Starting a Family escrita por Nana Fantôme


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

- Apesar de não estar fazendo isso por visualizações, adoraria saber o que vocês acharam e sugestões de como melhorar.
?” Espero que gostem.
?” Desde já, peço desculpas pelos erros ortográficos.



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“Invadi sua casa e peguei um pouco de farinha, mas deixei uma recompensa no balcão! E.”

O plantonista sorriu ao ler a mensagem que a adorável e atraente vizinha o tinha enviado. Como se estivesse fazendo algo indecente, levantou os olhos certificando de que ninguém estava vendo. Digitou uma resposta de volta:

“Espero que seja comida, estou faminto. C”

Guardou o telefone no bolso do jaleco e se preparou para dar uma última volta no andar antes que o seu expediente acabasse. Era o diretor médico do hospital e o médico de plantão.

— Doutor Cullen? – a residente Molly o chamou parada na porta da emergência – O garoto problemático está aqui novamente.

Carlisle suspirou cansado, já sabendo de quem se tratava. Caminhou até a porta adentrando a sala com a sua residente a tira colo. Seu rosto ficou lívido ao ver as duas macas que adentravam pela porta principal.

A primeira maca que viu foi a do garoto problemático, ele estava coberto de sangue e machucados. Apresentava sinais claros de que havia se metido em briga. Ele xingava e gritava com o médico que tentava fazer exames nele.

A segunda maca era de uma garota completamente machucada. As roupas se encontravam rasgadas e os hematomas dela eram piores do que os do garoto. Ambos foram levados direto para as salas de trauma, para serem atendidos com urgência.

— Encaminhem o garoto para a sala de trauma um e a garota para a sala de trauma dois. – escutou a chefe dos enfermeiros comandar.

O telefone vibrou no bolso do jaleco, indicando nova mensagem. Foi obrigado a ignorar e se ocupou em focar no que estava acontecendo ali.

— Doutor Cullen – o chefe de polícia caminhava logo atrás das macas.

— Chefe Swan – ele apertou a mão do policial rapidamente enquanto caminhavam juntos ate as salas. – O que aconteceu aqui?

— Agressão seguido de estupro, a garota parece estar em péssimo estado. Ainda não sabemos o nome dela, sem identificação.

— O que Edward tem a ver com isso? Foi ele que ...

— Não ... acredito que não. Ele estava apanhando de um grupo de garotos. Acredito que o garoto só estava tentando ajudar a menina.

— Ele tem entrado muito na emergência do hospital.

— É um garoto problemático, tem causado pequenas confusões pela cidade.

— Onde estão os pais dele? Ele sempre foge quando cuidamos dele.

— Edward Masen, é o nome completo. Tem dezesseis anos e passou por sete lares adotivos nos últimos três anos. O serviço social está atrás dele a alguns meses, fugiu da última casa que morava. – Chefe Swan confidenciou.

— Ele tem passagem na polícia?

— Roubou um carro ano passado mas a dona resolveu retirar a queixa.

— E a garota?

— Não tinha documentos mas acredito que é Rosalie Hale, esteve com Edward no último lar adotivo. Acredito que o estuprador seja Royce King, irmão adotivo dos dois. As informações que consegui até agora é de que ele apenas a rondava mas nunca fazia nada. Ela só tem quinze anos mas chama muita atenção pela aparência.

— Ela é só uma criança – Carlisle comentou triste.

— Os dois são. – Charlie Swan parou no corredor em frente as portas fechadas. – Preciso do depoimentos dos dois o mais rápido possível. Vou deixar um policial de plantão na sala de espera, assim que Edward ou a garota estiverem liberados o chame.

— Claro. – o médico apertou a mão do policial uma última vez antes de adentrar a sala que a garota se encontrava.

O caos estava instalado ali. Quatro médicos trabalhavam na garota enquanto gritavam uns com os outros sobre qual era o mais urgente a ser feito.

— Pessoal, vamos com calma. – falou mais alto que os outros, chamando atenção. – Molly, apresenta para mim.

— Jane Doe, por volta de quinze anos. Sinais de agressão e estupro, apresenta líquido no abdômen, duas costelas quebradas, concussão.

— E qual é o problema?

— Doutor Steve acha que devemos pedir uma tomografia primeiro, doutora Myrcell acha que devemos ir direto para a sala de cirurgia e doutor Dunk acha que temos que fazer a coleta de sêmen antes de ir para o centro cirúrgico.

Antes de dar sua opinião profissional, analisou todos os sinais vitais e leu o que já possuía no prontuário. Os médicos trabalhavam incansavelmente, estacando todo o sangramento e fazendo exames na garota.

— Dunk, faça a coleta o mais rápido que puder e a levem para a tomografia, ela está estável por enquanto. Molly, ligue para Trymmel e avise para a passar na frente de todos. Mycrcell, suba e comece a preparar a sala de cirurgia.

Saiu da sala e entrou onde o garoto estava. A gritaria era diferente, não eram os médicos que gritavam entre si, era Edward quem gritava com os médicos. Se encontrava todo machucado, possuía hematomas e cortes por boa parte do rosto e um olho estava fechado por causa do inchaço.

— Tirem as mãos de mim! – gritava a plenos pulmões.

— Hey! – Carlisle andou rápido, segurando o punho do garoto no ar – Nem pense em socar um dos meus médicos, garoto.

Edward fez uma expressão de dor quando o segurou, fazendo com que ele desse uma olhada na mão que segurava. Estava toda ensanguentada mas dava para ver todas as dilacerações que possuía. Superficialmente não apresentava nada grave mas imaginava que algum osso estava quebrado ali.

— Doutora Muller, como ele está?

A residente do caso, parou de limpar um dos ferimentos do rosto do paciente e se virou quase que completamente para o chefe começando a ditar o diagnóstico.

— John Doe, por volta dos dezessete anos. Apresenta ferimentos superficiais, pedi um ultrassom e uma tomografia para assegurar que ele não apresente nenhum ferimento interno.

— Como está Rose? – Edward resolveu questionar Carlisle ignorando completamente a médica que cuidava dos seus machucados. – Quero ver como ela está.

Tentou se levantar da maca mas gritou de dor quando pôs o pé no chão.

— E resistindo ao tratamento – a residente completou.

— Chame a ortopedia, acredito que a mão e a perna estão quebradas. - Carlisle avaliou.

— Eu preciso ir ...

— Você não vai a lugar algum – o médico repreendeu o garoto em tom autoritário – Se quer mesmo ajudar, comece dizendo para a doutora Muller seu nome e o nome da sua namorada, quem são seus responsáveis e o que aconteceu com vocês.

— Rose não é minha namorada – respondeu ultrajado.

— Edward – chamou a atenção do menino – eu preciso que você seja honesto com a sua médica, para que tratemos a garota com o diagnóstico correto e que os policiais possam prender o cara que fez isso com ela. Tem um policial lá fora que quer conversar com vocês.

— Não vou falar com policial nenhum. – gritou enfurecido.

— Se você quer ajudar a garota, então você vai sim.

— Eles vão achar que eu fiz aquilo. Juro que não fui eu, mas não vão acreditar em mim.

— Então você deveria ser menos encrenqueiro e ter atitudes para ser levado a sério. – deu uma boa olhada na expressão preocupada que o ruivo fazia – Eles não acham que foi você, só querem ajudar.

— É fácil para você falar, as pessoas te levam a sério. Eu preciso sobreviver, ninguém me dá um trabalho porque sou menor de idade e não tenho uma casa ou pais. Preciso me virar para conseguir comer e conseguir um canto para dormir e nem sempre são coisas que vocês adultos vêm como algo legal mas eu preciso sobreviver.

Carlisle o encarou. Só conseguia pensar em como o garoto era novo demais para pensar nessas coisas. Se questionava por quanto tempo Edward deveria estar sobrevivendo daquela forma. Nenhuma criança deveria estar passando por aquilo, ninguém na verdade.

— Você vai conversar com o policial assim que a doutora Muller terminar de limpar seus ferimentos e o plantonista da ortopedia dar uma boa olhada na sua perna e em sua mão. Vou procurar saber sobre Rose e assim que possível venho te dar mais informações.

— Obrigado! - Edward agradeceu após encarar o médico e ver o quão honesto ele estava sendo ali.

— Me chame quando acabar aqui – o médico pediu para a residente quando estava saindo.

Caminhou pelo hospital cuidando de outros pacientes. Resolveu ficar mais tempo após o expediente para ver como os adolescentes ficariam. Era um homem bem sucedido tinha alcançado o topo da sua carreira em uma velocidade surpreendente, mas não possuía ninguém em casa o esperando.

— Doutor Cullen, – foi chamado quando passava pela sala de espera da emergência – o serviço social está aqui para falar sobre os dois adolescentes que foram admitidos três horas atrás.

— Ótimo, Sarah. Obrigado! – agradeceu a enfermeira e seguiu ate a mulher que o aguardava.

[...]

A garrafa de vinho estava em mãos enquanto enchia a taça novamente. Olhava de minuto em minuto se ele havia respondido sua mensagem.

— Quando você vai falar para ele o que sente? – Grace questionou enquanto olhava a ansiedade da amiga.

As bochechas de Esme ganharam um tom avermelhado enquanto tentava disfarçar seu olhar.

— Não sei do que você está falando. – sentia a garganta estranhamente seca, tomou um longo gole da sua taça.

Grace revirou os olhos.

— Você foi na casa do gostosão Cullen, fez para ele uma bela torta e agora olha de hora em hora o seu telefone. Têm feito isso a semanas, essas suas investidas sutis já estão ficando patéticas.

— Eu não estou investindo em ninguém. – olhou para a amiga ultrajada.

— Ah, você está. – a amiga a olhou repreensiva – Está sempre o rondando se mostrando solicita para tudo. Se ele está com fome, você aparece com uma bela refeição; se está calor, você vem com uma limonada bem gelada; o homem fica horas em plantão e você vem com as suas mãozinhas quentes e macias ...

— HEY! – Esme arregalou os olhos.

— E faz uma bela massagem no homem – os olhos azuis de Grace expressavam divertimento – o que achou que eu falaria? Anda usando suas mãos para algo mais naquele corpo tentador?

Esme jogou um pano de prato na amiga quando ela caiu na gargalhada. Não se aguentou e a acompanhou na risada, mesmo que estivesse desconfortável com aquela conversa.

— Carlisle e eu somos apenas amigos. – finalizou a conversa.

— Mas você queria ser mais que isso.

Contornava a borda da taça com o dedo enquanto pensava na sua relação com o médico vizinho.

— É complicado. – começou – Claro que ele é lindo, simpático e sensual ...

— E bem sucedido – a amiga completou.

— E bem sucedido. Tudo isso conta, é claro. Mas ele é um homem bem ocupado, gerencia um hospital inteiro.

— Todo mundo precisa de transar, Esme – a amiga falou com naturalidade.

— Carlisle não é homem de casinhos, é sério demais para isso. Ele é para casar e ter um monte de filhos.

— E você só vai fazer isso se sentar nele ...

— GRACE! – Esme gritou mortificada de vergonha. – Meu Deus, você tem que parar de ser tão indecente.

— O que? Estou falando a verdade! – Grace jogou os longos cabelos negros para trás com graciosidade.

— Mesmo que Carl e eu tivéssemos alguma coisa, você sabe muito bem que não posso dar um filho a ele.

— Você nasceu para ser mãe. – a veemência que a frase foi dita, assustou Esme – Você sabe disso e eu sei disso. Já perdi as contas de quantas vezes me ajudou com Emmett. O que te aconteceu foi uma fatalidade, Charles não tinha o direito de ....

— Grace – não precisou dizer mais nada para que a amiga se calasse.

Instintivamente colocou a mão no abdômen, em cima da cicatriz bem escondida pela roupa. Sempre que se lembrava da facada que o ex marido a deu após dar a notícia de que estava gravida, sentia um formigamento na marca.

— O que quero dizer é que ... – Grace respirou fundo antes de continuar – Aquele crápula, te tirou algo muito importante mas isso não te impede de ser mãe. Se você não pode gerar um, pode adotar. O que mais tem nesse mundo são crianças precisando de um lar e a única coisa que precisa para ser mãe é amor, e isso você tem de sobra.

— E marido. – riu sem humor – Eles não dão a guarda de uma criança para uma solteirona, muito difícil. Além do mais, não sou uma pessoa cheia de dinheiro para proporcionar muito conforto para uma criança.

— Você ganha muito bem sendo diretora da escola primária.

— Mas não o suficiente.

— Tenho certeza de que o doutor gostosão deve ganhar muito bem para sustentar uma creche inteira.

O tom sacana da amiga, fez com que Esme revirasse os olhos e sorrisse. Grace McCarty conseguia aliviar qualquer conversa tensa, era quase que um dom.

— Agora você está me mandando casar com o vizinho e adotar um bando de crianças?

— E se puder sentar nele no meio tempo, acharia ótimo – Grace completou.

Esme empurrou a amiga, levemente enquanto gargalhava alto. As duas passaram parte da noite toda rindo e conversando amenidades. Grace só foi embora quando precisou ir buscar o filho na festinha que tinha ido.

[...]

— Então eles voltam para o sistema? – Carlisle questionou cansado.

Sentado ali na sua confortável sala, conversando com a assistente social percebia que havia passado e muito da sua hora, já via o dia amanhecendo.

— Sim, os Dunkers se mostraram pouco confiáveis e o que aconteceu com Rosalie é algo muito grave, Edward está desaparecido a semanas. Tudo isso influencia no relatório.

— E o que eu posso fazer para ajudar?

— Infelizmente, nada. – Siobhan afirmou – Essas crianças precisam de pais, uma casa estruturada e cuidado. Eles já são adolescentes, a chance de serem adotados agora são muito pequenas. Edward já sabe disso e por isso sempre está fugindo e tentando sobreviver como pode, já Rosalie é sempre obediente e tenta passar despercebida para conseguir mostrar que pode ser útil.

— Você é a responsável por eles, Siobhan?

— Sou, nosso expediente não é maluco igual os de vocês, Carlisle. – ela riu – Apesar de todos os problemas que Edward causa e a indiferença de Rosalie ... gosto muito deles. O sistema é falho e problemático mas faço o que posso para que eles tenham um lugar digno.

— É a primeira vez que vejo Rosalie aqui, mas Edward é um frequentador assíduo da minha emergência.

— Me ligue sempre que ele aparecer aqui, ok?

— Claro.

Por um momento passou pela sua cabeça uma ideia absurda.

— Podemos mantê-los aqui ate fazerem dezoito anos.

— Muito gentil da sua parte mas não podemos fazer isso.

— E a sua ideia é mandá-los para outro lar adotivo e sofrerem abuso? Edward não se sente seguro em um, Rosalie foi estuprada por um irmão adotivo.

— Mas não podemos inventar uma doença atrás da outra para conseguir que eles fiquem aqui.

Foi inevitável para Carlisle não se sentir frustrado por aquilo. Passou a mão pelos cabelos, os desalinhado.

— Posso pedir que eles sejam trazidos para cá ... sei lá ... uma vez no mês para que eu possa ficar de olho neles?

Siobhan lhe lançou um sorriso esperançoso. Ela via algo ali que nem mesmo ele ainda havia visto.

— É uma pena que você fique tanto tempo no hospital.

— Por que?

— Essa sua preocupação é a de um pai. Você seria ótimo para cuidar dessas crianças.

Os olhos de Carlisle se arregalaram. Nunca havia pensado nisso antes, nem tinha muito tempo de folga para formar uma família. Olhou a foto dos dois adolescentes em cima da sua mesa, instintivamente puxou uma terceira foto de um outro relatório.

Pensava em todas as formas que poderia ajudar aquelas crianças. Apenas uma vinha em sua cabeça mas era maluca demais, dois deles ele mal conhecia.


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Notas finais do capítulo

- Me digam o que acharam.
?” Mais tarde volto com mais um post.
Bjs



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