Dragões Imperiais escrita por cocasuco


Capítulo 14
Bem-vindo ao cemitério Nightwood




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   A distinção entre os dois era clara, pelo menos na face dos olhos de quem observasse aqueles dois batalhando, muitos falariam só por referências visuais que Alex, sendo pelo menos dez anos mais velho que o garotinho de cabelos castanhos, todavia eles estavam bem próximos em poder, na verdade, Tim, com uma magia tão forte, parecia ser mais forte que Alex, e não estamos apenas falando de força física, o que ele superava e muito, estamos falando de qualquer tipo de combate.

   - Alex vai ser esmagado...Alex vai ser esmagado – repetia essas palavras como se fosse algo divertido, esmagar o Alex e sim, ele tinha força para fazer algo desse tipo, com certeza ele conseguiria esmagar o loiro sem dificuldades, sua força era incomum, mesmo para magos.

   Alex ficou parado, segurando uma espada em cada uma de suas mãos, Tim viu que ele estava imóvel, Forza por um momento sentiu que ele estava sobrecarregado de ter usado tanta magia em apenas um segundo para poder invocar tantas armas daquela forma, isso seria uma brecha para que a batalha se encerasse, Tim iria atacar e ele não iria conseguir se mover por estar sobrecarregado e foi exatamente isso que o garotinho fez, ele avançou como um touro para cima de Alex, soltou até mesmo o martelo para fazer isso mais rápido, estava cerrando seu punho e preparado para socar o estômago de Alex, foi quando algo passou raspando em seus olhos, uma das lâminas das espadas passou com tudo perto de Tim, isso tirou sua breve atenção e logo em seguida outras espadas começaram a avançar em sua direção como tiros, saiam cortando o ar como se estivessem enfeitiçadas por fantasmas, fantasmas que não gostando de Tim, elas passavam em sua pele e mesmo que cortassem suas roupas, não lhe fizeram nenhum dano, ele perdeu a total visão, pois se concentrava nas espadas e quando voltou seus olhos para Alex acertou o soco. Alex que foi mais rápido que ele, colocou um escudo criado por ele em uma fração de segundos na sua frente, um escudo de torre que cobriu a visão de seu corpo inteira, Tim acertou o escudo que não era lá tão resistente e o quebrou no meio como uma noz, nesse momento Alex não estava mais atrás do escudo, Tim olhou envolta procurando pelo loiro, mas as espadas cobriam sua visão toda hora e mesmo que sua pele fosse a prova de ferimentos, seus olhos nus não eram e Alex sabia que os titãs só tinham a pele indestrutível, então ele tinha que fechar suas pálpebras a todo momento, claro que Alex não iria lhe arrancar um olho, mas Tim não pensava da mesma forma, de alguma forma ele tinha total receio de isso ocorrer e nesse fecha e abre olhos ele perdeu completamente a visão de Alex mesmo sabendo que ele estava ali, não teria ido muito longe e quando menos imaginava, por onde menos imaginava, Alex estava abaixo da visão do garoto, mesmo ele sendo bem baixinho, Tim não tinha nem 1,50 de altura e mesmo assim Alex se escondeu abaixo de sua visão, com algum tipo de arma cortante, passou a lâmina em sua perna direita e com um puxão fez com que o jovem se desequilibrasse, caindo no chão e de olhos fechados.

   Tim pareceu se irritar um pouco, ele não gostou nenhum pouco de ser jogado no chão como um nada, ele cerrou os dentes irritado e bateu o punho contra o chão, todos só iriam ver depois, mas debaixo do seu punho uma rachadura ficou de tanta força que ele deu aquele golpe, os olhos de muitos não iriam acreditar no que viam, mas a massa de seu corpo começou a aumentar, ele estava crescendo de tamanho como uma bexiga sendo preenchida, estava se tornando cada vez maior e se não estivesse deitado, poderíamos falar que ele já estava maior que todos por ali, já atingindo um tamanho de mais de dois metros em poucos segundos, ele estava pronto para o segundo round, dessa vez usando sua magia, ele parecia ser bem esperto em batalhas, mas em todo o momento ele subestimou Alex e não quis usar sua magia de ficar gigante, ele poderia ter vencido Alex se tivesse usado sua magia desde o começo, quem sabe, mas não seria hoje que eles iriam descobrir quem vence essa luta.

   - PAREM! – gritou Forza erguendo a mão como em um sinal de fim de luta – eu já tive tudo o que eu precisava com essa batalha, já me entediou – muitos dos soldados fizeram caretas, eles estavam loucos para saberem qual seria o desfecho. Enquanto isso Tim diminuiu de tamanho enquanto se levantava, ficando novamente em seu tamanho normal.

   - Você! – disse ela apontando para Tim – subestimou demais o seu adversário, não quis usar sua magia? Ou estava com medo de saber que pode ser vencido facilmente mesmo usando magia? Seu erro foi esse. E você – disse ela agora apontando para Alex – você primeiramente usou muita magia em fração de segundos, você sabe que poderia ter sido morto apenas por ter feito isso, todos nós sabemos, ensinam isso para crianças, magos de criação demoram um pouco para criar, no nível que você criou, foram o que, vinte armas, você deveria ter feito elas com um pouco de calma, agora me mandar tudo isso de uma só vez, todos vimos que ficou algum tempo sem conseguir se mover, isso é fato, olhe para o seu nariz e me diga que isso não foi um erro.

   Nem mesmo Alex tinha notado, mas os outros que observavam ele, já haviam percebido, seu nariz sangrava, ele havia mandado muita pressão para o cérebro na criação de tantas armas de uma só vez. Magos de criação tendem a mandar perfeição em suas obras, criando muitas coisas de uma só vez ele mandou informação demais para o cérebro junto de magia.

   - Mas sim, vocês dois me impressionaram, Alex, eu conheci uma pessoa que usava magia de criação assim como você, um velho amigo, sabe o que aconteceu com ele, ele fez a mesma merda que você e hoje, hoje ele está imóvel, ele não consegue mais sair de uma cadeira de rodas e nem mesmo usar magia, magos de criação são totalmente dependentes de seu cérebro, usam a imaginação e os pensamentos para dar a vida em objetos, ele nem isso consegue mais fazer, seu cérebro sofreu ferimentos psicológicos irreversíveis, se atente com isso, queria me impressionar ou apenas se matar? – Forza falou sobre.

   As espadas e restos de escudo, caídos no chão logo ao lado foram sumindo de um em um, já que não precisavam mais ser usados, todos ali presentes estavam observando a explicação de Forza.

   - Mas ainda bem que você tem uma carta na manga, te chamaram e ameaçaram te matar por reconhecerem você como homem de mil mãos, uma lenda, eu quero colocar isso em prova, vamos ver se uma pessoa pode ter mais de uma magia – disse a ruiva se levantando do lugar.

   - Mas aonde você vai? – perguntou Alex.

   - Venha comigo Alex, Rebecca, você vem junto, vocês aí cuidem do pouca sombra, não acho que ele tenha coragem de entrar no lugar onde vamos – disse Forza se dirigindo em uma direção e convocando seus dois apoiadores para que fossem juntos.

+Mais tarde naquele dia+

   Já estava bem escuro, muitos diriam que se passou muito tempo, isso por razões obvias, eles tiveram de fazer outras tarefas na cidade, eles no caso, Rebecca, que havia sido convocada para rastrear algum bandido, mas isso não vem ao caso, essa história não tem nenhuma importância. Os três estavam andando por meio de árvores altas, mesmo assim, bem distantes umas das outras, o vento assobiava entre os galhos das árvores como se estivesse vivo, fazendo um uivo meio amedrontador e lá estavam eles, se dirigindo ao lugar em que Forza queria que eles chegassem.

   - Agora eu sei qual o motivo de você ter dispensado o Tim dessa aventura – disse Alex meio receoso daquele lugar.

   O vento batia nos braços de Alex e faziam seus cabelos saltarem de tanto frio, mesmo estando de mangas longas, Rebecca e Forza também sentiam o frio que fazia aquela noite, se alguém viesse a colocar as mãos nas orelhas de um deles conseguiria sentir o frio tão marcante ao ponto de deixarem sua pele vermelha.

   - Mas aonde é que estamos indo senhora? – perguntou Rebecca, eles já estavam longe da última casa na cidade, andando sem direção e em um lugar completamente escuro, com a única luz sendo a do luar que pairava sobre suas cabeças.

   - Um lugar em que você reconhece bem Rebecca, já te mandaram inúmeras vezes nesse lugar, você mesma sabe, sempre que alguém importante morre na cidade te mandam nesse lugar – respondeu Forza, que novamente deu uma arrumada em suas mãos que não saiam de seus bolsos.

   Rebecca não disse mais nada, ela se deu conta de para onde os três estavam indo, o caminho em frente foi bem silencioso e depois de andarem por mais uns dez minutos mais ou menos, eles se depararam com uma cerca prateada, de pontas que mais pareciam espetos ou lanças, mas era realmente uma cerca bem normal. Alex que até o momento era o único que não sabiam para onde eles estavam se dirigindo, quis tomar um pequeno palpite, olhou uma rocha que tinha lá dentro, bem estranha, ela parecia ter sido polida, enquadrada de forma bem certeira, olhou com um pouco mais de atenção e conseguiu ler o nome Octavio Berei Brol, sendo composto em uma frase “Aqui jaz Octavio Berei Brol”. Ele olhou aquela frase e ficou não assustado em si, tinha algum sentimento entre assustado, com medo e raiva de não ter sido informado que eles iriam parar em um cemitério logo de noite.

   - Sim Alex, nós estamos em um cemitério – disse Forza se afastando um pouco dos outros dois. Enquanto se desaproximava deles parecia procurar por alguma coisa no chão, ficou mexendo naquele solo cheio de folhas secas com o pé esquerdo e logo achou algo que procurava.

   - A entrada deve ser por ali, mas está muito escuro para saber qual a direção – dizia Rebecca para Alex, enquanto apontava com a mão. Ao lado deles eles viram uma grande chama se erguer, justamente o que eles precisavam, se luz, Forza havia pego um grande galho que estava antes no chão e começou a tacar fogo nele, tentou uma...duas...três vezes, mas o galho não quis se incendiar, ele apenas queimou sem acender nenhuma chama, estava úmido, não iria começar a queimar chamas nele de forma alguma.

   - Essa droga! – disse ela irritada, começou a queimar aquele galho em alta intensidade em sua mão, ele ficou bem seco, logo em seguida começou a criar pontos de foco brancos e em seguida virou madeira queimada, caindo das mãos de Forza como um simples pó de sujeira.

   Ela acendeu o cigarro, Rebecca e Alex pensaram que fazia tempo que não viam Forza acendendo um de seus famosos e infinitos cigarros, sério, ninguém fazia ideia de onde ela tirava tantos cigarros assim. Ela acendeu o cigarro formando um pequeno e insignificante ponto vermelho de chamas, deu uma tragada, naquela noite escura a fumaça que saiu pelo cano do objeto parecia mais algum tipo de neblina, chegava a ser bem curioso olhar aquela fumaça, a fumaça dançou em torno de sua cabeça e logo tomou a forma de um fantasma que se mexia fazendo diversas caretas para Alex e Rebecca. Mas isso se tratava apenas do poder dela controlando e dando forma. Depois de parar com a brincadeira, Forza uniu os dedos de sua mão, como um golpe de caratê e da palma, uma chama começou a sair, uma esfera de fogo, Helena se ajeitou com as mãos nos bolsos e a chama ficou lá, flutuando ao lado deles, como se tivesse vida própria.

   - Vamos por ali – disse Forza guinado novamente, agora pelo menos o caminho estava iluminado, eles não iriam andar mais como se estivessem pisando em ovos, já que agora sabiam onde estavam pisando.

   - Então seu poder é como o daquele homem que controla as chamas, cria animais de fogo, você acabou de fazer a mesma coisa que ele com essa esfera de fogo aqui – disse Alex esperando uma resposta de Forza.

   - Garoto, não me compare com tão pouco, aquele homem engana todos os que lhe assistem, Casio Saint Cructh, ele é um mago considerado fraco, mas mesmo assim não deixa de ser perigoso, ele já foi um bandido, usava sua magia para retirar o ar das pessoas, faze-las ficarem inconscientes e depois roubava seus pertences, atualmente ele se tornou um bom cidadão, ele usa sua magia de controlar oxigênio para divertir crianças e ganhar dinheiro e como não existem chamas sem oxigênio, “voala” detetive, dessa forma que ele faz animais de fogo, controlando o oxigênio ao seu redor a partir de uma leve combustão – respondeu Forza.

   - Enfim, chegamos – disse Rebecca, que ia um pouco mais adiante, questão de um ou dois passos na frente dos outros.

   Eles chegaram em um lugar onde a cerca estava ausente, um portão grande preso por correntes e um belo cadeado prata, na parte de cima do portão um nome em escuro podia ser lido, a chama foi para perto da placa de madeira velha e poderia ser lido “Bem-vindo ao cemitério Nightwood”.


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