Mirror Myself In You escrita por LadyDelta


Capítulo 23
Make You Mine


Notas iniciais do capítulo

Olha quem voltou!!!! Seguinte, semana que vem segue sendo postagem normal e na seguinte é semana boiolinha, ok?
Nada mais a dizer aqui, porque um diluvio está caindo e a tendência para mais tarde é piorar, então segue o capítulo agorinha.
Esse capítulo não tem emoções fortes, é simplesinho, porém necessário pra essa nova fase que é a reescrita.
Enfim. É isso que eu tinha para falar.

Playlist da história.

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Música do capítulo: PUBLIC - Make You Mine

~Boa leitura.



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Victória Pov.

Tossi pela milésima vez e me encolhi ainda mais embaixo do edredom. Nunca fico doente e agora acontece em dia de semana? Tá certo que em outras circunstancias eu estaria pulando de felicidade por poder faltar aula, mas agora é diferente, na escola eu posso falar com a Galateia e me aproveitar do título de amiga para ficar me escorando nela, fora que sentar pertinho é maravilhoso demais. Já faz uma semana desde a apresentação do nosso trabalho e todo esse tempo só serviu para me deixar muito mal acostumada com a presença dela.

— Vick! – Jhu chamou da porta e ergui a cabeça para olhá-la, vendo sua expressão preocupada. - Você ainda se sente mal?

— Infelizmente, mas eu ficaria melhor se te passasse resfriado. – Brinquei e ela sorriu, vindo até minha cama e se sentando sobre o edredom.

— Esquece. Eu não pego resfriado de outra pessoa, apenas com mudança de clima.

— Hm... – Resmunguei puxando outro travesseiro que estava ao lado de minha cabeça e o abracei por debaixo do edredom. - Que horas? – Perguntei fungando e ela foi até o computador para pegar meu celular.

— São 14:20hs e você tem oito chamadas perdidas. – Falou despreocupada e arregalei os olhos pegando o celular de sua mão, percebendo que não era apenas oito chamadas perdidas, mas quinze mensagens de brinde.

— Porra! – Exclamei assustada, forçando meu corpo a se sentar para me escorar na cabeceira da cama e analisar minhas chamadas perdidas e mensagens não lidas. Seis das chamadas eram de Vicent, as quais não dei a mínima importância, já que duas delas eram de Galateia. Ela me ligou! Por Deus, ela me ligou duas vezes. Sorri feito boba e fui para as mensagens. Onde treze delas eram de Vicent e duas de Galateia. Ignorei completamente as de Vicent e abri as dela ansiosa.

[13:12]: Sinceramente... Espero que possua uma desculpa muito elaborada por não comparecer na escola hoje. Na verdade, torço para que nenhum acontecimento ruim veio resultar nisso. Não fui atendida nas duas ligações que te fiz. Você está bem? Vicent não para de chorar a sua falta e no momento, também compartilho do sentimento dele. Por favor, me diga que está tudo bem, ou vou enlouquecer de teorias.

Sorri de canto e corri os olhos para continuação da mensagem dela. Compartilha do sentimento do Vicent? Isso significa que está com vontade de chorar? Meu Deus? O que deu nessa garota pra ficar preocupada comigo? Que gracinha.

[14:00]: Certo... Estava para fazer uma hora que te enviei uma mensagem e você nem sequer tinha visualizado. Até hoje, é a primeira vez que não me responde, então fiquei realmente preocupada. Tudo bem que não respondeu o Vicent também, mas quem responderia meu primo chato? Graças a sua brincadeirinha de sumir e não avisar, tive de mandar o Vicent perguntar a Vanessa se você estava bem. Ela disse que você está de cama. Se melhorar, me liga. Talvez eu te ligue antes, mas acho que se fizer isso, não irá atender por estar de cama. Vou enviar energia positiva.

Galateia Pov.

Suspirei terminando de copiar a matéria do quadro e estiquei a mão pegando meu celular sobre a mesa, olhando se tinha alguma resposta da Vick para as minhas mensagens. Acabei que pedindo pro Vicent perguntar pra Vanessa se tinha acontecido algo e isso me rendeu uma expressão bem sugestiva da parte dele.

O fato é que, desde o dia que a Vick foi dormir lá em casa é que ele começou a agir de um jeito estranho, vira e mexe me pergunta no que eu estou pensando e em qualquer oportunidade toca no nome da Victória. Diria que meu interesse nela foi descoberto e ele vem tentando achar formas de dar força sem se intrometer diretamente, o que agradeço profundamente. Graças a isso ele foi perguntar pra irmã mais velha sem reclamar e voltou com a notícia de que a Vick está doente.

Agora estou preocupada e ansiosa esperando-a me responder, por mais que saiba que está dormindo. Ter umas horas de sono não significa melhora, fora que não sei exatamente o que ela tem e se está melhorando ou piorando. Eu só quero falar com ela e ter certeza que as coisas estão bem e que não está sentindo dor.

— Galateia? – O professor me chamou e bloqueei o celular o olhando. Acho que já fui pega mexendo no celular umas sete vezes só na aula dele. – Está tudo bem? – Perguntou se aproximando e assenti, mostrando que já havia copiado a matéria que tinha passado. – Você quer sair da sala um pouco? Tomar um ar ou ir ao banheiro? – Perguntou e Vicent o olhou como se fosse um Alien.

— Por que pra ela você oferece isso? – Perguntou contrariado e o professor o olhou com um sorriso.

— Porque ela por um acaso, é minha melhor aluna. E você? – Ergueu uma sobrancelha e escondi um sorriso em ver a careta do meu primo. – Mesmo não parecendo focada, ela já copiou tudo do quadro, já você... – Espiou o caderno dele e negou com a cabeça. - Lamentável. – Falou e olhei para meu celular que vibrou sobre a mesa, o pegando rápido ao ver que Vick me ligava.

— Eu vou querer tomar um ar. – Falei me levantando e ele assentiu com a cabeça.

— Não se preocupe com o tempo. – Alertou sorrindo e sorri de volta me retirando da sala, levando o celular ao ouvido quando cheguei no corredor.

— Meu Deus, meu Deus!  – Falei e a ouvi rir do outro lado. – Eu deveria ficar uma semana sem falar com você depois dessa. Por que não avisou que estava doente? Eu quase entrei em desespero. – Reclamei e suspirei logo em seguida por notar meu tom afobado e ela ficou em silêncio alguns segundos.

— Boa tarde para você também, Galateia.— Falou divertida e ri por ela estar de bom humor.

— Já está fazendo brincadeirinhas? Sinal de que está melhor. – Falei aliviada.

— Aí que se engana.— Murmurou e encolhi os ombros indo para o banheiro. Droga

— Boa tarde, Victória. Como você está? O que te deixou de cama? – Saudei e perguntei, entrando no banheiro, vendo que duas meninas conversavam frente ao espelho sobre o batom de uma delas.

Eu peguei um resfriado e meu nariz estava uma desgraça, fora que me deu febre. Agora estou ótima.— Falou de bom humor e sorri por finalmente ter alguma notícia. - O que eu perdi até agora? — Perguntou e abri a porta de um dos compartimentos para entrar e não ter de ouvir sobre batom.

— Não perdeu muita coisa não. Tivemos aula de matemática e agora é de física. Copiei algumas anotações para você. — Alertei por realmente ter feito isso em folhas separadas pra ela não ter o trabalho de copiar quando voltar para escola.

— Obrigada.

— Que isso. Aposto que faria o mesmo por mim. — Sorri carinhosa e me escorei na porta.

— Mandou mesmo perguntar a Vane por que eu faltei? — Perguntou e me encolhi.

— Sim. Não aguentava mais ouvir Vicent choramingar algo como "A gatinha morreu. Você não sente nem um pouco de remorso, Ninfa? Só ligou pra ela duas vezes." – Falei não mentindo na frase dele, mas eu quem estava choramingando mais e reclamando o tempo todo. - Cara... Meu primo é um chato e eu só liguei duas vezes porque você não me atendeu na primeira e sei lá, talvez não quisesse falar comigo. — Confessei minha insegurança, porque eu realmente só liguei duas vezes e não o fiz de novo porque na minha cabeça, ela estava ignorando e eu estava enchendo a paciência dela.

— Como é? Eu sempre vou querer falar com você! Se eu não te atender é porque estou doente ou dormindo, quer dizer, estou doente agora e falando com você, então... O mais provável é que eu esteja dormindo. — Alertou e sorri voltando a me encolher. Graças a Deus.

— Bom saber disso. — Confessei e ela riu baixinho, ficando em silêncio uns segundos.

— Eu estou atrapalhando seus estudos! — Falou assustada e arregalei os olhos. O quê? Não!  — Vou desligar e mais tarde te ligo. – QUÊ?

— Se você desligar agora eu me materializo até você e lhe mato. – Falei rápido e um pouco alterada pela minha afobação. Caralho! Eu estou o dia todo querendo notícias dela. Ela não pode me falar meia dúzia de palavras e desligar.

— Nossa! Que violência é essa?— Perguntou assustada e abri a boca, a fechando e me encolhendo de novo. Droga, eu fiz de novo.

— É que eu não gosto de física! Adoro conversar com você e já vai bater o sinal do intervalo. É pedir muito um pouquinho da sua atenção? — Perguntei me virando para escorar a testa na porta. Droga, ela vai me achar doida. Eu constantemente tenho um surto de afobação.

— Quer que eu fique conversando com você?— MEU DEUS! É CLARO.

— Dã! Eu te trouxe até chocolate hoje, mas você não veio. — Alertei emburrada. Todos os dias tenho separado o chocolate dela, embora eu saiba que ela não gosta tanto deles. Só quero que o desejo dela se realize.

— Desculpe por não estar aí para ser entupida de chocolate. Amanhã eu prometo que comerei.

— Hm. Lamento informar que já foi tudo digerido por mim. — Alertei. Eu estava ansiosa e minha ansiedade me faz comer mais chocolate que o meu “normal”. – Comi tudo. – Contei e arregalei os olhos por ouvir ela tossir do outro lado. Pelo amor de Deus. - Você não parece bem! Já tomou remédio? — Perguntei preocupada.

Tomei sim! Jhu está cuidando de mim.— Quê?

— Hã? Sua irmã mais nova? Quantos anos ela tem? — Perguntei ainda mais preocupada. A irmã dela não tinha menos de 12?

— 10.

— 10? Uma criança está cuidando de você? Caralho! É hoje que perco minha amiga. — Falei preocupada, levando a mão ao cabelo. Não acredito que uma criança está cuidando dela e não acredito que ela está rindo de mim.

— Jhu é muito responsável! Ela parece ter 30 anos, mas meu pai está em casa também. — Alertou e suspirei aliviada por pelo menos ter um adulto por perto.

— Agora sim você me deu uma boa notícia, Victória.

— Hm! Está preocupada? — Perguntou curiosa e ri de puro nervoso. Eu preocupada? AMADA? Eu quase entrei em desespero.

— Não acredito que ainda tem dúvidas disso. — Reclamei e ela começou a rir, parando quando um barulho de porta abrindo soou no fundo.

Com quem você está falando?— A voz grossa soou e fiquei em silêncio esperando ela ter seu momento, mas por um segundo tudo, que ouvi foi uns ruídos estranhos. - Aqui quem fala é James... James Bond.— A voz soou alta e clara e engoli em seco. Caralho, é o pai dela.

— Hã... Er... Oi senhor James. – Falei envergonhada por estar falando com ele. – É a Galateia. Desculpe estar ocupando o tempo da Victória, é que eu estava preocupada. – Alertei e o ouvi rir.

— Eu não fazia ideia que era com você que meu filhote estava conversando quando deveria estar dormindo.— Meu Deus.

PAI! —  Ouvi o grito da Vick e me encolhi. Meu Deus, ele está bravo?

 — Eu acho que irei desligar pra ela descansar e melhorar. – Falei rápido.

— Não! Que isso, minha jovem.— Falou animado e ergui uma sobrancelha. Ele não está bravo? - Eu posso afirmar que você está é fazendo bem para o mal estar dela, sabe... Vick é do tipo que faz drama se der um espirro, então com você falando com ela, eu percebo até que ponto estava mentindo antes.

PAI! CALA A BOCA. – Gritou de novo e acabei rindo dessa vez. Então o grito de antes foi por ele tomar o celular?

Olha só! Ela até levantou agora.— Falou e ri ouvindo os vários ruídos preencherem a linha de novo.

— Para com isso! Você é um chato.— Resmungou e o som saiu abafado. - Sai do meu quarto. Você não é um pai normal, sabia? — Reclamei e ri divertida ao ouvir a porta bater com força. A relação dela com o pai é boa e isso é maravilhoso. - Você ri, né? — Perguntou emburrada e tossi para disfarçar minha risada.

— Desculpe por rir, mas seu pai é engraçado. — Falei e ela riu.

— Ele tenta ser, é diferente.— Murmurou e ri. Eu diria que o senso de humor dela veio totalmente do pai, já que sua mãe é bem séria. - Quais são as suas próximas três aulas? — Perguntou e sorri.

— Acho que é outra de física também, uma de Geografia e Química, só que... Hoje eu vou ir embora depois do intervalo. Minha mãe vai vir me buscar pra gente fazer sei lá o que. – Resmunguei por ela ter me mandado mensagem antes que eu saísse de casa hoje.

— Ah! Tá vendo só? Foi até bom eu faltar então. Com quem eu ia ficar conversando se você não tivesse aí? — Perguntou emburrada e ri divertida.

— Muita consideração da sua parte dizer isso, né? Com quem eu conversei até agora, Victória? Isso mesmo! Com a praga do Vicent. Sabe o quanto eu estou magoada com você por ter me abandonado? — Fiz uma voz chorosa e ela gargalhou do outro lado. Eu adoro quando ela faz isso.

— Desculpe por te abandonar, Galateia.

— Não desculpo nada. Só de birra, amanhã eu não vou vir para escola. – Murmurei emburrada.

— NÃO! — Gritou e dei um pulo no lugar. - Amanhã é sexta! Você não pode faltar na sexta-feira. — Hem? Amada, eu não faltaria na sexta nem por reza. Eu lá vou perder o único dia que tenho para ir pra casa de metrô com você?

— Ora... E por que eu não posso faltar na sexta-feira? — Perguntei curiosa. Eu tenho o meu motivo, mas e o dela? Ela também espera pra ir pra casa comigo?

Porque a sexta é sagrada para mim!— Sagrada? Por quê? O que tem na sexta-feira? -  E não se esqueça de que amanhã tem que me dá chocolate.

— Hm! Acho que tem razão. Minha missão é fazer o seu desejo se realizar. — Alertei, por mais que eu não saiba o que ela quer.

— Exatamente! Você é obrigada a realizar o meu desejo.

— Nossa! Sou obrigada agora? Sabia que seria mais fácil eu te ajudar se me contasse o que quer que se realize?

Claro que é obrigada, esqueceu que agora é minha amiga? E não! Eu nunca vou te contar o que desejei. — Resmunguei e a ouvi rir divertida.

— Que isso, Victória. Por que não pode me contar?

Se contar não se realiza. — Reclamou e suspirei.

— Talvez você esteja errada.

— Talvez nada! Eu sempre tenho razão. Agora vai estudar que eu vou tomar um banho quente. Vários beijinhos pra você. — Falou carinhosa e senti meu rosto esquentar de vergonha. Vários beijinhos?

— Vários beijos pra você também. Venha pra escola amanhã, por favor.

Seu pedido é mais do que uma ordem, vivo e sobrevivo pra seguir a supremacia da deusa Galateia. — Brincou e ri. Meu Deus, ela é muito boba.

— Siga fielmente e será muito bem recompensada. – Entrei na brincadeira e ela ficou em silêncio por alguns segundos.

— Serva mais do que fiel. Aguardo ansiosamente meus mimos. Boa aula pra você. Que estude muito enquanto me mantenho no conforto da minha cama. — Ri baixinho e neguei com a cabeça. Eu adoro as brincadeiras dessa garota.

— Tudo bem, serva. Ordeno que se cuide por hoje. Boa tarde, bom banho.Falei divertida, pronta para encerrar a chamada, mas rapidamente voltei o celular ao ouvido. – Não esqueça de se alimentar!!! – Falei um pouco alto e afobada pra ela não desligar.

— Ainda estou aqui, calma. — Riu alto e me encolhi. Droga, pareci desesperada.

— Desculpa, mas se alimente direito, não tome vento.

Own ela tá preocupada comigo, que gracinha. — Fez uma voz fina e revirei os olhos, não conseguindo evitar de rir. Não acredito que ela está usando essa voz comigo.

— Fique bem, boa tarde.

— Boa tarde pra você também. — Continuou com a voz e ri encerrando a ligação. Neguei com a cabeça olhando para tela do celular e saí do banheiro para voltar a sala de aula, vendo que o professor já arrumava suas coisas para sair.

— E a margarida voltou. Que demora toda foi essa? Estava falando com a tia Scarlet de novo? – Vicent perguntou assim que me sentei.

— Não, Vick me ligou. – Contei. – Ela disse que está com resfriado, mas que agora está bem melhor.

— Que bom. Falou pra ela que eu fiquei preocupado?

— Não.

— Como assim? Por que não? – Perguntou colocando a mão no peito em susto e troquei de caderno pelo professor sair da sala. Conferindo que aula era, vendo ser de Química.

— Porque não achei necessário. Eu estava falando com ela, não você. Quando ela te ligar, diz isso. – Falei normalmente e ele fez uma careta.

— Grossa. – Reclamou e lhe olhei confusa. Isso foi grosseria?

— Tanto faz. – Murmurei prestando atenção na aula, já que a professora chegou. A aula até que passou rápido, já que Vicent se manteve quieto. Depois de copiar a matéria no quadro o sinal de intervalo, o qual eu me ausentaria para sair com minha mãe, soou alto e todo mundo saiu em desespero para fora. Revirei os olhos e guardei meus materiais na bolsa, olhando para meu celular que alertou uma mensagem, vendo que era minha mãe.

[15:30]: Estou a caminho da escola. Me aguarde frente o edifício.

[15:31]: Precisa avisar na diretoria que irá me buscar.

Enviei colocando a mochila no ombro e saindo da sala para caminhar pelo corredor, olhando para o celular que alertou outra mensagem.

[15:33]: Me aguarde na diretoria. Liane estará comigo.

Avisou e suspirei indo em direção a diretoria, dei duas batidas na porta e entrei logo em seguida, vendo que Vane escrevia em alguns documentos sobre a mesa.

— Galateia, como vai? Vicent conseguiu falar com a Victória? – Perguntou depois de me olhar rapidamente e voltar a atenção para o que fazia.

— Ela me ligou não tem muito tempo.

— Entendo. Do que precisa?

— Nada, só estou esperando minha mãe. Precisamos ir em algum lugar e ela virá liberar minha saída antes do horário. – Contei e recebi um aceno de cabeça dela.

— Então se quiser se sentar e esperar. Estou acabando de assinar esses documentos. – Falou e me sentei na cadeira de frente para a sua mesa, pegando meu celular por ele vibrar alertando uma mensagem, sorrindo por ver ser Vick quem mandava, vendo ser o anexo de uma foto com a pergunta “Por que eu estou com sono se dormi por 14 malditas horas?”. Apertei rapidamente sobre o sinal de download e a abri em tela cheia, vendo a imagem dela com o queixo apoiado na mão e uma carinha de sono adorável demais. Ri baixinho e abri meu teclado para lhe responder.

[15:43]: É a doente mais fofinha que eu já vi. O que tem de ruim ter dormido por 14 horas? Nada mais justo, te ajuda a recuperar.

Enviei divertida e foquei no “digitando...” que aparecia no topo na tela.

— Como está minha mãe? – Vanessa perguntou e tirei a atenção do celular para lhe olhar.

— Tia Cass está bem. Ontem ela terminou um quadro que estava parado a quase um ano, então está muito animada e empolgada com o resultado. – Contei e olhei de novo para tela do meu celular.

[15:43]: Estou só um bagaço de laranja mastigado, garota! O que tem de ruim? Tudo???? Eu não vou ter sono no meio da noite e amanhã parecerei um zumbi. Eu quero ficar boa logo.

Li rapidamente e virei a cabeça em direção a porta quando ela foi aberta e Liane surgiu ali, me surpreendendo por estar usando calça jeans rasgada, regata e coturno, principalmente ao ver minha mãe surgir logo atrás dela, em um dos seus vestidos padrões, sendo o da vez um azul bebê sem ser rodado, com detalhe de várias estrelas e uma alça delicada. Nossa, estamos super combinando! Mãe parece que vai para um baile de gala, Liane pra um evento de rock e eu estou de uniforme escolar, que é basicamente um terno. A voz da cabeça da minha mãe deve estar gritando nesse momento de puro desespero.

— Ooooh, você está mesmo aqui. – Liane falou animada e veio em minha direção, se inclinando para beijar minha testa. – Quer ir na frente? Eu trouxe algo pra você. – Chamou e me levantei voltando a atenção para tela do meu celular por alertar outra mensagem de anexo da Vick, com a legenda “chocolate do desejo pronto para ser devorado”. Abri a imagem e era uma foto de um bombom na palma da sua mão. Sorri carinhosa e segui Liane para fora da sala enquanto digitava uma resposta, não me incomodando por ela passar o braço por meu ombro e olhar o que eu escrevia. – Cadê? Como é a menina que você gosta? – Perguntou e fechei a conversa com a Vick para clicar na sua foto de perfil, onde ela tinha a incrível imagem de uma casca de banana no meio do chão.

— Como pode ver, ela é comediante. – Falei divertida e Liane negou com a cabeça várias vezes, pegando o celular da minha mão.

— Vou baixar o Instagram, ok? – Pediu e franzi o cenho em curiosidade. Já ouvi falar desse aplicativo, mas nunca cheguei a pesquisar sobre o que era, só sei que em alguns vídeos do Youtube que acompanho, as pessoas sempre pedem para seguir lá.

— Ok... – Falei confusa e fiquei olhando para tela do celular enquanto o aplicativo baixava. – OH! – Falei alto e peguei o celular de volta, minimizando o download e voltando para o WhatsApp. – Eu não a respondi. – Avisei começando a digitar minha resposta, apagando e começando de novo, para em seguida soltar um baixo rosnado de frustração em ver que o texto seria grande. – Foda-se. – Resmunguei e cliquei sobre o microfone, mantendo meu dedo pressionado para falar.

— Quero apenas dizer que essa comparação foi horrível, onde já se viu se comparar com um bagaço de laranja? Você está e é fofa, ponto. Não existe um “a, mas”! Por outro lado, continuando outro assunto... Tem toda a razão sobre não conseguir dormir a noite, mas são os desafios da vida, não é?

 Enviei e reli a frase da sua segunda foto.

Você sabe que bombom normal não conta, né? Tem de ser barrinha, apenas. Mas devo admitir que a intenção é que conta. Amanhã te dou chocolate. Agora irei sair, porque fui liberada mais cedo. Quando chegar em casa falo com você. Beijos.

Enviei e devolvi o celular para Liane, que me olhava com os olhos arregalados.

— Que foi?

— Você mandando esse áudio foi adorável demais de assistir, porque manteve um sorriso o tempo todo. – Contou e senti meu rosto esquentar de vergonha.

— Foi só um áudio. – Murmurei.

— Que você nunca manda? Ain, ela deve estar toda apaixonadinha agora com a sua voz. – Falou divertida e foquei a atenção na tela do celular outra vez, onde mostrava de novo o download. Ergui o olhar para focar em Liane por um momento e apertei as mãos ao lado do meu uniforme. Eu quero contar pra ela que a Vick gosta de mim, seria errado eu querer me aproximar dela de novo? É minha irmã e por mais que nesse momento minha demonstração de afeto não seja tão boa... Quero poder compartilhar coisas com ela, principalmente essas, porque foi ela que me ajudou a descobrir que Vick não tinha memória.

— Eu descobri que ela gosta de mim. – Sussurrei e sua atenção veio para meu rosto. Quero poder falar com alguém sobre isso. Já que para Sara não o farei no momento, porque não vou conseguir olhar na cara dela e ocultar que Liane voltou.

— Hã? Ela quem? A Vick? – Perguntou e assenti. – ELA GOSTA? – Gritou e fechei o punho o acertando com força em seu braço, ouvindo sua risada. – Perdão, foi mais forte que eu. Ela gosta? Como descobriu? Ela te disse? Se declarou pra você? Espera, ela não tinha perda de memória? Se bem que não precisa de memória para se apaixonar por você, basta te olhar por meio segundo. – Continuou falando e suspirei por sua voz sair rápida demais, tamanha era sua animação.

— Ela dormiu na casa da tia semana passada, como você bem sabe.

— Sei sim, você saiu comigo e estava toda risos pra tudo, além de que, estava de trança. – Relembrou e sorri.

— Naquele dia de manhã, ela estava dormindo e bom... Ela é sonâmbula. – Revelei e saímos da escola indo em direção ao carro estacionado. – Ela estava sonhando e falando ao mesmo tempo, daí ficou falando meu nome. – Revelei e ela abriu a porta do carro para que eu entrasse. – Enfim, ela estava me pedindo para beijá-la, e me elogiando. Fora que antes de dormir estava flertando e ainda flerta comigo. Então... – Soltei o ar e me encolhi no lugar. – Ela gosta de mim.

— Eu quero muito soltar um grito. – Falou e lhe olhei feio. – Mas não vou. – Murmurou e me entregou o celular. – Mãe está vindo, então faz sua conta aí e me devolve. – Alertou e olhei para o campo que deveria ser preenchido. – Eu espero que você honre essa perfeição que é e seja uma puta crush fodona e deixe a menina de pernas bambas só com sua presença. – Falou rápido e colocou o cinto quando mãe abriu a porta do carro.

— Vocês estão prontas para ir? – Perguntou e olhei para frente confusa.

— Onde iremos? – Questionei desanimada, entregando o celular de volta para Liane ao acabar meu cadastro e efetuar o login.

— Iremos na inauguração de uma galeria. Liane disse que você gosta, então... – Seu celular começou a tocar no painel do carro e ela suspirou. - Um minuto. – Falou colocando um fone no seu ouvido direito. – Conseguiu resolver? – Perguntou subindo o vidro que dividia o carro ao atender a ligação. Olhei para Lily pelo carro dar partida e arregalei os olhos por ver uma foto de Vick no meu celular.

— Não acredito!!! – Exclamei eufórica e peguei o celular de sua mão, deslizando o dedo sobre a tela, sentindo meu coração bater um pouco mais rápido. Eu não acredito que acabei de encontrar um pedaço do paraíso. – Olha. – Mostrei virando a tela em sua direção e ela focou na foto que queria que visse. – Os olhinhos verdes como são lindos. – Apontei. - O que acontece se eu clicar nesse coração aqui?

— Você curte a foto.

— Ela vai saber que foi eu?

— Com toda certeza. – Falou divertida e cliquei sobre o coração, que ficou vermelho no mesmo instante. Sorri e desci a tela curtindo todas que eu via. – Misericórdia, se ela não perceber o significado disso, pode passar um caminhão por cima dela, porque não tem salvação. – Comentou enquanto ria e lhe olhei confusa.

— O quê? Como assim?

— Galateia? Lembra do meu envolvimento com a Sara? – Perguntou e assenti voltando a atenção para as fotos. – Eu só me liguei que ela estava a fim de mim, porque começou a curti tudo no meu Instagram. – Contou e arregalei os olhos.

— O quê? O que isso tem a ver?

— Own, meu bebê que não entende nada do mundo dos jovens, sendo que é um deles. – Me abraçou de lado e voltei a olhar para foto que tinha recém curtido. – Ela vai perceber que tem alguma coisa aí. Primeiro que você nem tinha um Instagram e agora tem só para ver as fotos dela. Você deve estar causando ataque cardíaco na menina agora, coitada. – Começou a rir e bloqueei o celular o deixando sobre o banco ao meu lado. Eu não devia ter curtido todas?


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Notas finais do capítulo

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