Não Se Apaixone Pelos Rosemberg escrita por Melrianne soares andrade


Capítulo 5
Capítulo 5: Se estiver mentindo, ela vai descobrir




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Só porque as garotas do Colégio caiem aos pés do garoto solitário, não quer dizer que eu também sou uma delas. Eu não me disfarcei de enfermeira só para ficar perto do Henrik, ou até querer descobrir a sensação da maciez da sua pele contra a minha. 

 

Nunca em sã consciência eu faria isso, apenas estou ajudando a Sr. Bridget, mas isso não é da conta do Henrik e de mais ninguém. Garotos são tão convencidos quando querem.

 

— Não é como  se eu quisesse estar aqui — pego sua mão, continuando a passar álcool nos ferimentos. Me forço a não ficar nervosa.

 

Henrik fica quieto, apenas me observando  cuidar da sua mão machucada. Eu queria ao menos perguntar o que houve com seu punho, mas já posso ter uma ideia só de olhá-la. E eu também fui rude com ele, duvido que responderia a minha pergunta. 

 

O motivo dos seus machucados provavelmente deve ser algo que esmurrou no calor do momento, ou expressando sua raiva. Incrível como eu nunca expressei minha raiva ferindo minha mão ou qualquer parte do meu corpo. 

 

Mesmo se eu estivesse com raiva, nunca conseguiria me machucar, mesmo querendo com todas as minhas forças. Por isso normalmente eu apenas gasto mais do que deveria no cartão de crédito do papai, ou me recuso a ir ao Colégio, o que é o ápice para ele já que é o diretor.

 

Passo uma pomada anti-inflamatória em seus hematomas e enfaixo sua mão. Com o trabalho já acabado, caminho até minha bolsa que estava em cima da cadeira e apoio minha bolsa no meu colo. Olho impaciente para a porta, esperando a Sr. Bridget aparecer a qualquer momento. Não consigo respirar normalmente com o Henrik Rosemberg à alguns centímetros de mim. 

 

 — Desculpe pela demora, Mel. Sempre esqueço onde coloco os seus remédios — me entrega a caixinha de remédios e guardo a mesma no bolso da minha mochila.

 

— Você me salvou, Sr. Bridget — me refiro aos remédios e ao Henrik Rosemberg.

 

— Fez um bom trabalho — olho para trás para ver do que estava falando. Até que eu não sou tão ruim assim enfaixando mão. Eu seria uma ótima assistente ao cuidar de curativos.

 

Sorrio de boca fechada e saio rapidamente da enfermaria que se tornou quente e apertada nos últimos minutos. Lembro da sensação da sua mão quente e macia contra a minha mão gelada e nervosa. Se papai soubesse de todos esses momentos que aconteceram com os Rosemberg, ficaria louco. 

 

É claro que isso acabaria com a parceira que ele tem com o pai deles e eu não quero que isso aconteça. Só eu sei o quanto isso é importante para papai. Caminho em direção às aulas distraída sem notar Todd Jakobsen no meu caminho e trombo no mesmo.

 

— Me desculpa Todd, estava distraída — escondo uma mecha do cabelo atrás da orelha.

 

— Ei — segura meus ombros de um modo suave —, você parece nervosa. Calma, hoje não tem nenhum teste  surpresa — sorri de canto — Não que eu saiba — o mesmo consegue arrancar um riso de mim.

 

Todd Jakobsen além de ser meu amigo, é um dos cara mais popular do Colégio. É apenas meu amigo porquê o ajudei em algumas aulas que estava tendo dificuldade, e mesmo seus amigos populares e esnobes não irem muito com a minha cara, o moreno faz eles me aceitarem. Todos já me chamaram muitas vezes para se juntar ao seu grupinho poderoso, mas sempre recusei com educação. Prefiro ficar com os meus amigos Evan, Aiysha e Every.  

 

— Quem me dera que meus problemas fossem um teste surpresa — rio fraco e desvencilho do mesmo. Entro dentro da sala.

 

Sorrio aliviada quando vejo meus amigos na mesma aula que eu. Caminho em direção aos mesmos e me sento no lugar vago entre eles.

 

— Kendall Jordan está comentando com os amigos dela que viu você na enfermaria com o Henrik Rosemberg — Every chama minha atenção. Hoje ela está com o seu cabelo loiro cacheado preso em um rabo de cavalo, e com os cílios carregados de rímel.

 

— Aquilo não foi nada, não precisam se preocupar. Não vou me transformar em uma gótica sinistra igual a ele — zombo.

 

— Ainda bem — Aiysha se pronuncia ao meu lado — Acho que eu não iria aguentar seus dias de fúria — brinca, esboçando um riso.

 

— É só dar um doce que ela se acalma — rolo os olhos e rio de Evan que estava sentado em minha frente.

 

Meu sorriso escorrega quando vejo Henrik  com a mão que eu mesma enfaixei entrar dentro da sala. Todos não só olham para ele como também me olham do mesmo modo. Entreolho  os meus amigos que estavam sussurrando uns para os outros.

 

— Eu só enfaixei a mão dele — sussurro, me explicando.

 

— Acho bom que seja só isso mesmo — Every se inclina a altura do meu ouvido — Porque se estiver mentindo, ela vai descobrir  — olha para Nicholette do outro lado da sala.

 

Passo a aula inteira tentando não olhar para Henrik que estava  sentado em minha reta, mas que se localizava do outro lado da sala. Me concentro apenas em me focar nas minhas anotações  de Trigonometria que podem cair na prova. Eu queria poder ao menos dar uma olhada soslaio, mas como as pessoas do ambiente estão de olho em mim, vai ser impossível. Assim que acaba a aula, me levanto e saio da sala, indo guardar meus livros para enfim poder ir embora.

 

— Qual foi a sensação de pegar na mão do Henrik? — escuto uma voz mansa e doce por trás do meu armário. 

 

Fecho meu armário e a olho com a sobrancelha arqueada. Pelo modo que agora me observa parecia estar com medo de mim. Ou se sentindo inferior. Só o que me faltava começarem a pensar que me transformei em uma versão feminina do garoto com o punho machucado.

 

— O quê? 

 

— É que você é a primeira garota mencionada com o Henrik no site de fofoca da Nicholette. A primeira em três anos — sussurra como se fosse um segredo.

 

Então esse alvoroço é porquê nunca viram o Henrik com uma garota? E agora vou ficar conhecida, pois fui a única que ele deixou escalar pelo seu muro que afasta as pessoas ao seu redor. Que modo interessante de ser lembrada no colégio.

 

— Só posso te dizer que não  foi uma sensação agradável — finalizo a conversa e me locomovo até a sala do meu pai.

 

No meio do caminho dispenso alguns amigos que me ofereceram carona. Papai deixou de me dar uma carona, espero que ele cumpra com o que diga. Antes que eu pudesse bater na porta de madeira da sua sala, sua porta é aberta com pressa.

 

— Melinda, querida — fecha a porta atrás de si — O que quer agora? 

 

— Você disse que me daria uma carona depois que acabasse as aulas, papai — seguro a alça da  bolsa.

 

— Ah filha, acabei esquecendo e agora tenho uma reunião muito importante do futuro do colégio — beija o tipo da minha cabeça — Arranja uma carona com os seus amigos, sei que não deixariam ir embora sozinha — caminha apressado em direção à sala de reuniões.

 

— Mas... eu já dispensei eles — digo para mim mesma após ser deixada sozinha no corredor da diretoria.

 

Bufo, saindo do Colégio. Como não vou para o ponto de ônibus pela falta de experiência, resolvo a caminhar até chegar em casa. Depois de alguns segundos caminhando, noto uma BMW andando de forma lenta atrás de mim. Começo a pensar que vou ser sequestrada por causa de estar em uma rua isolada. Pego meu celular e finjo estar falando com alguém. Travo no caminho quando vejo o vidro escuro do carro se abaixar, me amaldiçoo por conhecer quem estava me seguindo com o carro. 

 

Liam Rosemberg.

 

— Tá perdida, Mel? — mesmo negando, sua voz era angelical. Até uma mentira ficaria bonita com aquela voz.

 

— Pareço estar perdida para você? — resmungo.

 

— Não, mas parece precisar de uma carona.

 

O loiro tinha um sorriso perfeitamente arrastado no rosto. Ele estava certo, eu precisava de uma carona. No entanto, não me renderia nunca para o Liam Rosemberg. Minhas amigas sem sombra de dúvidas entraria na sua BMW, mas graças a Deus tenho todos os meus neurônios no lugar e também não quero ser mais um motivo de fofoca. Ainda mais com o Rosemberg popular.

 

— Prefiro ir andando — sorrio forçado e volto a olhar para frente.

 

— Melinda Berkeley — franzo o cenho ao ouvir falar meu nome por completo — Devia aceitar ajuda sem olhar de quem.

 

— Poupa essa sua conversa fajuta pra quem quer ouvir — acelero meus passos.

 

Era impossível fugir dele. Eu me encontrava desvantagem, já que era ele quem estava com o carro e eu andando.

 

— Uh, adoro quando fala assim comigo — falou com a voz rouca.

 

 — Você adora quando qualquer uma que se dirige a você — paro de andar e me viro de frente para o loiro de olhos verdes. Já havia perdido minha paciência por completo — Agora aceita que foi rejeitado, acelera esse seu carrinho e dirige para bem longe daqui! — respiro fundo e volto a caminhar.

 

Liam fez exatamente o que eu disse, ergueu o vidro escuro do seu carro e dirigiu o mais rápido. Fazendo meus cabelos voarem com o vento da velocidade do automóvel. Pelo menos consegui vencer um dos Rosemberg. Por enquanto.


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