The Way We Are escrita por kouelho


Capítulo 11
Capítulo 11 - Surpresas!


Notas iniciais do capítulo

Oi gente *-*

Estou aqui com um capítulo grande pra vocês :B
Espero que gostem ^^



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Na hora de ir embora, Gustav disse:

-Vamos a pé, tudo bem pra vocês? A minha casa não fica muito longe daqui. - ele disse, talvez com medo da gente achar ruim de ter que andar um pouco. Mal sabia ele que a gente ia e voltava da escola a pé todos os dias.

-Claro que não! A gente já ta acostumado! - disse Bill sorrindo. Quando saímos da escola, vi que Gustav e Georg iam tomando uma direção oposta a que eu, Bill e Tom estávamos acostumados a tomar. Então seguimos os dois. Fomos conversando o trajeto inteiro. Várias vezes percebendo o olhar de Georg sendo depositado sobre mim com uma certa intensidade que eu não sabia explicar. Mas resolvi ignorar e deduzir que isso só era coisa da minha cabeça, e nada mais. Afinal, esses dias eu ando muito sonhadora, então é melhor eu não acreditar em tudo que minha mente produz...

Depois de não muito tempo, chegamos a casa de Gustav. A observei por fora e vi que era uma casa de classe média, assim como a minha. Entramos e pude perceber que os cômodos eram espaçosos e aconchegantes. Pra falar bem a verdade a estrutura era bem parecida com a minha, o que deixava a casa mais confortável pra mim. Não que eu me importasse com isso, mas tudo bem, ignoremos esse fato.

-Bom, vamos ter que comer lasanha de microondas, pois minha mãe não está em casa e bem... eu não sou um chefe de cozinha, então... - ele disse com uma expressão envergonhada. Vi que suas bochechas se tornaram em um tom rosado, demonstrado o quanto ele havia ficado sem-graça. Eu quis rir da sua expressão, mas me segurei, simplesmente por mera educação.

-Tudo bem, não se preocupe com isso. - disse Tom rindo. É, pelo jeito Tom não se segurou como eu, mas ok.

Tivemos um almoço agradável e eu confesso que aquela lasanha de quatro queijos estava muito boa. E se querem saber, eu amo lasanha de microondas, às vezes prefiro as de microondas do que as caseiras, assim como pipoca, mas tudo bem, isso não vem ao caso.

-Você não vai leva-los pra conhecer o seu “estúdio”? - disse Georg fazendo sinal de aspas, enquanto colocávamos os pratos na pia. Gustav apenas assentiu e fez um gesto com a mão, indicando que era para seguirmos ele. Então subimos as escadas e ele abriu uma porta que ficava no final do corredor. Olhei pra dentro do cômodo e vi suas paredes cobertas com uma espécie de carpete, exatamente como um estúdio. Vi sua bateria no meio e alguns amplificadores espalhados por lá. Percebi que Tom e Bill também gostaram do que viram, pela suas expressões felizes e animadas, e se eu bem conhecia aquelas carinhas, vi que eles ficaram maravilhados. Ok, não era a oitava maravilha do mundo, mas era uma coisa que talvez todas as pessoas que querem formar uma banda, sonham em ter, bom, pelo menos nos primeiros meses de carreira. Ali havia uma mesa de som também. Era perfeito para tocar lá. Pelo menos parecia.

-E então, gostaram? - disse Gustav. Pude perceber que nesse dia ele parecia estar se soltando mais, falando mais com a gente, provavelmente perdendo um pouco da vergonha, pois não precisava conhece-lo para saber que ele era tímido, até demais em certos casos e situações.

Depois de um pouco de demora vindo da nossa parte, Georg disse com um olhar divertido:

-Já sei, não era tudo aquilo que vocês precisavam né... - então rimos, finalmente despertando do nosso transe momentâneo.

-Não, não é isso, achamos muito legal! - eu respondi sorrindo.

-Que bom, fico feliz que tenham gostado. Vimos que havia um baixo encostado em uma das paredes, então Tom fitou um pouco o instrumento e depois perguntou:

-Por que você tem um baixo e não tem uma guitarra?

-Na verdade aquele baixo não é meu, é do Georg. É ele deixou aqui em casa antes de irmos pra escola. - vi que ele deu um riso baixo.

-Ah ta, se não eu já ia brigar com você por ter que me fazer levar essa guitarra pesada por todos os lugares! - ele disse de um jeito brincalhão e eu não pude segurar o riso. Tudo que o Tom falava, por mais idiota que fosse, eu dava risada. Eu não sei se as coisas eram realmente engraçadas ou se eu é que tinha problemas mentais mesmo... Talvez a segunda opção seja a mais certa e sensata de se considerar.

Vi que todos riram também, então pela primeira vez eu não me senti louca e nem demente. Ok, não foi a primeira vez, mas foi uma das raras vezes. Eu queria rir dos meus próprios pensamentos sobre a minha loucura, mas resolvi não fazê-lo, se não era capaz que o resto das pessoas chegassem a essa conclusão e eu não queria ser internada com apenas 15 anos de idade. Ta, isso seria um fato engraçado, mas era melhor que não acontecesse, então tirei esses pensamentos idiotas da minha cabeça e tentei me concentrar nos meus amigos que estavam naquele cômodo junto comigo. Quando o fiz, percebi que eles me olhavam com uma cara estranha, talvez com medo de mim. Com razão, provavelmente enquanto eu pensava, estava fazendo caras e bocas feito uma idiota, e nem tinha me dado conta disso. Então apenas lancei um sorrisinho sem-graça e vi eles balançarem a cabeça negativamente, depois voltando a conversar.

Eu ainda não sei como o Bill e o Tom me aguentavam por todo esse tempo...

Eu ainda me lembro da primeira vez que eu falei com o Bill e com o Tom...

Eu estava chegando na escolinha do jardim de infância. Eu tinha apenas quatro anos. Era uma criança feliz até, exceto pela parte do meu pai ter deixado eu e minha mãe há um ano, mas como eu era pequena, não me abalei muito, apenas me lembrava do meu pai de vez em quando. Então uma professora levou eu e outras crianças para a salinha. Tinha várias mesinhas com quatro cadeiras em volta de cada uma delas. Vi todas as crianças sentarem nas mesinhas, e quando eu vi, já não tinha mais lugar pra mim nas mesinhas que tinham crianças. Havia apenas uma mesinha com três garotinhas, então eu fui me sentar lá, mas uma delas me disse:

-Você não pode se sentar aqui!

-Por que não? - eu perguntei com uma carinha triste.

-Porque aqui só senta pessoas legais! - então uma das outras mostraram a língua pra mim e vi que meus olhinhos se encheram de lágrimas pela ofensa, mas eu não quis chorar na frente delas, então engoli o choro e fui me sentar sozinha na mesinha que estava sobrando. Acho que a professora me viu lá sozinha, então foi falar comigo.

-Calma, a tia fica aqui com você. - ela deu um sorriso meigo e compreensivo, então eu dei um sorrisinho fraco pra ela. Quando olhei pra porta, estava chegando dois garotinhos iguaizinhos. Sério, eles eram totalmente iguais. Então fiquei um pouco confusa. Logo vi que a professora foi falar com eles, provavelmente falando pra eles virem se sentar comigo. Pra minha sorte eles aceitaram e vieram se sentar na minha mesa. Quando olhei pra mesa daquelas garotinhas metidas, vi elas cochichando algo, com uma cara maldosa, mas resolvi nem ligar e tentar conhecer os garotos novos.

-Oi. - eu disse sorrindo.

-Oi, como é o seu nome? - disse um deles.

-Jennifer, e o seu?

-Bill. Esse é o meu irmão gêmeo Tom. - os dois deram um sorrisão. Então como eu não era muito inteligente, não sabia o que significava a expressão 'gêmeo'.

-Gêmeo? O que é isso? - eu fiz cara de interrogação. Vi que Bill deu uma risadinha, sendo acompanhado pelo seu irmão Tom.

-Você não sabe?

-Não. - respondi envergonhada.

-Ah, vou te explicar. Gêmeos são quando nascem dois ou mais bebês iguais, assim como eu e o Tom. - então ele sorriu. Ele parecia ser muito inteligente, diferente de mim.

-Ah ta... então vocês são irmãos gêmeos? - perguntei para conferir se eu tinha mesmo entendido o significado de gêmeos.

-Isso.

-Vai ser tão difícil eu me lembrar qual de vocês é o Bill e qual de vocês é o Tom.

-Hm, o que a gente pode fazer pra te ajudar? - disse Bill pensativo.

-Já sei! - eu disse enquanto pegava uma canetinha preta no meu estojo. Então fiz um risquinho no rosto do Tom.

-Ei! O que é isso? - ele gritou enquanto esfregava o rosto para tirar a mancha de canetinha.

-Não, não apaga! - eu segurei a mão dele.

-Por que não?

-Porque eu vou decorar assim, o que tiver a marca de canetinha é o Tom e o que não tiver é o Bill!

-E por que não pode ser ao contrário? - disse Tom ficando emburrado.

-Não sei, talvez porque você não falou comigo até agora e eu resolvi ser má com você. - eu dei um sorrisinho maligno para ele, que me olhou com raiva. Bill riu do irmão.

-Boba! - Tom mostrou a língua pra mim.

A partir desse dia, nós três nos tornamos inseparáveis...

Então fiquei observando os traços de Bill e Tom. Como eles haviam mudado! Antes eles eram idênticos, em tudo! Usavam roupas iguais, o cabelo era igual e agora olha só, Tom usa esses dreads doidos, um piercing no lábio e Bill pintou o cabelo de preto, arrepia um pouco, passa maquiagem, tem um piercing na sombracelha e na língua... Tão iguais, mas tão diferentes. Na verdade, se você olhar rapidamente, eles nem parecem gêmeos, você só percebe isso olhando bem pra cada traço deles, que por sinais são muito bonitos. Calma gente, eles são só meus amigos, nada mais que isso, só acho eles bonitos, nada demais!

-Jenny, acorda! Ta sonhando é? - disse Tom estalando os dedos na frente do meu rosto.

-Ai, desculpa gente. - eu disse ficando vermelha.

-Hoje você ta estranha... - disse Tom com uma cara engraçada, me fazendo rir.

-Não sei o que deu em mim hoje... - eu disse sendo sincera, pois eu realmente não sabia o que estava acontecendo comigo hoje.

-Então vamos tocar? - disse Georg.

-Aham. - dissemos todos juntos, então rimos com isso. Gustav foi pra sua bateria, Georg ligou o baixo na caixa de som e Tom fez o mesmo.

-Ah, os microfones estão ali. - Gustav disse apontando pra um canto, onde havia uma caixa com quatro microfones. Então Bill pegou um e eu outro. Ligamos no auto-falante e Tom disse:

-O que vamos tocar?

-Hm, pode ser Nirvana, Smells Like Teen Spirits? - eu sugeri com uma carinha fofa, só pra todos aceitarem.

-Por mim tudo bem... -disse Georg -E pra vocês?

-Tudo bem pra mim também. - disse Gustav sorrindo. Tom apenas assentiu então ele começou com os primeiros acordes da música, depois sendo seguido por Georg e Gustav. Eu percebi que ficou bem legal o som. Pelo jeito eles também gostaram, pois sorriram e continuaram tocando. Então chegou a hora de começar a cantar. Eu fiquei um pouco nervosa, então achei melhor deixar apenas Bill começar a cantar.

Load up on guns and bring your friends

It's fun to lose and to pretend

She's over bored and self assured

Oh, no, I know a dirty word

Hello, hello, hello, how low

Hello, hello, hello, how low

Hello, hello, hello, how low

Hello, hello, hello...”

Depois eu comecei a cantar apenas nessa parte em diante.

With the lights out it's less dangerous

Here we are now entertain us

I feel stupid and contagious

Here we are now entertain us

A mulatto, an albino, a mosquito, my libido

Yeah! Yay! Yay!...”

Também pude perceber o sorriso deles, provavelmente aprovando a nossa voz, pra nossa sorte, é claro. Eu amo essa música, por isso colocava emoção em cada frase que eu pronunciava da música, talvez deixando a minha voz melhor. Na verdade eu tinha reparado que quanto mais emoção eu colocava na minha voz, melhor ela saía. E isso era ótimo.

Depois que terminamos de tocar, Georg começou a aplaudir, sendo acompanhado por todos nós.

-Incrível! - ele exclamou parecendo estar extasiado. Bill me abraçou de lado e vi que seus olhos eram sonhadores, sinceros e alegres, me deixando mais feliz ainda.

-Que tal a gente tocar outra música pra ver se a nossa sintonia é realmente tão boa assim?

-Que tal Green Day? - disse Bill. Eu e Tom reviramos os olhos, pois já sabíamos que ele escolheria Green Day.

-Pode ser. - disse Gustav.

-É, mas qual? - disse Georg dessa vez.

-American Idiot! - eu sugeri dessa vez. Particularmente, eu também adorava essa música. Era minha segunda música preferida depois de Boulevard Of Broken Dreams. E tudo isso por culpa do meu querido amigo Bill, que me viciou nessas músicas. Então começaram a tocar. Dessa vez eu tomei coragem e comecei a cantar a música desde o começo.

Don't wanna be an American idiot
Don't want a nation under the new midia
And can you hear the sound of hysteria?
The subliminal mind, fuck America

Welcome to a new kind of tension
All across the alienation
Where everything isn't meant to be ok
Television dreams of tomorrow
We're not the ones meant to follow
For that's enough to argue”

No meio da música eu estava me soltando mais, me vi jogando a cabeça pra frente e pra trás e Bill sorrindo pra mim enquanto cantava junto, também se divertindo do mesmo jeito. Tom, Gustav e Georg estavam em sincronia perfeita com os instrumentos. Pelo jeito se eles realmente montasse uma banda, ia dar muito certo.

Well maybe I am the faggot America
I'm not a part of a redneck agenda
Now everybody do the propaganda!
And sing along in the age of paranoia

Welcome to a new kind of tension
All across the alienation
Where everything isn't meant to be ok
Television dreams of tomorrow
We're not the ones who're meant to follow
For that's enough to argue...”

Depois que terminamos de tocar, todos estavam extasiados e pareciam estar bem alegres, assim como eu.

-Nem precisa falar que deu certo né? - eu disse esperando que eles falassem alguma coisa.

-Com certeza! - disse Tom com a alegria transbordando em seu olhar.

-Eu achei demais! - disse Georg.

-Eu também, não esperava tudo isso.

-Vocês nem erraram! - exclamou Bill com os olhos brilhando de felicidade.

-Então, a proposta que eu fiz mais cedo ainda ta de pé? - disse Georg com um olhar sugestivo. É claro que não tinha como recusar essa proposta.

-Com certeza! - eu, Bill e Tom dissemos em uníssono, sem nenhuma sombra de dúvida. Eu pelo menos estava convicta do que eu queria.


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Notas finais do capítulo

Reviews? *-*

FELIZ ANO NOVO PRA VOCÊS LEITORAS LINDAS *-*
MUITAS ALEGRIAS, FICS E TOKIO HOTEL NA VIDA DE VOCÊS ♥



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