Saint Seiya: O Rugido do Camaleão escrita por Anderson Luiz


Capítulo 60
Melodia da Morte




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[Mansão Kido, Japão]

Três dias depois dos ataques à Saori e aos bronzeados, enormes tsunamis começaram a atingir a Costa Azul da França. A Costa Azul é parte do litoral sul da França que é banhada pelo Mar Mediterrâneo que vai até à fronteira com a Itália. Também conhecida como Riviera Francesa.

Tal calamidade resultou em mais de trinta mil mortes e milhares de desaparecidos. Mas a França não era a única a sofrer, na Costa Oeste da América tsunamis de proporções nunca antes vistas engoliram mais de cinquenta mil pessoas, entre mortos e desaparecidos.

Alemanha, Suíça, Áustria, Liechtenstein, Países Baixos e a própria França também estavam sofrendo com enchentes históricas do Rio Reno, que passava por estes seis países. As cidades estavam sendo engolidas completamente pelas águas.

Essas calamidades foram aumentando gradualmente, em uma velocidade espantosa, outros países do mundo estavam sendo afetados por enchentes e terremotos. A América do Sul estava sofrendo bastantes, os jornais mundiais chegaram a dizer que cerca de 70% da Floresta Amazônica, uma das três maiores do mundo, estava submersa devido a elevação descomunal das águas do Rio Amazonas, o maior do mundo.

A violenta forma como essas calamidades estavam aterrorizando todo o globo fez algumas pessoas acreditarem que este era o fim do mundo, que muitas crenças religiosas pregavam.

— E então, senhorita Fátima, alguma novidade sobre essa tempestade global?

— Infelizmente não, Soares. Nenhuma agência meteorológica do planeta conseguiu identificar as causas desse mau tempo. A ONU está trabalhando fortemente na ajuda humanitária, mas até o momento também não sabe explicar este fenômeno, o mundo inteiro está uma confusão.

— Chove por três dias seguidos, no mundo todo! Isso é algo inacreditável. Existem vários locais no mundo que passam meses ou até anos sem uma gota de chuva, agora estão sofrendo com essa chuva sem fim. O que devia ser motivo de alegria, está causando destruição e sofrimento.

— O nível da água do globo está subindo rapidamente, os cientistas estão preocupados, as projeções não são nada boas, Soares. Alguns dizem que o nosso planeta pode ficar completamente submerso.

— Será mesmo que isso é possível, Fátima? Espero que não… Er… Caros telespectadores, estamos recebendo uma nova contagem de mortos. As autoridades estão falando em cerca de oitenta mil mortos e desaparecidos. No mundo inteiro esse número já teria passado de um milhão em todo território japonês…

— Precisamos parar isso! - Disse Saori desligando a tv. - De alguma forma preciso acabar com essa catástrofe. Mas se a informação que eu recebi estiver mesmo correta… tudo isso é obra de um deus… como eu já suspeitava… os ataques que recebi… os maremotos e terremotos… e essa chuva sem fim… não podem ser mera coincidência… - Disse Saori olhando para uma carta que estava em cima do seu colo.

 

{Carta ao Santuário}

Deusa Atena, eu sou Natássia, atual regente de Bluegraad, estou lhe enviando esta carta com intuito de alertá-la, estes eventos catastróficos ao redor do mundo podem ter relação direta com o despertar dos Deus dos Mares. Os países mais afetados são aqueles banhados pelo mar mediterrâneo, local onde existe um dos principais templos de Poseidon.

Ao consultar o que sobrou dos nossos registros, a última Guerra Santa contra Poseidon ocorreu há quase 500 anos, no início do século 16, a batalha foi acirrada, mas ao final com a ajuda dos Guerreiros Azuis, a senhora conquistou a vitória e selou a alma de Poseidon na Ânfora Sagrada, que foi guardada no templo submarino.

Pouco depois do fim da Guerra Santa, Bluegraad foi devastada por um inverno colossal, fazendo nossa civilização quase desaparecer completamente, e por causa disso infelizmente a vigília da alma de Poseidon se defasou com o tempo.

Nós sabemos que houve uma guerra civil dentro do Santuário e por isso estou lhe oferecendo ajuda nessa nova Guerra Santa que está por vir, contudo Bluegraad só poderá lhe ofertar suporte estratégico, já que nossa força bélica é quase inexistente.

Respeitosamente, Natássia de Bluegraad.

{Fim}

 

[Japão, Hospital da Fundação Graad, UTI]

Mais tarde naquele dia Saori foi ao Hospital da Fundação Graad para visitar os cavaleiros de bronze e saber como estava o Tatsumi e a Shunrei.

— Foi um choque e tanto. Nunca imaginamos que eles poderiam ser atacados dessa forma. - Disse o diretor do Hospital se aproximando de Saori que estava sentada em uma poltrona perto dos cavaleiros de bronze.

— E como eles estão, doutor?

— Bem, eles continuam em coma desde que foram trazidos a este hospital. Até tentamos despertá-los do coma, mas não obtivemos sucesso. A Fundação Graad usou todos os recursos disponíveis para tratar deles, mas nada surtiu efeito, embora sejam humanos, seus corpos e mentes superam em centenas de vezes a resistência de um ser humano comum. Eles sofreram uma quantidade de danos inacreditáveis, superaram todo e qualquer limite humano conhecido… E por causa desse desgaste colossal que eles continuam transitando entre a vida e a morte… 

Saori fechou os olhos e suplicou pela recuperação deles. Lágrimas rolaram e caíram sobre suas mãos que estavam juntas, como se ela estivesse orando. - Seiya, June, Shiryu, Hyoga… você também Spezzia… por favor, se recuperem logo…

— E mesmo que por algum milagre eles despertem, eu não consigo sequer imaginar quanto tempo eles levariam para se recuperar… talvez dias, meses ou anos… por serem cavaleiros, eles fogem completamente da compreensão humana… - Finalizou o diretor do hospital.

Saori suspirou, ela ainda estava com os olhos cheios de água. - E sobre o Tatsumi e a Shunrei, como eles estão?

— Ele está bem, ele teve muita sorte. A cirurgia transcorreu da melhor forma possível. Ele precisará ficar em repouso por pelo menos por três meses e bastante fisioterapia. Já a Shunrei teve ferimentos leves, já que ao que parece ela também recebeu o mesmo treinamento de cavaleiro, então a recuperação foi extremamente rápida, acredito que em breve ela terá alta.

— Fico aliviada. Obrigado por tudo *Doutor Asamori.

— Senhorita Kido, não seria mais prudente reforçarmos a segurança, devido aos últimos acontecimentos? - Questionou ele preocupado.

Tatsumi ficou gravemente ferido enquanto tentava proteger Saori, ele teve o maxilar quebrado em várias partes, ele teve algumas costelas fraturadas, assim como ombro esquerdo e a clavícula. E até mesmo os bronzeados tinham sido atacados, mas graças a Shunrei, todos escaparam vivos.

— Não será necessário! - Disse uma voz poderosa ecoando pelo quarto fazendo todos os presentes estremecerem.

— Quê!? - Falou Saori assustada se virando na direção da porta.

— Eu, Aldebaran de Touro, estou aqui para protegê-la, senhorita Atena! - Disse o dourado abrindo a porta e fazendo reverência.

O Doutor Asamori ficou paralisado ao ver o grande Touro Dourado de perto, não só por causa dos seus colossais dois metros e dez centímetros de altura, mas por sua imponente armadura de ouro.

— Me proteger?

— Acho que não há mais dúvidas que todas essas catástrofes que estão acontecendo ao redor do globo são obras de Poseidon. Não podemos nos arriscar, por isso acreditamos que o melhor seria a senhorita voltar para o Santuário, onde estaria mais segura.

— Obrigado. Mas enquanto Seiya e os outros estão lutando por suas vidas, eu não posso simplesmente abandoná-los. - Respondeu Saori com uma voz firme, mas sorrindo gentilmente.

Aldebaran abriu um grande sorriso. - Hahah, nós imaginávamos que a senhorita diria isso. E foi por isso que eu fui enviado, a partir de hoje eu irei lhe proteger aqui no Japão, mas não só a senhorita, irei proteger também esses bravos cavaleiros de bronze! - Explicou Aldebaran olhando orgulhoso para Seiya e os outros.

Saori relaxou o corpo e sorriu. - Muito obrigado Aldebaran, confio a minha segurança e a dos outros à você.

— Por nada Atena, agora a senhorita pode seguir cuidando dos cavaleiros de bronze sem nada a temer!

— Mas como vai fazer isso? Tenho certeza que a Senhorita Kido não irá dormir no hospital, mas sim em sua mansão, como você vai proteger todo mundo? - Perguntou o Doutor Asamori finalmente saindo da paralisia.

— Mas isso é muito fácil! A distância entre o hospital e a Mansão Kido é de poucos quilômetros, e para nós os cavaleiros de ouro, percorrer uma distância dessas é coisa de criança. Até mesmo cavaleiros recém formados não teriam problemas.

— Isso é incrível… Vocês estão mesmo fora do senso comum… me pergunto se um dia a ciência poderá replicar tamanho poder, mesmo que de forma artificial. 

— Aldebaran, já ocorreram as provas para novos cavaleiros? Você sabe dizer se a Mii conseguiu? - Perguntou Saori apreensiva.

— Bem, a senhorita pode perguntar a ela pessoalmente. - Disse o dourado movendo seu corpanzil para o lado, revelando a pequena Mii, que estava aguardando do lado de fora do quarto. Ela estava trajando a sua armadura de bronze de Golfinho.

— Deusa Ate… - Tentou dizer ao entrar no quarto, mas foi interrompida pelo caloroso abraço de Saori. Mii ficou sem reação por alguns segundos, mas em seguida devolveu o abraço à sua querida amiga que não via há tanto tempo.

Mii retornou como Saintia e ficou fazendo a guarda de Atena junto à Aldebaran, depois de algum tempo Saori decidiu retornar para a sua mansão e pediu para que Mii a acompanhasse, já que Mii agora era uma Saintia.

Aldebaran disse que elas deveriam aproveitar para passar algum tempo juntas, como amigas e não como Deusa e serva. Mas alertou que Mii não deveria baixar a guarda de forma alguma, já que eles não estavam no Santuário e ao sinal de qualquer anormalidade, por menor que fosse, ela deveria avisá-lo assim como combinado.

Mii e Saori partiram para a Mansão Kido e o dourado ficou fazendo a guarda dos bronzeados.

 

[Templo Submarino]

— Thetis! - Chamou um homem que vestia uma imponente e reluzente armadura dourada, ele usava um elmo de forma a esconder seu rosto. - Como está o senhor Poseidon? - Questionou entrando no templo de Poseidon, local que servia de morada para o deus dos mares.

— A sua agitação já se apaziguou. Ele já está mais controlado e finalmente dormiu, aos poucos a alma de Poseidon está tomando o controle do corpo de Julian. - Respondeu Thetis fazendo uma reverência.

— Muito bem. Em breve poderemos pôr em prática os planos do meu senhor Poseidon. Diga aos serviçais que façam tudo o que o senhor Poseidon mandar, ele não deve ser contrariado. Que o meu senhor seja tratado com toda a pomposidade que ele merece.

— Sim, certamente Dragão Marinho!

— Irei voltar para o meu pilar, qualquer coisa avise-me imediatamente. - Disse o Dragão Marinho indo embora.

— Espere Dragão Marinho. E sobre Atena e os seus cavaleiros? Não faremos nada? - Questionou preocupada.

— Hehe, o que aquela pirralha pode fazer? Dizem que ela viveu por anos fora do Santuário, que ela não tem qualquer treinamento ou preparo para uma Guerra. E ainda por cima, a maioria dos seus cavaleiros pereceu numa ridícula guerra civil. Até mesmo os cavaleiros de ouro, que são ditos como a elite do Santuário, sucumbiram para meros cavaleiros de bronze na batalha das doze casas. Não devemos nos preocupar com esses fracassados, haehaehaeh.

— É verdade que os números de Atena diminuíram drasticamente, mas nossos informantes dizem que a lealdade dos seus cavaleiros após as sangrentas batalhas das doze casas é ainda maior do que antes, e isso não pode ser perigoso?

— Besteira! Um exército fragilizado como esse nunca será capaz de enfrentar os Marinas de Poseidon. Você está se preocupando atoa. Foque-se em cuidar adequadamente do senhor Poseidon.

— Mas… eu soube que os cavaleiros de bronze ainda estão vivos, internados em um hospital no Japão, eles podem despertar a qualquer momento. Precisamos destruí-los agora, enquanto não se recuperaram, senão eles poderão nos causar enormes problemas!

— Ainda preocupada com isso Thetis!? - Disse uma voz entrando no templo.

— Senhor Sorento! - Disse Thetis fazendo uma reverência.

— Tsc… o que faz aqui, Sorento? - Questionou o Dragão Marinho.

— Ora… Fazem três dias que Poseidon chegou em seu templo e nenhum dos outros Generais Marinas teve permissão de vê-lo.

— Como eu já disse, esses primeiros dias são extremamente delicados. Demora algum tempo até a alma de Poseidon se acostumar com o seu novo corpo. Você deve ter percebido a agitação do cosmo dele nesses dias. - Respondeu o Dragão Marinho.

— De fato, eu e todos os Marinas percebemos isso. Mas mesmo assim, nós, os outros generais, que somos a elite do exército do senhor Poseidon, também queremos participar mais ativamente e…

— Como você bem sabe, foi o próprio Poseidon que me incumbiu de liderar os Marinas até o seu retorno. - Disse o Dragão Marinho interrompendo Sorento. - Quando o Poseidon despertar por completo ele irá delegar as funções da forma que ele desejar, até lá…

— Devo deixar tudo em suas mãos, não é? - Falou Sorento com sarcasmo.

— A propósito… não foi o seu subordinado que falhou em matar os cavaleiros de bronze moribundos? Ele também não fracassou na tentativa de raptar Saori Kido que seria a encarnação de Atena? Acho que você tem muitas outras coisas para se preocupar, não é? - Zombou o Dragão Marinho.

— Tsc… Sim, foi o meu subordinado que falhou. Ele já foi devidamente castigado. Mas se isso ainda é uma questão, eu posso cuidar disso pessoalmente.

— Bem, depois da presepada do seu subordinado, tenho certeza que eles irão reforçar a segurança em volta de Atena e de seus cavaleiros.

— Eu, Sorento de Sirene, um dos Sete Generais Marinas, não tenho nada a temer! Irei eliminar os cavaleiros de bronze!

— Muito bem, estarei aguardando por novidades. E para o seu bem, espero que não ocorram mais deslizes. - Disse o Dragão Marinho se retirando.

 

[Hospital da Fundação Graad]

Algumas horas depois que Saori e Mii foram embora, Aldebaran começou a ouvir uma linda melodia inundar todo o hospital. O dourado saiu do quarto e ficou no corredor.

— De onde vem essa música? Quem estaria tocando flauta tão tarde da noite, ainda mais em um hospital? Ainda assim… Faz muito tempo que eu não escuto uma melodia tão encantadora… parece que ela é capaz até de envolver a minha alma…  é uma sensação maravilhosa, muito parecida com a música que o cavaleiro de Lira tocava…

Mas de repente um arrepio tomou conta do corpo de Aldebaran e ele tem um mau pressentimento sobre aquela melodia…

— Tsc… tem alguma coisa errada com essa música… ela parece que está tentando tomar a minha alma!

— Exatamente! - Disse uma voz ecoando pelo corredor e explodindo todas as luzes, deixando toda a área mergulhada nas sombras. Exceto as lâmpadas que estavam mais próximas do dourado.

— Quem está ai!? - Bradou Aldebaran ao ver um vulto se aproximando.

— Eu sou um dos Sete Generais Marinas de Poseidon, Sorento de Sirene. - Disse um jovem e belo rapaz saindo das sombras, trajando uma linda armadura dourada. Ele usava uma capa branca e empunhava uma flauta dourada de onde saia aquela maravilhosa melodia. - E todos que ouvem a melodia da minha flauta morrem!

— Como é!?

— Isso mesmo que você ouviu! Adeus Touro! - E com um rápido movimento de mão o General Marina arrancou a cabeça do dourado. Sangue jorrou para todo lado e a cabeça de Aldebaran saiu rolando pelo chão. - Hehehe… Como foi fácil! Então, esse era um cavaleiro de ouro de Atena? Mais que piada! Parece que o Dragão Marinho tinha mesmo razão…

Sorento caminha até a cabeça de Aldebaran, então ele a segurou levantando-a pelo seu único chifre como se estivesse segurando um troféu, o sangue escorreu tingindo o chão de vermelho. - Eu tomei a cabeça do Touro! Esta é a minha primeira oferenda para o Deus dos Mares!

 


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Notas finais do capítulo

Enfim mais um capítulos pra vocês, espero que gostem. No próximo capítulo teremos um flashback mostrando como foi a prova de Mii e Igazen por suas armaduras, além de vermos se Sorente irá conseguir matar os cavaleiros de bronze.

*Doutor Asamori - No anime clássico ele foi o responsável pela criação dos cavaleiros de aço, o inseri aqui pra fazer uma gracinha.

Agradeço aos leitores que aqui chegaram e até o próximo capítulo ^^



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