Casa Comigo? escrita por UnwantedColors


Capítulo 3
Segundo dia




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Baralai tomava café da manha no grande salão principal, quando Yuna entrou acompanhada de Gippal. “Bom dia, Baralai.” Yuna falou, reverenciando-o. “Bom dia para vocês também.”

Ambos se sentarem junto do jovem, e Gippal começou a comer alguns pedaços de pão. Baralai notou a falta da princesa. “A princesa não deveria estar com vocês?” Gippal riu da pergunta, enquanto Yuna tomou fôlego.

“Ela não pode estar aqui, pois esta gripada e com febre. Na minha opinião sua situação vai continuar assim por um bom tempo.” Yuna tomou um gole de chá, que fora servido por uma noviça.

“Deve ser por ontem...” Baralai falou para si. “Você esta se referindo quanto à saída sem permissão dos dois? Ou talvez ao simples fato de voltarem molhados da cabeça aos pés?” Yuna falou sem olhar para o jovem. “Eu sabia que algo assim ia acontecer...”

Gippal que terminara de comer, olhou para os dois com um sorriso malandro. “Quem sabe a febre não tenha sido causada por excesso de atividades extenuantes?” O rosto de Baralai ficou vermelho ao ouvir o que o amigo dissera. “É melhor eu sair daqui, antes que o seu besteirol me contamine!” Baralai saiu porta a fora, deixando um Gippal e uma Yuna surpresos.

“Acho que dessa vez eu exagerei...” Gippal falou correndo as mãos pelo cabelo.


Uma noviça colocou um pano molhado sobre a testa ardente da jovem princesa.

A cabeça lhe doía e a visão estava embaçada. Nada parecia conseguir tirar aquela febre. Na noite passada a temperatura parecia ter caído drasticamente, ao ponto da jovem se encolher embaixo das grosas cobertas, tentando em vão obter calor.

Somente quando Yuna tentara despertar-la, foi que Rikku notou o quão mau se sentia. Todo o corpo lhe doía e o frio voltara outra vez. Yuna chamou outras noviças que rapidamente prepararam os medicamentos.

E agora aqui estava ela. Enfurnada num quarto, com um pano molhado na testa e uma noviça que a cada momento lhe trazia mais e mais remédios.

“Princesa... Abra a boca.” Falou a noviça, colocando a colher cheia de remédios na frente de Rikku. A jovem estava tão fraca que não conseguia se quer reclamar.

Rikku fez cara feia quanto ao sabor amargo. “Água...” Rikku falou com a voz rouca, tossindo logo em seguida. Depois de provida a água, a jovem virou a cabeça na direção da janela que estava aberta.

O ódio tomou conta dela. Era tudo culpa daquele Preator, se ele não a tivesse molhado, ela não estaria ali. Numa cama. Com febre. Sem nada pra fazer. “É tudo culpa dele!” Rikku exclamou com dificuldade.

Rikku ouviu batidas na porta, que foram prontamente atendidas pela noviça. A jovem viu a noviça reverenciar alguém.

“Será que poderíamos ficar a sós?” A voz masculina perguntou. “Sim, senhor Preator.”

Baralai entrou no quarto, fechando a porta. Ver Rikku, uma garota animada e agitada, totalmente fraca e desanimada surpreendeu o jovem. Ele se sentou numa cadeira junto à cama, olhando a jovem desfalecida. “Como você se sente?”

A jovem encarou-o. Vendo-a tentar com muita dificuldade se sentar, Baralai a ajudou. “A culpa cof cof é toda cof cof sua...” Ela falou. “Eu sei...” “Se você cof cof sabe então faça cof cof alguma coisa pra me entreter...” Baralai percebeu que aquilo não fora um pedido, mas sim uma ordem.

“Começo a duvidar da genuinidade do seu estado...” Rikku bufou de raiva. “Você cof cof não faz idéia cof cof do sofrimento cof cof que é tomar esse cof cof maldito cof cof remédio!” Baralai arqueou a sobrancelha e acariciou a cabeça da jovem. “Tudo para o seu bem.”

A noviça que cuidava de Rikku entrou no quarto. “Perdoem a minha intrusão, mas peço que o senhor se retire.” Baralai assentiu. “Desejo-lhe uma boa recuperação.” A jovem observou o Preator até ele sair do quarto.

“O que foi?” Rikku disse, fechando a cara. “Só vim avisar-la que o seu café da manha chegara em breve.” A jovem princesa olhou para a janela e suspirou. Aquele seria um longo dia.


Mais um dia tinha passado para o jovem Preator. Fora muito produtivo, mas nada interessante. Ele havia conseguido terminar algumas questões sobre rivalidades com os al bheds.

Levantando-se da cadeira, ele se dirigiu para a janela. A mesma janela, que no dia anterior fora utilizada para a jovem princesa e ele escaparam. Um sorriso agraciou-lhe a face, ao recordar o que passara.

“Baralai.” O jovem Preator virou-se para Yuna e notou que ela não estava acompanhada de seu amigo. “Gippal esta com Rikku. “Ela falou sem lhe dar chance de perguntar. “ A razão da minha vinda é para informar-lo que a partir de hoje você e Rikku terão um guardião.”

O jovem arqueou a sobrancelha. “Eu sei me defender...” Yuna encarou-o. “Eu sei muito bem. Mas um informante me advertiu sobre um descontentamento por parte de um grupo.” “Você quer dizer em relação ao casamento...?” Yuna assentiu. “Estamos preocupados principalmente em relação à Rikku.” Baralai ficou calado. “E quem seria esse tal guardião?” Yuna sorriu triunfante. “Você sabe que eu só escolheria o que tem de melhor.”

Batidas na porta foram ouvidas. “Nossa, ela já chegou!” Yuna foi abrir a porta. “Ela...” Um mal pressentimento invadiu a mente do jovem. Não, não poderia ser ela.

Baralai olhou para a mulher junto de Yuna. “Paine...” Paine o reverenciou. “Baralai, quanto tempo.” Yuna se surpreendeu com a situação. “Vocês já se conhecem?” “Nos fazíamos parte da um grupo de guerreiros, quando éramos mais jovens.” Paine encarou Baralai com seus olhos escarlates.

“Eu soube que Gippal esta aqui.” Um arrepio percorreu-lhe a espinha. Todo o sofrimento que ele passara, lhe retornara a cabeça. Suando frio e com um sorriso forçado, Baralai indicou para que todos se sentassem.

“Que bom saber que vocês são bons amigos.” Yuna sorriu. “Eu acho que não era bem assim...” Baralai se remexeu em seu assento. “Eu era a supervisora do grupo, então nossa relação nunca passou de comandante e soldado.” Paine falou secamente. “E não pense que eu não me recordo daquela vez em que você e Gippal entraram no meu dormitório e danificaram alguns objetos pessoais.” Yuna voltou-se para Baralai com uma cara surpresa.

“Foi plano do Gippal, alem do mais, nos éramos jovens...” O jovem se defendeu. “Alguém precisava crescer.” Paine zombou do jovem, dando uma risada.

Após alguns minutos, Yuna se levantou. “Paine, acho que devemos deixá-lo retornar ao trabalho.” Paine se levantou, e ambas o reverenciaram. “Desejo-lhe sorte com o seu casamento.” Paine se despediu, deixando o sozinho.

Baralai desfaleceu na cadeira, fechando os olhos. “Casamento arranjado... Agora Paine como minha guardiã... Será que pode piorar ainda mais?”


Rikku mergulhara a colher na sopa, que lhe fora entregue como janta. Aquela gororoba amarela não tinha um aspecto suculento, muito pelo contrario, seu cheiro não era nada agradável. A jovem fez cara feia.

Ela havia passado o dia inteiro tossindo, com febre e pior ainda, tomando mais e mais doses daquele remédio infernal. Rikku chegara a ameaçar a pobre noviça que tomava conta dela.

A jovem suspirou. Tirando as visitas do Preator e a do Gippal, ela estivera o dia inteiro sozinha. Ela não contava a noviça como companhia, uma vez que ela somente ficava para se certificar de que Rikku realmente tomava todo o seu remédio.

Grande parte do dia ela dormira e cochilara, mas quando acordava e se dava conta de que estava em um lugar estranho, ela ficava muito assustada.

O ronco de seu estomago, a despertou. A jovem encarou a sopa e decidida, encheu uma colher. Ao saborear, notou que não era tão ruim quanto aparentava. Seu segundo dia, em Bevelle, estava acabando e logo chegaria outra colher com remédio.

Continua...


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