Robb se arrastou até Winterfell, ainda sentindo a letargia ao fim da batalha e o peso de tantas mortes em seus ombros.

Quando encontrou Jon, também apático pela desolação da luta, vendo o corpo de Daenerys e seu dragão, ele apoiou Jon, que mancava depois do salto arriscado que deu no dragão. A coxa dele ainda estava dolorida.

Arya foi erguida como heroína pelos poucos que ainda tinham energia depois da luta contra os mortos.

Os três se abraçaram e juntos chegaram em casa.

Maryssa os esperava no portão, com lágrimas nos olhos.

Robb, sem pensar, correu até ela e a abraçou.

—Meu amor. Foi por pouco. Por muito pouco.

—Oh, Robb. Meu amor, aconteceu uma tragédia!

Ele percebeu que alguém de sua família tinha sido atingido pela expressão de Maryssa.

—Sua mãe, Robb. Ela está morrendo!

Robb, Jon e Arya foram correndo até o quarto onde Catelyn agonizava.

Sansa, Brandon e Rickon estavam lá.

—Mãe!

—Tudo bem meu filho. Todos os homens devem morrer. Eu não iria viver para sempre.

Ele segurou a mão dela.

—Não há nada que possa fazer? 

—Não. Foi profundo demais. Atingiu um órgão interno.

Ela respirou com dificuldade. Ela sabia que o fim chegava.

—Seja sábio, meu filho. Seu reino precisa de você, mais do que nunca.

Ela olhou para o rosto de cada um dos filhos.

—Minhas crianças cresceram tanto. Parece que foi ontem, quando vocês brincavam inocentes no pátio. E agora olhe para vocês. Adultos fortes, cada um guerreiro e lutador a sua maneira. O seu pai ficaria orgulhoso de cada um de vocês. O Norte vive e vocês vivem com ele. Era tudo o que Ned queria.

Lágrimas silenciosas desciam pelas faces de todos.

—Maryssa cuida deles. Você é uma verdadeira loba. Não tanto o sangue mas a determinação de fazer tudo ao seu alcance para proteger sua família te faz uma verdadeira loba. 

—Eu prometo.

—Vocês sempre vão proteger e cuidar uns dos outros não importa como, promete?

Todos eles prometeram.

—Eu posso ir em paz. Eu...

O rosto de Catelyn se iluminou, vendo algo no horizonte.

—Ned, você veio me buscar?

Ela estendeu a mão ao alto, como se segurasse a mão de alguém.

—Fiquem em paz meus filhos. Eu estou indo embora com seu pai.

E então Catelyn deixou a esse mundo, com o semblante em paz.

(...)

Muita coisa tinha que ser resolvida.

—Não temos escolha. Shireen é por direito a rainha.

—Espera. Então Rickon vai ser rei? Rei do Sul?

—Como eles estão noivos...

—Margaery Tyrell vai abrir mão do título de rainha?

—Não precisa. Ela pode ser a rainha-viúva e governar enquanto Shireen não atinge a idade suficiente.

—Eu vou me casar com Willas. -disse Sansa-Vou garantir a paz e que nada desagradável aconteça.

Com isso resolvido, Sansa viajou junto com a comitiva que veio do Sul com Renly quando eles organizaram a volta para casa.

Arya entrou em um navio, com o seu querido ferreiro ao lado.

—Eu vou voltar irmão, mas antes vou ter  a aventura que sempre quis. Me espere nessa sua vidinha chata de rei.

Jon também iria embora. Ele agora assumiu os exércitos de Daenerys e planejava ir para Essos com eles.

—Eu vou continuar o sonho de liberdade dela, meu irmão.

—Tem certeza, Jon?

—A escravidão voltou a reinar depois que ela saiu. Eu vou lá continuar o que ela começou e não vou descansar enquanto houver algum indício de escravizadores! Eu sempre quis um propósito para viver e acho esse um bom o suficiente.

—Mas você vai voltar Jon?

—Claro que sim! Vou vir visitar vocês vez ou outra. 

Eles se abraçaram.

—Se cuida, irmão.

—Você também.

Então Jon e todos os que Daenerys trouxe o entraram nos navios, e ele acenou enquanto se afastava.

(...)

Robb se sentou ao lado de Maryssa, olhando os filhos brincando.

Maryssa, com a mão na barriga, tinha perguntado que nome dariam para o bebê.

—Jon. -disse Robb, decidido. -Nosso filho será o príncipe Jon Stark.

—Eu gostei.

Ele pôs o braço ao redor dela.

—Obrigada Maryssa. Por tudo. Você me salvou.

—Você também me salvou.

Ele a beijou.

Ela tinha gosto de lar, de aconchego, de paz.

—Quando eu soube que meu avô teria a chance de vender uma de nós como uma rainha para Robb Stark confesso que fiquei com medo. Meu avô não era exatamente famoso por entregar suas filhas e netas para homens que vão às tratar bem. Por isso eu te disse naquela época que só acreditava vendo. Obrigada por ser tão mais do que esperava, Robb. Eu sou muito feliz em ser a sua rainha.

—Eu fiz a melhor escolha, realmente.

Ela pôs a cabeça em seu ombro.

Ele sentiu o calor surpreendente do sol o envolver. 

Seus filhos gritavam de alegria.

Robb estava feliz. 

Pois ele achou mais que uma rainha, achou felicidade, paz e alegria.

E um amor.