A porta da bela casa em Washington Heights se abriu, revelando um homem vestindo seu terno e carregando sua pasta de trabalho sobre incríveis dez pacotes de presentes.

— Oh, deixe que eu te ajudo. – A mulher deu um beijo nele e sorriu. – Parece que o natal já chegou aqui.

— Bem, eu nunca deixaria essa data em branco. – O homem guardou a pasta sobre a mesa e a observou se ajoelhar, colocando os presentes sob a arvore dos dois. – Bem, eu realmente deveria ter 1 ou 2 presentes por mês só para ver você sorrir.

— Você sabe que eu gosto disso, Aaron. – Emily o olhou. – Aliás, não precisa dizer isso como se fosse tão verdadeiro.

Hotch a observou ir até a sala de jantar. Ela parecia chateada com alguma coisa e então ele percebeu. Ela não queria fingir ser um casal para sempre. Talvez, ela quisesse ser um casal de verdade.

Esse caso havia começado há quase uma semana e ele não conseguiria mais fingir que não se sentia apaixonado por ela de mentira.

Uma semana antes...

— Quatro casais foram mortos em duas semanas em Washington Heights. – Uma muito animada Penelope Morgan clicou no controle remoto. – Todas as mulheres foram encontradas em posições comprometedoras e os homens foram amarrados em cadeiras, assistindo tudo. E depois foram mortos com um tiro na testa.

— Sinais de abuso sexual, traumas físicos e uma bala entre os olhos. – Rossi comentou. – Parece que ele termina com os dois depois de tudo.

— O que é triste. – Penelope clicou em uma foto da mulher que era a vítima número 3. – Amanda Connor. 35 anos. Ela estava grávida de quase quatro meses.

Todos ficaram em silencio, sabendo que ali foram três vítimas.

— Vamos pegar esse maldito. – Derek disse olhando para a expressão triste de Penelope.

— Sim, mas ele mata casais. – Reid observou. – E como vocês dois saíram no jornal, eles sabem que são agentes federais.

— Eu tive uma ideia. – Penelope sorriu para Emily e Hotch, casualmente sentados um perto do outro. – Por que não mandamos Hotch e Emily? Eles podem se passar por um casal.

— Penelope Grace Morgan. – Hotch a olhou divertido. – Por que acha que eu e Emily poderíamos fazer isso?

— Além disso, a foto de Hotch saiu no jornal depois que Haley foi morta. – Emily deu de ombros. – Não funcionaria.

— Nós não temos tempo. – Derek se uniu a Penelope. – Além disso, vocês dois fazem um casal bonito.

— Se isso der errado, Penelope Morgan. – Hotch se levantou, aceitando o acordo. – Eu mesmo vou espancar você até o próximo verão.

— Isso eu posso fazer com todo o prazer. – Derek se ajeitou na cadeira e viu um olhar chocado de Penelope. – Guarde esse olhar, garota. Aqui não é hora.

— Eu espero que você cuide de Sérgio. – Emily apenas disse.

Hotch e Emily saíram da sala, mas assim que se afastaram eles tinham sorrisos de felicidade. Eles nem poderiam esconder o quanto queriam uma chance.

Emily foi para casa. Ela sabia que iria precisar de algumas roupas modernas. Ela recrutou JJ e Penelope para ajudar ela na compra de alguns vestidos e claro, roupas para dormir.

— Espero que você e o chefe saiam vivos desse caso. – Penelope disse. – Mas é claro que vamos retirar vocês se você tentar bater nele com uma frigideira.

— Eu prefiro um rolo de massas. – Emily riu. – Mas vai ser legal voltar a atuar disfarçada.

— Eu sei. – Penelope deu um olhar de amiga. – Esperemos que vocês não se matem.

Agora...

— O almoço está pronto. – Emily trouxe uma travessa de macarrão com queijo. – Temos macarrão com queijo, uma salada de alface com tomates e vinho tinto brasileiro.

— Isso parece o céu. – Hotch deu uma mordida no macarrão e suspirou. – Emily, eu não fazia idéia que você cozinhava tão bem.

— Eu aprendi no tempo que eu trabalhei no estrangeiro. – Emily sorriu. – Como está Jack?

— Está com Jéssica até isso tudo acabar, esperançosamente até o natal. – Hotch ouviu uma batida na porta. – Pessoas que atrapalham a hora de almoço de uma pessoa deveria ser presa.

Emily se moveu para a porta e viu seu vizinho chato, Ed. Ele havia vindo se apresentar e trazer um bolo para Hotch e Emily. Mas no fundo, era um disfarce. Ele era o homem por trás de todas as mortes.

— Boa tarde, vizinhos. – Ed sorriu. – Eu lamento interromper, mas eu preciso do seu lava-jato emprestado de novo.

— Claro, Ed. – Emily pegou o aparelho e notou Ed observando a casa. – Algo de errado?

— Oh, não. – Ele disfarçou. – Eu só fiquei impressionado com a decoração.

— Bonita, né? – Emily não sabia o porquê, mas sempre que Ed estava por perto, ela sentia um calafrio na espinha.

Depois que Ed foi embora com o Lava-jato, Emily se sentou na frente do laptop e ligou em vídeo para Penelope.

— Oi Pen. – Emily viu a casa nova deles em foco. – Como está?

— Eu que deveria te perguntar isso, cupcake. – Penelope sorriu. – Algum progresso?

— Não. Talvez. – Emily viu Hotch se sentar ao lado dela. – Eu gostaria que você verificasse alguém aqui perto.

— Ok, fale querida. – Penelope rolou com a cadeira para seu escritório caseiro. – Bancos de dados totalmente prontos.

— Edward Swan. – Emily olhou pela janela. – Ele mora há três casas daqui.

— Tenho certeza que ele só assustou você por causa dos anões de jardim. – Hotch comentou.

— Não, há algo mais nisso. – Emily disse. – Quando conseguir, mande para a nossa impressora.

Emily mal teve tempo de desligar antes que folhas fossem impressas. Ela realmente nunca duvidava do trabalho de Penelope.

Pegando as folhas na mão, Emily olhou cada uma delas, seus temores sendo confirmados.

— Edward Swan foi internado em uma clínica para doentes mentais há quase dois anos. – Emily começou. – Ele saiu para uma licença, mas nunca retornou. Eles perderam as pistas dele no decorrer dos tempos.

— Aqui diz que ele foi internado pensando que era um vampiro. – Hotch tentou não rir. – Mas a família disse que ele era muito fã da saga dos vampiros.

— Crepúsculo, Hotch. – Emily sorriu. – Mas é bem esquisito ele ter o nome e sobrenome dos protagonistas.

— Você é fã de Crepúsculo, Emily? – Hotch sorriu.

— Mas eu torcia para o lobo. – Emily mostrou a língua dela. – Agora, foco.

— Emily, você não vê algo de estranho? – Hotch mostrou uma foto. – Essas não são as vítimas?

— Hotch. – Emily olhou para a foto. – Acho que encontramos nosso assassino.

— E ele sabe onde a gente mora. – Hotch puxou um pouco a cortina da casa para revelar Ed olhando para a casa. – Acho que é hora de chamarmos o time.

Mas antes que qualquer um conseguisse falar, a luz apagou e uma chuva de balas começou direto para a casa.