Saint Seiya: O Rugido do Camaleão escrita por Anderson Luiz


Capítulo 15
A Face Demoníaca




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“Segundo a mitologia grega, o herói Perseus derrotou a terrível Medusa, que tinha serpentes no lugar de cabelo, e quem olhasse para ela seria transformado em pedra. Após conseguir decapitar a Medusa Perseus usou a cabeça da rainha das Górgonas para vencer o Monstro Marinho Cetus, e assim salvar a princesa Andrômeda.”

— E assim como a estória que o Mestre Ancião me contou… é compreensível que o cavaleiro de Perseus lute em posse do Escudo da Medusa. Mas não se esqueça, que até o momento o Escudo da Medusa foi inútil contra o Escudo do Dragão. - Falou Shiryu.

— Mestre Ancião? Você é discípulo do Mestre dos Cinco Picos de Rozan? Então provavelmente você deve ser um adversário a minha altura. No entanto, você se arrependerá por ousar enfrentar Algol de Perseus!

— É o que veremos. Você é que vai se arrepender ao conhecer o poder do Escudo do Dragão!

— Espere... Shiryu… - Falou Saori.

— Saori… você está bem. - Perguntou ele olhando por cima do ombro.

— Sim, o Hyoga me protegeu… mas agora… ele… - Respondeu Saori meio atordoada.

— Não se preocupe, eu vou salvá-lo e a June também, confie em mim… - Falou confiante. - Fique ao lado do Seiya e evite olhar para esta batalha aconteça o que acontecer.

— Tudo bem… - Disse Saori indo na direção de Seiya.

O embate entre Shiryu e Algol começa, Shiryu usa o Cólera do Dragão contra Algol que empunha o Escudo da Medusa, ainda assim o prateado é atingido, porém não sofre qualquer dano. Algol explica que Shiryu acabou desviando o olhar ao perceber que ele tinha empunhado o Escudo da Medusa e por isso o golpe não lhe atingiu com potência máxima.

Algol parte para cima Shiryu empunhando o Escudo da Medusa, fazendo o bronzeado novamente desviar o olhar e se proteger com o Escudo do Dragão o que dá a oportunidade de Algol atacar com inúmeros chutes. O prateado diz que assim como o seu escudo a armadura de Dragão também possui um grande poder defensivo, caso contrário teria sido destroçada por seu ataque.

Algol continuou atacando e Shiryu ficou apenas se defendendo com seu escudo. O bronzeado sabia que se continuasse só na defensiva iria ser derrotado em questão de tempo, então ele se lembra de como o Perseus derrotou a Medusa nos mitos e decide aplicar a mesma tática contra Algol. Porém o prateado facilmente identifica o plano do Shiryu e o ataca com a sua técnica Górgona Demoníaca. Algol saltou pra cima do bronzeado, desferindo uma sequência de poderosos chutes, mirando os pontos vitais de Shiryu.

Shiryu é atingido por todos os chutes caindo todo ferido e ensanguentado. Algol caçou da ingenuidade do bronzeado ao achar que ele não conheceria o mito de Perseus, Shiryu admite o erro visto que ele não estava lutando contra um monstro, mas sim um cavaleiro de prata. Shiryu rasga uma parte da sua calça e venda os olhos para lutar diretamente contra Algol sem precisar desviar o olhar.

O Dragão avança para atacar, porém o prateado usa o olhar da Medusa que consegue rasgar a faixa que vendava e penetrar nos olhos do bronzeado. Shiryu fica surpreso ao ver que teve parte do seu corpo petrificado, mesmo com faixa e mantendo os olhos bem fechados durante o ataque. Algol explica que o poder da Medusa consegue facilmente atravessar a faixa e as pálpebras e que não existe maneira de lhe atacar sem ficar exposto ao olhar da Medusa. E agora que o Escudo do Dragão virou pedra Shiryu não vai conseguir se defender do Górgona Demoníaca.

Algol salta em direção de Shiryu dizendo que é o fim dele e se prepara para desferir o seu golpe, porém, acaba recuando ao sentir que o cosmo do bronzeado estava se elevando rapidamente. Shiryu diz que não vai mais subestimar o poder da Medusa e que às vezes para alcançar a vitória alguns sacrifícios são necessários e fura os próprios olhos usando os dedos. Algol fica assombrado com aquilo e pergunta se Shiryu ficou louco.

Shiryu responde que aquela era uma batalha mortal e que ele não lutava só pela vitória ou só pela vida dele, existiam muito mais coisas em jogo, Algol diz que aquela estratégia era estúpida e que não iria surtir efeito contra o Escudo da Medusa e avança contra Shiryu usando o Olhar da Medusa. Naquele momento o cosmo de Saori se expande e mostra ao bronzeado o caminho da vitória, Shiryu diz que não vê a Medusa, mas sim a imagem da Deusa da Vitória e aplica o Cólera do Dragão, acertando o Escudo da Medusa e o partindo em dois, em seguida o punho de Shiryu acerta o peitoral da armadura de prata, destruindo-o e lançado Algol para longe.

— Impossível! Ele se cegou para alcançar a vitória… eu não sabia que existiam homens assim!! - Falou Algol enquanto caia no chão.

— Eu disse que não era só pela minha vitória… Mas pela esperança de um futuro melhor…

Nesse momento June e Hyoga voltaram ao normal e o corpo do próprio Dragão também voltou ao normal. June vê Algol no chão e vai falar com Shiryu quando percebe que os olhos dele estavam sangrando. Hyoga vai até Saori verificar como ela estava, ela diz que estava bem, porém o Shiryu…

Hyoga não entende já que Shiryu estava lá de pé vitorioso, mas quando ele vê a June ajudando-o a caminhar, percebe os ferimentos em seus olhos. Então, Hyoga pega Seiya nos braços e pede para que June ajude Shiryu pois eles dois precisam ir o mais rápido possível para um hospital.

 

[Algum tempo depois, Salão do Grande Mestre, Santuário de Atena]

As portas do grande salão são abertas, um soldado raso caminha até o Grande Mestre estava, e ao ficar em frente ao trono faz uma reverência e se ajoelha.

— Grande Mestre, o cavaleiro de Cães de Caça retornou da sua missão e insiste em fazer seu relatório antes de ter qualquer atendimento médico.

— Muito bem, deixe-o entrar e retorne ao seu posto.

— Sim senhor.

O soldado se retira e pede para que Asterion entre no grande salão, depois que o cavaleiro de prata passou pelas grandes portas do salão, elas são fechadas. Asterion caminha com dificuldade até ficar de frente ao trono onde faz uma meia referência.

— Asterion explique o que aconteceu no Japão...

— Misty de Lagarto, Babel de Centauro foram derrotados pelos cavaleiros de bronze de Pegasus e Cisne, Mouses de Baleia também deve ter sido derrotado já que eu vi seu cosmo desaparecer e ele não respondeu mais aos meus chamados. Além disso, Marin de Águia nos traiu e se aliou aos rebeldes, minha situação atual foi devido ao combate contra ela.

— Impossível!! Você está me dizendo que meros cavaleiros de bronze derrotaram os cavaleiros de prata? E que a Marin ainda se aliou a eles e te derrotou? Você entende o quão isso soa absurdo!?

— Sim senhor, mas esta é a verdade, após o nosso combate a Marin me enviou como mensageiro para dizer que ela iria revelar toda a verdade para assim destruir o mal que reina no Santuário. Ela estava disposta a causar uma guerra contra o Santuário.

O Grande Mestre fica um pouco abalado com aquelas palavras, a aura em sua volta muda ficando densa e agressiva, ele então coloca a mão no rosto e começa a gargalhar, o cavaleiro de prata fica sem entender o que estava acontecendo. Asterion tenta falar com o Grande Mestre, mas é em vão, ele parecia estar ignorando completamente a existência do cavaleiro de prata...

Dentro da mente do Grande Mestre:

— Impossível! Como aquela amazona insignificante conseguiu descobrir a verdade?!

— Finalmente a minha punição começou?!

— Não seja estúpido, precisamos acabar com ela rapidamente… não posso ter mais cavaleiros se rebelando contra mim, enviaremos assassinos atrás dela...

— Não se esqueça que você ainda não teve notícias do outro grupo de cavaleiros de prata que mandou para capturar a Saori Kido… Provavelmente eles também foram eliminados!

— Calado, preciso descobrir quem de fato é aquela garota... Se ela for mesmo a deusa Atena, preciso eliminá-la...

— Não! Não podemos continuar com isso…

— Grande Mestre? Grande mestre?

O Grande Mestre escuta um eco bem fraco de uma voz que estava em sua mente o chamando. Então se dá conta que aquela voz vinha do cavaleiro de prata e que ele ainda permanecia em sua frente.

— Perdoe-me Asterion, acabei me perdendo em meus pensamentos, entretanto acredito que você entende a gravidade da situação.

— De fato entendo, por isso gostaria de saber qual será o nosso próximo passo?

— Bem… É provável que a Marin tente invadir o Santuário para nos atacar por dentro, dessa forma a opção mais sensata no momento é reforçar as defesas focando nos pontos cegos para dificultarmos o seu acesso.

— Se a Marin realmente tentar invadir o Santuário, eu ficaria muito grato se o senhor pudesse me dar a chance de corrigir o meu erro anterior.

— Huhu... Então está decidido. Asterion quero que você monte um pequeno grupo para essa missão e transmita imediatamente um alerta sobre a traição da Marin para todos no santuário.

— Sim senhor. 

— E Asterion eu quero deixar bem claro que dessa vez não irei tolerar falhas.

— Não se preocupe Grande Mestre, desta vez não irei falhar nem com Atena nem com o Santuário! 

— Sábias palavras, agora retire-se e vai cuidar desses ferimentos na enfermaria.

O cavaleiro fez novamente uma meia reverência e dirigiu-se até a saída do grande salão.

— Ele é um mentiroso… ele tem o poder de ler mentes… ele leu a nossa mente... não podemos deixar que ele vá embora… Mate-o, vamos matá-lo agora mesmo!

— Não, não vou matar mais nenhum cavaleiro… Isso é loucura… Já não temos pecados demais!?

— Seu covarde… vou matar quantos cavaleiros forem necessários pra concluir a nossa ambição!

— Ah Asterion, só mais uma coisa... - Falou o Grande Mestre.

Asterion teve um calafrio, ficou nervoso e começou a suar frio, mas mesmo assim virou em direção ao Grande Mestre, contudo, a única coisa que ele viu foi um brilho dourado ameaçador que durou poucos segundos e depois disso lá estava o Grande Mestre com a mão no pescoço do prateado.

— Gran-grande Mestre?

— Não se faça de tolo… - Falou o Grande Mestre com a voz alterada e com o cabelo na cor preta, sendo que a cor do cabelo dele era originalmente loiro. - Eu percebi que você estava na minha mente… E mesmo sabendo que você possui a habilidade de ler mentes, achei que você não ousaria tentar ler a minha mente... E eu pensei em deixar isso passar, mas aí você disse: “desta vez não irei falhar nem com Atena nem com o Santuário!”

— Então… o que a Marin falou era verdade… o Santuário foi mesmo corrompido… E o mal que se instalou é...

— Não se preocupe ela vai visitar você em breve, mas no inferno! - O Grande Mestre aplicou um poderoso gancho nas costelas de Asterion quebrando-as e as fazendo perfurar o pulmão do cavaleiro, além de impedir que ele gritasse ao tirar a mão da garganta dele e tampar a boca e o nariz de Asterion, o asfixiando.

Depois que Asterion perdeu a consciência o Grande Mestre pegou nos braços e gritou pelos guardas, um soldado raso entra logo em seguida e pergunta se o Grande Mestre estava precisando de alguma coisa e ele diz que devem levar o cavaleiro de prata imediatamente para a enfermaria ou ele não iria sobreviver. O soldado faz referência e retira-se apressadamente com Asterion em seus braços.

— Guarda! - Chamou o Grande Mestre.

— Sim senhor!

— Eu vou meditar e pelas próximas horas não quero ser incomodado em hipótese nenhuma, ouviu? - Disse o Grande Mestre enquanto caminhava de volta ao seu trono.

— Sim senhor! - Disse o soldado raso fechando as portas do grande salão.

 

[Algumas horas depois]

 Um dos servos diretos do Grande Mestre abre as portas e entra no Grande Salão e se dirige ao Grande Mestre. Faz referência, se ajoelha e fica olhando para baixo.

— Eu disse que não queria ser interrompido! - Gritou o Grande Mestre se levantando do trono, com uma voz completamente alterada.

— Per... perdoe-me… vossa excelência, mas trago notícias sobre os cavaleiros de prata que o senhor enviou para capturar a Saori Kido.

O Grande Mestre sentou pesadamente no trono e ficou completamente em silêncio, mas mesmo assim o soldado conseguia sentir uma forte pressão sobre o seu corpo... 

— Be-em… segundo as informações iniciais é que dos cinco cavaleiros prata que formavam o segundo grupo, três deles foram eliminados pelos cavaleiros de bronze… e dois ainda estão desaparecidos...

— Eu não acredito nisso, estou cercado por completos incompetentes!! - Falou o Grande Mestre ficando de de pé novamente, exalando uma aura demoníaca. - Suma da minha frente imediatamente!

O servo nem fez reverência e saiu correndo do Grande Salão como se temesse por sua vida. Do lado de fora, depois de fechar os portões do salão, um dos soldados que fazia a guarda dos portões comentou. - Eu disse pra você não entrar…

— Mas eu precisava... e eu nem consegui terminar de falar… 

— Você já deve ter ouvido os rumores, não é? - Disse o outro soldado que também fazia guarda da entrada do grande salão.

— Quais? - Perguntou ele ainda assustado.

— Que ele já matou outros servos por muito menos que isso…

— Ele estava tão furioso... por um momento achei que ele ia...

— Então podemos dizer que você *Igazen — Disse o guarda dando um tapinha nas costas dele. - é um novato muito sortudo.

Durante a meditação, o Grande Mestre tentou pôr a sua mente em ordem.

— Mas que inferno, isso é tudo culpa sua!

— Parece que você está se sentindo pressionado... 

— Não seja tolo, eu sei como resolver esse problema facilmente.

— Não acredito... você realmente está pensando em apelar para um cavaleiro de ouro?!

— Não vou poupar esforços para conseguir o que quero… ou melhor o que queremos!

— Usar cavaleiros de ouro pra eliminar essas crianças… você não acha que isso vai chamar muita atenção… você já sabe dos boatos que rondam o Santuário… e eles não param de aumentar!

— Cale a boca, se não fosse por suas intromissões, eu já teria conquistado tudo o que nós desejamos a muito tempo...

— Os deuses irão nos punir… e eu posso sentir que esse momento está próximo…

— Não irei deixar isso acontecer! Eliminarei todos aqueles que se opuserem a mim.

 


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Notas finais do capítulo

Mais um capítulo entregue, espero que estejam gostando. Esse capítulo particularmente ficou muito cumprido, então tive que parti-lo em dois para não ficar muito cansativo, normalmente eu sempre deixo no máximo entre 3k ou 3,5k, mas esse ficou bem maior.

*Igazen é um soldado raso que apareceu em Episódio G - Requiem, que faz parte da trilogia do Episódio G escrita pro Megumo Okada, eu gostei do personagem e por isso o inseri aqui.

Nos próximos capítulos o GM vai começar a mover os cavaleiros de ouro e em breve a saga das 12 casa vai começar.

Agradeço aos leitores que aqui chegaram e até o próximo capítulo ^^



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