Internato Limoeiro escrita por sam561


Capítulo 15
Capítulo XIV - Observações


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura ♥



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A quarta-feira passou em um piscar de olhos graças ao fato de a avaliação semanal, que era para ter acontecido na terça, ter sido mudada para a tarde de quarta por conta de problemas com a impressão das provas. Muitos alunos, por um momento, haviam achado que tinha sido esquecida, já outros ligavam ao fato de nenhuma atividade prazerosa estar sendo devidamente valorizada.

 

A quinta-feira estava quente. Na última aula da manhã, o segundo ano tinha aula educação física e, naquele dia, seria na quadra.

 

"Hoje vamos jogar vôlei!" Átila, o treinador, como preferia ser chamado, falou assim que chegaram na quadra.

 

Houve comemorações e protestos, mas sabiam que quando ele escolhia o esporte, não havia escapatória.

 

"Acha que se eu falar que 'tô com cólica consigo me safar?" Mônica perguntou à Magali.

 

"Você não usou essa com a Gabi na terça?" a outra comentou e a amiga riu.

 

"E deu certo! Não tive que ficar treinando manchete. O que virou? Nem te perguntei." ela disse e a veterana riu.

 

"O Cascão me deu umas dicas." revelou e Mônica riu maliciosa.

 

"Que dicas? Segurou na sua mãozinha e ensinou a  sacar?" ela perguntou e a outra riu.

 

"Não, ele só disse o mesmo que Gabriela sempre diz e que eu tinha que confiar mais em mim. Mas não fica falando isso alto, as paredes têm ouvidos." Magali respondeu e a outra assentiu olhando em volta.

 

"E sobre aquele assunto?" perguntou.

 

"Eu disse que fiquei feliz por não ter ninguém iludindo ninguém, e ele disse que eu tenho um grande coração." a de cabelos longos disse e Mônica sorriu abertamente.

 

"Vocês dois são fofos! Mas e ai? Os boatos não são tão falsos assim, miga." lembrou.

 

Magali suspirou.

 

"Sei lá, Mônica. Acho errado fazer isso com a Gabi, ela gostava dele." falou e a amiga cruzou os braços.

 

"Mas ele não gostava dela desse jeito. Você 'tá se deixando levar pelo jornal." ela disse e a outra crispou os lábios.

 

As duas ainda conversavam quando sentiram serem abraçadas pelos ombros.

 

"E ai, dupla do corpo mole? Só vi a Magali até tarde na terça. Por onde andou, dona Mônica?" era Cascão sorridente, amava aquela aula.

 

"Estava com cólica, só que não." respondeu sincera e ele riu.

 

"Êêê... Vou te caguetar." alertou e a novata riu.

 

"Não ri, não, Mônica. Ele dedura mesmo! Foi ele que disse pra Gabi que a gente fez corpo mole no dia do trote." Magali confessou.

 

"E ainda dizem que a Magali que é a X-9." Mônica disse e Cascão fez uma expressão de inocência.

 

"Eu só fiz uma boa ação." falou e elas riram.

 

Um pouco atrás deles, Gabriela os observava com os olhos semicerrados.

 

"Mi, olha pra eles… acha que o jornal 'tava certo?" a loira comentou com a amiga, que olhou para os três.

 

"Ah, não sei. O Cascão é assim com todo mundo." a morena disse.

 

"Nunca vi ele conversando com a Ramona, por exemplo." Gabriela comentou.

 

"Mas a Ramona nem pratica esportes ou fala com muita gente. O que foi, Gabi? 'Tá com ciúmes?" Milena perguntou e a amiga negou calmamente.

 

"Não! É que a Magali mesma me disse que era mentira do jornal." ela disse.

 

"Não sei opinar, confiar no jornal é complicado." a amiga disse e a outra  assentiu.

 

                                                                    *

Diferente da maioria dos alunos ali presentes, Nikolas odiava aulas de educação física. Enquanto observava a rede ser montada, foi até Átila.

 

"Treinador, o que aconteceu com o jogo de dominó hoje?" perguntou.

 

"Tenha dó, Nikolas, você precisa mexer esse corpo às vezes, garoto! Hoje todo mundo vai jogar vôlei! Senão vai perder nota!" o mais velho exclamou e o rapaz bufou.

 

"Treinador! Eu posso ficar na arquibancada? 'Tô naqueles dias, sabe? 'Tô com cólica." Mônica disse com a mão no ventre.

 

Átila estreitou os olhos, mas cedeu.

 

"Tudo bem, pode ficar na arquibancada." autorizou e a moça assentiu enquanto ia se sentar.

 

"Ô, Mônica. Ó… 'tô de olho." Cascão comentou apontando dois dedos para si e depois para a moça, que riu enquanto fazia um gesto de silêncio.

 

                                    *

Ramona também não gostava tanto assim de praticar esportes, mas estava lá pela nota. Olhou para Do Contra e notou que ele parecia entediado.

 

"Que cara de derrota. Nem entrou em campo ainda." comentou e ele suspirou.

 

"Queria estar jogando xadrez." o rapaz confessou.

 

"Triste vida. Ah, antes que eu me esqueça, eu tive uma ideia pro levante!" ela disse e ele a olhou.

 

"Que ideia?" o moreno perguntou.

 

"E se a gente falasse pra Denise ajudar na divulgação?" a moça sugeriu e o amigo franziu o cenho.

 

"Denise? Tem certeza?" ele perguntou.

 

"Eu 'tava observando ela, e ela não parece ser tão má assim. Se quiser, eu mesma falo com ela." Ramona respondeu e o rapaz arregalou os olhos.

 

"Não tem mais medo de aparecer no jornal?" perguntou.

 

A ruiva deu de ombros.

 

"Não, quer dizer, um pouco. É por uma boa causa." falou e ele riu.

 

"Legal. Quando quiser falar com ela, eu te acompanho." Ele disse e ela assentiu.

 

Antes que falasse algo, Átila apitou.

 

"Gabriela e Cássio! Venham escolher os times." pediu e alguns risos surgiram e os dois respiraram fundo.

 

"Por que eu?" Cascão perguntou.

 

"Porque eu quero! Tirem par ou ímpar." o treinador respondeu e os dois obedeceram.

 

Os times foram escolhidos com dificuldade já que os melhores jogadores de Gabriela não eram de sua sala e Cascão sequer queria ficar contra a loira naquele momento. Quando sobraram apenas dois, que eram Magali e Nikolas, a decisão estava nas mãos de Cascão.

 

"Escolho... Magali!" escolheu e várias risadas maliciosas surgiram.

 

"Huuuum… olha quem ele escolheu!" Titi comentou malicioso.

 

Magali encarou o chão enquanto Cascão revirava os olhos.

 

"Deixa de ser besta!" o rapaz reclamou.

 

Gabriela bufou.

 

"Vem, Nikolas…" ela disse desanimada e o rapaz riu.

 

"Como é legal ser quem sobra, o time vibra de alegria." ele comentou irônico.

 

"Não é nada pessoal, é que você não sabe jogar vôlei. E eu quero ganhar, né?!" a loira falou.

 

"Então tenho péssimas notícias a você." Cebola falou com um riso enquanto se aproximava, ele estava no outro time.

 

"Como os times têm mais de seis jogadores, vou escolher quem vai em cada neste primeiro set. Gabriela, em seu time serão você, Nikolas, Ramona, Tikara, Denise e Sofia." Átila disse e a loira arregalou os olhos.

 

"Do outro time: Cascão, Magali, Penha, Xavier, Toni e Cebola. Magali, quero ver você sacando primeiro e do outro time será o Nikolas, independente se tiver rodízio logo de primeira, quero que seja ele. Os demais podem escolher as posições e realizem o rodízio se vier a acontecer de primeira." concluiu e tiveram muitas reclamações, mas obedeceram.

 

                                     *

O jogo começaria com o time de Cascão, Magali bateu a bola no chão algumas vezes e encarou o time adversário.

 

"Magali, lembra do que eu te disse!" Cascão falou e ela assentiu.

 

A morena respirou fundo e tentou sacar no estilo "jornada nas estrelas", porém não teve muita sorte já que a bola caiu em sua própria quadra.

 

"Droga!" praguejou zangada.

 

Foi a vez do outro time e Nikolas segurou a bola sem saber muito o que fazer.

 

"Nik, tenta um saque por baixo. É mais fácil." a capitã recomendou.

 

"E como eu faço isso?" ele perguntou.

 

"E vamos de perder o jogo!" Denise comentou batendo uma palma.

 

"Você coloca um pé na frente, com firmeza, e segura a bola com a mão 'mais fraca' aberta e faz esse movimento de pêndulo com a mão que vai usar pra sacar." Gabriela explicou gesticulando com o corpo e o rapaz tombou com a cabeça sem ter certeza se havia entendido ou não.

 

Todos olharam para Nikolas, que fez o que a loira havia recomendado. Porém, a bola foi tão fraca que sequer chegou à rede.

 

"Tem que pôr força nesse braço, meu querido!" Denise comentou.

 

"Gosta tanto de números e 'tá em falta com o cinco contra um pra malhar esse braço, Nikolas?" Titi comentou subindo e descendo a sobrancelha fazendo vários rapazes rirem.

 

Nik revirou os olhos e a bola voltou para o outro time.

 

"Esse jogo vai ser péssimo!" Penha comentou negando com a cabeça.

 

                                                                     X

Enquanto o jogo acontecia, Mônica desceu alguns degraus a fim de falar com Jeremias e Milena, que estavam no primeiro degrau com outros colegas de sala.

 

"Estão de castigo? Não sabia que vocês gostavam de vôlei." a novata disse.

 

"Átila obrigou a jogar, lembra? E você? A cólica 'tá passando?" Milena perguntou e Mônica riu.

 

"Posso contar um segredo pra vocês? Eu nem 'tô com cólica, eu só não quero jogar nada." ela revelou e os dois riram.

 

"Eu nem pensei em usar essa! E você, Jerê?" Milena perguntou rindo com Mônica.

 

"Já 'tô com problemas com o Átila, mas será que cola?" o rapaz brincou e elas riram mais a ponto do treinador os olhar.

 

"Ai, eu 'tô morrendo! Que dor!" Mônica fingiu enquanto deitava a cabeça no colo de Jeremias.

 

Átila estreitou os olhos e logo voltou o olhar para a quadra. Os três reprimiram o riso, deixando escapar apenas um sorriso.

 

"Esse Átila é bem otário. Ou não 'tá nem aí pra mim." a de cabelos lisos comentou se sentando novamente.

 

"O que 'tá achando do IL, Mônica?" Milena perguntou.

 

A outra deu de ombros.

 

"Não é o que eu esperava. Dizem que aqui as coisas são perfeitas, mas não sei na onde." respondeu.

 

"Pelo menos pararam de pegar no seu pé?" Jeremias perguntou.

 

"Sim, felizmente aquele grupinho tem me deixado em paz. Mas sabem qual deles mais me confunde? O Cebola! Ele é meu monitor de inglês e não é cuzão quando 'tá me ajudando." ela revelou.

 

"O Cebola é estranho, Mônica. Quando eu ficava com ele, ele era de boa comigo, foi só a Denise me mandar indiretas que ele começou a entrar na dela." Milena falou.

 

"Muito esquisito! Deve que o dormitório dele é tão estranho quando o dono." Mônica brincou e os demais riram.

 

"O engraçado é que nem é." Jeremias disse e a novata o encarou.

 

"Hã?!" ela perguntou.

 

"O dormitório 220A, o dele, não tem nada demais. Num fim de semana fui lá jogar com o Cascão e é normal." ele revelou.

 

A informação ficou na cabeça de Mônica, mas não falou nada já que Átila apareceu.

 

"Jeremias e Milena, venham pra quadra no lugar de Sofia e Denise." ele disse e os dois saíram.

 

                                            X

No jogo, as coisas caminhavam bem. O time que vencia era o de Cascão, algo que irritava Gabriela.

 

Quando foi a vez de Penha sacar, a morena lançou a bola com força e, para o azar de Nikolas, que estava odiando ainda ter que jogar, a bola acertou em cheio em sua testa fazendo com que se desequilibrasse e caísse.

 

"Caralho, Penha! Derrubou o menino!" Cascão exclamou.

 

"Mon Dieu, Nikolas! Desculpe! Tudo bem?" a moça perguntou com as mãos na boca sem nem perceber que falou isso a alguém que não fazia parte de seu grupo.

 

"Eu 'tô, mas acho que essa bolada foi motivo suficiente pra eu sair do jogo!" respondeu se levantando e Átila suspirou.

 

"Você se livrou dessa vez, rapaz. Venha, Marina." chamou e o dono dos dreads sorriu.

 

Toni cutucou Cebola.

 

"Foi impressão minha ou Penha pediu desculpas e pareceu preocupada com o Nikolas?" o loiro perguntou e Cebola o encarou.

 

"Claro, o Átila ia achar que ela fez de propósito se ela não pedisse!" respondeu e Toni riu.

 

"Sei não... Penha nunca pede desculpas e nunca teve problemas por isso. 'Tô achando que você realmente foi corno, hein?" falou rindo e Cebola olhou na direção de Nikolas.

 

Outro que também estranhou a atitude fora Xaveco, para ele não fazia sentido Penha, que era conhecida por sua grosseria, pedir desculpas a uma pessoa que havia feito bullying há poucos dias, como o amigo dissera.

 

"Isso se ela realmente fez…" Xavier balbuciou encarando o amigo e logo voltou sua atenção ao jogo.

 

O jogo continuou e o time vencedor fora o de Cascão, para o desprazer de Gabriela, que preferia ter perdido qualquer outro dia, menos naquele.

 

"Gabriela perdeu pra Magali, de novo." uma garota comentou risonha.

 

"Isso porque é a capitã do time! Quando dizem que ela devia sair, não é mentira." um garoto disse.

 

A loira apertou o punho com força, mas decidiu ignorá-los. Olhou na direção de Magali e suspirou.

 

"Estou ficando maluca! Não creio que eu 'tô acreditando no jornal…" ela comentou.

 

                                            *

O horário de almoço chegou e estava passando bem rápido. Penha estava entediada na mesa com Toni e Cebola em meio aos bajuladores, que estavam acabando com sua paciência. Além disso, a morena não tinha muito assunto com Toni, que o tempo todo flertava com alguém; Denise raramente ficava o tempo todo com eles, menos ainda com a saída de Sofia; e Cebola ainda era seu ex. Com isso, a moça suspirou e decidiu andar um pouco.

 

"Vou esticar as pernas." falou antes de deixar à mesa.

 

A morena caminhou em direção às salas e se escondeu após ouvir Ana Paula, a professora de matemática e informática, falando com alguém na escadaria.

 

"Nikolas, estou preocupada com você. Você é um excelente monitor, mas monitoria de segunda, quarta e sábado vai te prejudicar." a professora disse.

 

"Não vejo problemas nisso, professora. Eu gosto de me manter ocupado." Nikolas respondeu.

 

"Até quando está fora da escola? O fim de semana é para vocês descansarem! Se Penha está te chantageando, não se sinta intimidado em me falar! Eu tomarei as devidas providências." ela disse.

 

Nikolas suspirou.

 

"Ela não 'tá me chantageando. Ela sugeriu e eu aceitei, só isso." falou.

 

"Olhe lá, hein?! Não quero que você se sobrecarregue, também tem suas responsabilidades como estudante." ela disse e o rapaz concordou.

 

Penha sentiu um estranho desconforto. Era como se o fato de Nikolas se prejudicar por sua causa a deixasse mal, mas não entendia essa nova sensação. A moça balançou a cabeça a fim de espantar esses pensamentos e viu o dono dos dreads se afastando.

 

"Ei!" chamou e Nik se virou, não havia a visto.

 

"Eu ouvi sua conversa com a Ana Paula. Não querro ela pegando no meu pé por achar que o precioso Nikolas está sobrecarregado por minha culpa." ela disse tentando ignorar a péssima sensação que sentiu ao falar assim.

 

"Não se preocupe, ela não vai." ele disse e já ia sair quando ela o impediu.

 

"Esperra! Ér… a bolada doeu?" perguntou evitando o contato visual e ele a encarou surpreso.

 

"Não… na verdade, me ajudou. Eu não queria jogar." o rapaz respondeu.

 

Penha também estava surpresa consigo mesma.

 

"Que bom…" comentou e ele levantou a sobrancelha.

 

"Tudo bem com você?" Nik perguntou e ela fez sua melhor expressão de superioridade.

 

"É clarro! Por que não estarria?" perguntou.

 

"Você nunca se importa com ninguém." ele disse sorrindo ao fim.

 

"Clarro que me importo! Mas só com quem se importa comigo. No seu caso, é só pra dirreção não vir me encher." a moça respondeu.

 

"Então você não se importa com ninguém, já que que ninguém se importa com você. Ou pelo menos não mais..." ele rebateu sem pensar direito e logo se arrependeu de ter falado.

 

Penha o encarou.

 

"O quê?" perguntou e ele se virou.

 

"Nada, não é nada. Esquece o que eu falei." respondeu e ela o puxou para trás.

 

"Não! Você entrou nisso, agorra vai até o fim! Você acha que ninguém se importa comigo? Querrido, eu tenho uma escola inteirra na palma da minha mão! Diferrente de você, um nerd solitárrio que só anda com mais dois patéticos." a moça rebateu.

 

Nikolas franziu o cenho.

 

"Tem razão, somos um trio patético, mas ainda posso dizer que somos amigos. Diferente de você que só está cercada de gente que só quer sua popularidade e de amigos que, no fundo, nem são seus amigos de verdade já que a única que era o grupo fez questão de afastar!" ele retrucou sem pensar em nada e Penha abriu a boca surpresa.

 

"Do que você 'tá falando?" ela perguntou.

 

"Sofia, a única que parecia se importar com você, abandonou o grupo; Cebola é seu ex, que você claramente só atura por causa da imagem de maturidade que vocês querem passar; Toni eu nem sei se vocês são amigos; e Denise… ela nunca foi sua amiga, né? Vocês sempre estiveram perto, mas muito distantes." ele enumerou e Penha encarou incrédula.

 

"Como você…?" perguntava sem nem perceber.

 

"Não precisa ser um gênio pra perceber isso. Aposto que nenhum deles sabe onde você mora ou qualquer coisa de fora do IL. Estou enganado?" perguntou e ela engoliu em seco.

 

"O que você tem a ver com isso? Você só é meu monitor de matemática, não tem o dirreito de se meter na minha vida!" ela exclamou tentando se recompor.

 

"Verdade, foi mal. Só esquece o que eu falei." o rapaz falou e logo saiu.

 

Penha ficou alguns segundos ali parada só digerindo tudo que ouviu e ficou irada com várias coisas: com Nikolas, por ele ter tido a "audácia" de falar tudo aquilo irritantemente calmo, sem subir nem um pouco sua voz; com seus amigos, por algum motivo que sequer conseguia entender; e consigo mesma, por ter ouvido tudo aquilo sem conseguir se recompor no mesmo segundo.

 

"Ei, Penha! Seu cabelo 'tá lindo hoje! Na verdade, todos os dias!" uma garota que ela não conhecia disse a tirando de seus pensamentos.

 

"Qual o seu segredo, mulher? A Denise também sempre 'tá linda. A Sofia nunca esteve, depois que saiu do grupo, piorou ." outra disse com um riso.

 

"Eu tenho uma invejinha de você! Além de ser um poço de influência, é amiga da chefe do jornal; teve um término super maduro; e é amiga daquele lindo do Toni… que sonho!" uma terceira disse.

 

Penha apenas saiu sem nem respondê-las e retornou à mesa onde se sentou desanimada, os meninos nem disseram nada. Cebola continuou comendo e Toni paquerando alguma garota. As coisas continuavam as mesmas quando uma garota de cabelos rosas apareceu.

 

"Oi, Toni!" cumprimentou e ele a olhou entediado.

 

"Narcisa!" falou e ela sorriu e olhou para os outros dois.

 

"Penha! Cê! Vocês 'tão um arraso hoje! Quais são as novidades?" ela perguntou se sentando e Cebola trocou um olhar com Penha antes de encarar Toni.

 

"Qual é a dela? Até os maiores bajuladores sabem que existe um limite de intimidade." o moreno perguntou.

 

"O que você quer, Narcisa?" Toni perguntou.

 

O sorriso de Narcisa murchou um pouco.

 

"Ué, Toni, a gente conversou sobre eu entrar no grupo."  ela disse e os dois morenos encararam o loiro.

 

"Você não falou com eles?!" Narcisa questionou incrédula.

 

Toni deu de ombros.

 

"Devo ter esquecido. Gente, o que vocês acham da Narcisa, alguém sem nada demais, entrar no nosso grupo?" ele perguntou desinteressado.

 

"Não." o ex casal respondeu junto.

 

O loiro deu de ombros.

 

"Que pena, né?" disse e a moça olhou furiosa.

 

"Você me prometeu!" exclamou apontando o dedo para ele.

 

"Pera lá! Eu não te prometi nada! Eu disse que falaria com o resto do grupo e falei, eles não quiseram. É uma democracia." Toni disse e a de cabelos rosas bufou.

 

"Eu não devia ter te ajudado!" ela disse e ele deu de ombros.

 

"A escolha foi sua. Agora se manda." falou e a moça bufou e saiu pisando duro.

 

"Em que ela te ajudou?" Cebola perguntou e Toni riu.

 

"Um esquema aí. Esses bajuladores fazem o que a gente quiser por pouca coisa." disse rindo e Cebola também riu. 

 

Penha não disse nada e nem riu.

 

                                            *

As aulas extracurriculares finalmente chegaram e com elas a chance de os alunos relaxarem um pouco. No auditório, Isadora estava animada com uma notícia.

 

"Gente, tenho uma notícia! Mônica, se aproxime!" ela exclamou e chamou a novata que sempre ficava sentada no fundo do auditório.

 

Mônica foi até a frente e sentou perto de Toni, que piscou um olho.

 

"Seguinte. O diretor disse que temos que 'mostrar trabalho' então temos que fazer uma peça. Mas ele disse que tem que ser autoral, então vamos fazer uma peça do zero!" Isadora disse e os demais arregalaram os olhos.

 

"O quê? 'Tá zoando? Vai ficar um lixo!" Toni exclamou.

 

"Não, não vai. Eu falei com a Denise, que escreve no jornal, e ela topou ajudar. Assim como a Sofia, da escrita criativa." ela disse.

 

"Já temos uma ideia inicial, é aquele clichê da novata que vem pra uma escola nova e tudo acontece com ela. Mônica, você será nossa protagonista." falou já escrevendo e a morena arregalou os olhos.

 

"O quê? Por que eu? Eu nem fiz nenhum teste pra protagonista!" perguntou.

 

"Você é novata, já vai saber incorporar mais. Fora que você é corajosa, e essa é uma característica da nossa protagonista!" a outra respondeu.

 

"O Jeremias também é novato e muito corajoso!" Mônica disse.

 

"Sim, mas pra ele eu tenho outros planos." a loira disse.

 

"Que planos?" Jeremias perguntou.

 

"Você já mexe com a parte tecnológica com a Denise, então achei que você ajudar no roteiro com ela vai ser ótimo. Principalmente pras partes que terão impressões de quem é novato." ela disse e o rapaz suspirou.

 

"Isadora, essa protagonista tem par romântico?" Toni perguntou subindo e descendo as sobrancelhas enquanto olhava para Mônica, que o ignorou.

 

"Sim, e vai ser o amigo dela. É clichê mesmo, gente." ela respondeu e o loiro sorriu largamente.

 

"Então eu vou adorar ser o amigo da protagonista." disse sorrindo e Mônica bufou.

 

"Eu já 'tava pensando em você mesmo, Toni. Esse amigo é um cara bem popular na escola. Mas ele tem uma melhor amiga que não é tão popular assim, mas é uma garota muuuito inteligente." Isadora disse olhando para Gabriela, assim como o restante da turma.

 

"Ah, não! Eu vou ter que ser amiga disso na peça?!" Gabriela questionou apontando para Toni.

 

"O objeto aqui também ficou ofendido. Isadora, não tinha uma pessoa menos chata?" ele perguntou.

 

"Chato é você!" a capitã do time rebateu.

 

"Calma! O papel combina com vocês, mas na peça vocês já eram amigos. Então vou sugerir que vocês interajam mais pra ter mais química." ela disse e os dois riram sem humor.

 

"Agora os outros personagens." ela disse sem dar a chance de reclamarem.

 

Gabriela e Toni se entreolharam enquanto faziam caretas, seria um trabalho difícil. Já Mônica estava arrependida por ter escolhido o grupo de teatro.

 

"Oi, Isadora! Quem será meu ajudante neste roteiro?" Denise entrou no auditório.

 

"Além de mim, o Jeremias." respondeu apontando para ele e a ruiva sorriu.

 

"Meu ajudante em dobro, Jeremias. Acho bom que goste da minha voz, porque eu leio em voz alta." Denise disse.

 

Jeremias soltou o ar pela boca.

 

"Eu tinha que escolher teatro…" arrependeu-se enquanto negava com a cabeça.

 

                                         *

A movimentação pós aula extracurricular sempre era bastante intensa, Mônica caminhava pelo refeitório quando viu Cebola descendo a rampa que dava acesso aos dormitórios. Com isso, a morena ficou pensativa sobre o dormitório 220A. 

 

A novata estava tão fissurada nisso que, quando se deu conta, havia caminhado até a ala masculina e estava bem em frente à porta com o número em questão, assim que percebeu o impulso que tivera, olhou em volta notando que o corredor estava vazio e entrou no quarto.

 

"Caralho… o que eu 'tô fazendo da minha vida? Se me pegam aqui eu 'tô fo-di-da! Pensa, Mônica!" falou baixo consigo mesma enquanto rodava no quarto.

 

Como se a sorte não estivesse mais ao seu lado, a porta se abria e ela só teve tempo de se esconder embaixo da primeira cama que apareceu.

 

"E já pensou em criar um canal novo? O povo já deve ter esquecido." a voz de Tikara soou.

 

"Sei lá, não é como se eu fosse ter tempo de ficar atualizando." foi a vez de Nikolas falar.

 

"Sábado, domingo e feriado não são nada pra você?" o de cabelos lisos disse se sentando na cama em que Mônica estava embaixo.

 

"Sábado eu tenho alguns compromissos;  domingo é dia de descanso e quase nunca tem feriado." o outro respondeu.

 

"Tá chegando um!" Tikara riu enquanto tirava seus tênis. Mônica engoliu em seco, o cheiro de chulé era horrível.

 

"É, tinha esquecido. Tikara, tira esse tênis chulezento  daqui! 'Tá infestando o quarto todo!" Nikolas reclamou.

 

"Diz isso porque nunca entrou no vestiário depois de  treino. Aquilo sim é a uma catinga." o outro falou e Nik riu enquanto Mônica virava o rosto para o lado e colocava a língua para fora.

 

"Falando em treino. E ai? Milena caiu nos seus encantos? Mesmo que você não tenha nenhum, né?" o de dreads perguntou.

 

"Eu vou com calma, aquele ex dela é uma pedra no meio do caminho. E você? 'Tá enrolando ainda? Nikolas, você é monitor dela! Já podia ter dito há muito tempo!" Tikara respondeu e Mônica fechou a boca e arregalou os olhos, aquele assunto era interessante.

 

"Tikara, eu já disse meus motivos. Fora que Ana Paula anda de olho, se eu me envolver com alguém que eu sou o monitor, eu posso me dar mal." o outro disse.

 

"Ela pelo menos suspeita que você 'tá a fim?" o novato perguntou.

 

"Sei lá. Conheci ela esse ano, né? Não sei de nada sobre ela. 'Tô virado de fome, vamos pro refeitório?" Nikolas disse.

 

"Bora! O Xaveco já deve estar lá!" o outro exclamou e logo passos foram ouvidos antes do som da porta se abrir e fechar.

 

Mônica saiu debaixo da cama boquiaberta.

 

"Quem será essa garota? Quer saber? Depois penso nisso! Eu vou é vazar daqui." falou já indo abrir a porta e, assim que virou a maçaneta, uma pessoa entrou. Era justamente quem ela não queria encontrar.

 

"Mônica? O que 'cê 'tá fazendo aqui?!" Cebola questionou sem entender e ela sorriu amarelo esquecendo totalmente o que havia ido fazer ali.

 

"Oi, Cebola!  Eu… ér… queria falar com o Nikolas!" mentiu e o rapaz franziu o cenho.

 

"O que esse cara tem de tão interessante? Ele acabou de sair!" comentou consigo mesmo antes de responder à moça.

 

"Que pena… eu vou indo agora…" Mônica dizia já tentando sair quando Cebola tocou em seu ombro.

 

"Espera! Você sabe que sexo é proibido aqui, né?" ele perguntou.

 

"Claro que sei! Em toda escola é! Eu vim falar com ele sobre o reforço! Não sei se você sabe, mas é difícil ver ele fora da sala!" exclamou.

 

"Ah, sim… é que pelo que li no jornal…" falou com um riso e ela revirou os olhos.

 

"Pra sua informação, aquilo 'tava equivocado. Agora deixa eu ir embora." a moça disse.

 

"Você não vai conseguir sair." Cebola disse.

 

"E por que não? Você vai me impedir?" ela perguntou cruzando os braços.

 

"Eu não, mas o inspetor do corredor vai. Eu diria que você é sortuda e azarada ao mesmo tempo." o veterano disse.

 

"Como assim?" ela perguntou.

 

"A ala masculina 'tá com as câmera todas quebradas por causa do trote do terceirão, nisso você teve sorte. Agora a parte do azar, não sei como você chegou até aqui sem ser pega, mas o inspetor já 'tá ali fora." Cebola disse e a moça bufou.

 

"Aff! E agora? Eu não posso ficar aqui!" exclamou e Cebola riu e foi até sua gaveta.

 

Mônica olhava pela janela calculando se conseguiria ou não pular dali, mas era extremamente alto. Assim que se virou, viu que Cebola tinha um moletom, que ela já conhecia do dia do trote de Penha, e um tênis.

 

"Usa isso, e eu te acompanho até o refeitório. Claro que você não vai parecer um cara, mas dá pra enganar. Rápido!" ele disse e ela não pensou duas vezes, vestiu as coisas e colocou a touca. A calça moletom do uniforme era parecida com a masculina, então ele não precisou emprestar.

 

"Esse sapato não me serve! Essa prancha de surf que você chama de pé é bem maior que o meu." ela disse pegando seus chinelos e ele revirou os olhos.

 

"Quem mandou aparecer no dormitório masculino? Vamos, daqui a pouco o corredor enche." ele disse e ela assentiu.

 

Cebola andava ao lado da nervosa Mônica, que andava de cabeça baixa tentando imitar o caminhar de um rapaz. Quando passaram em frente a um inspetor, ele os encarou.

 

"Você aí! Da touca!" chamou e a moça sentiu o coração falhar uma batida.

 

"Hm?" Mônica balbuciou tentando soar com a voz masculina e Cebola quis rir.

 

"O sapato 'tá desamarrado e… Cebolácio! 'Tá descalço por quê?" ele disse.

 

Cebola colocou a mão no ombro de Mônica.

 

"É um desafio, desafiei ele a andar assim com meu tênis pra ver até onde consegue ir sem cair." falou e o funcionário riu.

 

"Aqui só dá maluco…" falou e voltou às suas palavras cruzadas.

 

Mônica e Cebola chegaram ao refeitório e foram até um corredor vazio, onde ela tirou o capuz e logo se abaixou para tirar os sapatos dele e colocar seus chinelos.

 

"Obrigada! Mas… por que me ajudou?" agradeceu fazendo uma pergunta ao fim.

 

Cebola deu de ombros.

 

"Agora você me deve dois favores." ele disse e ela o encarou.

 

"Não é só por isso! Como eu te disse naquele dia, você não parece ser essa pessoa ruim que você pinta." Mônica disse e ele deu de ombros enquanto pegava os tênis e os calçava.

 

"Amanhã você devolve minha blusa." Cebola disse ignorando a pergunta.

 

"Fugindo de novo? Espera aí! Amanhã? Por que não agora?" ela perguntou.

 

"Olha o calor que 'tá. Não vou ser maluco de andar com uma blusa de frio." ele disse.

 

"E eu vou ter que andar?" questionou incrédula.

 

"Você que quis se aventurar." falou rindo e saiu em seguida.

 

Mônica negou com a cabeça e decidiu amarrar a blusa em sua cintura e saiu. Cebola, que observava, riu.

 

"Essa menina pode me trazer problemas…" ele disse enquanto balança a a cabeça para os lados.

 

                                        *

Os boatos sobre Jeremias ainda circulavam pelo internato, então o rapaz decidiu ficar distante dos amigos do time para que não os prejudicasse. O moreno estava lendo um livro em um banco da área verde quando alguém se sentou ao seu lado.

 

"Oi!" cumprimentou e ele sorriu.

 

"Oi, Sofia!" respondeu.

 

"Você anda sumido. Eu pensei um pouco melhor e… fui injusta em sequer te ouvir conhecendo as manipulações do jornal. Então quero ouvir você sobre tudo que aconteceu." ela disse e ele fechou o livro.

 

"É aquilo que eu disse na sala, eu já fiz bullying quando tinha onze anos, mas eu parei com isso faz tempo. Sinto muito se você achou que eu me aproximei pra me redimir com meu passado." ele disse.

 

Sofia sorriu.

 

"Eu sei que você é uma boa pessoa, Jeremias, mas é que há um tempo um cara chamado Fábio me usou pra entrar no grupo e… eu fiquei muito mal. Quando eu pensei que isso 'tava acontecendo de novo, eu surtei." revelou.

 

"Não sei se foi um surto, você não me conhece tanto assim." ele disse e ela o olhou.

 

"Mas me fala... O que te levou a fazer bullying?" perguntou e o rapaz olhou para cima.

 

"Eu queria amigos. Demais! Então eu fazia o que eles queriam para que fosse aceito." respondeu e Sofia quis rir, agora entendia o motivo de ele tentar abrir seus olhos sobre o grupo de populares.

 

"Acho que somos parecidos, mesmo que diferentes." ela disse e ele sorriu.

 

"E isso que é bom. Mudando de assunto, soube que vamos trabalhar juntos." o rapaz falou e Sofia sorriu.

 

"Sim! Inclusive, olha a ideia que eu tive!" ela disse animada e ele olhou interessado.

 

Não muito longe deles, Denise observava com um sorriso. Sabia o quanto Jeremias era importante para Sofia, então além de ficar feliz por ela ter voltado a falar com ele, havia mexido alguns pauzinhos para que Isadora, que queria muito que o moreno fosse pra atuação, colocasse o novato no roteiro.

 

"Agora é fingir que eu nunca fiz nada." ela comentou consigo mesma enquanto saía dali.

 

                                         *

No dormitório 220B, Mônica estava sentada com Magali, contando sobre sua aventura da tarde.

 

"Você foi no quarto dele? Mônica, você 'tá doida?! Se te pegam lá, fodeu!" Magali disse baixo.

 

"Quando eu percebi, eu já 'tava lá, Magali. Mas além de eu ter ficado extremamente surpresa com o Cebola me ajudando a sair de lá, eu ouvi uma conversa do Nikolas com o Tikara." Mônica respondeu.

 

"O que era?" a outra perguntou.

 

"Parece que o Nik gosta de alguma menina da monitoria dele. Eu fiquei super curiosa! Pelo visto se conheceram este ano." revelou e Magali sorriu maliciosa.

 

"Sabia que conheço uma certa novata que faz reforço de matemática?" ela disse e Mônica riu.

 

"Não viaja, Magali! Por que seria eu? Tem meninas lá do primeiro ano que também são novatas." a outra pontuou.

 

"Por que não seria você? Você mesma não disse que ele fica nervoso quando fala com você?" a amiga perguntou.

 

"Agora nem tanto, era mais no comecinho. Nem brinca com isso, Magali! Ele é bonitinho, mas eu não sinto nada por ele." a novata disse e a de cabelos longos levantou uma sobrancelha.

 

"Ok… e pelo Cebola?" perguntou e a amiga arregalou os olhos.

 

"Hã? O que tu anda cheirando, Magali?" Mônica perguntou e a outra riu.

 

"Ah, Mônica, você foi até o quarto dele! Se isso não é interesse, eu não sei o que é!" exclamou e a outra negou.

 

"Não é esse tipo de interesse, Safada! Eu quero saber o motivo de ele ser tão diferente no reforço e fora dele." explicou e a outra riu.

 

"Acredito." a veterana disse e a amiga lhe deu um tapinha fraco.

 

"Deixa de ser palhaça!" falou e Magali riu.

 

Penha entrou no quarto e logo fungou, como se sentisse cheiro de algo.

 

"Esse cheirro… Esse moletom é do Cebola! Reconheço o perfume dele de longe! O que você 'tá fazendo com isso?" perguntou após ver, e cheirar, o moletom que Mônica havia esquecido em cima da cômoda.

 

A novata pegou a peça de roupa.

 

"Agora só ele pode usar esse perfume? Tenha dó, Penha! E outra, essa blusa nem é dele! Lembra que eu 'tava com cólica hoje cedo? Eu tive um pequeno acidente e um amigo me emprestou. Nem sei pra que 'tô te falando isso, não te devo explicações." Mônica respondeu e a outra pareceu acreditar já que entrou no banheiro sem dizer nada.

 

Magali encarou a amiga.

 

"Como você vai devolver pra ele sem ela ver?" perguntou.

 

"Não faço ideia, mas depois vejo isso. Daqui a pouco o rango sai, vamos pro refeitório! Mas antes… vou guardar nas minhas coisas." ela disse guardando a blusa de Cebola e saindo e seguida com Magali.

 

As horas não demoraram a passar e logo as luzes foram apagadas. Enfim os jovens puderam descansar do longo dia.


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