Saint Seiya: O Rugido do Camaleão escrita por Anderson Luiz


Capítulo 16
Elite de Ouro




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[Dois dias após a derrota dos Cavaleiros Prata]

— Estou aqui, Grande Mestre. Eu, Aiolia de Leão.

— Hunf… Sempre desrespeitoso… onde está a sua armadura Leão? Ou vai dizer que estava com tanta pressa de responder ao chamado do Grande Mestre que esqueceu de vesti-la.

— Como é? - Diz Aiolia virando pra ver quem falou com ele. - O quê? Milo? O que ele está fazendo aqui? - Questionou Aiolia virando para o Grande Mestre.

— Entendo a sua surpresa em vê-lo aqui… já que não é comum reunir mais de um cavaleiro de ouro para uma mesma missão… Mas dada a gravidade da situação não tive escolha senão chamá-los aqui. Agora, Aiolia de Leão e Milo de Escorpião me escutem com muita atenção.

— Receio não ser novidade que alguns cavaleiros de bronze participaram de um torneio no Japão que foi transmitido para vários lugares do mundo, cujo o prémio seria a armadura de ouro de Sagitário. Eu expedi uma ordem para que o cavaleiro de Cisne fosse acabar esse evento e que punisse os seus participantes, contudo ele não só ignorou as minhas ordens como atreveu-se a ficar do lado deles. Além disso, o cavaleiro de Fênix em vez de eliminar os cavaleiros negros da Ilha da Rainha da Morte tornou-se líder deles e entrou em cena causando ainda mais problemas.

Então fui informado que iniciou-se uma batalha entre os cavaleiros de bronze e os cavaleiros negros pela posse da armadura de ouro. Dessa forma enviei dois grupos de cavaleiros de prata para o Japão, um grupo comandado pela Marin de Águia para matar os cavaleiros de bronze que haviam participado daquele torneio e resgatar a armadura de ouro caso fosse verdadeira e o outro grupo comandado pela Shina de Ofiúco foi enviado para destruir o Coliseu da Fundação Graad, que financiou todo o torneio. Porém fui informado que os dez cavaleiros de prata que eu enviei foram massacrados por cinco cavaleiros de bronze.

— Impossível! Dez cavaleiros de prata foram derrotados por apenas cinco cavaleiros de bronze!? - Perguntou Aiolia espantado com aquela informação.

— Desculpe, Grande Mestre, mas essa informação está correta mesmo? Porque é impossível pensar em algo assim… - Questionou Milo que estava tão surpreso quanto Aiolia.

— Sim, é tudo verdade. Esse relato foi feito por um dos cavaleiros de prata sobreviventes, porém ele estava tão ferido que infelizmente não sobreviveu. - Respondeu o Grande Mestre com certo pesar em sua voz.

— Eu ouvi que um cavaleiro de prata havia chegado de uma missão e que ele estava extremamente ferido… mas não sabia que esse era o motivo. - Disse Aiolia.

— Também fui informado que Marin de Águia nos traiu, enquanto Shina de Ofiúco ainda não regressou, não sabemos se ela ainda está viva.

— A Ma-marin nos traiu!? Que absurdo… - Bradou Aiolia consternado.

— Grande Mestre, perdoe-me mais uma vez, mas continuo sem entender porque enviar dois cavaleiros de ouro para punir esse míseros cavaleiros renegados? É desperdício das nossas habilidades. - Retrucou Milo.

— Acaso pensa em ignorar as minhas ordens Milo? - Questionou o Grande Mestre com sua presença imponente.

— Não estou me rebelando contra a sua autoridade, mas nos enviar para essa missão é a mesma coisa de enviar um leão pra matar formigas. Isso é humilhante!

— Se não nos encarregamos deles agora, certamente se tornarão um verdadeiro problema muito em breve.

— Grande Mestre porque se importa tanto com esses cavaleiros de bronze rebeldes… - Questionou Milo.

— Porque a armadura de ouro que eles possuem é verdadeira, é armadura de ouro de Sagitário. - Respondeu.

— É a armadura verdadeira de Sagitário!? - Falou Milo surpreso.

— O que ele está fazendo no Japão!? - Questionou Aiolia ainda mais surpreso e abalado do que Milo.

— Como vocês sabem, Aiolos, o Cavaleiro de Sagitário, iniciou uma rebelião contra mim… Digo, contra a própria deusa Atena há treze anos e tentou assassiná-la. E ao que parece durante enquanto fugia, ele entregou a sua armadura para um Japonês chamado Mitsumasa Kido que é o antigo dono da Fundação Graad, que foi quem patrocinou o torneio entre os cavaleiros de bronze. E de alguma forma ele customizou a armadura para que ninguém a reconhecesse, mas claro, isso é só uma suposição minha, pois eu mesmo achei que ela fosse falsa, mas estava enganado, esta foi uma das informações que Asterion de Cães de Caça me passou antes de falecer devido aos ferimentos causados pela Marin.

— Então… isso tudo ainda é consequência da traição de Aiolos? - Questionou Milo encarando Aiolia.

— Talvez. Mas esse não é o nosso maior problema. Olhem bem… - O Grande Mestre aponta para um altar onde estavam sete urnas de ouro. - Contando com vocês dois, temos nove cavaleiros de ouro que juraram lealdade à Atena. Porém as outras duas urnas que faltam pertencem aos dois rebeldes que apoiaram a rebelião de Aiolos.

— O senhor está falando de Libra e Áries, não é? - Perguntou Milo.

— Sim. O Cavaleiro de Libra se encontra nos Cinco Picos Antigos de Rozan, na China. E apesar de ter mais de cem anos de idade, ele ainda segue sendo considerado o cavaleiro mais poderoso vivo. Já o Cavaleiro de Áries vive em Jamir que fica nas montanhas entre a China e a Índia. Ele dedica-se ao reparo das armaduras sagradas, vive recluso da civilização e do mundo exterior. Nesses últimos treze anos ambos se recusaram a obedecer os chamados do Santuário, se opondo a mim e a Deusa Atena. São traidores assim como Aiolos. Por isso que esse é um assunto de suma importância, muito maior que uma simples baderna dos cavaleiros de bronze. Imaginem se esse dois cavaleiros de ouro se unem aos cavaleiros de bronze e desses cavaleiros de bronze surge um novo cavaleiro de ouro? Seriam três cavaleiros de ouro contra o Santuário, essa batalha seria uma matança generalizada, um terrível banho de sangue e não é isso que Atena quer.

— Entendi Grande Mestre, no entanto, concordo com o Milo, encarregar dois cavaleiros de ouro para essa missão seria uma vergonha… Basta que eu me encarregue disso! - Disse Aiolia virando as costas e saindo do grande salão.

— Quê!? Espera aí, Aiolia! - Gritou Milo indo atrás do Leão.

— Deixe-o Milo… Tenho certeza que Aiolia cuidará disso… - Falou o Grande Mestre.

— Mas Grande Mestre, depois de tudo o que o senhor falou… Aiolia é o irmão mais novo do traidor… Por mais que ele se orgulhe de ser um dos cavaleiros mais poderosos e fiéis a Atena, essa missão deve mexer muito com ele. 

— Por isso mesmo ele é a melhor escolha. Durante todos esses anos ele sofreu por ser irmão do traidor e foi estigmatizado por todos no Santuário. E nesta situação ele dará a própria vida para limpar o erros do irmão. E se ele morrer no processo talvez eliminemos dois problemas de uma só vez…

— Hã? Como assim Grande Mestre? - Questionou Milo confuso.

— Não importa… Bem... pensando melhor vou enviar alguém para ficar de olho nele, precaução nunca é demais, vai que ele acaba nos traindo mesmo. Você está liberado Milo, pode voltar ir. - Falou o Grande Mestre.

— O Grande Mestre nunca revela as suas verdadeiras intenções… além disso, dentro do Santuário a sua reputação está caindo cada vez mais rápido. Ninguém conseguiu ver o seu rosto, a verdadeira identidade desse homem é um mistério… - Pensou Milo enquanto deixava o Grande Salão.

Ao chegar na décima segunda casa, Afrodite de Peixe surge no caminho do Cavaleiro de Escorpião.

— Então quer dizer que o Leão partiu em uma missão? Deve ser uma missão mesmo muito importante, pois ele passou por aqui como um relâmpago.

— Sim, de fato é uma missão importante, contudo, eu acho que ele foi uma péssima escolha, essa missão mexe muito mais com o âmago dele do quê  de qualquer outro. - Respondeu Milo.

— Então você acha que o Grande Mestre errou?

— Talvez… é muito difícil enxergar as verdadeiras intenções do Grande Mestre, então se ele enviou o Aiolia, existe algum motivo, motivo este que desconheço…

— As ações do Grande Mestre podem ser nebulosas às vezes… mas elas sempre visam o bem da humanidade… ele é o único que pode proteger esse mundo ao lado da Deusa Atena… E essa é a única verdade... - Disse Afrodite acenando com uma rosa vermelha e seguindo na direção da Sala do Mestre .

— E pra onde você está indo? Por acaso também foi convocado pelo Grande Mestre para receber alguma missão?

— Exatamente, parece que o Grande Mestre começou a agir de forma mais incisiva contra os traidores. - Disse o dourado partindo de vez.

 

[Hospital da Fundação Graad, Japão]

Depois da violenta batalha contra os cavaleiros de prata, Saori levou todos os cavaleiros de bronze para serem cuidados no hospital particular da Fundação.

— Ai! Tá ardendo… Pega leve Mino, isso tá doendo… Aí! - Gritou Seiya fazendo uma cena.

— Não exagera Seiya… E se você não parar de se mover os seus ferimentos vão se abrir… - Disse a Mino limpando os ferimentos na cabeça de Seiya.

Toc-Toc…

— Pode entrar! - Falou Seiya feliz porque a seção de tortura ia parar.

— Soube que você tinha acordado Seiya e vim me despedir… - Disse June entrando no quarto, porém ela não estava sozinha.

— Olá Seiya… a quanto tempo… - Disse Shun que acompanhava a amazona.

— Shu-shun? O que você tá fazendo aqui? - Perguntou Seiya confuso.

Shun começou a explicar que ao descobrir que o Santuário estava montando uma equipe de cavaleiros de prata para assassinar os cavaleiros de bronze,  o seu Mestre o mandou para avisar sobre os cavaleiros de prata, porém ele chegou tarde demais. — Mas fico feliz que no final todos tenham se salvado. - Finalizou Shun.

— É verdade, porém… June eu ouvi dizer que o Shiryu ficou cego... que ele teve que furar os próprios olhos pra vencer a luta e que graças a isso nós fomos salvos…

— É verdade Seiya… ele fez esse sacrifício para nos salvar... - Respondeu a amazona, na sua voz era possível sentir toda a sua frustração.

— Seiya… eu quero pedir desculpas… a June me contou tudo… tudo o que o Ikki fez...

— Esquece isso Shun… a culpa não é sua… - Interrompeu Seiya. - Depois que descobrirmos a verdade sobre a nossa origem fica fácil entender todo o ódio e frustração que o alimentavam…

— Seiya… - Disse Shun com lágrimas nos olhos. - Obrigado por ter salvado o meu irmão, obrigado a todos vocês…

— Como é, Shun? - Questionou Seiya confuso.

— Eu acho que meu irmão regressou com o propósito de se destruir… mas vocês o salvaram… obrigado...

— Tudo bem Shun… - Falou Seiya sem jeito. - Mas e agora? O que vocês dois vão fazer?

— Depois dessas terríveis batalhas decidimos nos separar… - Respondeu June. - Shiryu voltou para os Cinco Picos, talvez lá o Mestre dele o ajude a voltar a enxergar, o Hyoga voltou para a Sibéria para velar o sono da mãe dele. Quanto a mim, quero voltar para Ilha Andrômeda e ver o que o meu Mestre diz sobre tudo isso… Ele já possuía dúvidas em relação ao Santuário e se tudo isso que a Saori Kido contou for verdade mesmo… uma guerra está para começar...

— Tsc… mesmo que Saori Kido seja realmente Atena, nenhum de nós vai lutar por ela… além do mais não somos máquinas de lutar… E quando eu me recuperar por completo vou atrás da minha irmã. - Falou Seiya.

— E você Shun? O que vai fazer agora? - Perguntou Seiya.

— Eu vou atrás do Ikki… ele foi para a Ilha Kanon para tratar das suas feridas… - Shun chegou foi para a janela do quarto de Seiya e olha com esperanças na direção da Ilha Kanon. e depois voltarei pra Ilha Andrômeda também.

— Então pelo visto, nenhum de nós quer ficar no Japão… Eu ficarei triste por não vê-los mais, entretanto deve ser melhor assim.

— Seiya, me diga porque a urna da armadura de ouro está aqui? - Perguntou June.

— Grr… eu também não sei… quando acordei, aí estava ela…

— Foi a Saori Kido… ela disse que no momento na Fundação não havia ninguém que pudesse protegê-la e achou melhor ficar com o Seiya. Eu não quis aceitar, mas… - Respondeu Mino dando com os ombros.

— Que garota mais cara de pau! Eu me ferrei todo por causa dessa armadura e mesmo que ela seja feita de ouro, não quero ver ela nunca mais! - Disse Seiya se levantando e se aproximando da urna, ele deu um chutão nela, porém a urna nem se moveu. Em compensação Seiya machucou o pé e ficou pulando, enquanto fazia várias caretas.

Shun começou a rir.

— Ah… esse Seiya, sempre exagerando… - Disse Mino balançando a cabeça negativamente.

June e Shun se despediram de Seiya e partem do Japão, os dois seguem juntos por um tempo até que precisam se separar. Shun seguiu em direção da Ilha Kanon que ficava em algum lugar do Mar mediterrâneo e June partiu para a Ilha de Andrômeda que ficava na Etiópia.

 

[Enquanto isso no Salão do Grande Mestre, Santuário de Atena]

— Igazen, você já transmitiu as minhas ordens? - Perguntou o Grande Mestre.

— Sim senhor, Shaka de Virgem disse que sua ordem será cumprida sem falhas. E Mosca, Hércules e Cão Maior já foram enviados para o Japão. - Respondeu o soldado abaixando a cabeça.

— Muito bem, você está dispensado, pode ir.

— Sim… senhor... - Disse Igazen fazendo reverência e deixando o salão, respirando aliviado quando as portas foram fechadas.

— Mais um dia de sorte pra conta, não é? - Falou um dos guardas com um sorriso amarelo.

— É o que parece… ele hoje transborda bondade, parece um anjo… - Respondeu Igazen confuso.

— Bem, se você quer mesmo se fixar como servo direto do Grande Mestre é melhor se acostumar… tem dias que ele parece um deus, em outros, ele é o próprio diabo. - Respondeu o outro guarda.

 

[Ilha Kanon, Em Algum Lugar do Mar Mediterrâneo]

Shun finalmente chegou na ilha onde seu irmão estaria se recuperando das suas feridas, a ilha ficava no mar mediterrânico e era muito paradisíaca, tinha poucos moradores, provavelmente eles sobreviviam do turismo e da agricultura, já que no centro da ilha existia um grande vulcão e o solo vulcânico é extremamente fértil.

Shun começa a perguntar aos moradores se eles tinham visto algum cavaleiro nesses últimos dias por lá. Eles dizem que é comum os cavaleiros visitarem a ilha para usar a fumaça do vulcão, pois ela tem propriedades curativas, e que faz dois dias que um cavaleiro usando uma armadura que eles nunca tinham visto antes estava dormindo dentro do vulcão.

Shun vai até o vulcão e finalmente encontra o seu irmão, chorando ele se aproxima de Ikki o chamando, mas ele não responde. Shun então percebe que ele estava num sono profundo e que eventualmente ele despertaria quando estivesse completamente curado. Depois de algumas horas a noite chegou e Shun decidiu dormir dentro da caverna, porém suas correntes começam a ficar agitadas.

— Um inimigo está se aproximando! - Pensou Shun logo saindo de dentro do vulcão e montando guarda na entrada.

— Nós estamos procurando por Ikki, o cavaleiro de bronze de Fênix. - Disse uma voz ecoando na noite.

— Eu sou Shun de Andrômeda, o que querem com meu irmão?

— Andrômeda, retire-se. Nós temos ordens do Santuário de apenas eliminar o Fênix. - Falou outra voz.

— Não! Não permitirei isso! - Falou Shun bem sério. - Hoje sou eu quem vai te proteger irmão!

 


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Notas finais do capítulo

Mais capítulo no ar, então espero que gostem. Finalmente o Shun apareceu e vai lutar ♥

E sim ele vai ter duas lutas seguidas no próximo capítulo. O Grande Mestre já começou a mover os cavaleiros de ouro, o que será que ele pretende?

Agradeço aos leitores que aqui chegaram e até o próximo capítulo ^^



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