You remind me of home. escrita por Jones


Capítulo 3
Sweet dreams of holly and ribbon, mistakes are forgiven


Notas iniciais do capítulo

Esse é o capítulo final :/ o próximo é apenas um epílogo curtinho.
espero que tenham gostado da minha besteirinha clichê de natal ♥



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Quando Hermione coçou os olhos naquela manhã, ainda embriagada pelo sono e com a cabeça doendo pelo excesso de vinho e cidra da noite anterior, percebeu que 1) não estava no seu quarto, e sim com o rosto amassado no sofá em que supostamente seu hóspede inesperado dormiria. 2) para seu alívio e baixa tolerância ao álcool, vestia roupas. Mas não as roupas que vestia na noite anterior... Não. Vestia seu suéter vermelho mais natalino, aquele com um grande Papai Noel no centro e duendes de roupas listradas. Em algum momento da noite trocou as calças de moletom por uma legging verde que nem sabia que tinha. 3) algo na sua casa cheirava muito bem. Na verdade, maravilhosamente bem.

Quando abriu os olhos um pouco mais acordada e disposta a descobrir de onde vinha o cheiro, olhou em volta e pensou: uau. Parecia que o Polo Norte de um filme natalino de sessão da tarde tinha sido vomitado em sua sala de estar e em todo o caminho até a cozinha. Ronald tinha encontrado todas as decorações antigas da família e pendurado todas naquela casa. Havia guirlandas, boás, luzes e principalmente laços e fitas. Sob a árvore não tinham presentes, mas de certa forma Granger achava que já tinha recebido o seu na véspera.

Se sentiu ridícula apenas por ter pensado nisso, mas se existia esse negócio que todos se gabavam de se apaixonar por alguém, não só de olhar para ela, mas por todas as coisas certas e erradas que ela diz, por te devolver algo que você achava que tinha perdido em apenas uma noite... Bem, Hermione estava apaixonada.

Ronald a lembrava de casa. Do conceito de lar.

— Bom dia, dorminhoca. – ele disse quando a avistou na cozinha com o maior dos sorrisos. – Eu tomei a liberdade de terminar nossas decorações natalinas.

— Estou me sentindo numa loja de departamentos com todas as decorações a venda no momento. – Hermione disse de maneira seca, mas seu sorriso denunciava a felicidade que ela sentia naquele instante. Era estranho. – E você encontrou seu caminho na cozinha... Não sabia que você cozinhava.

— Eu não cozinho. – ele encolheu os ombros. – Mas sei me virar e você ficou repetindo várias vezes que você precisava comer rabanadas e panquecas na manhã de natal. Felizmente comida de café da manhã é minha única especialidade.

— Você está fazendo rabanadas para mim? – ela disse incrédula com o rosto levemente corado. – Você não precisava fazer isso.

— Claro que eu precisava. – Ronald encolheu os ombros e sorriu tímido. – Você fez o jantar e... A gente se divertiu ontem a noite e eu pensei em contribuir de alguma forma, quer dizer... você merece natais felizes Hermione e eu... Bem, eu quero ser mais que uma imposição no seu natal, se você quiser que eu seja, achei que podíamos ser amigos pelo menos, eu disse pelo menos? O que eu estou falando? Por que você está me deixando falar?

— Porque você está sendo fofo. – ela deixou escapar e o viu ficar cada vez vermelho. – E eu acho que podemos ser amigos... Pelo menos. A gente se conhece há menos de doze horas, não sei nada sobre você.

— O que você quer saber? – ele não tinha o tom de voz mais confiante, mas se sentiu mais seguro ao ouvi-la dizer que ele estava sendo “fofo”. – Eu sou de uma família humilde, tenho cinco irmãos mais velhos e uma irmã mais nova, você escutou minha mãe no telefone... Eu sou conhecido como o atrasado da família, o que nunca chega no horário ou não chega.

— Eu sou extremamente pontual. – ela observou e cruzou os braços. – E não tenho irmãos e irmãs.

— Não estou ajudando o meu currículo com essa descrição fiel sobre mim. – ele riu e ela achou que talvez fosse cair do banco da cozinha onde estava sentada. Ela poderia gravar aquela risada e escutar todas as vezes que ficasse triste para se sentir melhor. – E você tem cara de ser a pessoa mais organizada do mundo.

— Deixa eu adivinhar: bagunceiro, não é?

— Um pouco. – ele coçou o cabelo, enquanto desligava a frigideira e exibia o grande prato cheio de rabanada. Tirou do microondas o prato com as panquecas mornas.

— Onde você arranjou o xarope de bordo? – ela perguntou quando ele colocou sobre a mesa.

— Eu comprei. – ele encolheu os ombros novamente.

— As rodovias já estão abertas? – Hermione perguntou tentando esconder a decepção de sua voz.

— Sim. – Ronald respondeu mordendo o lábio inferior; seu rosto estava completamente vermelho, mas os olhos eram esperançosos. – Eu posso ir embora quando você quiser que eu vá, inclusive.

— Eu... – ela respirou fundo. – Você não precisa ir, se você não quiser.

— Grinch, você está dizendo que quer que eu fique com você nesse lindo dia de natal? – o sorriso dele era radiante e ela não pôde evitar replicá-lo.

— Se você não tiver outro lugar para ir... – ela quis parecer indiferente.

— Eu sou a pior pessoa do mundo para pegar sinais. – ele colocou as mãos nos bolsos. – Você realmente quer que eu fique?

— Ronald. – ela murmurou, mordendo o lábio inferior. – Eu quero que você fique aqui comigo, comendo essas rabanadas maravilhosas enquanto eu descubro tudo o que existe para saber sobre sua vida.

— Ah, que bom. – ele respirou aliviado. – Eu também quero saber tudo o que há para saber sobre você.

— Não há muita coisa para se saber sobre mim. – Hermione sorriu também aliviada. Era ridículo como se sentia encantada feito uma adolescente por esse rapaz que mal conhecia, ao mesmo tempo que sentia que conhecia há anos. – Eu tenho uma fazenda de árvores de natal: um ótimo negócio em dezembro, um péssimo negócio no restante do ano.

— E o que você faz nos outros meses?

— Eu sou advogada. – ela murmurou como se fosse a coisa mais desinteressante do mundo. – Mas eu prefiro ser a Hermione dona da fazenda de árvores de natal do que ser a Hermione advogada.

— Eu sei como é. – ele concordou, servindo o chocolate quente que tinha feito mais cedo.

— Que horas você acordou para ter conseguido fazer isso tudo?

— Eu não dormi muito. – confessou, sorrindo. – Sem contar que eu imaginei que se você acordasse de conchinha comigo no sofá, você ia me expulsar.

— Nós dormimos juntos? – foi a vez dela de ficar num tom escarlate que ela não sabia que a pele dela atingia.

— Não desse jeito que você está pensando. – Ron disse, encolhendo mais uma vez os ombros. Hermione girou os olhos. – Só dormimos.

— Minha nossa.

— Mas como eu estava dizendo. – Ronald continuou como se não fosse nada demais que tivessem dormido juntos numa posição tão íntima. – Eu sei como é, se eu pudesse morar numa fazenda onde é natal todos os dias do ano, eu não ia querer voltar para o meu trabalho chato em um escritório.

— Meu trabalho não é chato. – ela disse defensivamente. – Só não é tão feliz quanto esse.

— A gente deveria mudar isso. – ele disse de maneira determinada.

— A gente?

— Se você não me mandar embora.

— Eu já te disse que não quero te mandar embora.

— Eu não estou falando apenas sobre hoje. – a voz dele era baixa como um sussurro. – Eu não sei se eu estou imaginando alguma coisa aqui... Se existe magia no natal realmente, se meu carro deveria ter quebrado aqui perto para eu te conhecer. Eu não sei, eu me sinto diferente, eu sinto que eu encontrei o que eu estive procurando sem saber que estava procurando.

— Eu sou quem você estava procurando?

Ele anuiu com a cabeça e sorriu, colocando as mãos nos bolsos novamente.

— Eu sei que é cedo demais para esse tipo de sinceridade. – Hermione se aproximou dele e sorriu. – Mas se existe magia no natal, a magia me trouxe o maior dos presentes. E você não está imaginando nada, eu que estou ponderando quanto tempo falta para você me beijar.

Ele sorriu e diminuiu ainda mais a distância entre os dois, selando seus lábios.


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