Indecisões escrita por Marie Pevensie


Capítulo 2
02 - Primeiro Dia De Aula


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem do capítulo.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/797871/chapter/2

Ao descer do carro, Mônica se despediu do pai e entrou no colégio. Já eram 6:50, mas o sinal só batia às 7:30. Ou seja, ainda teria um tempo pra conversar com as amigas antes de ir pra sala de aula. Encontrou as meninas embaixo da árvore onde elas costumam ficar pra esperar o sinal bater.

Mônica: Oi meninas - disse dando um sorriso de leve.

Marina: Oi Mô, que bom que você chegou - disse abraçando a amiga que não via desde as férias de verão - estávamos esperando por você.

Carmen: Estávamos? - perguntou erguendo a sobrancelha e sentindo uma cotovela na costela que veio de Cascuda, que a olhava veio.

Mônica: Bom - disse fingindo não ter escutado o que Carmen disse - eu já estou aqui. Alguma novidade?

Cascuda: Amiga - disse animada - você não vai acreditar. A Aninha largou do Titi.

Mônica: É sério?! - exclamou surpresa e logo em seguida abriu um sorriso enorme - Mas já tava mais que na hora! A Aninha se livrou de um embuste machista.

Marina: Não é? - falou concordando com Mônica - Ele queria controlar tudo da vida dela. As roupas que ela vestia, os amigos que ela tinha e fora os escândalos que ele dava quando via ela conversando com um algum garoto da nossa turma.

Mônica: Se algum garoto fizesse isso comigo, eu não iria aceitar de jeito nenhum - falou a dentuça cruzando os braços - eu ia resolver isso de outro jeito.

Carmen: Enchendo o coitado de coelhadas eu suponho - disse a loira maldosa - afinal esse é o único jeito que você sabe de resolver as coisas não é?

Mônica respirou fundo pra não socar a cara da Carmen, afinal aquela loira aguada estava pedindo pra apanhar. Mas Mônica não faria isso. Mostraria à ela que não usava mais a violência pra resolver seus problemas.

Marina: Er... gente - disse Marina prevendo que ia ocorrer um temporal ali - vamos falar sobre outra coisa.

Mônica: Eu bem que gostaria Marina - disse Mônica sorrindo falso pra Carmen - mas eu combinei de encontrar a Magali.

Cascuda: Mas a Magali ainda não chegou - falou a namorada do Cascão confusa.

Mônica: É que... - tentou inventar alguma desculpa esfarrapada - ela me mandou mensagem dizendo que ia chegar daqui a pouco. A gente se vê na sala meninas.

Marina: Tá bom então - falou sem entender nada.

Mônica saiu dali o mais rápido possível. Ficar no mesmo ambiente que Carmen era impossível. Ela não entendia porquê a loira andava com elas se achava elas bregas e pobres. O sinal tocou e Mônica foi obrigada a entrar na sala de aula.

A turma não havia mudado nada. Os alunos continuavam os mesmos. Por sorte não haviam alunos novos, pensou Mônica. Não que ela não gostasse deles, mas sentia pena deles por causa de Carmen, que adorava humilhar os novatos por causa da origem deles ou por causa dos nomes. Mônica tinha certeza absoluta de que não tinha sentido falta nenhuma de Carmen durante as férias. Apenas de suas amigas mais próximas. Em seguida, a sala começou a encher. Os garotos chegaram fazendo bagunça e já escolheram seus lugares. Mônica preferiu se sentar perto da janela, na primeira classe que ficava perto da mesa dos professores, assim ela poderia tirar as dúvidas dela. Pra sua sorte ou azar, Cebola sentou na fileira do meio, atrás da carteira da Irene. Mônica não sabia dizer se ficava feliz ou triste por isso. Feliz por não ter que aguentar as provocações daquele moleque ou triste por ele estar sentado perto da mosca morta da Irene, a garota que Mônica odiava desde o primeiro ano do ensino médio. A dentuça estava tão distraída olhando pros dois que não reparou que quem sentou atrás dela era ninguém menos e ninguém mais do que Do Contra. Ou melhor DC.

DC: Tchau Mônica - cumprimentou do mesmo jeito de sempre.

Mônica: Oi DC - deu um sorriso de leve - ainda continua com a mania de contrariar?

DC: Nunca perdi ela - disse olhando pra onde a dentuça estava olhando - Ainda pensando nele?

Mônica: Hein? - ela olhou pro DC, que agora fitava ela serenamente - Eu... eu não. Eu só fiquei me perguntando o que aquela mosca morta tá fazendo na nossa turma. Eu não gosto dela.

DC: Eu soube que ela reprovou - falou dando de ombros - outra vez.

Mônica: Eu sabia - deu um sorriso maldoso - por isso ela sempre ficava de recuperação. Porque ela é burra.

DC: Ou pode ser que ela tenha reprovado de propósito - falou tranquilamente, fazendo Mônica se assustar.

Mônica: Você acha mesmo? - perguntou e ele assentiu - Mas por que ela faria isso?

DC: Talvez porque ela queira ficar perto do careca - olhou cuidadosamente pra Mônica esperando uma reação negativa dela - Ela parece ter uma queda por ele.

Mônica: Bom - deu de ombros - eu não me importo. Quem sabe da vida dela é ela, então se ela quiser perder o tempo dela com o Cebola, o problema é todo dela.

DC: Mônica, você tá bem? - questionou preocupado - Você nunca falou algo assim antes.

Mônica: Ah, DC - suspirou - eu cansei de correr atrás do Cebola e ele me tratar como um nada. Eu tenho o meu valor e mereço coisa melhor que ele. Eu ainda vou encontrar alguém que realmente reconheça o valor que eu tenho.

Vai ver você já encontrou e ele está bem na sua frente, mas você ainda não percebeu, pensou DC. Do outro lado da sala, Cebola observava os dois com a cara fechada. Odiou ver Mônica conversando tranquilamente com DC enquanto mal olhava na cara dele. Quando ela ia superar o que houve?

Cascão: Careca - falou tirando Cebola dos pensamentos dele - tô preocupado. A Magali ainda não chegou.

Cebola: E eu com isso? - questionou dando de ombros - Eu não tenho nada a ver com a vida dela.

Cascão fechou a cara e cerrou os punhos se controlando pra não pegar Cebola pelo colarinho da camiseta e espancá-lo até a morte. Ainda sentia amizade por ele, embora o mesmo agora só o usasse quando o convém. A relação deles esfriou quando Cebola passou a criar mais planos contra Mônica. Cascão se cansou disso e simplesmente virou as costas pro melhor amigo. Ambos ficaram sem se ver por um tempo, até que Cebola o procurou pedindo ajuda e os dois se reaproximaram um pouco.

Cascão: Na boa - falou controlando a raiva - eu não te reconheço mais. Cadê aquele careca que adorava jogar futebol e vídeo game com os caras?

Cebola: Ele morreu quando a Mônica deixou ele - olhou sério pro Cascão - Você mais do que ninguém deveria saber disso. Você é meu melhor amigo Cascão.

Cascão: Será mesmo? - cruzou os braços olhando sério pro Cebola - Porque até agora você só me procurou pra pedir coisas. Em nenhum momento você me procurou pra me convidar pra jogar um vídeo game ou coisas do tipo, só pros seus planos ridículos.

Cebola ia falar algo, mas o professor Rubens entrou na sala e mandou todos ficaram em silêncio. Rubens pegou a lista de chamada e começou a chamar os nomes dos alunos, mas quando chegou no de Magali, não houve resposta.

Rubens: Magali? - repetiu - A Magali não veio hoje?

Carmen: Aparentemente não professor - disse sorrindo cínica - Deve estar matando aula em um restaurante.

Imediatamente quase todos caíram na risada. Mônica, Cascão e as outras meninas que eram amigas de Magali, encararam a loira com a cara fechada.

Mônica: Já chega! -gritou assustando todos - Se abrir a boca pra falar mais alguma coisa da Magali, eu te arrebento Carmen!

Carmen: Ui - debochou - estou morrendo de medo. Pode vim gorducha!

Mônica: Grrr... - rosnou - agora você vai ver quem é gorducha sua vaca!

Mônica ia partir pra cima de Carmen, mas DC segurou a dentuça pela cintura, o que fez com que Cebola fechasse a cara. Quem ele pensava que era pra segurar Mônica daquele jeito?

Rubens: Já chega! - gritou irritado - Eu não quero saber de brigas na minha aula. Você Mônica, se controle. E você Carmen, controle essa sua língua venenosa.

Carmen ficou vermelha de raiva enquanto viu os outros colegas lhe dando um sorrisinho cínico. A aula prosseguiu normalmente até a hora do intervalo.

Magali estava no banheiro feminino segurando o celular na mão e respirando fundo enquanto via pelo Whatsapp que Quim estava digitando. Ela estava apreensiva, pois sabia que Quim ficou furioso ao saber que ela tinha ido pro colégio.

Quim: Eu não acredito nisso Magali! Como você se atreve a me desobedecer?! Eu disse pra você ficar em casa não disse?!

Magali: Desculpa Quim, mas eu precisava vir. Os meus pais e o pessoal do colégio ia desconfiar caso eu faltasse. Eu ainda não entrei na sala, estou no banheiro.

Quim: Tem alguém aí com você?? Porque se tiver e eu ficar sabendo, você vai ver só.

Magali engoliu em seco. Sabia que Quim não estava brincando. Ele nunca falou tão sério como antes.

Magali: Não, não tem ninguém aqui comigo. Não se preocupe.

Quim: Esse vai o seu primeiro e único dia de aula Magali. Eu não vou permitir que você estude.

Magali: Mas por quê??? Quim, eu preciso estudar. Eu preciso ter um futuro, um bom emprego.

Quim: Você vai ter um bom futuro. Mas comigo. Você não precisa trabalhar, eu vou sustentar você e os nossos filhos. O seu único dever é ficar em casa cuidando da mesma e das crianças.

Magali: Mas eu não quero isso! Eu quero muito mais. E não vai ser você que vai me dizer o que eu tenho que fazer.

Quim: ...

Quim: Está me contestando?

Magali: Não, eu não estou.

Quim: Mais tarde a gente conversa.

Magali tremeu dos pés à cabeça. Quando Quim falava aquela frase, queria dizer que vinha tempestade pela frente. A única saída que restou à garota foi ficar ali no banheiro chorando até o fim do intervalo.

*****


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E aí? O que acharam?



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Indecisões" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.