Saint Seiya: O Rugido do Camaleão escrita por Anderson Luiz


Capítulo 38
Camaleão vs Aquário




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[Casa de Sagitário]

— O quê!? A armadura de Sagitário… como ela veio para aqui? - Se questionou Hyoga e nesse momento a armadura virou a sua flecha na direção dele. Hyoga se assustou, porém logo depois ela virou-se na direção do testamento de Aiolos.

— O que a armadura está apontando? Parece que tem algo escrito na parede… - Hyoga se aproximou e leu aquele texto. - Aiolos esperou por todos esses anos, sem saber se nós viríamos ou quando viríamos… e mesmo depois de tanto tempo eu ainda posso sentir o desejo dele impregnado neste testamento… - Pensou Hyoga emocionado ao ser tomado por aquele desejo tão profundo. - Obrigado Aiolos! - Disse o Cisne enxugando as lágrimas e partindo com o espírito renovado para a próxima casa.

 

[Escadaria da Casa de Aquário]

— O cosmo de Shiryu… desapareceu completamente… - Falou June com a voz embargada.

— Será que o Shiryu morreu? - Perguntou Seiya preocupado e com os olhos rasos d’água.

Porém nesse momento um poderoso cosmo começa a emanar da casa de Aquário.

— Me desculpe, mas acho que você não terá tempo de chorar por seu irmão agora, Seiya. - Falou June se virando para em direção da décima primeira casa zodiacal.

Seiya finalmente percebe aquele cosmo e também vira-se na mesma direção. - Aquele deve ser Camus de Aquário, o guardião da Casa de Aquário.

— Então aquele é o Mestre do Hyoga, aquele que o aprisionou no caixão de gelo. - Comentou June.

— O que faremos? Será que o Hyoga já passou pela casa de Escorpião? - Indagou Seiya.

— Eu não consigo sentir mais o cosmo dele, mas precisamos acreditar que sim. E nesse caso provavelmente ele gostaria de resolver as coisas nesta casa, mas infelizmente não temos muito tempo, nós mesmo teremos que passar por ela. - Respondeu June.

June e Seiya seguem subindo a escadaria rumo a casa de Aquário. Quando os dois chegaram diante da décima primeira casa, lá estava Camus os aguardando.

— Porque? Porque vocês liberaram o Hyoga do meu esquife de gelo? - Questionou Camus bem sério.

— Como é?! Você queria que nós o abandonássemos lá? - Questionou Seiya irritado.

— Vocês todos traçaram um destino cruel. Esta batalha contra o Santuário e contra o Grande Mestre resultará somente em dor e sangue a todos aqueles que ousarem seguir por este caminho.

— Assim como nós, Hyoga decidiu por vontade própria lutar ao lado de Saori. - Respondeu June.

— Exatamente! - Bradou Seiya. - O Grande Mestre é o mal que dominou e o Santuário! Treze anos atrás ele tentou assassinar Atena! Depois de descobrirmos isso, como poderíamos ficar parados!?

June começou a contar toda a história sobre o que aconteceu treze anos atrás quando o Grande Mestre tentou matar Atena e colocar a culpa em Aiolos. - Essa é a verdade sobre o Grande Mestre…

— Muito bem, vocês têm alguma prova do que estão dizendo?

Seiya e June ficaram em silêncio, por mais que eles tivessem total convicção de que Saori era mesmo a Deusa Atena, de fato eles não tinham nenhuma prova cabal de que tudo aquilo que Saori lhes contou era realmente verdade.

— A armadura de ouro! - Lembrou Seiya. - A armadura de ouro de Sagitário está do nosso lado. O Aiolia nos disse que se nós lutássemos pelo mal ela teria nos destruído e em várias ocasiões ela nos protegeu e ficou ao lado de Saori por todos esses anos.

— Então aquela presença que senti na casa de Sagitário… - Pensou Camus.

— Isso não é o suficiente!? - Indagou June. - Isso deveria provar que nós estamos lutando por Atena.

— Hunff… pra acreditar nas suas palavras eu teria que ver com os meu próprios olhos. - Disse Camus virando as costas. - Assim como eu, muitos cavaleiros tem nutrido suspeitas sobre o Grande Mestre, mas nunca houve uma prova sequer que o condenasse. E durante esses últimos treze anos, por mais que algumas das suas ações possam ser julgadas como exageradas, ele protegeu e comandou o Santuário como um verdadeiro Grande Mestre o faria. Eu não posso simplesmente virar meu punho contra ele só porque você ou qualquer outro disse que ele é maligno.

— Porque vocês cavaleiros de ouro são tão teimosos!? - Reclamou Seiya apontando para Camus e se lembrando que algo parecido aconteceu quando ele lutou contra Aiolia no Japão.

— Vocês cavaleiros de bronze são jovens demais… Existem muitas outras coisas em jogo, não só se o Grande Mestre é ou não maligno. O que acontecer hoje mudará completamente o status quo do Santuário… estamos prestes a enfrentar uma gue...

— Não venha com essa! - Disse Seiya irritado interrompendo Camus. - Se estamos lutando e arriscando as nossas vidas esse tempo todo, é porque confiamos na Saori! E no momento isso me basta!

— Nós não podemos perder mais tempo conversando, pelo jeito não vamos convencê-lo com palavras, precisamos nos apressar para salvar Atena! - Falou June.

— Está bem. Se vocês não tiverem o que for necessário para vencer o Grande Mestre, pereceram na casa de Aquário. - Respondeu Camus virando as costas e entrando em seu templo zodiacal.

Seiya começa a seguir Camus, quando é interrompido por June que o segura pelo ombro. - Escute Seiya… deixe que eu luto aqui… você deve seguir em frente…

— Porque? Se nós lutarmos juntos podemos com certeza poderemos vencê-lo!

— Você está mais cansado do que eu… e por isso deve seguir para a casa de Peixes, assim você poderá descansar um pouco.

— Mas June…

— Não se preocupe Seiya, vou ficar bem… e mesmo que eu demore a te alcançar... tenho certeza que os outros em breve te alcançarão…

— Tsc... Está bem! Então vamos! - June acenou com a cabeça concordando e ambos seguiram para o templo de aquário.

 

[Prisão do Santuário]

{Um pouco antes de Marin descer de Star Hill}

— Vamos, saia da cela! - Ordenou o guarda com a voz trêmula.

— O que está acontecendo? - Perguntou o prisioneiro que estava deitado em sua cama.

— O-o Santuário foi invadido... e estão tentando subir as doze casas! - Respondeu o guarda abrindo a grade da cela com bastante cuidado.

— Disso eu já sei. Dá pra sentir daqui vários cosmos se chocando. Eu quero saber porque estão me libertando.

— Precisamos da sua força! - Falou outro guarda se aproximando e que parecia estar com bastante medo daquele prisioneiro.

— Vários cavaleiros de bronze foram mortos e vários soldados derrotados. - Falou o guarda que abriu a cela dando alguns passos para trás, como se temesse pela sua vida. 

— Ainda assim eu não entendo o que está acontecendo aqui… Por acaso o Grande Mestre mandou me libertar? - Questionou o prisioneiro sem se levantar da cama.

— Não, ele não faz ideia do que estamos fazendo. Fomos nós mesmos que decidimos isso… talvez… talvez… se você matar alguns dos invasores o Grande Mestre perdoe os seus crimes e lhe conceda o título de cavaleiro…

O prisioneiro sorriu maquiavelicamente enquanto se sentava na cama e estendia os braços para que suas algemas fossem retiradas. Os dois guardas instintivamente deram mais alguns passos para trás.

— Quem são os invasores? - Perguntou o prisioneiro.

— Alguns cavaleiros de bronze que vieram do Japão… - Respondeu um dos guardas indo na direção da cela para retirar as algemas.

— Você só pode estar de brincadeira! - Respondeu o prisioneiro gargalhando e massageando os pulsos feridos e marcados pelas algemas.

— Não mesmo! - Respondeu o segundo guarda, mas ao ver que chamou à atenção do prisioneiro acabou recuando um pouco a voz. - São os mesmos cavaleiros de bronze que derrotaram vários cavaleiros de prata!

— Então o boato que ouvi é mesmo verdade? Agora as coisas ficaram mais interessantes. - Falou o prisioneiro ficando de pé após o guarda retirar os grilhões dos seus pés. - Eu estava mesmo entediado… E já faz tempo que não mato ninguém… - Disse ele indo em direção a porta da prisão.

— Será que fizemos certo? - Questionou o primeiro guarda, finalmente relaxando o corpo e saindo da cela.

— Ele é muito forte e vai acabar matando alguns dos invasores, isso é tudo o que importa! - Respondeu o segundo guarda.

 

[Casa de Touro]

— Mu… faz algum tempo que os cosmo de Aiolia, Shaka e Ikki desapareceram completamente… O que será que aconteceu na casa de Virgem? Será que os três morreram? - Perguntou Aldebaran telepaticamente.

— Eu não sei Aldebaran… porém eu consigo uma pequena fagulha do cosmo de Ikki… ele deve estar provavelmente inconsciente. - Respondeu Mu.

— Entendo. De toda forma, ele ter sobrevivido ao Shaka é um grande feito.

— Os cavaleiros de bronze contam com uma grande vantagem… O orgulho e arrogância dos cavaleiros de ouro… Qualquer um de nós poderia ter matado todos os cavaleiros de bronze sem qualquer esforço… mas ao se negarem a lutar seriamente contra eles, seja porque tem dúvidas sobre o Grande Mestre ou porque acham um absurdo ter lutar contra alguém de patente tão inferior, acabam criando a chance dos cavaleiros de bronze despertarem o sétimo sentido e mesmo que seja por uma fração de segundos, esse breve milagre irá fazer toda diferença na luta.

— Eu sei muito bem disso. - Disse Aldebaran retirando o seu elmo e olhando para o seu chifre que foi cortado por Seiya. Ele sorriu e colocou o elmo novamente. - Mu… a batalha está chegando ao seu clímax, os cavaleiros conseguiram chegar muito além do que eu poderia imaginar.

— Sim meu amigo, eles finalmente chegaram na casa de Aquário.

— Assim como eu, acredito que Camus também nutre certas desconfianças contra o Grande Mestre. Mas realmente não sei o que ele vai fazer. Será que só suspeitar do Grande Mestre bastará para que se volte contra o líder do Santuário?

— E você, já escolheu um lado? Ao final desta batalha, quem você irá apoiar? - Perguntou Mu bem sério.

 

[Casa de Aquário]

— Eu vou te enfrentar Camus. - Falou June tomando a frente.

— Muito bem, prepare-se Amazona de Camaleão. - Respondeu Camus de forma ríspida e imponente.

— Boa sorte June! - Gritou Seiya avançando pela lateral.

— Eu não vou permitir que você atravesse essa casa Pegasus! - Falou o dourado preparando seu ataque.

— Camus! Sua batalha será comigo! - Gritou June avançando. - Tormenta Sangrenta! — June transformou o seu Chicote numa lança de pequeno porte e desfere centenas de golpes perfurantes contra Camus que desviou de todos sem nenhum problema.

June parou o ataque quando escutou Seiya caindo no chão ao ser acertado por um golpe de Camus.

— Não acredito nisso! Ele não só desviou de todas as minhas investidas como também atingiu o Seiya.

— Droga! Eu nem vi ele me atacando. - Falou Seiya colando a mão na cintura e vendo que ela estava congelada.

— Seiya você está bem!? - Questionou June virando para o bronzeado.

— Nenhum dos dois passará por esta casa até que eu veja o que é necessário para derrotar o Grande Mestre. - Advertiu Camus.

— Então terei que vencê-lo de qualquer jeito! - Bradou June elevando o cosmo. - Tormenta Sangrenta! - Disparou a amazona avançando mais uma vez contra o aquariano.

— Com esse nível de velocidade qualquer ataque que você lance é inútil! Pó de Diamante! — Camus lançou seu ataque contra June que a atingiu com força a jogando para trás e a fazendo colidir com a parede do templo fazendo-a rachar.

— Estou impressionado… não com vocês, mas com a resistência das suas armaduras de bronze. Mesmo que eu não tenha atacado com tudo elas deveriam ter se despedaçado.

— Nossas armaduras foram reparadas e reforçadas por Mu. - Respondeu Seiya ainda no chão.

— Mu? Entendo. Então ele realmente está contra o Grande Mestre. E isso também explica como vocês conseguiram chegar tão longe, foi graças ao Mu, mas acaba aqui.

— Não… nós chegamos longe demais para morrermos aqui… - Disse June tentando se levantar, mas não conseguia, seu corpo estava não só dormente como também paralisado pelo ar frio de Camus.

— O que acha que pode fazer nessas condições? Não só sua armadura está quase completamente congelada, como também seu corpo e seu chicote. - Retrucou Camus.

— Não importa! Só vamos parar de lutar quando nossos cosmos se extinguirem! - Respondeu June pegando o seu chicote, elevando o seu cosmo e ficando de pé.

— Pare com isso. É inútil você insistir. - Falou o Aquariano.

Porém, June seguiu elevando o seu cosmo e aos poucos recuperando os seus movimentos.

— Entendi. Você acha mesmo que vai conseguir descongelar o seu corpo? Pra isso acontecer você precisará superar o meu ar frio, mas vou pôr um fim nisso agora. Pó de Diamante!

Defesa Circular! — Gritou June explodindo o seu cosmo e descongelando a sua armadura e o seu chicote, que começou a girar em volta do seu corpo o protegendo do ataque de Camus.

— Não é possível! - Falou Camus surpreso. - Você está conseguindo repelir o meu ar frio completamente!? Vejamos se você consegue o mesmo se eu começar a atacar a sério. Pó de Diamante! - Lançou Camus mais uma vez.

Porém, o ataque do dourado foi interceptado por outra rajada de ar frio, as duas rajadas estavam chocando-se uma empurrando a outra, pareciam estar quase equilibradas.

— June! Seiya! Me desculpem pela demora.

— Hyoga! - Falaram Seiya e June ao mesmo tempo.

— Eu quero que vocês deixem esta luta comigo. Quero resolver tudo com meu mestre aqui e agora. - Falou bem sério o Cisne. - Eu sei que parece ser egoísmo meu, entretanto não quero que mais ninguém assuma essa luta.

— O Shun… não veio com você?

— Não se preocupe, ele está bem. Logo deverá nos alcançar. - Respondeu Hyoga. - Agora vão!

— Certo... vamos deixar essa batalha com você. - Disse June desfazendo a sua defesa e se virando na direção do Seiya.

June correu até Seiya, o ajudou a se levantar e partiram da casa de Aquário.

— Mestre Camus… não existem palavras para o agradecer por tudo o que o senhor me ensinou e por ter cuidado de mim na Sibéria junto ao mestre Crystal. Por isso usarei a linguagem dos cavaleiros para que o senhor possa me compreender por completo. - Disse Hyoga elevando o cosmo e empurrando a rajada de ar frio contra Camus.

— Muito bem, Milo já o reconheceu como um verdadeiro cavaleiro. Eu não tenho mais nada a dizer. Mas não ache que uma simples rajada de ar frio dessas servirá de alguma coisa contra mim! - Falou o dourado rebatendo todo o ar frio contra o seu pupilo que foi arremessado contra a parede, que acabou congelada e se despedaçando quando Hyoga a atravessou.

 


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Notas finais do capítulo

Parece mentira, mas aqui está mais um capítulo pronto. Hahahah. Espero que gostem. Eu coloquei a June pra ter vários embates rápidos porque não queria substituir os embates clássicos que são tão marcantes. Se fosse mudar um teria que mudar todos.

Quem será esse prisioneiro que os guardas soltaram? Bem, no próximo capítulo teremos mais uma batalha com ele e o inicio da casa de peixes e mais flashbacks.

Agradeço aos leitores que aqui chegaram e até o próximo capítulo ^^



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