You remind me of home. escrita por Jones


Capítulo 1
Prólogo - my winter nights are taken up by static




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— Vamos lá carrinho, só mais alguns quilômetros! - Ronald suplicou para o antigo Ford Anglia de 67. Como que de propósito, o carro começou a engasgar e foi cada vez mais devagar até parar de vez. Ele olhou para cima e para o rádio que antes de desligar anunciava a maior tempestade de neve dos últimos tempos. - Maldito aquecimento global e suas variações climáticas infernais.

Ronald Weasley pensou em todos os presentes de natal no porta-malas. Na neve que começava a se acumular nas rodas do carro. Olhou em volta procurando algum sinal de vida naquela estrada erma e afastada.

Encontrou uma placa que dizia "Grangers' Christmas Tree Farm - a  800m".

Por ser véspera de natal e já estar ficando escuro, talvez não tivesse mais árvores ou movimento na fazenda. O que significava que talvez não tivesse mais funcionários ou alguém lá. Resignado, pegou a mochila e o casaco grosso no banco de trás do carro e o maldito telefone sem bateria. Se fosse mais religioso, teria ajoelhado e pedido aos céus que tivesse alguém na fazenda de árvores de natal, mas resignou-se a caminhar a passos largos em suas pernas compridas e seu ombro curvado em seus quase dois metros de altura.

Molly Weasley o mataria, isso se ele não morresse de hipotermia antes. Ela tinha dito em sua voz de mãe ursa que definitivamente conhecia mais os filhos que eles mesmos que Ronald tinha que dirigir pelo menos no dia vinte e três, porque com a tendência a atrasos e sua má sorte, ele ficaria perdido em algum lugar e não chegaria a tempo para a ceia de natal. E é aquela coisa né? Quando a mãe fala "leva o casaco que mais tarde vai fazer frio", sempre faz frio. Quando a mãe fala "leva o guarda-chuva, porque vai chover", pode estar 32 graus celsius com o céu limpo e sem nuvens, que vai chover. E quando a mãe fala que ele não vai chegar a tempo... Bem, ela poderia não ter dito essas maldições em formas de profecias, e de repente ele não estaria com as botas cheias de neve e com o nariz vermelho e congelando. De repente ele não estivesse quase se arrependendo de ter saído do aquecedor que mal funcionava no carro enquanto se aproximava de um casebre em formato de chalé.

Um chalé bonito e sem enfeites de natal, de madeira escura e com uma chaminé que expulsava fumaça e fuligem. Parecia um chalé espaçoso, mesmo que o Grinch vivesse ali... Como você tem uma fazenda de árvores de natal e sua casa não tem um pisca-pisca?

Ele bateu na porta uma, duas, três... Sete vezes. Até o Grinch aparecer.

E o Grinch não era verde e feio, não, muito pelo contrário se o contrário dizer sentido. Ela tinha a pele marrom, cor de chocolate, os cabelos armados e agitados em cachos e cachos de diferentes tamanhos que pareciam meio amassados pelo sono. Os olhos castanhos num tom escuro e quase negro, o nariz arrebitado e os lábios cheios e naquele momento franzidos.

— Não temos mais árvores. - ela cruzou os braços e usou uma cara de poucos amigos nada agradável. - Inclusive, está bem em cima da hora para comprar uma árvore, você não acha?

— Eu não vim comprar árvore. - ele semicerrou os olhos e franziu os lábios. Lembrou que precisava de um favor e então tentou ser simpático com a Grinch. - Meu carro quebrou no meio da estrada, a menos de um quilômetro daqui e eu só precisava usar um telefone, você poderia me ajudar?

— Bom, você é um estranho na véspera de natal com uma desculpa esfarrapada. - ela pareceu pensativa e olhou para a cara vermelha e os braços apertados morrendo de frio. - Mas, tudo bem, só não me mate.

Ela abriu espaço para ele passar pela porta e o assistiu tirar o cachecol e seu corpo relaxar no calor da lareira. Ronald respirou fundo e olhou em volta. Uma árvore de natal com poucos enfeites e nenhum presente. As meias com os nomes de três pessoas. Se perguntou se tinha outras pessoas na casa.

— São as meias dos meus pais. - ela mordeu o lábio inferior e olhou para os pés.

— E onde eles estão? - ele sorriu com simpatia. O senso comum de perceber que algo com certeza não estava certo e o assunto era delicado, não bateu em Ronald.

— No mausoléu da família, atrás da fazenda. - ela respondeu mecanicamente. - O telefone fica ali no escritório, segunda porta a direita.

Ronald discou o número no telefone de linha antigo e suspirou sabendo exatamente o que sua mãe ia falar.

— Oi. - Ronald quase chorou ao ouvir que era a mãe que atendeu ao telefone.

— RONALD BILLIUS WEASLEY. - a voz dela soava como um megafone no telefone. - EU TE DISSE QUE SE VOCÊ PERDESSE MAIS UM JANTAR DE NATAL EU IRIA ATRÁS DE VOCÊ ATÉ NO INFERNO.

Ronald sentiu suas orelhas esquentarem e ficarem vermelhas, consciente de que a Grinch estava próxima e ouvindo tudo o que sua mãe dizia.

— É mãe, desculpa. - ele lamentou tentando desviar dos olhos inquisitivos de sua anfitriã.

— DESCULPA?

— Sim, eu realmente sinto muito. - ele mordeu o lábio inferior. - Eu vou estar aí assim que possível.

— E ONDE VOCE ESTÁ AGORA?

— Estou numa fazenda de árvores de natal. - ele gemeu. - Uma moça me deixou usar o telefone.

— DEIXA EU FALAR COM ELA.

— Mãe, eu não acho que ela queira falar com você. - ele disse de maneira preocupada.

— Eu posso falar com ela. - Grinch disse e pediu para que ele estendesse o telefone. - Boa noite, senhora Weasley.

— Boa noite, querida. – a senhora Weasley disse ao telefone. – Como está o clima aí?

— Está... – ela pensou no que dizer. – Tempestuoso.

— Então Ronald não está mentindo.

— É CLARO QUE EU NÃO ESTOU MENTINDO. – Ronald gritou por sobre o ombro.

— Não ligue para o meu menino, as festas de fim de ano costumam deixa-lo meio estressado. – a mulher disse pelo telefone. – Sabe como é, compras de natal, trânsito... Dirigir até em casa.

— Ah sim, temos vários clientes altamente felizes e ao mesmo tempo estressados nas festas de fim de ano. – Grinch disse pelo telefone.

— Qual o seu nome, querida? – Senhora Weasley perguntou.

— Hermione Granger, senhora Weasley.

— Pode me chamar de Molly, querida. – Hermione sabia que ela deveria estar sorrindo. – Meu filho pode ser meio bruto e um pouco insensível, mas é uma boa pessoa.

— MÃE!

— VOCÊ É MESMO, MEU FILHO, NÃO DISCUTA. – ela disse um tanto irritada. – Mas como eu estava dizendo, ele é um bom garoto e eu agradeceria, minha querida Hermione, se você pudesse abriga-lo durante essa tempestade.

— Eu não sei...

— Ele vai ser respeitoso e vai te manter companhia nessa noite de natal, querida. – Molly disse docemente. – Boa noite, querida e mande um beijo para Ronald.

Ela desligou e olhou para o garoto ruivo em sua frente.

— Eu acho que agora eu tenho companhia para o natal. – ela suspirou e Ronald deu de ombros, vermelho e sem graça.


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Notas finais do capítulo

Já já teremos mais capítulos, prometo ♥
Me digam se gostarem?



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