A Tale of Efraria: Sharp Teeth escrita por OneStarDust


Capítulo 4
Capítulo 1.1: Destinos Entrelaçados


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo vai se passar no mesmo tempo que o capítulo 1, por isso não será classificado como capítulo 2 por na verdade representar um ponto de vista diferente da história, além de apresentar as outras personagens que vão ser bem recorrentes.
Espero que todos tenham uma boa leitura!



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Com o astro lunar resplandecendo à noite, mostrando toda a sua forma, as planícies de Efraria eram colocadas as claras, até mesmo o mais cego dos cervídeos conseguiam ver a paisagem em sua frente, não sendo propícia para predadores de emboscada, que iriam esperar outra fase da lua para realizar seus ataques com maior eficiência e precisão.

Abusando da claridade a manada de uapitis, segundo maior cervídeo local perdendo somente para os vigilantes alces da floresta, andavam em grupos, liderados por um grande macho jovem com uma cicatriz que ia do seu olho até onde nascia suas exuberantes galhadas, sendo apelidado de “Scar” por muitos pesquisadores do parque, que ainda não sabem ao certo o motivo dessa grande cicatriz, alguns especulam que Baguara tenha o atacado, outros falam que ele causou a queda de uma parte da cerca no final do parque, mas nenhum ousou chegar a uma conclusão exata.

Pastando junto as outras fêmeas estava a uapiti cuja lutou contra todas as probabilidades para estar ali. Pisoteada pela sua própria manada, atacada por lobos e a aparição de caçadores não foram o suficiente para derrubar o seu espírito de luta, afinal ela ainda motivos para estar viva, sua filha que estava chegando à idade adulta, que sempre estava ao seu lado, vigiando suas costas. A corça foi apelidada de “Selene” e sua filha de “Lily”.

A filha deitava sua cabeça sobre as costas da mãe, permitindo que Selene usasse seu pescoço um tanto largo para coçar a cabeça de sua filha enquanto ela relaxava em sua segurança. Era simplesmente belo de presenciar a conexão entre às duas, provando ser duradoura e forte, e tiveram que a desenvolver para sobreviver aos seus primeiros meses, onde até as águias estavam de olho na pobre filhota. Lambia as orelhas de sua cria, a livrando de parasitas e fazendo carinho na mesma antes de se deitarem sobre a grama rala, junto ao resto do rebanho.

Lily já tinha mais da metade do tamanho de sua mãe e podia muito bem se defender sozinha, mas mesmo assim, Selene fazia questão de deitar ao seu lado no horário que as corujas revoavam, em busca dos roedores no subsolo, um sinal da chegada da madrugada para os cervídeos, e causando a ausência de pássaros, seus melhores amigos para os alertarem de predadores.

No entanto, Selene assim como as outras fêmeas tinha um pequeno segredo que sua filha ainda não conseguia pressentir, todas no rebanho estavam grávidas, esperando o exato momento da primavera para fazerem um parto todas juntas, florescendo o vale de Efraria com a promessa de nova vida e reconstituindo a sua população. A partir desse momento, sua filha seria uma uapiti independente que deveria ter a força para sobreviver sozinha, mas Selene mesmo que protetora de sua filha, possuía a confiança que havia lhe criado bem, provavelmente a pequena compartilhava do mesmo espírito que sua mãe.

A mata estava quieta, com a maioria das companheiras de Selene repousando para recuperarem suas energias depois de tanta caminhada, incluindo Lily, mas Selene continuava alerta, movendo suas orelhas para tentar pressentir qualquer ruído, por algum motivo ela não ousava deitar sua cabeça. Também olhando pelo rebanho Scar permanecia patrulhando os arredores, raspando suas galhadas no tronco de uma árvore para desgastar as mesmas e deixar um sinal para outros machos, principalmente para o pequeno rebanho de solteirões que sempre ficava na cola de suas fêmeas.

Cautelosamente, a corça alongou suas pernas, forçando seus cascos para se levantar e marchar em direção aos carvalhos. Iluminada pela lua, o som ambiente da lagoa emitia uma aura atrativa, uma canção que levava Selene em direção a sua perdição, até que foi surpresa por um barulho pesado nas folhas secas, a fazendo se virar. Das sombras brilhava dois pares de olhos, que logo emergiram, relevando o alce que mascava uma suculenta folha de carvalho, mas ainda encarava a fêmea em sua alma. Observadores, as sentinelas da floresta eram um presságio para Selene, uma escolha que poderia mudar o curso do destino.

Nada poderia abalar o instinto daquela impetuosa corça, que após se afastar do alce se dirigiu a lagoa, onde era refletido inúmeras estrelas que se ligavam em constelações, pintando as águas com seu resplendor. Se aproximando mais da lagoa Selene adentrou a mesma com suas longas pernas, lhe dando estabilidade até mesmo nas partes mais fundas, mas se contentou com o raso, onde começou a se banhar, mas havia algo estranho com aquela ocorrência, lhe dando uma sensação formigante em sua garganta, até que descobriu o motivo ao se virar para o outro leito do lago.

No leito da sua esquerda estava a renomada Baguara, se curvando enquanto bebia da água cósmica. Conhecida como a própria morte a puma fazia jus a sua reputação, uma habilidosa caçadora de emboscada quase nada escapava das suas garras uma vez que capturam algo. Ela possuía belos olhos prateados e um corpo esquelético, com uma longa cauda que se movia em ziguezague, evidenciando o incômodo da predadora em estar naquele ambiente aberto. Seu pelo era curto em coloração terrosa bege-rosada, sendo branco em seu queijo e barriga, além de uma mancha acinzentada em seu focinho, que era uma marca de nascença da mesma. Dotada de grandes bigodes ela possuía a capacidade sensorial de notar o menor movimento dos roedores no subsolo, quanto mais as passadas pesadas de Selene na região, obviamente já tinha a notado, mas não parecia em postura de caça, se estivesse obviamente a corça nem haveria a notado.

No leito a sua frente estava Zarina, uma ursa parda de proporções enormes para uma fêmea de sua idade, mas obviamente sua estatura ainda era menor que a dos machos que moravam nas redondezas. Seu pelo era notavelmente mais claro do que os de sua espécie, possuindo uma tonalidade mais para o bege do que a marrom escura vista normalmente nos outros ursos da região. Não era uma caçadora temida, mas não passaria a oportunidade de comer um filhote ou roubar uma carcaça. A mesma estava se banhando na parte rasa, deitada sobre a água enquanto encarava as outras duas ali presentes.

Do outro lado, alheia da presença de qualquer ser na região, Silver se banhava perto do leito final do lago, onde nem havia sido vista pelas outras futuras mães ali presentes, apenas tinha a missão de achar um lugar para passar a noite o mais rápido possível.

Naquela madrugada, os destinos daquelas mães foram tecidos em um só córrego, interligando a dança de Efraria, o ciclo da vida que sempre permanecia a girar, pouco importando as ações externas do ecossistema. Ao se virarem para seguirem seus caminhos aquelas mães haviam todas adquirindo uma missão em comum, proteger a nova geração, nem que fosse com suas próprias vidas.  


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Notas finais do capítulo

Bem, como extras eu vou deixar a aparência das personagens aqui para quem tiver interesse.

Lily e Selene: https://chrismartinphotography.files.wordpress.com/2012/10/calf-and-cow-c2a9-christopher-martin-2466.jpg

Baguara: https://d.newsweek.com/en/full/1650127/kyle-burgess-provo-utah-cougar-stalking-jogger.jpg?w=1600&h=1200&q=88&f=4de7862c5d96349fb243742317b11b53

Zarina: https://bloximages.chicago2.vip.townnews.com/mtstandard.com/content/tncms/assets/v3/editorial/3/9b/39b7c179-0a97-556c-ad74-1e7ae35f98c8/5a0219cd18817.image.jpg?crop=483%2C483%2C120%2C0&resize=1200%2C1200&order=crop%2Cresize



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