Internato Limoeiro escrita por sam561


Capítulo 43
Capítulo XXXXII - Internato Limoeiro


Notas iniciais do capítulo

Oi, meus amores! Como estão? Pois é, né... chegamos ao último capítulo de IL! Confesso que parece que esses 43 capítulos, se contarmos com o prólogo, passaram rápido! (E olha que tudo começou em janeiro! kkkk). Pra quem já conheceu alguma fanfic minha, pode perceber algumas semelhanças entre elas, mas posso garantir que toda experiência de escrita é diferente, e IL não fugiu dessa regra! Espero que tenham se divertido com IL assim como me diverti escrevendo ♥

Como já é uma tradição minha, lá vem os agradecimentos!

Muito obrigada a cada um que acompanhou a fanfic! Seja com seu favorito, acompanhamento ou apenas a leitura mesmo. Saibam que foi e é muito importante para mim. Se IL chegou a esse número de capítulos, tendo em mente os vários casais aleatórios, foi graças a vocês! ♥

Recado final
— Todos os personagens pertencem à MSP
— Fanfic também publicada no Spirit como LittleSam
— Todas as músicas usadas ao longo da fanfic foram creditadas nas notas finais de cada capítulo

Sem mais delongas, fiquem com o capítulo!



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A chegada do último dia de aula poderia ter sido carregada de melancolia por grande parte dos alunos do internato, porém a realidade era outra. Os jovens andavam de um lado para o outro animados com a arrumação do local para a festa junina, que aconteceria à noite.

 

No auditório, abaixado atrás de algumas poltronas, Cebola assistia ao ensaio do tradicional “casamento caipira” como um penetra.  O rapaz tentava não demonstrar que estava ali até que uma fala o fez rir alto.

 

“Cebolácio? O que faz aqui?” Isadora perguntou séria.

 

“Eu... eu me perdi! ‘Tava dando uns rolês pelo IL e acabei vindo parar aqui.” mentiu e todos negaram com a cabeça.

 

“Vai enganar outro, Cebola! Vamos dar uma pausa, gente! Podem ir beber água e, Cebola, pode sair daqui!” Isadora falou e os presentes se dispersaram.

 

Cebola decidiu esperar a namorada para saírem juntos, mas ela parecia repassar suas falas com Jeremias. Cebola olhou para o lado vendo Sofia se aproximar e decidiu falar com ela.

 

“Ei, Sofia! 'Cê tá mandando bem como a noiva! Eu tinha dito pra Mô que a gente podia ser os noivos, mas vendo agora... foi bom ela ter negado.” comentou e ela riu.

 

“Obrigada, Cebola. ‘Tá sendo mais divertido de participar do que pensei que seria!” ela respondeu e ele sorriu enquanto assentia.

 

“Dá pra ver! Você... vai sair do IL?” perguntou e ela assentiu.

 

“Vou. E você?” perguntou e foi a vez de ele assentir.

 

“Sim. Meus pais não querem o filho numa escola que foi processada.” respondeu.

 

“Então boa sorte na sua nova escola. Espero que mantenha essa postura que você tem agora.” ela disse saindo devagar em seguida.

 

Cebola umedeceu os lábios antes de chamar Sofia, fazendo com que ela se virasse e parasse de andar.

 

“Sofia! Eu... eu sei que ‘tô meio atrasado se formos comparar com o resto do antigo grupo, mas... eu te devo desculpas! Você nunca foi uma pessoa ruim comigo e eu muitas vezes fui péssimo com você! Desculpe, de verdade!” desculpou-se sério.

 

Sofia o observou por alguns segundos antes de sorrir amigavelmente.

 

“Sim, eu te desculpo. Mas nada de repetir as mesmas atitudes na nova escola!” ela falou apontando um dedo e ele riu.

 

“Máscaras nunca mais!” exclamou com as mãos levantadas e ela riu antes de deixar o local.

 

O rapaz sorriu se sentindo melhor consigo mesmo.

 

                                      *

Enquanto isso, em uma sala de aula, Magali e Do Contra ajeitavam os instrumentos para um ensaio que aconteceria quando Jeremias saísse do auditório. Ramona e Xaveco também estavam lá.

 

“Quem diria que ser do grupo de música tiraria a gente de alguma arrumação?” Xaveco comentou a ruiva que riu.

 

“E eu que nem do grupo propriamente dito sou?!” respondeu e o loiro riu.

 

“Um dos benefícios de namorar um dos irmãos Hiromashi.” ele comentou.

 

“Que outro benefício você tem?” ela perguntou e o loiro riu enquanto desviava o olhar.

 

“Acho que o de ter alguém que me ajudou e me aceitar mais.” respondeu e Ramona sorriu carinhosa.

 

“Você falando assim faz eu quase desistir de me vingar dele por ter feito acontecer apresentações de famílias.” ela disse fazendo o loiro rir.

 

“Vocês ainda ‘tão nessa vibe de vingança?” perguntou e uma outra voz masculina respondeu.

 

“Na verdade, já nos vingamos.” DC falou abraçando Ramona pelos ombros.

 

Xaveco franziu o cenho enquanto Ramona olhava sem entender.

 

“Tô metida com vingança e não ‘tô sabendo?” ela perguntou e o namorado riu.

 

“É coisa leve, bem leve, não se preocupe.” respondeu e, no mesmo instante, Nimbus apareceu com um semblante incrédulo.

 

“Maurício! Você colocou tinta verde no meu shampoo? Olha a cor que meu cabelo ficou!” exclamou apontando para o cabelo, que tinha uma coloração esverdeada.

 

“Me inspirei no trote que Xaveco fez com Toni. E nem vem com choro, Nimbus, eu peguei leve com você!” Do Contra disse e o irmão bufou.

 

“Não envolve o Xaveco nas suas bobagens.” falou e o loiro riu.

 

“Eu realmente fiz isso com o Toni, então... não é mentira. Mas até que não ficou tão ruim.” o cacheado comentou.

 

“E como eu tiro isso?” Nimbus perguntou.

 

“Se foi a mesma tinta que usei, lavando sai, mas tem que lavar bem.” o loiro respondeu.

 

“Do Contra... você é muito idiota!” Nimbus reclamou saindo em seguida e o irmão riu alto.

 

“Ele fica puto com pouca coisa, hein?” Magali comentou risonha.

 

A porta se abriu e de lá entrou Jeremias com o professor de música.

 

“Cheguei! Isadora finalmente me liberou!” ele disse.

 

“Ansioso, noivo?” Magali perguntou animada.

 

“Mais ou menos, nunca imaginei que me casaria aos dezesseis anos.” brincou fazendo os demais rirem.

 

“E nem é com a pessoa que você fica. A noiva ‘tá sabendo dessas traições aí?” Xaveco perguntou fazendo Jeremias rir.

 

“Isso fica entre nós.” respondeu.

 

“Vamos ensaiar, Jerê. Nossa participação é bem menor, então é pouca coisa.” Magali falou e ele assentiu se aproximando se seus instrumentos.

 

Enquanto ele arrumava as coisas, Ramona se aproximou de Do Contra.

 

“DC, lembra daquele nosso acordo de até nosso último dia no IL, a gente falar com nossos parentes? Então, eu enviei uma mensagem pra minha avó e pra minha prima e sabe o que aconteceu? Block!” ela disse e ele olhou surpreso.

 

“Sério? E o que você vai fazer?” perguntou e ela deu de ombros.

 

“Não vou fazer nada, só manter distância. Acho que é a melhor coisa pra mim. E você?” perguntou e ele suspirou.

 

“Acho que... prefiro esperar mais.” falou e ela assentiu beijando seu rosto.

 

“Tudo no seu tempo, DC, e não precisa ser nesse prazo. E sim quando você se sentir pronto!” ela disse e ele sorriu para ela.

 

“Desculpe, pombinhos, temos que ensaiar!” o professor de música disse e Ramona voltou para a sua cadeira.

 

                                                         *

Na área verde, Mônica estava com Cebola sentindo o vento fresco bagunçar seus cabelos, estava descansando do ensaio junto dele.

 

“Mô, seus pais se incomodaram com o processo que a escola tomou?” ele perguntou.

 

“Sim! No dia eles ficaram sem reação, mas hoje eles tiveram uma! Adivinha quem também vai sair do IL? Eu!” a moça revelou.

 

“E já sabe pra que escola você vai?” Cebola perguntou e ela riu.

 

“Com toda certeza não é a sua! Mas eu ‘tô de boa, já mudei de escola antes. Vai ser chato sem você, a Magá e o Cascão, mas ainda vamos nos ver!” respondeu.

 

Cebola respirou fundo.

 

“Sabe, Mô... como você acha que vai ser depois de hoje?” perguntou e ela o encarou.

 

“Como assim?” a moça perguntou.

 

“É nosso último dia no IL. ‘Tá bom que nas férias vamos poder nos ver direto, mas e depois? Eu ‘tava de boa com isso até notar que depois de hoje, querendo ou não, algumas coisas mudam.” ele disse sincero.

 

Mônica sorriu carinhosa antes de segurar o queixo dele fixando seus olhos aos dele.

 

“Cebola, amor, eu sei que pode estar tudo estranho agora, que pode parecer que por estarmos em escolas diferentes nunca mais teremos a mesma amizade... pode ser que não tenhamos, mas não tem como saber disso agora, só vivendo mesmo.” falou e ele suspirou.

 

“Como você consegue ficar tão tranquila com isso?” perguntou.

 

Mônica apoiou as mãos no chão e olhou para o céu.

 

“Quando eu vim pro IL, achei que seria uma das piores experiências da minha vida. Tive momentos ruins, mas não ofuscou os bons. Então, Cê, a gente sempre pode se surpreender, então vamos vivendo um dia de cada vez.” ela disse e ele olhou sorridente antes de beijá-la.

 

                                               *

Os preparativos corriam de forma divertida quando, de repente, o autofalante soou, mas a voz que saiu não era a de nenhum membro da direção, era de Narcisa.

 

“Pessoas do internato Limoeiro, espero que a animação da festa junina não tenha feito vocês esquecerem de um detalhe importante: hoje é o último dia de aula! Então... por que não deixarmos as coisas mais interessantes? Espalhado pelo internato temos várias bexigas com tinta e com água, farinha, fubá e dessa vez temos algumas novidades como glitter e o fato de que todo mundo tem que participar e respeitar. Além disso, fiquem longe da quadra e da biblioteca, o resto ‘tá valendo! QUE COMECE A BRINCADEIRA!” ela falou e, assim que desligou, vários alunos já corriam e encontravam as bexigas e jogavam uns contra os outros.

 

Diferente dos outros trotes, aquele parecia mais justo já que as coisas estavam espalhadas pelo local. Além disso, Isadora havia dado um jeito de colocar músicas animadas para tocar pelos autofalantes deixando as coisas mais emocionantes. Os alunos sequer pararam para pensar na possibilidade de Carlito e toda a direção estar sabendo do trote, e era isso que acontecia, a direção havia permitido uma última diversão.

 

Penha havia acabado de jogar uma bexiga cheia de tinta laranja em Nikolas para logo em seguida jogar um pouco de glitter. O rapaz a olhou com um sorriso antes de se aproximar.

 

“Você ‘tá brilhando mais que o normal!” ela exclamou.

 

“Por causa da tinta ou por causa do glitter?” perguntou bem perto dela, que encostou na parede e o olhou.

 

“Pelas duas coisas, mas agorra percebi um brilho nos seus olhos... é porque ‘tá em um trote divertido?” a moça perguntou.

 

“Não, porque estou no trote com você.” respondeu e ela mordeu o lábio antes de ele fazer algo que ela já havia comentado uma vez: uma prensada contra a parede.

 

Nikolas era poucos centímetros menor que Penha, mas sua altura não diminuiu o efeito de seu gesto surpresa quando seus lábios se encostaram aos dela. Os dois sentiram algo os acertar, eram duas bexigas com água.

 

“Não pode beijar na escola!” Xaveco gritou jogando uma bexiga para o alto e a pegando em seguida.

 

“Acertei bem nos dois pombinhos, como sou incrível!” Tikara disse enquanto fazia uma dancinha.

 

Penha caminhou em passos pesados até Xaveco, que engoliu em seco. Mas ela apenas pegou a bexiga de suas mãos e jogou em Tikara acertando-o em cheio.

 

“Eu também sou boa de mirra, idiota!” Penha exclamou após acertá-lo.

 

Nikolas franziu o cenho enquanto olhava em volta.

 

“Espera aí, ‘tá faltando dois membros do bando...” falou e, no mesmo instante, Nimbus e Milena apareceram aos gritos e jogando farinha em cada um deles.

 

“Estou sendo atacado pela minha própria namorada? Como assim?” Tikara comentou após ter o cabelo coberto de farinha.

 

“A vida tem dessas, neném.” ela disse enquanto jogava em Penha, que ria.

 

                                                                         *

Um pouco longe dali, Cascão e Magali fugiam de mãos dadas das bexigas de tintas que eram jogadas, os dois riam enquanto corriam até a quadra, onde o trote estava proibido já que lá que aconteceria a festa.

 

Os dois se sentaram na arquibancada aos risos.

 

“Meu cabelo ‘tá mais vermelho que preto! Como podem duas pessoas profissionais em fugir de trote terem sido pegas?” ela perguntou rindo enquanto tocava em seu próprio cabelo.

 

“Estamos fora de forma. Mas olha o lado bom, nem esse monte de tinta tirou um terço da nossa beleza.” Cascão falou piscando um olho para a namorada que riu.

 

“Tenho que concordar, você com esse cabelo que tem parte rosa e parte amarela não perdeu o charme.” Magali disse tocando seus lábios nos dele.

 

“E ai? Orgulhosa com a festa que você idealizou?” ele perguntou.

 

“Tô! Acho que a gente precisava disso, foi um semestre e tanto.” ela disse e ele assentiu.

 

“Verdade. Aconteceram coisas que nunca imaginei que aconteceriam ou que eu faria.” Cascão falou.

 

“Tipo o quê? Você sempre foi tão corajoso, achei que tudo que você fez eram coisas que faria em qualquer momento.” ela perguntou e ele riu.

 

“Nem tudo, tipo aquela ideia de barrar o Cebola e o Toni do time era meio apavorante, eu sabia que ia ter uma escola toda contra mim e isso é estranho, mas achei que precisava fazer isso.” falou.

 

“Precisava mesmo. Vimos que foi útil pra eles.” ela comentou.

 

“Sim, e uma coisa que pensei que nunca rolaria foi nossa aproximação. Sempre te achei legal, mas era sempre cada um na sua, essa quebra de barreira foi meu acontecimento favorito!” o rapaz revelou e ela riu sem graça.

 

“Você ganhou o interescolar, foi capitão do time e tomou atitudes incríveis sobre o bullying aqui e esse foi seu acontecimento favorito?” perguntou.

 

“Algumas coisas inspiram a gente, Magá. E você me inspira! Ver a maneira como você começou a ver a vida de outro jeito me anima, e estar do seu lado pra ver isso, mais ainda.” falou e ela o abraçou apertado antes de beijá-lo cheia de vontade.

 

O beijo parou quando os dois sentiram um leve peso na cabeça, era fubá. Os rapazes do time haviam aparecido sem que eles nem se dessem conta.

 

“Quem que ‘tá no poder agora, hein, capitão?!” um deles disse e Cascão levantou.

 

“Vamos, Magá! Que os pernas de pau ‘tão puto!” falou correndo com Magali que ria alto.

 

                                                         *

Longe de todo o movimento, Ramona e Do Contra estavam sozinhos na biblioteca, outro local que o trote estava proibido. Um cheiro de esmalte aromava o local enquanto tocava uma música que a moça nunca havia ouvido antes.

 

“Esmalte vermelho não combina muito comigo, sabe?” ele comentou enquanto a olhava.

 

“Tá precisando de uma corzinha na sua vida, DC.” ela respondeu enquanto pintava as unhas da mão direita dele que riu.

 

“Então quase acertou na cor. O tom da cor da minha vida é mais alaranjado do que vermelho.” falou e a moça riu.

 

“O que quer dizer com isso?” ela perguntou.

 

“Você sabe muito bem o quê! Morangos são vermelhos, então o tom ‘tá meio errado, mas seu cabelo...” respondeu com um sorriso que a fez rir mais.

 

“Você não existe, Maurício. Acabei de pintar sua mão direita, o que achou?” ela perguntou.

 

Do Contra fez um bico enquanto analisava as unhas e comparava as duas mãos.

 

“Tá melhor que a que faço, e olha que eu pinto como ninguém.” comentou e ouviu duas pessoas se aproximarem. Eram Milena e Gabriela.

 

“Se fosse outra pessoa falando, eu teria me incomodado!” Milena comentou.

 

“Vendo vocês, parece até que não ‘tá rolando trote lá fora. Como fugiram tão limpos?” Gabriela observou.

 

“Viemos direto. Vocês não parecem zangadas pra quem acabou de escapar de trote.” o rapaz comentou.

 

“Esse ‘tá diferente, menos injusto. Talvez esteja legal porque a gente ‘tá saindo do IL.” Milena disse.

 

“Vocês ‘tão animadas com esse recomeço? Tentaram a mesma escola?” Ramona perguntou.

 

“Tentamos, mas mesmo se não passarmos, ainda seremos amiguinhas! De vocês também! Vão ficar por aqui?” Gabriela perguntou.

 

“Sim, meus pais têm que aproveitar a chance, né?” o moreno respondeu.

 

“Eu não vou continuar. Eu devia estar amedrontada em começar em outra escola, mais ou menos como foi quando vim pro IL, mas não. Eu ‘tô... tranquila.” Ramona respondeu.

 

“Acho que sei o motivo... você desabrochou nesse meio tempo, passou a confiar mais em você. Isso transforma a gente.” Milena disse e a ruiva sorriu.

 

“Não fiz nada sozinha!” ela disse e os demais sorriram.

 

“Eu ‘tô com uma fome... ‘tão a fim de uma aventurazinha? Ir até a cozinha e pedir algum docinho? As tias da cozinha dão às vezes.” Gabriela sugeriu.

 

“Não gosto muito de doces, mas topo pela aventura. Um comentário: você sugerir ir pra cozinha fora do horário de refeições me surpreendeu. Toni tem te influenciado a se tornar uma rebelde?” Do Contra perguntou e a loira riu.

 

“Não, ele não me influenciou a nada. Mas... como você sabe que eu ‘tô amiga dele?” ela perguntou.

 

“E você lá faz questão de esconder, Gabriela? Só não vê quem não quer.” Milena disse.

 

“É só amizade mesmo? Porque eu já vi vocês se beijando.” Ramona perguntou.

 

Gabriela deu de ombros.

 

“Não sei ao certo o que eu tenho com o Toni, nunca nem me imaginei sendo amiga dele, mas agora... eu não consigo me ver sem ele, ou só como amiga dele.” confessou.

 

“Então você gosta dele! Não acha que devia aproveitar seu último dia no IL?” o moreno perguntou.

 

A loira negou.

 

“Estamos falando do Toni, Do Contra! O cara que com toda certeza não iria querer nada com ninguém, mais ainda comigo, uma recém amiga, sei lá.” respondeu.

 

“Recém amiga? Isso existe?” Ramona perguntou.

 

“Não sei de mais nada!” a outra disse.

 

“Gabriela, amiga, você foi umas das pessoas que mais viu a mudança do Toni, então como pode ter tanta certeza que ele não aceitaria? Você mesma disse que ele vive te surpreendendo, talvez isso possa acontecer mais uma vez.” Milena disse.

 

Gabriela sentiu a fome desaparecer de seu estômago e dar lugar para a coragem. Sem mais nem menos, mudou de direção.

 

“O IL não para de me surpreender. Assim como vocês, as duas primeiras pessoas que falaram comigo e que ainda adoro.” Ramona disse com um sorriso.

 

“Não pense que se livrou de mim, Ramoninha! Nas férias vocês vão sair comigo!” Milena disse.

 

“Vocês? Sobrou pra mim também?” o rapaz perguntou.

 

“Você sabe que sim!” ela disse e ele riu.

 

Ramona olhou para os dois com um sorriso, sentiria saudades de estar com tanta frequência com eles, mas estava feliz em saber que não acabaria ali.

 

                                               *

Gabriela corria pelos corredores à procura de Toni, mas era praticamente impossível em meio a um trote em que todos participavam. A moça estava prestes a desistir quando sentiu ser puxada para um corredor vazio.

 

“Que susto, Marco Antônio!” ela exclamou e ele riu.

 

“Foi mal, mas não se fica parada num corredor no meio de um trote.” falou e ela assentiu com um sorriso.

 

“É... esqueci disso. Você ‘tá fugindo há quanto tempo? ‘Tá quase sem nada de sujeira!” comentou ao observá-lo melhor e ver que ele só tinha o cabelo branco por conta de farinha.

 

“Mais ou menos, a mãe da noiva precisa estar impecável.” falou e ela riu sentindo a tensão sair de seus ombros.

 

“Toni, eu... eu vou ser direta!” disse e ele não entendeu, mas assentiu.

 

“Tá...” disse.

 

“Eu... eu gosto de você! Muito!” ela começou e ele arregalou os olhos.

 

 “Nunca pensei que um dia seria sua amiga, e menos ainda que sentiria essa atração e felicidade que sinto quando estou ao seu lado! Na peça, quando nós nos aproximamos de verdade, eu fui a Aurora, sua amiga, mas na vida... você foi um tipo de aurora, trouxe uma claridade! Principalmente quando o assunto era diversão.” continuou e o rapaz ouvia tudo a olhando atentamente.

 

“Então... eu sei que o laço que começamos aqui no IL não vai acabar aqui. Mas eu queria saber se... se você quer estreitar esse laço, me fazer perder o ar, lindo. E... namorar comigo!” falou com um sorriso e fazendo ele sorrir com o trocadilho do nome de seu personagem na peça.

 

Toni segurou em suas mãos.

 

“Nunca achei que algum dia alguma garota iria me pedir em namoro, principalmente pela fama que tenho por aí. Também nunca imaginei que iria aceitar. Gabi, eu nunca vou entender como uma peça de teatro e acordos conseguiu nos aproximar a ponto de eu sentir alguma coisa que não fosse passageira, e que eu não quero que seja.” falou segurando no queixo dela que sorriu antes de beijá-lo.

 

Embora eles estivessem em meio a várias surpresas, o beijo não era surpreendente. Os encaixes das bocas, a respiração compassada, as carícias, nada era novo. Todavia, a sensação era de que tudo estava diferente, era como se estivesse mais iluminado, mais alegre.

 

“Aqui já ia ser um porre sem você antes, agora vai ser pior. Por que faz isso comigo?” Toni falou baixo com a testa colada na dela.

 

Gabriela riu antes de dar outro beijo nele.

 

“Porque eu também sou má!” falou e ele riu.

 

                                                         *

Pouco antes da hora do evento, a escola foi limpa e os alunos se preparavam em seus dormitórios. No dormitório 220B, Magali estava dentro do banheiro secando os cabelos, do lado de fora estavam apenas Penha e Mônica, cada uma em sua cama.

 

Mônica, que apenas esperava a amiga, olhou para Penha e suspirou, em todo esse tempo nenhuma delas nunca tentou conversar, então aquele era o momento.

 

“Penha, você vai continuar no IL?” perguntou.

 

“Não sei, o resultado da prova de bolsistas não saiu ainda. Por que a pergunta?” a outra disse.

 

“É que eu ia continuar, mas meus pais decidiram me tirar, então fiquei aqui pensando e vi que nenhuma de nós nunca tentou se falar nem nada, mesmo você tendo me deixado em paz há muito tempo.” Mônica explicou.

 

Penha suspirou.

 

“Não sou do tipo que fica no pé de quem não me interressa ou não se interressa por mim, Mônica. Você, Magali e Gabriela são minhas colegas de quarto, mas sempre forram indiferrentes com isso, então não tinha por que eu me aproximar.” ela disse sincera.

 

“É, mas nunca pensou que poderia ter sido legal? Sabe... ter uma noite das garotas com suas colegas de quarto; poder falar sobre seu namoro com o Nik; ter mais amigas...” a de cabelos curtos enumerou e Penha deu de ombros.

 

“Talvez. Não costumo falar da minha vida pra qualquer pessoa.” a outra disse.

 

“Bom, não é bem falar da vida inteira, só... ter alguém a quem contar o que quiser. Ver você se transformando fez com que eu visse que você não é uma pessoa ruim, só precisava das pessoas certas pra te ajudarem a fazer escolhas certas.” falou e Magali saiu do banheiro.

 

“Tô pronta, vamos?” falou e Mônica levantou.

 

“Você vem, Penha? Aposto que Nikolas e seus amigos já devem estar lá.” falou e Penha, ainda absorvida pelas palavras de Mônica, balançou a cabeça.

 

“Ér... vou!” falou e Magali olhou surpresa, mas sorriu acolhedora.

 

“Legal! Então bora! Vocês ‘tão nervosas?” Magali perguntou.

 

“Eu não vou fazer nada, então ‘tô tranquila.” Penha disse.

 

“Eu também ‘tô de boa. Relaxa, Magá, sua participação é curta e seu pai vai ficar feliz em saber que a ideia da festa partiu de você!” Mônica disse com um riso.

 

“Foi você que teve a ideia?!” Penha perguntou incrédula.

 

“Sim. E você pareceu muito surpresa.” Magali respondeu com um riso.

 

“Ah... às vezes eu esqueço que você passou por uma grande mudança do começo do ano pra cá, Magali.” a outra respondeu.

 

“Digo o mesmo de você, e acho que você sabe o quanto isso é bom.” a outra dona dos cabelos longos disse e Penha sorriu, era muito bom.

 

                                                                                *

A hora da festa chegou rápida, a quadra e seus arredores estavam cheios de alunos, responsáveis e até ex alunos. O local tinha a decoração que mesclava coisas românticas, como coraçõezinhos por toda parte, com a típica das festas juninas, principalmente pelas bandeirinhas, e coisas típicas como barraquinhas de comidas e bebidas típicas, o jogo da pescaria e bingo. Infelizmente, a cabine fotográfica não havia sido possível, mas o correio elegante e uma cadeia do amor estavam lá para animar os ânimos, não só dos alunos.

 

Denise estava cuidando do correio elegante e de alguns pedidos de prisão da cadeia do amor junto de outros alunos.

 

"Ei, Denise, quantas já pediram pra prender o guarda da cadeia?" Titi, que estava como um dos guardas da cadeia, perguntou assim que voltou com um copo de refrigerante.

 

"Ninguém, Titi. Já eu... recebi três correios elegantes e dois pedidos de cadeia, chupa!" ela respondeu mostrando a língua.

 

"Duvido nada que foram todos da mesma pessoa." ele disse de braços cruzados.

 

"Nem foram, mas eu neguei todos." respondeu.

 

"E pagou? Se rejeitar beijar, tem que pagar cincão. É pra dar um help pro IL." Titi disse e ela riu.

 

"Sou da comissão organizadora, bem. Tenho isenção." falou e ele riu enquanto olhava alguém se aproximar.

 

"Você vai negar todos os pedidos?" ele perguntou e ela olhou na direção que Titi olhava e sorriu. Era Jeremias.

 

"Depende da pessoa, né, Timóteo?! Tipo esse bonitão chegando agora, nem tem como negar. Não 'tá a fim de fugir comigo, noivo?" perguntou e ele riu entregando a ela uma maçã do amor.

 

"Nosso caso acabou no momento que eu disse sim a ela. Lamento, mas dou essa maçã do amor como gratidão pelos bons momentos." Jeremias falou e ela deu uma mordida no doce.

 

"Doce que nem você e dura que nem o seu…" ela falava até Titi interromper.

 

"Epa! Não quero ouvir isso!" falou e ela riu.

 

"Eu ia falar coração, idiota! Ele ‘tá casando com outra sendo que me ama, isso é ter um coração o quê? Duro! Podre!" Denise explicou.

 

"Vocês não acham que ‘tão levando isso do teatro a sério demais? Vai ficar  estranhão depois." Timóteo comentou.

 

"Entra na brincadeira, garoto! Sei que ninguém quer te prender, mas isso não é motivo pra estragar a felicidade alheia!" ela disse.

 

"Tá bom, não ‘tá mais aqui quem falou. A propósito, Jerê, você ‘tá preso." Titi falou e Jeremias engoliu a maçã que mastigava.

 

"Preso? E o que eu fiz?" perguntou.

 

"Pelo visto, roubou o coração de alguém. A mina deixou até um cartão pra você." respondeu entregando o cartão.

 

"Gosto de uma fruta que se chama amora. Me diz uma coisa, minha boca na sua, rola?" leu rindo ao fim.

 

Denise franziu o cenho.

 

"Titi, não pode prender quem namora! E amora nem rima com rola!" ela disse e os dois rapazes a olharam.

 

"Ué, ‘tá na coleira e nem disse, Jerê?" Titi perguntou com um riso.

 

"Minha vida amorosa anda a pura surpresa, porque eu também não ‘tava sabendo." respondeu e ela Denise riu ajeitando as marias chiquinhas.

 

"Ah, Jerê… depois de tudo que passamos juntos, eu já 'tava considerando, mas realmente falta um pedido formal." ela disse antes de começar a escrever e logo entregar a ele um cartão.

 

"Não sou boa em rimas, e nem pretendo ser. Meu namorado, aceita ser?" leu e o amigo riu alto enquanto Jeremias sorria para a ruiva.

 

"Fala da rima dos outros e rimou ser com ser? Desse jeito a concorrência ganha mesmo." Titi comentou.

 

"Eu pedi você em namoro, Timóteo? Não!" ela exclamou séria.

 

"Vai atrás de outras pessoas, vai!" Jeremias falou.

 

"Vou ir falar pra mina que você não quis, tadinha, Jerê!" comentou.

 

"Sai daqui, Timóteo!" exclamaram e ele saiu.

 

Denise segurou nas mãos de Jeremias.

 

"O que eu disse era sério, a gente realmente já parecia namorar, então eu te considerava meu namorado. Mas podemos oficializar sem problema nenhum, até gostaria." ela falou sorridente.

 

"Sua carta e seu pedido tinham tudo pra serem os piores, mas foram os melhores! Claro que quero namorar com você, Denise!" aceitou e ela sorriu abertamente enquanto o abraçava.

 

Os dois só tiveram tempo de trocarem um selinho já que logo Timóteo reapareceu com duas pessoas.

 

“Se beijar, não paga. Se não quiserem beijar, cincão aqui na minha mão. Jerê, enquanto não ‘tá casando, me ajuda a ir atrás do povo.” ele falou e o casal entrou na “cadeia” aos risos.

 

Denise riu.

 

“Se não tivesse interrupção, não seria o IL. A gente se vê no casamento, noivinho.” ela disse piscando um olho.

 

“Tô de olho em você!” falou saindo com Titi.

 

Denise ria enquanto o observava se afastar, foi quando Gabriela apareceu.

 

“Denise, a Sofia quer falar com você.” alertou.

 

“Felipe, assume aqui rapidinho.” pediu ao outro segurança e seguiu Gabriela até o vestiário não muito iluminado.

 

Sofia estava encarando seu próprio reflexo com as mãos apoiadas na pia, ela usava um vestido branco e duas maria chiquinhas altas.

 

“Miga! Tudo bem?” perguntou se aproximando.

 

Sofia a olhou.

 

“Eu ‘tô nervosa! Não quero errar e fazer feio na frente de todo mundo!” exclamou.

 

“Não se preocupe, vai dar tudo certo. ‘Tá linda, hein, noivinha? Eu vi o noivo, e, inclusive, já ‘tô furando seu olho desde já.” falou e a outra riu.

 

“Como assim?” perguntou.

 

“Eu pedi ele em namoro. ‘Tá bom que pra mim a gente meio que já ‘tava, mas foi pra oficializar.” a ruiva respondeu e a outra a abraçou.

 

“Que ótimo, Dê! Já ‘tava na hora, né?” falou e Denise deu de ombros.

 

“Agora chega de falar de mim e vamos falar de você! Espero que esteja se divertindo com tudo!” falou e Sofia riu.

 

“Sim, ‘tô com gente que gosto, né? E nunca fui a noiva! É até estranho.” falou e a outra negou.

 

“Nem tanto. Agora eu tenho que voltar pro correio elegante, aquilo ‘tá a mil!” exclamou e abraçou a amiga antes de sair.

 

                                               *

Os presentes pareciam se divertir com o evento quando finalmente chegou a hora da encenação do casamento que antecedia a dança da quadrilha. No espaço reservado na quadra, que tinha várias mesas e cadeiras de ferro, foi colocada uma mesa com alguns vasos decorando e um microfone. Não demorou para Isadora aparecer usando um terninho do estilo executivo com estampas xadrez.

 

“Boa noite, pessoar! Estamos aqui reunidos pra celebrar o casório entre Tião e Rosa. Vamos começar, porque todo mundo quer ir pro baile.” ela falou e a música da marcha nupcial começou e, com ela, começaram a entrar os personagens.

 

Os primeiros a entrar foram os padrinhos e a plateia parecia não reagir a isso, mas foi Jeremias entrar com os braços dados a duas pessoas que risadas ecoaram pelo local: Mônica estava de um lado como a mãe do noivo, e, do outro lado, estava Toni com duas tranças e um vestido longo, o loiro propositalmente andava como se fosse da alta sociedade.

 

“Essa mãe da noiva ‘tá gostosa, hein!” um aluno gritou rindo.

 

“Que isso em, Toni?! A mãe ‘tá toda musculosa!” outro gritou animado.

 

Os três pararam no altar.

 

“Ô minha mãe, cadê essa Rosa que não chega? Será que ela desistiu de casar comigo?” Jeremias falou preocupado.

 

“Fica calmo, meu fi! Ela não é nem maluca de rejeitar esse rapaz lindo que mamãe criou com tanto carinho! Ouviu, Hermelinda? Acho bom sua fia nem sonhar em largar meu fi no altar, eu posso fazer uma loucura, hein?!” Mônica exclamou e Toni riu.

 

“Se minha fia largar desse teu fi, ela sai é no lucro, minha querida! Eu até tentei fazer ela mudar de ideia, mas me ouve? Não ouve! Todo mundo ‘tá dizendo que esse Tião aí de “ão” não tem nada, se é que me entenderam.” ele disse fazendo um gesto de “para baixo” causando alguns risos.

 

“Senhoras! Por favor! Respeitem o noivo.” Isadora exclamou.

 

“A noiva!” um dos padrinhos gritou.

 

Sofia entrou ao lado de Gabriela e novamente riram, a maquiagem da cacheada era propositalmente estranha, para que ela se assemelhasse a um homem. Então tinha uma barba feita com lápis de olho que deixava tudo mais estranho.

 

“Esses dois sempre chamam mais a atenção! E não é que de novo erraram os protagonistas!” uma pessoa comentou.

 

“Será que Sofia vai beijar o Jeremias? Porque eu já fiquei com ele e vale a pena!” uma garota comentou risonha.

 

“Rosa! Minha frô! Como você ‘tá linda, meu amô!” Jeremias falou sorrindo à Sofia, que sorriu de volta.

 

O rapaz se aproximou de Sofia, mas Gabriela o parou.

 

“Êh, rapaz! Acho bom ser um bom marido pra minha fia! Senão... ‘cê vai conhecer esses gêmeos aqui!” falou batendo nos dos braços e ele assentiu, enquanto todos que assistiam riam.

 

“Cara, dá pra ver quem ganharia a luta fácil!” alguém comentou.

 

“Ou a própria Rosa acabaria com ele!” outra comentou.

 

“Não se preocupe, seu Mário. Vou ser um bom marido!” Jeremias falou.

 

“Acho bom mesmo, cria de cruz credo!” exclamou indo até Toni.

 

“Cruz credo é a senhora sua avó, e vemos que o senhor puxou muito pra ela.” Mônica rebateu e já ia começar uma discussão quando Isadora falou.

 

“Noiva! Se aproxime, por favor, antes que os pais se matem. Vamos fazer o seguinte? Pular logo pra parte do sim ou não, o vigário me chamou pra jogar um bingo bom. Olhem um pro outro, rápido, rápido!” falou e eles se viraram e deram as mãos.

 

“Rosa, aceita Tião como seu legítimo esposo?” perguntou.

 

“Aceito!” exclamou.

 

“Tião, a mesma pergunta. Rápido, homem!” exclamou estralando os dedos.

 

“Aceito!” respondeu.

 

“Se alguém tem algo contra essa união, fale agora ou cale-se para sempre.” Isadora disse e, no mesmo instante, aplausos sarcásticos surgiram de onde eles entraram.

 

“Será que ‘tô atrapalhando o casalzinho aí?” era Denise.

 

Gabriela deu um tapa no ombro de Jeremias.

 

“Quem é essa sirigaita aí, rapaz! Os gêmeos ‘tão tremendo pra te conhecer, seu safado!” exclamou peitando Jeremias.

 

“Senhor, eu tenho nada com essa muié aí, não!” ele respondeu.

 

Denise foi desfilando até o altar e jogou os cabelos para o lado colocando a mão na cintura em seguida.

 

“Você realmente vai dar uma de sonso, bonitão? Vai agir como se não me conhecesse, Tião?” questionou.

 

“Quem é essa, Tião?” Sofia perguntou.

 

“Essa é Hera, uma ex namoradinha que sumiu no mundo há um tantão de tempo e só apareceu agora!” respondeu.

 

“Você sempre jurou amor eterno a mim! Por que ‘tá casando com ela?” ela exclamou.

 

“No passado! Quando eu tinha quinze anos e não conhecia Rosa, a mulher da minha vida. Hera é venenosa, que nem a planta! Só que mais traiçoeira! E você, Rosa, minha frô, me ajudou a tirar todo aquele veneno e encheu de coisa boa! Rosa, eu não tenho mais nada com ela há anos! Confia em mim.” Jeremias falou olhando para Sofia.

 

“Eu confio em você!” exclamou sorridente.

 

Mônica se aproximou de Denise.

 

“Não vê que ‘tá sobrando? Some, some, some!” falou empurrando ela que saiu pisando duro.

 

“Já acabou? Como vocês dão trabalho, meu Deus! Já que aquela lá só veio pra tomar nosso tempo, pode beijar a noiva, rapaz.” Isadora disse.

 

Jeremias beijou a testa de Sofia e os dois se abraçaram em seguida.

 

“Agora é hora da festa!” ele disse e a música da quadrilha começou e todos se colocaram em seus lugares e dançaram a música tradicional.

 

                                               *

Após a quadrilha, um forró começou a tocar e várias pessoas, inclusive adolescentes, foram dançar, mesmo que fosse apenas para se divertirem. Jeremias dançava com Denise quando Sofia apareceu.

 

“Jerê, umas pessoas vieram me dizer que a peça foi uma tristeza.” ela disse.

 

“Problema é deles. Como se sente, noiva?” perguntou e ela riu.

 

“Um noivo como você facilita as coisas. Denise, perdeste.” Sofia falou abraçando o amigo que riu.

 

“Ih, a peça acabou, amore. Mas vamos ver se você é o bichão mesmo, Jerê. Dance com duas ao mesmo tempo.” a ruiva disse e ele negou.

 

“Não sou o bichão. Mas pode ser engraçado.” falou e a música era animada, então o rapaz dançava ora com uma ora com outra e os três se divertiam.

 

                                               *

Ali perto, Milena e Tikara riam de Penha e Nikolas tentando arriscar uma dança.

 

“Nikolas, pra dirreitaDirreita!” ela disse tentando fazer um passo simples.

 

“Mas é a minha ou a sua?” ele perguntou.

 

“Minha, quer dizer, a sua... acho que me perdi!” ela disse e o outro casal riu mais.

 

“Pra algumas pessoas o negócio é vídeo game mesmo!” Milena comentou.

 

“Nik, direita é a mão que você mais usa, rapaz.” Tikara disse.

 

“Cala a boca, Tikara!” o amigo xingou.

 

“Ali, os dois sim sabem dançar.” Milena comentou apontando para Xaveco e Nimbus, que nem mesmo dançavam, apenas mexiam enquanto falavam.

 

“Isso não é dança! Xaveco, Nimbus! Venham aqui!” Penha chamou e eles se aproximaram.

 

“O quê? Cansaram de passar vergonha com aquela coisa que é tudo menos dança?” Xaveco perguntou.

 

“Engraçadinho... eu ‘tava pensando em prender vocês na cadeia do amor, pra terrem um momento pra beijarrem.” ela disse.

 

“Penha, a gente não fala que vai prender, só paga pros meninos de lá e prende.” Milena falou.

 

“Mas você sabe que o caso deles é meio diferrente pro povo daqui do IL.” Penha disse e Nimbus riu.

 

“Penha, assume de uma vez que quer ver a gente se beijando.” ele disse e ela olhou com um riso.

 

“Nossa, que pervertida! Nikolas, fica esperto!” Tikara disse.

 

“Nada a ver! Eu só ‘tava sendo legal!” a de cabelos lisos falou.

 

Nimbus olhou para Xaveco, que assentiu antes de juntar seus lábios aos dele em um selinho.

 

“Pronto! Você viu!” o moreno disse risonho.

 

“Eu já disse, só ‘tava sendo legal.” ela disse com um sorriso.

 

“Xavier! Você ‘tava beijando esse rapaz?!” a voz de sua mãe soou atrás de si e todos se viraram. Os pais de Xaveco estavam lá.

 

Nimbus engoliu em seco e olhou para o namorado, mas Xaveco estava com o olhar firme. Era como se estivesse decidido a fazer algo.

 

“Sim, eu beijei. Mãe, pai... eu sou gay!” falou direto e todos ficaram em silêncio.

 

Os pais suspiraram.

 

“Gente, vamos deixar eles sozinhos!” Nikolas disse saindo com os demais, com exceção de Nimbus.

 

“A gente já suspeitava, meu filho. Mas nunca tivemos coragem de falar sobre isso.” o pai disse.

 

Xaveco levantou a sobrancelha, assim como quando revelou aos amigos, tinha outra ideia de reação alheia.

 

“Vocês não parecem chateados com o que eu acabei de falar.” disse.

 

“A gente realmente desconfiava, Xavier, então sempre pensamos em como reagir a isso. Mas acho que só temos uma coisa a fazer: ficar ao seu lado!” a mãe disse e ele arregalou os olhos.

 

“Vocês... vocês me apoiam?” perguntou.

 

“Já te mandamos pra um internato por ouvir parentes que achavam que devíamos, e temos nossos arrependimentos. Então decidimos ouvir nós mesmos, e sim, te apoiamos, meu filho!” disseram e ele os abraçou.

 

Nimbus sorriu fraco antes de se afastar em silêncio. Quando Xaveco ia apresentar Nimbus aos pais, viu que ele já havia saído.

 

“Ué, cadê o Nim? Que ‘tava aqui comigo!” falou.

 

“Ele deve ter saído, conhecer os pais do... ficante, como vocês falam, deve ser meio difícil!” a mãe disse.

 

Xaveco negou com a cabeça.

 

“Acho que não é por isso... eu vou lá falar com ele!” exclamou e eles assentiram.

 

“A gente vai pra casa, esteja lá até meia noite!” falou e saiu.

 

Xaveco foi atrás de Nimbus e o encontrou do lado de fora, na área verde.

 

“Nim! Tudo bem?” perguntou e o moreno assentiu.

 

“Sim, eu só... queria que meus pais fossem de boa desse jeito também! Você tem sorte, Xaveco.” falou e ele sorriu fraco.

 

“Eu também fiquei surpreso. Mas, sabe, Nim... talvez algum dia eles te aceitem, mas, até lá, tem a mim; um sedentário chamado Nikolas; um gel ambulante chamado Tikara; uma capitã chamada Milena; uma pervertida chamada Penha; sua cunhada Ramona e seu irmão DC, todos que te apoiam. E isso já é um começo.” Falou e Nimbus o abraçou.

 

“Xaveco... eu te amo!” exclamou e o outro sorriu abraçando de volta.

 

“Eu também te amo, Nimbus.” falou antes de beijá-lo.

 

                                               *

A noite pareceu passar mais rápida que nunca, a diversão que os alunos tiveram foi o momento para as melhores lembranças. No dia seguinte, as coisas seriam diferentes, era dia de aqueles que fossem deixar o internato esvaziarem os armários e levarem suas coisas para casa.

 

No dormitório 226B, Milena e Ramona haviam acabado de fechar suas malas, era uma sensação estranha. Ambas olharam em volta lembrando de seus primeiros dias de aula no internato.

 

“Eu entrei aqui tão cheia de expectativas... e ‘tô saindo com elas lá embaixo. Mas só sobre o IL, sabe? As pessoas que conheci aqui me marcaram.” a cacheada comentou.

 

“Eu entrei aqui querendo me socializar e consegui, mas consegui sendo eu mesma. Isso vai ficar pra sempre comigo!” Ramona disse.

 

Sofia entrou no quarto junto de Denise.

 

“Ah, oi, meninas! Vocês já vão?” ela perguntou.

 

“Já! Acho que não vamos mais nos ver tanto assim, então... foi bom ver a mudança de vocês!” Milena disse.

 

“Eu ainda vou te ver, Milena. Quem sabe algum dia a gente converse mais?” Denise disse e ela riu.

 

“Quem sabe?” repetiu.

 

“Eu sei que tivemos um começo meio turbulento, mas... foi legal dividir o quarto com vocês. Tchau!” Ramona disse saindo com Milena.

 

Sofia olhou em volta e suspirou.

“Como eu vou sentir saudades deste cubículo!” exclamou e a amiga a abraçou.

 

                                               *

Enquanto isso, no dormitório 226A, Nikolas, Cascão e Cebola terminavam de arrumar suas coisas.

 

“Foi bom dividir quarto com você, irmãozinho! Qualquer dia a gente joga!” Cascão disse fazendo um toque de mãos com Nik.

 

“Jogamos sim! Foi legal mesmo ter alguém além de o Tikara pra conversar às vezes.” falou e o outro riu.

 

“Verdade, e eu alguém além daquele careca do Cebola!” disse e Cebola deu um peteleco na cabeça do amigo.

 

“Ótimo amigo que eu tenho! Nikolas, sei que nunca fomos os melhores amigos de dormitório do mundo, mas... desejo tudo de bom pra você.” Cebola disse e o outro estendeu a mão para um toque.

 

“Pra você também, e espero que continue sendo uma pessoa legal, e não aquele babaca.” Nikolas disse e o outro riu.

 

“Prometo, falou!” disse deixando o local.

 

“Falou, Nik! E se voltar com o canal, eu vou adorar assistir!” falou saindo em seguida.

 

Nikolas respirou fundo enquanto olhava pela janela do quarto, há um tempo se sentiria a pessoa mais feliz do mundo por estar deixando o internato, mas agora olhava e tinha lembranças que começavam com o dia que colocou seus pés lá, passavam pelos seus dias solitários na biblioteca e acabam em seus momentos com os amigos. E isso o fez sorrir.

 

“Adeus, IL.” despediu-se antes de sair do quarto.

 

                                               *

Na área verde, Gabriela aguardava Milena em um banco ao lado de Toni, que afagava seus cachos.

 

“IL... nunca mais nos veremos.” ela comentou.

 

“Nunca é uma palavra meio forte, não acha?” ele perguntou.

 

“Nesse caso, não. Eu não tenho a intenção de pôr os pés aqui de novo. Quem você acha que vão ser seus novos colegas de quarto?” ela perguntou.

 

“Os mesmos, nenhum deles vai sair! Olha que azar!” o loiro respondeu e ela riu.

 

“Azar? É bom ter os mesmos colegas. Mas me fala... o que seu pai achou de ontem?” ela perguntou e ele riu.

 

“Odiou, mas como era só uma apresentação, ele disse que era de boa. Meu pai é um cara complicado.” falou e ela negou com a cabeça.

 

Milena se aproximou.

 

“Oi!” cumprimentou sem muito ânimo.

 

“Tá triste com sua saída do IL?” Toni perguntou.

 

“É que eu tive um flashback de tudo que vivi aqui e... foi muita coisa!” ela exclamou.

 

“As lembranças ficam, Mi, e você tem ótimas!” Gabriela disse e a morena riu.

 

“E você não, né? Olha a lembrança chata aí.” falou apontando para Toni.

 

“Chato? Eu sou um amor!” ele disse e ela riu.

 

De repente, Milena sentiu ser tirada do chão, era Cascão.

 

“Minha capitã favorita ‘tá tristonha? Devia estar aos pulos por sair do IL!” ele falou e ela riu.

 

“Você eu vi que ‘tá.” ela disse e ele sorriu.

 

“Sim! Magá vai continuar aqui, mas eu ainda vou poder ver ela nos fins de semana, quando formos sair! E vocês todos estão convidados pros meus rolês!” Cascão disse sorridente.

 

“Não tendo que correr, o Toni se dá bem.” Gabriela comentou e Toni riu.

 

“Se tiver que pular um carrinho de feira, Gabriela já zerou o rolê.” ele disse.

 

“Não entendi as piadas internas, mas ok. Vamos nessa, meninas? Magali disse que vai com a gente, mas tinha que falar uma coisa pro pai dela, vamos esperar lá fora.” ele disse, eles iriam seguir caminhos parecidos.

 

Gabriela levantou e beijou Toni.

 

“Tchau, Toni, a gente se vê depois!” exclamou e ele assentiu.

 

“Eu vou esperar a Mô! Podem ir.” Cebola disse se sentando ao lado de Toni.

 

O moreno olhou para o loiro.

 

“Você e Gabriela... nunca imaginei isso!” falou e o outro riu.

 

“IL tem suas magias. ‘Tá feliz por sair do internato, Cebola?” Toni perguntou.

 

“Tô! Vou recomeçar tudo de novo! E dessa vez sendo eu mesmo!” exclamou e o outro assentiu.

 

“Isso é bom! Boa sorte!” desejou.

 

                                               *

Na entrada, Jeremias se despedia de Timóteo, que iria deixar o internato.

 

“Não some, irmão! Se quiser ir lá pra casa nos fins de semana pra gente dar uns rolês, pode ir tranquilo!” ele disse enquanto fazia um toque de mãos com Jeremias.

 

“Pode deixar!” exclamou.

 

Assim que ele se afastou, Denise e Sofia apareceram.

 

“Não sei por que você é amigo dele, o menino é um lixão.” Denise comentou.

 

“Eu já fiz uma pergunta parecida com essa pra Sofia sobre você e olha onde estamos. Titi é um cara legal quando quer.” falou.

 

“IL, o pior lugar, e o melhor lugar.” Sofia comentou e eles riram.

 

“Melhor? Forçou, miga!” disse e a amiga riu.

 

“Às vezes era, vai! Você achou um namorado, Denise!” exclamou.

 

“Sorte! Apenas isso. Mas e ai? ‘Tão a fim de fazer alguma coisinha lá em casa? Seus avós não vieram ainda, amor.” Denise disse.

 

“Tá bom, bora.” falou e os três saíram juntos.

 

                                      *

Dentro de internato, Magali procurava o pai para avisar que sairia com Cascão e as meninas, já havia procurado em vários lugares quando passou perto do corredor onde ficavam os instrumentos e parou na porta ao ouvir uma música sendo tocada em seu teclado, conhecia aquela melodia, era Badinerie, de Bach.

 

A moça abriu a porta lentamente e viu seu pai ali tocando teclado totalmente focado no que fazia. Ele virou para o lado e sorriu ao vê-la.

 

“Ainda por aqui, filha?” perguntou e ela sorriu.

 

“Sim, ‘tava te procurando pra avisar que vou sair com uns amigos.” falou e ele assentiu.

 

“Tudo bem. Denise me disse ontem que a festa foi ideia sua, estou orgulhoso!” falou e ela riu.

 

“Orgulhoso? Com aquele monte de regras quebradas?” perguntou e ele riu.

 

“Eu acho que vocês mereciam pelo menos um momento de felicidade sem minhas restrições, depois de tudo que aconteceu...” falou e ela assentiu.

 

“Funcionou, todo mundo se divertiu! Bom, eu vou indo e... fazia tempo que eu não te via tocar, ainda mais essa música.” ela disse e ele riu.

 

“Ela me lembra que te devo desculpas. Tanto por ter te colocado em um internato pra melhorar a alimentação em vez de outra coisa, fazer você ser excluída, ter feito tudo que fiz... me desculpe, minha filha.” desculpou-se e ela sorriu.

 

“Desculpo! Se teve uma coisa que aprendi é que às vezes as pessoas se arrependem, e isso vale pra todo mundo. Até depois, pai.” Falou e logo saiu.

 

Carlito respirou fundo enquanto olhava ao redor, o declínio que o internato atingiu após trinta anos de excelência e elogios pesava, mas seu próprio declínio moral, que sua filha explicitou mais que ninguém, parecia ser pior. Deixar de ser diretor parecia não ser tão ruim assim àquela altura, muito pelo contrário, vinha como um alívio e uma chance de reflexão e mudanças, como tanto viu acontecer pelos corredores.

 

                                                                                    *

Penha estava junto de Tikara e Xaveco esperando Nikolas sair do prédio, os três continuariam no internato, então haviam ido apenas fazer companhia ao amigo.

 

“Acham que ele ‘tá se despedindo de cada cantinho do IL? Eu não faria isso!” Tikara comentou.

 

“Qual foi, Tikara? Não é porque você nunca soube onde Cebola escondeu suas cuecas que precisa odiar cada cantinho do IL.” Xaveco disse rindo.

 

“Você não sabe até hoje?” Penha perguntou.

 

“Ele nunca disse e nem me importa mais. Vocês acham que Milena e Nikolas vão achar alguém melhor que a gente nas novas escolas?” Tikara perguntou.

 

“Com toda certeza! Somos péssimos, Tika!” Xaveco disse risonho.

 

Agorra se o papo erra sobre novos crushes, não. Porque somos marravilhosos.” Penha disse.

 

“Forçou. Todos sabemos que o mais bonito do grupo sou eu!” Xaveco disse.

 

“E a gente que forçou, né?” Tikara riu ao dizer.

 

Penha ria quando sentiu um cutucão no ombro, era Flávia.

 

“Oi, Penha! Eu vou sair do IL! Foi legal conhecer melhor a toda perigosa Penha, mas mais ainda ser a primeira pessoa a saber de seu crush pelo Nik!” falou e ela riu.

 

“Você vai sair? Nossa, que pena! Não vou ter mais colega de grupo de arte. Foi bom te conhecer também, e meio que você convenceu Nik a me ajudar no dia do trote e... lá alguma coisa começou.” ela disse e a outra riu.

 

“Boa sorte pro casal. Não some! Tchau!” falou saindo em seguida.

 

“Ela não foi a primeira pessoa a saber do seu crush pelo Nik. Eu sempre soube!” Xaveco comentou.

 

“Teu cu!” respondeu e os dois riram.

 

Nikolas apareceu.

 

“Ah, vocês vieram! Não precisava.” falou.

 

“Precisava sim. Ver você chorando de saudades do IL não tem preço!” Tikara disse.

 

“Chorando? Eu ‘tô é feliz por ficar longe de influências ruins como vocês. Menos você, Penha.” respondeu e ela riu.

 

“Que bom que sabe! E eles são má influência mesmo.” a moça falou e os dois negaram com a cabeça.

 

“O mundo ‘tá cheio de mal agradecido mesmo. Vamos jogar?” Xaveco disse.

 

“Não! Vamos tomar sorvete primeirro! Só jogar toda vez que a gente se vê não rola.” Penha disse e eles deram de ombros e saíram.

 

                                               *

Mônica parou sua mala de carrinho na calçada e olhou para a fachada do prédio por alguns segundos, o internato havia sido um local de grandes descobertas para si, e por mais que tivesse ficado lá por menos de um ano, já tinha lembranças.

 

“Mô! Vamos?” Cebola falou e ela assentiu com um sorriso.

 

“Vamos! Só ‘tava aqui olhando pro IL e... lembrando de tudo. Foram fortes emoções, não?” falou e ele riu.

 

“O tempo todo. Chamei um uper, ele ‘tá chegando já.” falou e ela assentiu.

 

Mônica olhou mais uma vez para o prédio, mas dessa vez com um sorriso saudoso, o Internato Limoeiro, um local que tanto pregava a perfeição, havia a ensinado que nada era perfeito, muito pelo contrário, tudo era recheado de imperfeições, mas eram elas que tornavam tudo mais único, tudo mais emocionante. E isso ficaria para sempre em suas lembranças.


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Notas finais do capítulo

Mais uma coisa kkkk Embora eu ame escrever sobre TMJ, e volta e meia tenho novas ideias, ando meio sem tempo e às vezes sem inspiração mesmo kk então eu não faço ideia de quando retorno com alguma fanfic nova pra vocês, pode ser mais cedo do que imagino ou não.

Cuidem-se, shippem, divirtam-se!

o/ ♥



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