Não Se Apaixone Pelos Rosemberg escrita por Melrianne soares andrade


Capítulo 12
Capítulo 12: Cena de filme de terror




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O silêncio que se instalou naquela sala me parecia uma tortura, pois saber o que ele estava pensando e o que queria me falar me causava curiosidade.

 

— E você quer ter filhos?  — meu corpo tenso começa a se aliviar por ter quebrado o silêncio.

 

— Não — tenho a total certeza do que falo.

 

— Bem que eu achei... — um grande ponto de interrogação se instala em meu rosto, querendo saber o que aquilo significava.

 

Meu bumbum estava latejando de ter que ficar sentada todo esse tempo. Me levanto e começo a andar pelo local, esperançosa que Liam e Maison saísse a qualquer momento da cozinha.

 

— A atração da casa voltou de sua refeição — me viro automaticamente para Liam, sorrio de lado pelo modo que se chamou.

 

— Finalmente! — Henrik rola os olho, enquanto se levanta.

 

Volto a me sentar no sofá e abro o fichário que estava apoiado em minhas pernas, separando alguns papéis imprimidos. 

 

Os Rosemberg apenas me olhavam como se não soubessem o que eu estava fazendo, eu também não tinha muita noção do que estava fazendo, porém era o único modo que encontrei de começar a ensiná-los.

 

— O que está fazendo? Temos uma sala de estudos — Maison me avisa depois de eu ter tirado quase todos os papéis do meu fichário.

 

— Oh, vocês têm uma sala... — escondo minha raiva por não me avisarem que íamos para outra parte da casa — Por que não me avisaram antes? — recolho os papéis impressos.

 

— Estava tão concentrada que... — o garoto solitário não consegue terminar de me dar sua explicação.

 

Liam toma a dianteira entre seus irmãos e nos guia até a sala de estudos que fiquei sabendo da existência só agora. Era uma réplica da sala do colégio que frequentamos, a não ser por alguns objetos deles que estava pendurado ou posicionado na sala. 

 

Confesso que é muito maior do que a nossa própria sala do colégio. Havia uma lousa branca e algumas canetas que tinha apoio sobre a mesma.

 

Todos os três se sentam nos mesmos lugares que sentam no colégio e agem da mesma forma, Liam mexia em seu celular, Henrik ouvia música e Maison era o único que prestava total atenção em mim. 

 

Acho que em vez deles, eu vou preferir matar aula quando for o dia de ensiná-los...

 

Seria de muito bom grado se no contrato estivesse somente escrito que daria aula para o Maison Rosemberg, mas nem todos têm uma fada madrinha pra concertar esse pequeno erro.

 

Caminho até eles. Meu primeiro alvo seria o loiro.

 

— Liam... — o chamo — pare de mexer no celular — ordeno.

 

— Não vai dar, gata. A Kendall Jordan está agora fazendo uma transmissão ao vivo pulando corda, e eu...estou tão hipnotizado — passo o olhar para a tela de seu eletrônico e confirmo minha hipótese ao ver que estava dando a mínima para seu ato de pular corda, e dava mais importância para seus seios saltitantes.

 

Impaciente, tiro o celular das mãos de Liam e caminho até Henrik, fazendo o mesmo com seu fone e eletrônico. Acho que me precipitei em dizer que daria conta deles em uma boa. Estava prestes a pedir demissão de tudo, isso se tiver uma escapatória.

 

É o meu primeiro dia tentando fazer dar certo, porém eles não são tão compreensíveis assim como se passou na minha mente. 

 

— Ei! — ambos os irmãos gritam ao ser arrancado suas preciosidades diante de seus olhos.

 

— Eu preciso dar aula a vocês — ando até a mesa que ficava na frente deles, escorando o peso do meu corpo na madeira.

 

— Acha que eu ligo pra essas aulas patéticas? — o garoto solitário começa a manifestação.

 

— Não aja como se fosse nossa professora e tivesse autoridade sobre nós — Liam se junta com seu irmão, pronto para me derrubar.

 

— Sem querer ser rude, mas isso é só um contrato que nosso pai fez com você para termos que nos preocupar com outra coisa, que não seja o incomoda-lo com nossos problemas — fico quieta por Maison pensar do mesmo modo que os irmãos.

 

A ficha caiu para todos, é um contrato, porém acho que não devo comentar nada sobre isso com eles; não sei o que acham que sabem sobre certos detalhes que envolve esse contrato que assinei. 

 

Talvez achem que é só para os estudos, mas mal sabem que Henk Rosemberg considera um perigo chegarem perto o suficiente de mim a ponto de conseguirem me contagiar, igual a um vírus novo que não tem cura.

 

— E como você lidou com o afronto deles? — Aiysha grita através do telefone.

 

— Esse é o problema, eu não lidei. — me olho no espelho — falei que iria ao banheiro — revelo envergonhada.

 

— Você está no toalete até agora? — sei que quer rir de mim, mesmo por uma ligação vinda do toalete dos Rosemberg.

 

— Não, estou indo embora pelos fundos

 

Depois de muito esforço abrindo varias portas no andar de baixo da residência, encontro uma porta discreta que dava passagem para o jardim que cercava a mansão. 

 

Por muita sorte, também havia um portão no fim do jardim, se eu correr com todas minhas forças posso ir embora sem chamar atenção. 

 

Quando sentirem a falta da minha presença, estarei bem longe daqui.

 

— Tá parecendo cena de filme de terror onde você tenta fugir da casa, mas sempre é pega.

 

— Você tem um dom para encorajar, Aiysha. — ironizo — Tenho que fugir, tchau!

 

Mando uma mensagem para Evan, dizendo se poderia me buscar na esquina da casa dos garotos que não vai nenhum pouco com a cara.

 

A minha alta classe me impedia de sair correndo, o único modo que vi foi andar em passos rápidos.

 

Cheguei inteira no portão dos fundos que foi planejado para saída de emergência, e isso é uma emergência. Mesmo não tendo corrido, já estava sem fôlego.

 

No meio de tudo aquilo, consigo  abrir um sorriso de alívio no rosto mas como sou a que não tem sorte, os Rosemberg sentiram minha falta e eu não estava longe o suficiente deles.

 

— Pode abrir o portão pra mim?! — grito. O segurança que estava naquele cargo não era o Charles, o que justificou o mau humor por tê-lo  apressado.

 

Na correria em que estava, não tive tempo para dizer ao menos um obrigada para ele; porém também não adiantaria muito, ele sempre me olharia feio apesar do que eu fizesse. 

 

Pelo menos uma coisa deu certo, quando os três irmãos chegaram perto do portão, ele já estava fechado e eu estava a caminho do carro de Evan que me esperava na esquina da casa deles.

 

— Obrigada por vir me resgatar  — falo com a voz calorosa ao entrar em seu carro — Te devo uma!

 

— Coloca isso na lista — liga o automóvel, sorrindo de canto — Aliás, precisa tirar habilitação — sorrio por Evan já estar farto de ter que me salvar a todo momento.

 

— Por que eu faria isso se tenho você como meu motorista? — brinco — Mas relaxa, amanhã vou fazer meu teste de motorista antes de ir para o colégio — assisto a empolgação surgir em seu rosto.

 

— Posso garantir como mais  uma vitória para Melinda Berkeley? — me olha de soslaio. Mando um joia para o garoto.

 

A pergunta que não queria se calar na minha cabeça era: O que vai ser de mim no dia seguinte quando for da aula para eles? Sei que sou esforçada e na maioria das vezes, consigo o que quero, no entanto os Rosemberg só dificultam ainda mais a cada dia que se passa. 

 

Evan não me questionou o motivo de o ter ligado para me buscar rapidamente, isso me deixou curiosa pois se eu estivesse no seu lugar, não hesitaria em perguntar.

 

— Então você correu de salto pelo jardim daquela família até chegar no carro? — trava a mandíbula, evitando mencionar o nome dos irmãos.

 

— Claro que não! — rio — Eu tenho classe — zombo, fingindo me gabar — e só pra você saber meus saltos afundavam a cada passo que eu dava.

 

— Com certeza você deixou sua marca naquele pobre jardim — passa pelo portão do nosso condomínio. Rio pelo nariz.  — Vai ficar na minha casa ou na sua? — tira os olhos da rua para me olhar.

 

— Na sua — confirmo desesperada.

 

Tenho que ficar pelo menos meia hora na casa do Evan, assim papai não pensará que dei um passo pra trás e não cumpri o trato, o que exatamente aconteceu de fato. 

 

Estava tão agarrada com a ideia de ficar escondida na casa dos Sherwood, que esqueci que teria que aguentar Vicent Marshall que estava hospedado como um parasita na residência dos pais do Evan. 

 

É melhor suportar um Vicent do que ouvir os sermões do meu pai que por acaso, estava na minha casa do lado oposto da calçada.

 

— Finalmente o Evan trouxe uma garota para casa! — Vicent gesticula as mãos para o tecto. — Uma pena que essa garota seja Melinda Berkeley — me olha de cima a baixo.

 

— Ainda não consigo me convencer que seus pais deixaram ele ficar aqui. Francamente, é o Vicent! — caminho até o segundo sofá que estava disponível. O rapaz que era hóspede da casa, estava jogando videogame.

 

O Marshall deve estar acostumado em conviver na bagunça, com bebidas e salgados jogados pelos ares, mas quando se vive com os Sherwood, sujeira não é uma opção.

 

A mãe de Evan sempre foi muito cuidadosa com seus pertences e muito exigente com a empregada, então se Vicent  está logado na tv jogando videogame; muito sacrifício foi envolvido para deixá-lo fazer isso.

 

— Estaria ofendido se eu me importasse o suficiente pra isso — continua focado na tela enorme que brilha em seus olhos. Rolo os olhos e ignoro o fato dele estar ali naquele momento.

 

— Você está morando de favor aqui, vê se não abusa! 

 

— Vai me dizer por que me pediu pra te buscar na mansão dos Rosemberg? — Evan tira sua jaqueta preta e entrega para o mordomo guardar. 

 

— Vai bancar o terapeuta dela agora? — meus olhos perfuram Vicent que estava sentado de costas para mim.

 

— Não, ela não me pagaria o suficiente — zomba. Noto seus olhos se fecharem enquanto sorria.

 

— Por que não faz o favor de calar a boca, Marshall! — esbravejo.

 

— Quer saber, vou fazer um lanchinho — pisca para mim e vai para a cozinha, sem a Sra. Sherwood suspeitar eu aposto, pois se dependesse dela Vicent nunca que entraria na cozinha.

 

Evan passou a maior parte do tempo me escutando e concordando algumas vezes com minhas ações no decorrer da história, porém discordou quando sai a pressas da mansão do Henk Rosemberg. 

 

De acordo com o garoto, eu deveria ter ficado e enfrentado eles; também concordo com isso, no entanto não tive coragem o bastante para voltar pra sala de estudos e tentar dar aula.

 

Como de se esperar, meia hora contando o que aconteceu me ajudou a não perceber os minutos se passarem e o sol já estar se pondo. 

 

— Já deu minha hora — olho para a grande janela ao meu lado.

 

— Não vai ficar nem para o jantar, Mel? — mãe de Evan adentra a sala — O nosso cozinheiro fez um prato saboroso, porém ao mesmo tempo sem carboidratos, para hoje à noite.

 

— Desculpe decepciona-la, Sra. Sherwood. Papai me espera para o jantar, que tal marcarmos para outro dia? — me despeço de Evan e da sua mãe com um beijo no rosto.

 

— Claro, querida! — sorri amigável, mas triste por ter recusado seu convite. Tenho certeza que ela supera.

 

Contar na minha mente como foi meu trajeto pra chegar em casa, seria inútil, apenas precisei dar alguns passos largos para não pisar em algumas linhas que havia nos pisos das calçadas e num piscar de olhos, já havia chegado em casa. 

 

Confesso que em comparação com a casa de Evan, adoraria ter empregados, mas papai sempre repetia que eu era preguiçosa e com empregados seria ainda mais. Concordo com isso, até porquê quando se tem pessoas que são pagas para fazerem tudo o que desejar por você, pra quê se dar o trabalho de fazer o resto?...

 

— Tem uma amiga te esperando no seu quarto, filha — mamãe avisa assim que ouve o batente da porta se bater. Não sei como ela sabia que era eu, poderia ser algum ladrão se passando por mim.

 

— Mas eu não convidei ninguém... — deixo meu fichário sobre a mesa de vidro que ficava ao lado das escadas e subo os degraus até meu quarto. Uma alma loira de cachos nas pontas, que por acaso é muito boa em se meter onde não é chamada, estava presente no meu quarto; que por pura ironia, também não foi convidada — Nicholette? — a garota dava uma olhada em minha penteadeira, provavelmente tentando achar alguma coisa incriminadora que diz a respeito a mim.

 

Blake chegava logo atrás de mim, com um copo de suco de acerola em mãos.

 

— Nicholette e Blake... ambos em meu quarto? — tento decifrar o que está realmente rolando— É uma pegadinha?


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