Saint Seiya: O Rugido do Camaleão escrita por Anderson Luiz


Capítulo 39
Rosas Demoníacas




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[Arredores das Doze Casa]

— Um combate teve início na casa de Aquário… Será que é o Seiya? Não, esse cosmo não se parece com o dele, talvez Seiya já tenha ido para a casa de Peixes. Preciso me apressar… - Pensou Marin se esgueirando pelas áreas montanhosas. - Tsc… um cosmo está se aproximando… será que eu fui localizada? As doze casas estão próximas vou precisar usar os caminhos secretos que os servos usam para chegar mais rápido na décima segunda casa. Eu não queria, mas vou ter que lutar.

Marin parou de correr e enquanto recuperava o seu fôlego, ficou esperando que quem quer que fosse aparecesse.

— Olha só o que temos aqui… por acaso você está perdida? - Questionou uma voz.

— Eu sei muito bem aonde estou e pra onde vou.  - Respondeu Marin enquanto tentava localizar de onde aquela voz vinha.

— Hahaha, gostei!

— Para de se esconder, eu não tenho tempo pra ficar perdendo! Quem é você e o que você quer?

— Eu estou procurando por invasores e traidores. Quem seria você? Me parece bastante familiar...

— Tsc… não tenho tempo para esses joguinhos. - Pensou a prateada. - Eu sou Marin de Águia!

— Marin de Águia? Se me lembro bem, ouvi boatos de que você traiu o Santuário… bem, isso não importa na verdade, quero apenas me divertir. - Respondeu ele lançando uma rocha enorme contra a amazona.

Marin retraiu o braço e aguardou aquela rocha se aproximar, então saltou e a socou espatifando-a completamente. Porém, para a sua surpresa, assim que ela destruiu a rocha finalmente viu o rosto por trás daquela voz. Era alguém que estava vestindo roupas de treinamento, provavelmente um aspirante, e ele preparava-se para aplicar um soco na amazona.

Punho Explosivo! — Gritou ele.

Marin que não teve muito tempo para reagir, tentou desviar, mas acabou sendo golpeada no estômago.

Ao ser atingida pelo soco houve uma grande explosão de cosmo e a amazona foi lançada contra o chão com força. Marin gemeu ao chocar-se com o chão, ela colidiu com tanta força que no local do impacto abriu-se uma grande cratera.

— Vamos, não diga que isso é tudo que você aguenta? Ou será que eu me empolguei demais? - Disse ele sorrindo.

— Quem é você? Um simples aspirante não conseguiria fazer isso. - Questionou Marin levantando.

— Meu nome é Jaki. - Disse ele fechando o punho e estralando os dedos.

— Jaki? Não é possível, você deveria estar preso! - Falou Marin surpresa.

— Oh… então você me conhece? Quanta honra… mas como pode ver, eu estou livre e pronto para me divertir.

— O Grande Mestre mandou te prender por você ter matado outros aspirantes de forma cruel durante os treinamentos e, também houve suspeitas que você tinha os matado propositalmente. Então lhe foi negado o direito de competir pela armadura e você ficou preso esperando por um julgamento. Mas parece que agora o Grande Mestre resolveu usar até uma criatura baixa como você…

— Hahaha, você está muito bem informada. Porém, na verdade foram os próprios guardas da prisão que me soltaram… eles tentaram me convencer que se eu matasse alguns dos invasores o Grande Mestre me daria o título de cavaleiro e perdoaria meus crimes… hahahahaha… como se eu precisasse de alguma motivação para querer matar alguém… mas já que eles me deram essa chance, porque não aproveitar? - Jaki sorriu e uma aura assassina tomou conta do seu corpo. - Eu nunca liguei pro título de cavaleiro ou armadura, só queria ficar forte e usar essa força para saciar os meus desejos! Então depois de matar alguns invasores eu irei embora do Santuário!

— Droga! Mesmo esse maníaco não recebendo o título ou uma armadura, ele ainda tem o nível de um cavaleiro de prata… ele é forte… se eu me descuidar… - Pensou Marin.

— O que foi? Porque ficou calada de repente? - Perguntou Jaki avançando contra Marin mirando suas mãos no pescoço dela.

Marin bloqueou a investida segurando as mãos de Jaki. Ela então saltou se apoiando nelas e aplicou um chute com os dois pés no estômago de Jaki lançando-o para trás, mas em um rápido reflexo ele explodiu o seu cosmo e forçou os pés no chão, parando instantaneamente.

Meteoros! — Falou Marin lançando seu ataque contra Jaki.

Os socos da prateada avançaram contra o aspirante, mas Jaki esquivou saltando para cima, depois desceu na direção de Marin, agora com uma voadora.

A prateada bloqueou o chute cruzando os braços. O chute foi potente o suficiente para afundar os pés da amazona no chão. Em seguida, Jaki juntou as mãos e a golpeou na cabeça, o ataque abriu uma grande cratera, onde Marin desabou. Em seguida Jaki esticou a mão para pegar Marin pelos cabelos, entretanto ele golfou sangue e sentiu uma dor absurda em seu estômago, a amazona de prata começa a levantar e ele deu alguns passos para trás.

— Maldita! Naquela hora você conseguiu me acertar?!

— Você pode ser forte, mas eu também sou! - Falou Marin com sangue escorrendo da sua cabeça. - Além do mais estou usando minha armadura, não se esqueça disso… eu estou com a vantagem…

Jaki deu mais alguns passos para trás, porém Marin não deu brecha. - Meteoros! - Gritou ela disparando seus poderosos socos contra Jaki.

— Isso não vai funcionar! Essa é a técnica mais básica que um cavaleiro pode aprender! Não irá me vencer só com isso! - Berrou Jaki desviando e bloqueando os ataques da amazona.

— Nessa distância você não conseguirá se esquivar de todos os meus Meteoros! - Retrucou Marin aumentando cada vez mais a quantidade e a velocidade dos seus Meteoros. Marin acerta Jaki e ele vai ao chão com vários ferimentos.

— Duvido que esses ferimentos sejam suficientes para lhe matar... Então aproveite essa chance e suma daqui! - Falou Marin se preparando para ir embora.

— Não me subestime! - Gritou Jaki se levantando e elevando o seu cosmo, ele avançando mais uma vez contra a prateada.

— Meteoros! - Gritou Marin.

Jaki seguiu movendo-se muito mais rápido que antes, conseguiu desviar dos socos da amazona, de repente ele desaparece e surge nas costas de Marin e a abraça, imobilizando seus braços completamente e ainda a pressionando contra o chão para evitar que usasse as suas pernas.

— Argh! - Gritou Marin enquanto era esmagada pelos braços de Jaki. Marin tenta se livrar, mas Jaki não dá brecha e quanto mais ela se debate mais ele aperta.

— Sua maldita… finalmente você está em minhas mãos… Hahaha - Falou Jaki sorrindo e vomitando sangue logo em seguida. - Impressionante… Você ainda conseguiu me acertar… mas agora tudo está acabado, vou quebrar todos os seus ossos e te jogar desse precipício! Onde você vai ficar agonizando sozinha até a morte!

Jaki elevou o seu cosmo e apertou Marin com mais força, fazendo Marin gritar de dor.

— Droga! De-esse jeito vou acabar mor-rrendo… preciso reagir…

Marin eleva o seu cosmo que se transforma em uma águia prateada qual alça voo em direção aos céus. Ela então força seu corpo para baixo, flexionando os joelhos e salta para cima. A pressão foi tamanha que despedaçou completamente o chão sob seus pés causando um desmoronamento.

Marin subiu por dezenas de metros com ajuda de asas de cosmo que surgiram da sua explosão cósmica.

— Desgraçada! O que diabos você está tentando fazer! - Gritou Jaki preocupado.

— Se você não me largar, nós dois vamos morrer! - Respondeu Marin jogando o corpo pra trás e descendo em parafuso para dentro do mesmo precipício que Jaki tinha ameaçado lhe jogar. Marin e Jaki desceram em alta velocidade, ambos pareciam um meteoro em chamas prestes a se chocar na terra.

 

[Escadaria da Casa de Peixes]

Seiya e June estavam chegando na metade da escadaria quando eles sentem uma explosão cósmica na casa de aquário.

Seiya parou de correr, porém logo em seguida ele teve um arrepio na espinha, ele sentiu vagamente um cosmo familiar explodindo ali perto, mas ele foi rapidamente sobrepujado pela explosão cósmica de aquário. - De quem foi esse cosmo… ele me parecia muito familiar…

— Seiya? - Chamou June parando logo atrás dele, mas foi então que a amazona percebeu um floco de neve voando na direção deles.

— Um único floco de neve… e ainda mais nessa estação do ano… isso quer dizer que… - Diz June estendendo a mão e pegando o floco de neve. - Hyoga... - Diz ela fechando a mão e olhando por cima do ombro.

— Não olhe pra trás, June… Não temos tempo para isso agora… - Diz Seiya escondendo o rosto. - A última casa, a casa de peixes, está bem na nossa frente! - Diz ele apontando para casa zodiacal. - Precisamos seguir em frente! O Hyoga não vai nos perdoar se tentarmos interferir nessa luta.

— Você está certo. E a sua cintura como está?

— Está bem melhor graças a você e a seu chicote… Obrigado. - Respondeu ele desenrolando o chicote de camaleão da sua cintura. June usou o chicote para imobilizar a cintura do Pegasus, além de usar o seu cosmo para aquecê-la e descongelá-la.

— Muito bem. Vamos indo! - Respondeu June pegando de volta o seu chicote e o enroscando em sua coxa.

June e Seiya subiram as escadarias rumo finalmente à última casa zodiacal, quando de repente foram surpreendidos por duas rosas vermelhas que foram lançadas e fincaram-se entre seus pés.

— Rosas Vermelhas!? Mas quem foi que as jogou!? - Perguntou Seiya espantado.

June também se assustou com as rosas, mas de repente lembrou-se de algo e agarrou com força o cabo do seu chicote.

— Isso foi só um aviso. Voltem para o Japão, se vocês avançarem terei que eliminá-los. - Disse o cavaleiro de peixes surgindo na entrada do templo zodiacal.

— Finalmente! Deve ter sido ele! - Falou June irritada e soltando o seu chicote.

— Do que você está falando? - Perguntou Seiya confuso.

— Quando estávamos no avião da Fundação vindo para o Santuário, eu lhes contei mais detalhes sobre o que encontrei quando retornei para a Ilha de Andrômeda. Todos os aspirantes estavam inconscientes, e o mestre Daidalos... estava morto e sobre o seu corpo havia uma rosa vermelha. - Respondeu ela tentando controlar a sua emoções, mas a sua voz e o seu cosmo demonstravam a sua tristeza, raiva e frustração.

— É verdade. As únicas informações que você obteve foi que alguém trajando uma armadura dourada chegou exigindo falar com seu Mestre e a rosa vermelha que você encontrou. - Comentou Seiya e logo depois ele arregalou os olhos quando começou a ligar os fatos.

— Por um tempo, enquanto subíamos as doze casas, um misto de sentimentos tomava conta de mim... a cada novo cavaleiro de ouro que encontrávamos. Era uma sensação de alívio com frustração. Mas finalmente vou poder vingar o meu mestre. Seiya eu preciso derrotar aquele cavaleiro de qualquer jeito!

— June… você tem certeza disso?

— Por favor, Seiya, deixe-me acertar as contas pessoalmente. Se fosse você, tenho certeza que faria o mesmo, então preciso pedir que não interfira.

— Tsc… você tem razão! - Respondeu o bronzeado e os dois começaram a correr na direção do dourado.

— June, quando você vencer esta batalha vá direto para o Salão do Grande Mestre, mas talvez quando você chegar lá, eu já tenha resolvido tudo. - Gritou Seiya dando um sorriso e saltando dos degraus e passando por cima do cavaleiro de Peixes.

Antes que Seiya conseguisse pousar, o dourado que estava com uma rosa vermelha em sua boca a lança, Seiya tenta acertar a rosa, porém ela crava-se na sua mão, varando-a. Seiya perde o equilíbrio e acaba caindo de joelhos no chão.

— Seiya! - Gritou June.

Mas ele se levantou e arrancou a rosa da sua mão, fazendo sangue escorrer pela ferida. - Não se preocupe. Isso não será o bastante para me deter. Acabe com ele June! - Falou o bronzeado virando as costas e indo embora. - Adeus, Cavaleiro de Peixes!

O cavaleiro de Peixes se vira na direção de Seiya, mas June salta na direção dele aplicando um chute.

— Você não vai a lugar nenhum até que ele deixe essa casa em segurança.

O dourado estende a palma da mão e bloqueia sem nenhum esforço o chute da amazona.

— Hunff… Muito bem, então. Mas não é porque ele passou por esta casa que ele está seguro. Ele jamais conseguirá chegar no Salão do Grande Mestre.

— Como é!? - Questionou June confusa.

— O Pegasus morrerá no meio do caminho… Enviado ao outro mundo pelo meu cortejo fúnebre de rosas. - Respondeu ele segurando June pelo pé e a lançando para dentro da casa de Peixes.

— Droga! Seiya vai cair na armadilha dele se eu não fizer nada. - Pensou a amazona se levantando e olhando na direção que o bronzeado tinha seguido.

— Desista. - Falou o dourado. - O Pegasus nunca terminará de cruzar as doze casas, ele já deve ter encontrado a minha encomenda de rosas demoníacas e seu veneno mortal, em breve ele cairá sem vida.

— Rosas Demoníacas!? - Questionou a amazona e foi nesse momento que June percebeu que existiam centenas pétalas de rosas vermelhas cobrindo o chão daquele templo. Ela se levantou assustada.

— Não se preocupe… essas são rosas normais. Originalmente as rosas demoníacas eram usadas como uma barreira contra invasores. Quem inalar o pólen ou se cortar com os espinhos dessas rosas têm todos os sentidos adormecidos, até que eventualmente venha a morrer. Desde da era mitológica o Santuário adotou essa tática como última barreira para proteger o Salão do Grande Mestre e o Templo de Atena.

 

{Momentos depois de June e Seiya cruzarem a casa de Aquário}

— Afrodite, você pode me ouvir?!

— Grande Mestre?

— Camus permitiu que dois cavaleiros de bronze atravessassem o seu templo! Só para poder lutar sozinho contra o próprio discípulo! - Rosnou o Grande Mestre telepaticamente.

— Sim, eu percebi. Eu ainda não entendi quais as motivações dele…

— Isso não importa! - Gritou o Grande Mestre irritado. - Como se não bastasse isso, Máscara da Morte, Aiolia, Shaka e Shura todos foram derrotados! Eu não consigo conceber que a elite do Santuário está sendo vencida de forma tão vergonhosa! - Gritou ele novamente perdendo a linha.

Era como se o Grande Mestre fosse outra pessoa, tanto é, que esses surtos dele deram origem a um boato que dizia que o Grande Mestre tinha um transtorno de dupla personalidade. Com o passar dos anos esse boato ganhou muita força e muitos assumiram aquilo como verdade por causa das ações totalmente controversas do Grande Mestre, realmente parecia que duas almas completamente diferentes ocupavam o mesmo corpo.

— Eu quero que você ative a barreira de rosas demoníacas!

— Por acaso você acha que eu vou falhar? Ou acha que vou traí-lo?

— Mu, Aldebaran, Mestre Ancião, Milo e agora Camus, todos eles me traíram, todos estão contra mim. Não posso permitir mais falhas! - Berrou o Grande Mestre.

— Mas porque você mesmo não ativa a barreira? As rosas demoníacas criadas pelo Santuário são mais poderosas que as minhas.

— Não interessa! Apenas faça o que eu estou mandando!

— Está certo, se é o que deseja, assim farei Grande Mestre.

Afrodite começou a elevar o seu cosmo, que foi inundando a casa de Peixes e a atravessou. Rapidamente centenas de rosas vermelhas começaram a surgir no meio da escadaria que levava ao Salão do Grande Mestre.

— Será que o Santuário está se recusando a obedecê-lo? Será que o Santuário não está reconhecendo os cavaleiros de bronze como inimigos? Será que realmente eu escolhi o lado errado? Se for isso, hoje eu pagarei por todos os meus pecados. - Pensou Afrodite enquanto terminava de lançar a sua encomenda de rosas demoníacas.

 


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Notas finais do capítulo

Parece incrível, mas consegui lançar mais um capítulo no mesmo mês. Hahaha. No anime teve essa luta entre Marin e Jaki, mas ela é muito vergonhosa, o que fizeram com a Marin não faz sentido, eu espero que tenha conseguido fazer algo melhor que o anime, espero que gostem.

Em Next Dimension, Kurumada mostrou que o próprio Santuário pode ativar a barreira de rosas demoníacas e que nem mesmo o Cavaleiro de Peixes da época conseguiu eliminá-las por completo, sei que ele estava bastante ferido, mas mesmo assim acho que ele deveria conseguir.

Fiquem atentos aos próximos capítulos, teremos mais um flashback interessante.

Agradeço aos leitores que aqui chegaram e até o próximo capítulo ^^



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