Era possível ver a neve através do vidro da janela. Ela caía tímida e tranquilamente. Deixava a noite mágica, trazendo à tona o amor que envolvia os que estavam naquela casa.

A noite de ano novo, por si só, era carregada de esperança de que algo novo estava por vir. E, aquela casa, ah, aquela casa, guardava corações apaixonados, esperançosos, e certos de que tudo se renovaria à meia noite.

Após idas e vindas da felicidade na vida de cada um ali presente, essa noite se mostrava especial, pois era marcada pelo encontro de pessoas que já sofreram muito buscando o amor e a felicidade erroneamente, ou mesmo os perdendo por motivos maiores.

Encontrar o sentimento outra vez, perder o medo e se entregar, não são tarefas fáceis. Uma vez que você se abre, está sujeito a sofrer, e ninguém quer passar por isso. Então, nossos queridos personagens, apenas decidiram se deixar levar. O amor estava à frente deles, era possível sentir, tocar. E ao se deixarem levar, um mundo novo se abriu. E ao se deixarem levar, um mundo novo se abriu. As amarras que os prendiam a uma vida de mágoa e culpa, foram soltas, e agora eles podem voar. Eles escolheram voar ao lado de pessoas que os fizeram enxergar novamente o amor. Alçar esse voo diário sabendo que alguém que te ama está ao lado deles traz uma energia nova e revigorante, uma vontade de viver, de se dar e de receber.

— Um brinde, pessoal! – Kurt chama a atenção de todos para esse momento.

Sophie e Olívia vem correndo e pegam suas taças que Jane enche com refrigerante. As garotinhas sorriem e agradecem. Reade enche sua taça e a de Tasha que lhe dá um selinho em agradecimento. Roman e Patterson tem suas taças cheias e sorrisos em seus rostos. Por fim, Kurt enche sua taça e de Jane.

A virada do ano estava sendo comemorada na casa de Kurt e suas filhas. Reade, que veio de Los Angeles, estava hospedado na casa de Tasha, e vieram comemorar esse momento junto ao irmão da moça. Patterson e Roman foram convidados para fazerem parte da comemoração.

— Saúde! – Todos disseram em uníssono.

Beijos foram trocados. Juras de amor. Promessas apaixonadas.

O futuro? Ah, ele estava logo ali, e certamente se esbarrariam em nossos casais, mais cedo ou mais tarde. Mas quem sabe sobre futuro? Melhor não focar tanto no amanhã, e sim, em viver o hoje. Se sentir completo e viver sua paixão enquanto pode, enquanto está ao lado daquele que ama.

— Enfim, elas dormiram. – Kurt fala se aconchegando à Jane na cama.

— Elas são uns amores. – Jane afirma recebendo um beijo terno.

— Quero me casar com você.

— Oh Kurt!

— Você se mudaria pra cá? – Pergunta ele. – Porque se você não mudar eu me mudo.

— Você faria isso? – Pergunta ela.

— Faria. Acho que merecemos ser felizes.

— Mas e seu trabalho?

— Eu consigo trabalhar em Los Angeles. E as meninas se adaptariam em uma nova cidade.

— Eu não acredito! – Jane o puxa para si e o beija apaixonadamente.

— Parece um sonho, não é? Tudo mudou tão rápido.

— Sim, há menos de duas semanas, éramos duas pessoas perdidas e frustradas.

— E agora, estamos aqui juntos.

Kurt puxa Jane para ele e lhe dá um beijo cheio de promessas. O amor voltou para os dois. Quem diria que esses dois, de mundos tão diferentes se encontrariam e se apaixonariam?

— Venha que parou de nevar. Não está tão frio agora! – Tasha chama Reade o puxando pela mão.

— Tasha, sua maluca, está frio. – O rapaz reclama a seguindo para fora do chalé.

— Deixa disso, vamos fazer um boneco. – Fala sorrindo.

Os dois vão para o meio da rua e entre beijos e trocas de carinho, fazem um desajeitado boneco de neve. As luvas estão molhadas, e os dedos prestes a congelar, mas nem isso os impede de continuar a tarefa. Ao final, o resultado é satisfatório.

— Eu te amo. – Reade fala, puxando Tasha para seus braços e lhe dando um beijo apaixonado.

— Eu também te amo. – A morena fala em resposta.

— Eu sei que nos conhecemos há pouco tempo. E que o futuro é incerto. – Começa ele. – Mas eu quero tanto pra nós.

— O que você quer pra nós? – Pergunta ela com os braços enlaçados no pescoço do rapaz.

— Quero você ao meu lado pra sempre. – A beija de leve. – Quero uma família com você.

— Também quero tudo isso. – Os olhos dela estão marejados. – Quero tudo ao seu lado. Mas como faremos isso?

— Daremos um jeito. – Reade está certo do que fala. – Tudo vai se ajeitar, você vai ver.

O beijo é mais intenso e os dois voltam para o interior do chalé onde consumam com amor todas as promessas de que a felicidade enfim chegou para os dois.

Em uma cidade movimentada, carros passam por caminhos tortuosos, com a pressa de quem tem para onde ir, ninguém faz ideia de que por ali recolhido entre fachadas e portas fechadas, o amor se manifesta da sua forma mais sublime. Ele, ela, juntos suspiram seus amores escondidos em meio a tantas janelas. Lá está ela, com seus olhos carregados de amor, com suas feições tão bem desenhadas e com seu encanto de sonhadora. É possível sentir de longe o perfume doce do amor que transborda do peito. Ele na sua sensibilidade, sonha o sonho dela. Ela viveu seus amores, curou suas dores e voou para além fronteira que o mar desenhou. E esperou... uma esperança cega, por alguém que a acolhesse em seus braços. Ele veio de longe e chegou com seu abraço forte, seu sorriso luminoso e seu olhar cuidadoso. Sinto a felicidade que parece enfeitar as paredes, num misto de sensatez e loucura como deveriam ser todas as histórias de amor. Testemunho com serenidade e com uma certa emoção, aquele sentimento que justifica toda a existência. Sou totalmente invadida por aquele amor e um suspiro inesperado me diz, que a vida vale a pena ser vivida.

(texto retirado de um post da atriz Luana Piovani no Instagram)