você disse que eu vou precisar abandonar eles.

Ouviu uma risada áspera.

Seus amigos, sua família… Qual a importância deles? Você ainda está cega, não percebeu ainda que eles são meros empecilhos. Mas, eu te prometo, quando você pular tudo será mais claro.

Tentador, tentador. Tudo o que lhe dizia era tentador, capaz de fazer Anna até mesmo desistir da vida na terra. Mas o medo era suficiente para fazer seus pés travarem no chão.

Pule.

— Eu não sei…

Pule.

— E se eu não morrer de primeira?

Pule.

— E se for doloroso?

Pule.

— Eu acho que vou magoar minha família.

Pule.

— Tudo bem, tudo bem. — Anna não aguentava como podia ser insistente, enchendo seu ouvido e sua cabeça, então concordou para que parasse logo de falar. — Eu irei, mas espero que esteja sendo sincero comigo.

Apoiou-se de novo na grade, colocando um pé, passando ele para frente, seguido do outro. Do lado de fora da segurança, segurando-se apenas com as mãos, não havia nada que a impedia de cair, exceto ela mesma.

Agora só precisava respirar fundo e mover todo seu corpo para a frente. Precisaria soltar as mãos e apenas dar um pequeno pulo. Não seria nada demais, certo?

3…

Soltou a mão esquerda, a deixou livre e pendendo no ar.

2…

Agora a mão direita, não segurava nada e só precisaria mover o pé.

1…

Um barulho alto ecoou atrás dela e Anna levou um susto. Seu pé direito escorregou e, em um ato de desespero, ela agarrou a primeira coisa ao seu lado.

Abriu os olhos, que havia fechado com força por puro instinto, olhou ao redor e suspirou de alívio quando percebeu que ainda estava no terraço, agarrada na grade e com o corpo inteiro e saudável. Não havia caído.

Virou a cabeça para todos os lados, procurando de onde veio aquele barulho que a pegou de surpresa. Ele se fez presente de novo mais algumas vezes, mas Anna não via ninguém ali. Parou para prestar ais atenção.

“Isso é… um latido?”, pensou abismada, não deveria ter um cachorro ali em cima.

O que você está fazendo? Não fique parada aí.

— Cale a boca, estou ouvindo algo importante — respondeu sem dar muita atenção.

Anna impulsionou seu corpo de volta para dentro das grades, procurando a origem dos latidos. Definitivamente estava por perto.

— AH! — Levou outro susto, dessa vez porque sentiu algo cheirando a sua mão, causando uma sensação estranha. Virou para o lado e encontrou um cachorro de porte médio, a encarando feliz enquanto dava vários latidos.

Anna se abaixou para fazer carinho nele, que aceitou com gratidão. Com certeza era um animal muito dócil.

— O que você está fazendo aqui, rapaz? Cadê seu dono?

O cachorro, por outro lado, não parecia tão preocupado em procurar alguém. Muito pelo contrário, parecia até que ele já havia encontrado o que precisava, enquanto abanava o rabo feliz.

Um outro barulho se fez presente. Anna olhou ao redor confusa, tinha certeza de que não foi um animal, e sim uma pessoa. Mais especificamente, parecia um grito feminino. De novo, ela não sabia de onde havia vindo.

— Será que é sua dona? — perguntou ao cachorro alegre que só dava atenção a ela. — Ela deve estar preocupada.

Esse cachorro é mau.

— O quê?

O cachorro, ele é mau, não fique perto dele.

— Deixe de estupidez, não tem como um cachorro ser mau. Ele só quer carinho, está vendo?

Os gritos se tornavam mais constantes, o que preocupava Anna, que se perguntava se não era alguém precisando de ajuda. Decidida a fazer algo, ela se levantou e chamou o cachorro.

— Vamos procurar a sua dona. Eu vou te levar para sua casa.

Felizmente não precisava fazer muito, já que o cachorro a seguia com grande disposição. Agora só precisava encontrar de onde vinham os gritos.

Não, você não pode.

Anna ignorou, sem paciência para discussões desnecessárias.

Você não pode, eu não vou deixar.

— Cale a boca — ordenou novamente.

Sem aviso prévio, Anna caiu no chão, segurando a própria cabeça com força. Havia um barulho horrível, que nunca havia escutado na vida até então, preenchendo todo o seu corpo e lhe fazendo tremer, causando uma dor agonizante. Anna sentiu verdadeiramente que ia morrer da pior forma possível.

O cachorro ficou desesperado, latindo e tentando puxar a garota, mas naquele momento ela mal conseguia ouvir os próprios pensamentos, quanto mais o animal.

Rolou no chão e se debateu repetidas vezes, tentando de tudo para parar a dor, mas o barulho apenas se tornava mais e mais alto. Estava prestes a explodir sua cabeça, no sentido literal.

Anna chegou no limite e se levantou, pronta para pular daquele prédio e acabar de vez com aquela tortura insuportável, e então o barulho parou.

Simples assim, tão rápido quanto veio, a dor se foi, deixando para trás apenas uma sensação da sua presença que logo iria embora.

Passou a mão na cabeça do cachorro que estava desesperado, tentando dizer a ele que agora estava tudo bem, mas ela mesma se encontrava em choque, sem entender o que acabou de acontecer. Como ela ainda estava viva?

Olhe para trás. Estou bem aqui.

Anna deu um sobressalto. Aquela voz com certeza era diferente.

Virou seu corpo para trás, com hesitação e medo, como se a qualquer momento fosse se deparar com o bicho-papão, dando um jumpscare bem na sua cara. Mas não, não era nada disso. Anna ficou mais surpresa ainda quando se deparou com uma figura inesperada.


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Notas finais do capítulo

Seria Anna louca? O que é a voz que conversa com ela? E a que apareceu no final? Só vão descobrir nos próximos capítulos :D

Well, gente, essa semana eu vou voltar a estudar, então acho que meu tempo para escrever vai diminuir, mas como já tenho 19 capítulos prontos, não precisam se preocupar ainda, vou manter o ritmo das postagens toda semana, só tô avisando pq pode chegar uma hora em que vou ter que fazer um pequeno hiatus para escrever mais capítulos. Mas, repito que não precisam se preocupar por agora, como estudo em casa meus horários são bem flexíveis, e mesmo que essa situação aconteça vai demorar.

Críticas são sempre bem aceitas ♥

Até!!

=^.^=



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