Holliday escrita por blindrepata


Capítulo 3
Inesperado


Notas iniciais do capítulo

Voltei!
Quis atualizar logo porque o Natal já está chegando!
Bora ler!



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Uma coisa Jane não podia negar, foi maravilhoso passar a noite com Kurt. Nunca pensara que pudesse ser tão bom dormir com um desconhecido. Não apenas dormir. Mesmo nunca tendo se encontrado antes eles se completaram de uma forma incrível, e ela o achou muito diferente dos outros homens com quem já estivera.

 

Agora estava ela na cozinha do chalé na luta para conseguir fazer com que a cafeteira funcionasse. Droga! Nem um bipe, nada. Só podia estar quebrada.

— Bom dia. – Ouviu a voz rouca e o sotaque sedutor de Kurt descendo as escadas.

— Bom dia. – Respondeu ela o vendo colocar os óculos que encontrou no bolso do casaco. Não dava para negar que ele ficava ainda mais sensual com aqueles óculos de aros escuros.

— Posso ajudar? – Perguntou ao ver como ela se atrapalhava com a cafeteira.

— Eu deveria saber fazer isso, mas acho que está estragada. – Respondeu ela.

— E se experimentar colocar na tomada.

— Ah! A morena sentiu embaraço por não perceber o óbvio.

— Jane, eu... – Ele começou.

— Não precisa se preocupar com nada.

— Está tudo bem então?

— Sim, tudo bem. – Afirmou ela. – Foi ótimo. Conhecer você e tudo mais.

— Só quero deixar algo registrado. – Ele disse enquanto Jane o acompanhava com o olhar. – Seu ex-namorado, na minha opinião, está totalmente enganado sobre você.

— Você estava bêbado. – Disse ela.

— Nem tanto. – Ele nega quando ouve o telefone tocar. – É o meu.

— Sophie. Desculpe, não quis olhar. – Jane diz sem graça após ver o nome no visor do celular que estava sobre a mesa.

— Ligo depois. – Disse ele rejeitando a chamada.

— Não quer tomar um café? – Pergunta ela pergando uma xícara que estava no armário de vido à sua frente.

— É melhor eu ir.

— Eu também estou pensando em ir embora.

— Mas você chegou ontem. – Ele diz.

— Ainda acho que pode ter sindo um erro vir sozinha pra cá. – Reflete ela. – Deveria ao menos ter trago meu irmão.

— Ah. – Diz ele. – Sei que não está interessada em se envolver, mas as coisas na minha vida são meio complicadas. – Ele tenta se justificar. – E, mesmo se você ficar...

— Não precisa fazer isso. – Pede ela.

— Sou um pouco confuso nesta área.

— Nós mal nos conhecemos. – A morena diz.

— Eu só quero ter certeza de que está tudo bem pra você. – Diz ele reflexivo. – Porque costumo machucar as mulheres só por ser como eu sou.

— Não vou me apaixonar por você. Prometo. – Garante ela.

— Tudo bem.

— Eu não me apaixono como as pessoas se apaixonam.

— Então, vou indo. – Diz ele se virando em direção à porta. – E se eu quiser te ligar?

Ele apenas a observa sem resposta.

— Pode não ser o certo a dizer. Mas caso você fique, estarei no bar com meus amigos à noite.

 

Tasha conseguiu uma ótima noite de sono. Apesar da diferença no fuso horário conseguiu descansar e se sentia energizada para um novo dia.

Enquanto se vestia para preparar o café da manhã seu telefone tocou.

— Andy? – Disse surpresa.

— Tudo bem eu te ligar? – Disse o rapaz do outro lado da linha.

— Acho que sim. Como você está? – Pergunta ela.

— Bem.

— O que você está precisando?

— Estou com um problema com o capítulo do meu livro. Preciso da ajuda da Tasha. Eu poderia mandar umas páginas para você?

Tasha não acreditava no que estava ouvindo. Depois de tudo ele ainda tinha coragem de lhe pedir um favor.

— Tudo bem. Se você precisa de mim.

— Você é meu kit de sobrevivência. – Diz o rapaz. – Já colocou aquele biquini vermelho? Aquele que desamarra atrás.

— Como se lembra do meu biquini vermelho?

— Eu me lembro de tudo.

— Lembra? – Diz ela esperançosa.

— Eu estava pensando naquela vez...

— Cheguei aqui. Vou encontrar com uns amigos. – Ela desanima com a maneira como ele consegue mudar de assunto.

— Tudo bem.

— Mandarei as páginas para você. Divirta-se um pouco hoje.

Tasha não tem uma opinião formada para o que acabou de acontecer. Ela liga para Patterson, para saber como a amiga está e também para lhe contar o que acabou de acontecer.

A amiga lhe repreende e diz que não deveria ter aceitado que ele lhe mandasse o capítulo para revisar. Tasha diz que tentará ser mais dura da próxima vez.

Após o café da manhã revigorante, ela retira o SUV da garagem e sai para um passeio pela cidade.

— Oh! Ele parece perdido. – Diz para si mesma quando vê o mesmo senhor que havia visto com um acompanhante no dia anterior. Ele está sozinho com seu andador e está indo em direção totalmente oposta à da casa onde mora.

— Ei! Posso lhe oferecer uma carona? – Ela diz com gentileza descendo do carro e indo até ele.

— Por que? Você sabe onde eu moro? – Diz o homem em dúvida.

— Acho que sim. – Afirma ela.

— Ótimo. Porque você é a única que sabe.

Ela o ajuda a entrar no carro e se dirige à casa de onde o viu saindo no dia anterior.

— Sua casa é linda. – Diz ela ao entrarem na propriedade.

— Eu moro aqui há quarenta e sete anos. – Responde ele. – Antigamente havia seis casas nessa quadra. Agora derrubam uma todo ano e constroem uma nova. Por isso me perco. Não reconheço mais as casas.

— Isso confunde mesmo. – Diz ela com gentileza.

— Muito obrigada, mocinha. – Agradece o homem.

— Espera vou te ajudar a descer.

Tasha abre a porta e o ajuda com o andador. A morena vai até a porta da casa e o senhor a convida a entrar.

— Você trabalhava com cinema? – Pergunta ela já no interior da casa.

Havia estantes com toda sorte de placas e troféus. Vários papéis soltos e em pastas.

— Você trabalhava com cinema? – Pergunta ela.

— Sim. Eu era roteirista. – Confirma ele.

Tasha percebe um pouco de bagunça na casa, mostrando que ele morava sozinho.

— Adorei nosso encontro. – Diz ela de saída.

— Obrigado por me resgatar. – Agradece ele.

— Espero que não ache estranho, mas não conheço ninguém por aqui. – Começa ela. – Mas o que acha de sairmos pra jantar hoje? Se não estiver ocupado, é claro.

— Ocupado? Não estou ocupado desde 1978.

 

Por fim, Jane não foi embora. A morena de cabelos curtos não conseguia parar de pensar em Kurt e em tudo o que aconteceu. Ela sabia que aquilo não a levaria a nada, porém decidiu dar uma oportunidade à pequena cidade e resolveu ficar.

Qual não foi a expressão de surpresa que ela percebeu quando Kurt a viu no bar. A morena se arrumara para vê-lo. Ao mesmo tempo em que dizia que aquilo era loucura, sabia que poderia ser divertido fazer o que estava fazendo. Não sentia culpa. Apenas queria se divertir.

Kurt a convidou para se juntar a ele em uma mesa com alguns amigos. Eram todos jovens e cheios de energia. Todos beberam e se divertiram. Jane sabia que estava passando da conta, mas se sentia tão bem estando ali com aquelas pessoas que mal acabara de conhecer, e principalmente Kurt ao seu lado sempre a olhando com carinho e se mostrando o cavalheiro que era.

Já bem tarde, Jane apenas se lembrava de ser levada por Kurt de volta para o chalé. Com certeza ela bebeu além da conta, se sentia grogue e o mundo parecia girar ao seu redor. Se lembrava dos braços fortes de Kurt a levando para o quarto e depois, mais nada.

 

Tasha, muito empolgada, levou Arthur para jantar. A morena até convidou Patterson, mas a amiga disse que havia marcado de sair com alguns amigos e prometeu que no dia seguinte a encontraria.

O jantar com o velho Arthur foi muito divertido. Ele lhe contara sua trajetória até se tornar um famoso roteirista de Hollywood. Era muito bom conhecer uma pessoa com uma história tão incrível.

— Hollywood era tão maravilhosa naquela época com eu imagino que era?- Pergunta ela interessada.

— Ah era muito melhor! – Responde o senhor. – Sabe em que fiquei pensando a noite toda?

— Em como encho seu saco com todas essas peguntas?

— Não. – Nega ele. – Em como uma garota bonita como você veio parar aqui sozinha no Natal. E ainda de quebra passando uma noite de sábado com um velho como eu.

— Eu queria ficar longe das pessoas que vejo o tempo todo. – Explica ela. – Quero dizer, não de todas. De uma pessoa especificamente. De um ex-namorado que acabou de ficar noivo.

— Ele é um imbecil. – Conclui Arthur.

— Também acho. – Tasha se segura, mas além de mágoa está sentindo muita raiva de Andy.

— Só por tê-la deixado, posso concluir que ele é mesmo um imbecil. – Tasha, nos filmes temos as atrizes principais e a melhor amiga. Posso dizer com certeza que você é a atriz principal.

— Você está certo. Temos que ser a atriz principal da nossa vida. Como você conseguiu me explicar isso tão bem em tão pouco tempo? – Pergunta ela. – Você é brilhante. Obrigada.

 

— Não sei quando foi a última vez que bebi assim. – Diz Jane no pé da escada.

— Acho que ninguém nunca bebeu assim. – Disse Kurt enquanto preparava café para os dois.

— A última coisa que me lembro é de ter chegado aqui ontem à noite... – Diz Jane levando a mão à cabeça ao sentir uma pontada de dor.

— Eu não tive nada a ver com isso. – Afirma Kurt.

— Eu sei, mas você estava aqui... – Jane para para pensar por um momento. – Meu Deus! Acho que nós... fizemos?

— Não fizemos. – Nega ele.

— Graças a Deus! – Jane fala aliviada. – Quer dizer, não graças a Deus, mas graças a Deus porque eu não me lembro, então...

— Tudo bem. – Diz Kurt sorrindo.

— Por que nós não...

— Não transo com mulher incosciente. Jamais faria isso com você.

— Inconsciente? Eu devia estar realmente atraente. – Debocha ela. - Por que você ficou?

— Porque você pediu.

— Eu pedi? Implorei? – Ela fica sem graça quando ele confirma.

— Desde a primeira vez que te vi tem sido uma aventura.

— E eu devo estar louca. – O telefone dele toca. – Olívia. Desculpa, não quis olhar.

— Vou atender. Só um minuto. – Diz Kurt saindo da casa.

— Sophie, Olívia, Jane... Um cara ocupado. – Diz Jane para si mesma enquanto Kurt fala ao telefone do lado de fora da casa.

— Devíamos ir até a cidade. – Diz Kurt ao voltar para o interior da casa.

— Como assim? – Pergunta ela.

— Se arrume e vamos dar uma volta. – Pede ele. – Vou te levar para almoçar. Podemos conversar, nos conhecer melhor.

— Por que?

— Não sei. Estou com vontade de fazer isso. – Responde um Kurt sorridente. – Se você também estiver.

 

Tasha estava na cozinha quando ouviu a campainha tocar. A morena pediu licensa a seus convidados e se dirigiu até a porta.

— Oi. – Diz ela surpresa ao abrir a porta e se deparar com ninguém menos que Reade.

— Olá! – Responde o rapaz com um sorriso de orelha a orelha.

 

Ele estava ali em sua frente. Tasha não tinha uma opinião sobre o que percebera a respeito dele na primeira vez que o vira. Mas ao vê-lo novamente pode sentir crescer dentro dela um grande interesse em conhecê-lo, conversar com ele. Saber quem ele é realmente.


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Notas finais do capítulo

Obrigada pela atenção e me digam o que estão achando!!!
xoxo



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