Não Se Apaixone Pelos Rosemberg escrita por Melrianne soares andrade


Capítulo 6
Capítulo 6: Não me Sinto intimidado por ninguém




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Depois que Liam me deixou andando sozinha pela calçada, demorou apenas alguns minutos para eu avistar um shopping que é próximo de casa. O que significava que eu não estava realmente perdida. Mesmo que eu tenha crescido nessa cidade, nunca fui muito de sair de casa pra me divertir; a maioria do meu tempo passava estudando em casa. 

 

Lembro quando não tinha mais livros pra poder me dedicar. Então papai sempre arrumava livros de outros anos acima do meu, por isso sempre fui mais avançada nos estudos e quando a professora passava uma matéria nova, eu já havia aprendido e até decorado cada resolução. Mas eu já fui em uma festa com Evan, Every e Aiysha. Não é como se eu fosse uma estranha por completo.

 

— Mel, quer uma carona? — reviro os olhos, segurando minha alça da mochila com força.

 

— Liam eu já te disse que não quero sua carona e nem nada com você. Então pode começar a esmagar as suas expectativas.

 

— Me dói só de você pensar que eu seria igual a ele — reconheço a voz de Evan.

 

Olho rapidamente para o garoto ao meu lado, dou graças a Deus que é alguém conhecido e que tenho total confiança.

 

— Evan, ainda bem — sorrio — Espera, esse é o Vicent? — passo o olhar para o banco de trás do seu carro.

 

O Marshall estava deitado no banco de trás do seu Mustang novo. Adentro seu carro, me sentando ao lado do motorista. Só posso ouvir o ruído do couro do banco pelo fato de Vicent estar se remexendo a cada segundo.

Provavelmente ele só está assim porque foi em uma festa no meio da semana, o que não é algo muito recomendado para a maioria dos alunos.

 

Ouço Evan reclamar todo dia que o Vicent está hospedado em sua casa porque seus pais estão em uma viagem de "negócios". Foi isso o que os Marshall disseram antes de abandoná-lo na casa dos Sherwood. É como se o mesmo fosse um bebê em uma cesta com uma plaquinha escrita me adote. Agora que o garoto de cabelos escuros e pele clara está na casa de Evan, ele sai a hora que quer e volta só pela manhã para o café. 

 

Seja lá o que esse homem

faz, espero que não prejudique os Sherwood. Já é bondade demais hospedarem Vicent lá, e abusar da bondade deles não é uma opção.

 

 — Preferia que não fosse — solta um riso fraco, travando seu automóvel — Por que achou que era o Liam? Por acaso ele passou por aqui primeiro? 

 

— Para o meu azar, sim. — procuro chiclete no seu porta-luvas — Achei que já tivesse ido embora — o observo dirigir.

 

— Tive esperar a reunião de negócios do seu pai terminar para poder explicar o porque do Vicent ter dormido em todas as aulas — me olha de soslaio.

 

— E qual foi a sua maravilhosa desculpa bem elaborada dessa vez?  — faço uma bola de chiclete.

 

— Diretor Berkeley, o Vicent Marshall ficou transtornado depois que seus pais viajaram para Cancún sem ele — demonstra o modo que conversou com papai.

 

Evan sempre foi bom com mentiras inventadas de última hora. Diferente de mim que não sou boa com coisas feitas de última hora. Me sinto muito pressionada ao saber que não tenho um discurso ou uma ideia preparada em mente. Tirando isso, eu também sou uma péssima mentirosa. 

 

Não sei como os adolescentes têm o dom de fazer isso tão bem, eu pelo contrário tenho minha cabeça foçada nos estudos, o que quase nenhum Colegial tem o dom de dominar. 

 

Papai provavelmente tem medo que os Rosemberg me contaminem. É como se eu fosse uma água pura e cristalina e eles...bom, posso dizer que não é algo puro, mas é uma coisa irresistível de se conter.

 

— Papai estava muito preocupado com a reunião de negócios para perceber que estava mentindo. Aliás, ele confia em você  — avisto nosso condomínio — Mas não fala para ele que te contei isso — estreito os olhos.

 

Por incrível que pareça, Evan e eu moramos no mesmo condomínio. Porém, papai quase nunca me deixa pegar carona com Evan e seu bebê novo. Meu pai diz que eu ficarei mal falada se me virem com o Evan. O que é uma baboseira. E se torna inútil, pois fico ao seu lado o tempo todo no colégio. 

 

— Relaxa, papai não vai te deixar de castigo — brinca com o modo que chamo meu pai.

 

— Eu não, mas pode deixar você e o Vicent na detenção por ele ter dormido na aulas e você o ter encobertado, estando ciente do que seu parceiro fez — mordo o lábio inferior.

 

— A gente tá em um universo onde você é manipuladora e chantagista? — observa cuidadosamente meus movimentos até minha boca.

 

Evan para o carro em frente ao portão escrito morador. Ao nosso lado oposto havia outro portão para visitantes, o que é uma burocracia demorada só para alguns colegas me visitarem quando precisamos fazer um trabalho, por exemplo. É menos descomplicado quando eu passo com meus amigos no portão de morador, pois eles estão acompanhados da minha pessoa.

 

— Melinda Berkeley — digo, mudando de assunto.

 

Quando tive que falar meu nome para o segurança do condomínio, precisei chegar perto do loiro para  ser mais rápida que ele e mudar totalmente o rumo da nossa conversa.

 

— Evan Sherwood — com sua mão direita, afasta meu rosto que estava perto do seu.

 

Por incrível que pareça, o garoto sempre se sentiu desconfortável com muita aproximação entre nós dois. É estranho Evan se sentir assim, pois nunca o vi ter essa reação em relação a ninguém. Nem mesmo com a Every que ficava muito em cima dele.

 

— Se sente intimidado? — os seus olhos arregalaram-se.

 

Evan me deixa em frente de casa ainda sem responder a minha pergunta. Me despeço dele e do Vicent que fingia continuar dormindo depois de ter passado por dois quarteirões atrás. 

 

 — Você menos que ninguém devia saber que eu não me sinto intimidado por ninguém — responde antes de dirigir para o lado oposto da sua casa.

 

Ando pelo caminho de zigue-zague que impedia de pisar no jardim cultivado pela minha mãe. Entro dentro de casa, sentindo um cheiro familiar abraçar meu corpo, cheirava a waffles da mamãe. Antes que eu pudesse procurar a pessoa culpada que invadiu minha casa com esse cheiro, sou supreendida por alguém atrás da porta.

 

 — Surpresa! — me viro para trás com o coração acelerado.

 

— Mamãe — pulo de alegria em cima da mesma.

 

Ella Roosevelt, minha mãe foi morar em Paris depois de ter se separado do meu pai. Papai disse que foi por causa que mamãe estava traindo ele com outro homem rico, mas às vezes eu acho que ela se sentia presa com o homem com quem casou. Também me sinto assim, quando paro para pensar talvez Ella apenas se cansou de uma voz autoritária sempre ordenando sempre o que devia ou não fazer. 

 

Mesmo que eu ame demais da conta meu papai, eu faria o mesmo, iria embora para Paris igual a minha mãe. Agora para o William Berkeley, é como se ele tivesse perdido  a mamãe.

 

 — Você deveria ter me ligado — faço um beicinho — Eu teria feito uma festa de boas-vindas para você, mamãe — deixo minha mochila no sofá.

 

— Deixa de formalidades minha filha — segura meu ombro — Tenho uma surpresa para você!

 

— Comprou um robô faz-tudo para mim? — brinco.

 

— Posso ser o seu faz tudo se você quiser — ouço uma voz rouca atrás de mim.

 

Fico paralisada sem saber o que fazer, estou com receio de olhar para trás pra ver quem é o indivíduo na minha casa. O semblante de mamãe aparentava estar alegre, esperando a minha reação ao ver a sua suposta surpresa. Me viro para trás.

 

— Quem é você e o que faz na minha residência? — esbravejo.

 

— Uh, sua filha é o oposto do que me disse, Ella — minha expressão endureceu.

 

Encaro os dois esperando uma explicação que diz o motivo desse garoto estar na minha casa e porque ele quer ser o meu faz tudo. Esse garoto nem deve saber como preparar uma refeição agradável. A não ser que tenha dito que queria ser meu robô faz tudo com uma intenção maliciosa. Se for do modo que estou pensando, descarto a ideia dele ser meu faz-tudo.

 

— Mel — chama minha atenção — Ele é seu irmão — sinto meu rosto empalidecer.

 

Fico quieta, processando o que acabei de ouvir da mamãe. Estava esperando ela me dizer que era mentira e que ele é um ator que contratou para pregar uma peça em mim de boas-vindas, mas isso não aconteceu.

 

— Não, não é possível. Eu não tenho irmão — forço um sorriso. — Sou filha única!

 

— Meio-irmão — o garoto me corrige.

 

Me recomponho e o encaro com a sobrancelha arqueada.

 

— Você deve ser o bastardo — lhe lanço um olhar porco

 

— Melinda Bell Berkeley — mamãe fica vermelha de raiva — o Blake não é um filho bastardo, e mesmo que não seja do meu sangue, eu o considero como um filho.

 

— Quem usa esse tipo de palavra hoje em dia — debocha — Mas pra sua sorte eu não sou o filho gerado fora do casamento da sua mãe — me examina com o olhar.

 

Então Blake era o nome do sujeito, ainda bem que não é meu irmão de sangue. Tenho total certeza que odiaria essa hipótese.

 

— Ainda bem que Ella teve senso e não fez isso comigo — suas sobrancelhas se juntaram — Senti o famoso cheiro dos seus waffles  — me direciono a ela.

 

— Você vai adorar o ingrediente secreto que adicionei na receita — abraça meus ombros.

 

— Então...onde fica o meu quarto? — fico boquiaberta com a revelação de Blake.

 

Paro de me locomover no caminho até a cozinha. Ainda bem que não preciso me preocupar com o fato dele querer morar aqui. Nossa residência não é um hotel. Tenho a convicção que papai não vai aprovar a ideia desse garoto morar na mesma casa que eu, até porque nem é seu filho.


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