Would You Dare? escrita por Drunk Senpai


Capítulo 3
Em caso de problemas: Festa!




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Bra alegrou-se ao ver a porta da frente se abrir, e ver desta vez, a morena de olhos negros e sagazes e a loira de gentis olhos azuis, que haviam chegado, finalmente. Esperara muito por aquela sexta-feira e agora, tinha esperanças que aquilo também lhe ajudasse a se sentir um pouco melhor do que estava mais cedo.

—Por que demoraram tanto? – Perguntou de imediato, sem nem ao menos deixa-las dizer algo antes. Podia ver Pan revirar os olhos através das lentes redondas de seus óculos de sol. Marron, por outro lado, parecia entretida pelo seu telefone em suas mãos.

—Ai, não começa! – Pan lhe respondeu, terminando de entrar na sala, deixando sua bolsa no chão e despencando sobre o sofá, como um gato preguiçoso.

—Na verdade, foi culpa minha! – Marron respondeu, finalmente colocando de lado seu celular e se juntando às outras. – Eu pedi à Pan que viesse comigo até o prédio da Fair Magazine.

—O que foram fazer lá? – Franziu o cenho enquanto a loira se sentava ao seu lado, com um sorriso inseguro em seu rosto.

—Bom... eu resolvi me inscrever pra aquele estágio de fotografia, que eu comentei no outro dia! – Marron parecia orgulhosa e muito empolgada, o que era um bom sinal e também a alegrava, no fim das contas.

—Que demais! – A abraçou, comovida. – Tenho certeza que vai conseguir, você é incrível, amiga! 

Aquilo era verdade. Quando parava para pensar, apesar de seu comportamento modesto e inseguro, Marron parecia sempre conseguir tudo: Uma posição melhor que a sua na equipe de torcida, as melhores notas, o namorado mais popular no colégio - na verdade, o segundo, já que todos sabiam que o Trunks estava em primeiro lugar.

... Era mesmo, o máximo, certo...? 

O que estava fazendo? Aquilo era sim muito bom, e estava feliz por sua amiga, estava mesmo. Precisava estar. Não gostava nem um pouco de quando aquele sentimento se desenrolava em seu íntimo, como um monstro sombrio e repugnante que se escondia em seu âmago, mordiscando as paredes de seu estômago, ansiando por aquilo não tinha.  Isso não combinava com ela. Não se permitiria sentir daquela forma.

—E então, o que vamos fazer hoje? – A morena entediada perguntou, surfando pelos canais de forma desinteressada.

—Claramente, a gente precisa comemorar o sucesso da Marron, então vamos sair! – Respondeu, prontamente, trazendo de volta a empolgação que deveria sentir.

—Mas, Bra, eu nem sei se vou ser aceita ainda! – A loira protestou, confusa. – Comemorar o que?

—Comemorar que você tomou a iniciativa, sei lá! – Já estava de pé, animada pela ideia. Na verdade, de repente ficar em casa lhe parecia incomodo e claustrofóbico. Precisava sair.

—Bom, parece melhor do que o que quer que esteja na TV. – Pan concordou, desligando o aparelho e dispensando o controle. – Já tem alguma coisa em mente?

—Acho que... – Manteve um silêncio pensativo por um instante, até que um sorriso vitorioso surgiu em seus lábios. Havia decidido. – Vamos chamar as outras meninas da equipe e explorar umas baladinhas hoje! – A ideia era ótima, tinha certeza. Além de se distraírem, desta forma ela poderia mostrar para as outras um pouco de diversão, e assim, talvez até começar a melhorar sua posição dentre as candidatas ao cargo de capitã. Era perfeito. No entanto, a expressão incerta no rosto de suas amigas podia convencer do contrário.

—Ah, não! – Marron protestou de imediato. – Não lembra o que aconteceu da última vez?

—Sim, sim, você chegou super bêbada em casa... – Admitiu, como se não fosse grande coisa. – E a Pan teve a pior ressaca do mundo, seguido da pior vergonha do mundo, quando colocou tudo pra fora na frente do Sr. Gohan e um de seus colegas... –Não conseguiu se impedir de rir um pouco ao imaginar a cena. Elas ainda a olhavam como se estivesse sugerindo um absurdo.

—Onde quer chegar, Bra? – A morena não estava entretida com a lembrança.

—Ora, desta vez não há por que se preocupar com nada disso, afinal vocês vão ficar aqui para uma “festa do pijama”! É genial! – Riu maliciosamente, orgulhosa de seu plano.

—Mas, Bra... – Marron começou antes de ser interrompida por Pan.

—“Srta. Genial”, como vamos conseguir fazer isso? E quanto aos seus pais? - Aquela negatividade podia ser mesmo irritante, mas não estava pronta para desistir.  

—Não precisa se preocupar, meu “Raio-de-sol” favorito, - Respondeu num tom irônico. – O meu querido pai, partiu para treinar mais uma vez, e não deve estar de volta antes do mês que vem. – Anunciou, empurrando para longe sua insatisfação com o fato de que aquilo acostumava acontecer o tempo todo. - E a mamãe está indo para um simpósio científico no exterior! – Recuperou sua empolgação. – Teremos o fim de semana inteirinho!

Nos momentos que se seguiram, pôde ver a expressão negativa das duas, mudar para uma pensativa enquanto se entreolhavam. Estavam convencidas, tinha certeza, ou ao menos, quase.

—Vamos lá, gente! – Insistiu. – Não me façam implorar! – Aquele silêncio a estava torturando. – Amanhã a gente faz o que vocês quiserem, palavra de escoteira!

—Você não é escoteira. – Pan retrucou, rindo.

—O que vale é a intenção! – Lhe devolveu da mesma forma.

—Tá bom! Por mim, tudo bem! – Marron foi a primeira a concordar, dando-se por vencido com um sorriso doce e cansado em seus lábios.

—Certo, certo... – Pan espreguiçou-se. – Você venceu!

—Eu sempre venço! – Enfatizou, orgulhosa, fazendo com que as outras duas revirassem os olhos.

—Beleza, então, pra onde nós vamos...? – Pan se perguntou de forma distraída, já procurando por algo em seu celular.

—É, pra onde vamos? – A voz masculina ecoou em seu ouvido, de repente. Não sabia como era ter uma parada cardíaca, mas certamente deveria ser algo parecido com isso. Tinha certeza que até mesmo sua visão escureceu por um instante, com o susto. Quando a recuperou, no momento seguinte, pôde ver seu irmão que agora ria de sua reação.

—Quando vocês chegaram aqui? – Marron perguntou, ainda rindo enquanto os rapazes se sentavam, Trunks na poltrona à sua frente e Goten sobre o tapete, ao lado de Pan.

—Agora a pouco... – O de cabelos e olhos negros semelhantes aos de Pan, respondeu simplesmente. Por algum motivo, ele não parecia tão energético quanto de costume... Não que ela desperdiçasse seu tempo o observando, é claro. – Viemos voando, então a gente entrou pela varanda mesmo. – Continuou.

—Aliás, Bra... -Trunks tomou sua atenção mais uma vez. – Encontrei a mãe no meio do caminho, ela disse que tinha uma emergência pra resolver em uma das subsedes e que vai viajar direto de lá mesmo... – Comentou, desinteressado. Bra assentiu. Era de se esperar, já estava acostumada com aquele tipo de coisa, de certa forma.

—E aí, o que vocês tão fazendo? – Goten chamou de volta a atenção dos outros.

—Pois é, não me respondeu pra onde nós vamos. – Seu irmão acrescentou, ainda no tom zombeteiro de antes, mesmo que distraído pela tela de seu celular.

—Na verdade, nós vamos sair pra comemorar. – Pan revelou, enfim. – A Marron finalmente tomou coragem e se inscreveu pro estágio.

—Sério? Isso é demais, Marron! – Goten foi o primeiro a reagir, tocando de leve a perna da loira, que estava perto de seu alcance. Mais uma mordida. Não. Aquilo não era importante. E também não fazia sentido algum. Um suspiro normalmente era o suficiente para calar aquela criatura persistente e irritante dentro dela.

—Que bom, Marron! Vai conseguir, com certeza! – Trunks também a felicitou, em seguida. – Eu sei de uma festa bem legal que vai acontecer hoje, podíamos ir até lá. – Propôs.

—Não me lembro de ter convidado vocês! – Bra retrucou.

—Bom, irmãzinha, - Seu tom havia voltado àquele o qual ela sempre detestava, de superioridade por ser o mais velho. - Com a mãe e o pai fora, eu fico responsável aqui. Logo, você tem duas opções: podemos todos sair ou ficamos todos juntos aqui. – Sorriu, satisfeito. – O que vai ser? – Bra revirou os olhos.

Não odiava sair com seu irmão, mas detestava a sensação de perder o controle, e com Trunks por perto, ele era sempre o líder. Eram sempre suas ideias as que ganhavam. E não só isso, uma vez que estavam no mesmo lugar, podia sentir que as pessoas não a viam como sua própria pessoa, mas apenas como a “irmã do Trunks”. Os rapazes nunca se aproximavam dela, e as outras garotas, mal conseguiam esconder sua verdadeira intenção de tentar algo com seu irmão, com suas falsas amizades. Já podia desistir do plano de convidar a equipe de torcida, daquela forma. Era irritante e fora assim desde sempre. Às vezes, era como se ela sequer existisse...

Deixou para lá esses pensamentos, estava divagando e sabe-se lá onde sua mente lhe levaria.

—Tá, já entendi! – Suspirou mais uma vez, agora para claramente demonstrar seu desgosto com a situação.

No fim das contas, nem sempre ela venceria...


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado,
Beijinhos!



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