Era a hora de voltarem para casa.

Claro que no meio do caminho houve uma briga ou duas, e ainda por cima saquearam o navio de Euron Greyjoy.

O homem de ferro não gostou de ter sido surrado por Rhaenys e queria vingança, e tentou atacar o navio Princesa Elia.

Ele gritava que estruparia Rhaenys e depois a daria para seus homens se divertirem.

Depois de uma sangrenta luta, Aegon castrou Euron, Rhaenys rasgou seu rosto com uma faca, fazendo um talho enorme no rosto, e os poucos sobreviventes foram jogados nus em seu navio.

Claro que ambos os irmãos Sand não perderam a oportunidade de saquear o navio e roubar tudo, dando um gostinho de como é ser a vítima em vez do autor do saque para Euron e seus homens.

Despojar violadores e ladrões tinha um gosto especial para Rhaenys e Aegon, sentiam que distribuíam um pouco de justiça que os deuses costumam negar.

E então, com o navio cheio de ouro, prata, diamantes, rubis, safiras e outras riquezas que encontraram naquela viagem, era a hora de voltar para casa.

(...)

—Meus moleques! -gritou Oberyn, dando um abraço apertado nos sobrinhos.

—Também sentimos sua falta tio.

—Vamos entre, está todo mundo cheio de saudades aqui.

E realmente o palácio estava cheio. Todas as filhas de Oberyn estavam ali. Além disso, os três filhos de Doran estavam reunidos também.

Quentyn estava de visita, finalmente, os Yronwood por fim se afeicoaram a ele e agora o deixavam ir com mais frequência visitar a família.

—E então?

—Trouxemos bastante riqueza, Dorne vai ter os cofres cheios por um bom tempo.

 –Da próxima vez eu vou em uma dessas viagens excitantes com vocês! -exigiu Arianne.

—Não vai não, você é a herdeira, sua vida é muito valiosa.

Arianne fez um muxoxo para Aegon.

—Argh! 

—Mas vamos, você não vai acreditar no que nós passamos, ninguém acreditaria.

—Papai chamou a nós e as cobras de areia mais velhas para o escritório dele. Acho que é importante.

—Então é melhor irmos.

Doran já os esperava, virando sua cadeira de rodas para os filhos e sobrinhos.

—Eu os chamei para contar um segredo que nossa família guardou a gerações desde a Conquista de Aegon. O motivo pelo qual pude exigir a independência sem tantos problemas para Dorne.

Doran pegou pergaminhos antigos e os deu para que eles examinassem.

—São documentos em que Aegon, o próprio Aegon reconhece a independência de Dorne e que podemos entrar e sair dos Sete Reinos quando quisermos?

O espanto de Arianne era total.

—E tem todas as autenticações possíveis, com confirmação de Visenya e Orys, mais umas outras testemunhas importantes? Como nossos ancestrais conseguiram isso?

Doran guardou tudo em segurança.

—Quando Rhaenys Targaryen foi atingida junto com seu dragão, nós fomos recolher o corpo. Qual não foi a surpresa quando saiu um bebê do cadáver da rainha.

Todos ficaram espantados.

—Era uma menina. A criança ficou sob a proteção Yronwood e ninguém mais em Dorne soube da existência dela. Foi isso que a princesa da época escreveu na carta dada a Aegon. A sobrevivência da menina em troca da paz e nossa soberania reconhecida.

Agora eles entendia o tudo.

—Vocês são o futuro de Dorne. Os novos guardiões da nossa casa. Esses papéis podem garantir nossa liberdade caso venha um outro rei Targaryen querendo anexar Dorne ao resto de Westeros novamente. Esses documentos são incontestáveis, já que foi o próprio Aegon quem os assinou. E nenhum de seus descendentes pode contestar essa decisão com essa prova. Ela é responsabilidade de cada um de vocês.

—Papai, por que está contando tudo isso agora?

Doran fez uma expressão resignada.

—Minha doença está piorando, filha. Temo que você será a princesa de Dorne mais cedo do que pensei.

—Não! -disseram Arianne, Quentyn e Trystanne juntos.

—Eu quero que me prometam que vão se apoiar, não importa o que aconteça. Dorne tem que vir na frente, não importa o quê.

Cada um deu sua palavra ali.

E então deram as mãos uns aos outros e fizeram uma promessa solene.

—Por Dorne e por nossa família!