The Color of the Stars escrita por Bruna Rogers


Capítulo 3
Capítulo 2




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— O Bruce vai me matar — Jon diz agoniado, assim que a porta do apartamento se abre.

Conner seu meio irmão mais velho o encara com uma sobrancelha arqueada. Sempre que se metia em problemas Jon corria para o pai, em busca de conselhos e da melhor forma de resolver tudo, mas agora o pai deles estava no turno na Torre de Vigilância com o próprio Batman e outros heróis da Liga. E Jon não podia contar simplesmente pro Batman, que ele perdeu o seu filho, então foi atrás de seu irmão.

— Ele vai me torturar lentamente e então me matar — o menino disse em desespero completo ao entrar no apartamento de Conner.

— Bruce não mata pessoas, Jason talvez o faça — Conner disse calmamente vendo o choque e o desespero piorarem na face dele — o que aconteceu?

— Eu perdi o Damian.

A frase soou vazia de importância aos ouvidos do mais velho, Damian Wayne sempre foi auto suficiente em praticamente tudo o que fazia, o clone não sabia o porquê do jovem demônio ter se aliado a Jon anos atrás de qualquer forma. Mas no fundo ele via que os dois construíram uma bela relação de amizade, lealdade e companheirismo durante os últimos anos. De qualquer forma, se o caçula Wayne desapareceu, as chances dele só ter ficado de saco cheio de Jon, são muito maiores do que a de algo ruim ter acontecido a ele.

— Estávamos em patrulha e ele recebeu uma ligação de uma colega sobre um trabalho que eles tinham que fazer, mas que o Damian furou — Jon sentou-se no sofá enquanto falava, as pernas tremendo em uma denúncia muda do nervosismo do adolescente — então ele me mandou continuar de onde tínhamos parado que ele iria tentar resolver o negócio do trabalho. Era para nos encontrarmos uma hora atrás, mas ele não apareceu, já percorri a cidade toda e não o encontrei.

O ceticismo de Conner começou a diminuir, Damian podia ser um pé no saco, mas não desaparecia ser avisar ninguém.

— Talvez ele tenha voltado para casa, já tentou falar com os irmãos dele?

— Não — Jon respondeu de cabeça baixa.

— Bem se algo acontecer a Damian, você deveria se preocupar com aqueles três, não com Bruce.

Jon ergueu os olhos para encarar o mais velho, assustado com suas palavras. Mas Conner tinha razão, os três irmãos de Damian caçavam qualquer um que tentasse fazer mal ao mais novo.

— Vou ligar pro Tim e perguntar se ele sabe de algo.

Conner largou o irmão na sala e foi até o quarto para fazer a ligação. Mesmo que Tim seja o menos próximo entre todos os três de Damian, ainda era o que mais tinha chance de encontrar o caçula.

Jon invadiu o banheiro em busca de uma toalha, ficar voando pela chuva o deixou encharcado. Seus cabelos estavam grudados em sua testa e nuca, as pontas encaracoladas faziam cócegas em sua pele. Quando voltou para sala com a toalha envolta do pescoço, notou que algo estava errado.

— O que foi? — o mais novo perguntou.

— Eles não tem notícia dele desde de o fim da aula — Conner respondeu dando uma troca de roupa para o garoto.

Mesmo que kryptonianos não ficassem doentes com facilidades, Jon ainda tinha sangue humano em seu corpo, e Conner não estava disposto enfrentar a ira de Lois Lane.

— Estou morto — o menino repetiu.

— Deixa de ser dramático, vamos procurar por ele.

*****

— Vocês tem certeza de que ele está bem? — Mary pergunta encarando o garoto deitado em seu sofá.

Se um dia parasse para pensar nos super heróis e em quem eles poderia em ser debaixo de suas máscaras, Damian Wayne seria sua última escolha para ser o Robin. Estudando com o garoto esnobe há quase seis meses era impossível associar a imagem dele há de alguém que saía a noite para lutar contra bandidos e salva pessoas. É questionável — ao conviver com o herdeiro Wayne — que um dia ele tenha pensado em alguém além dele mesmo. Mas ali estava a prova de que ela estava errada e os humanos podem ser surpreendentes.

— Ele tá respirando e o sangramento foi estancado — Guida respondeu da cozinha — agora se a queda ferrou com o cérebro dele já não é meu problema.

— Acha que devemos chamar o pai dele? — Triny perguntou a Guida encarando Mary que continuava distraída com o garoto.

— Claro — a  mais velha respondeu — Mary qual o telefone do Wayne pai?

Mary demorou alguns segundos antes perceber que sua tia tinha lhe feito uma pergunta, distraída demais encarando de perto o garoto. Por que não podia só fingir que ele não estava ali assim como as outras faziam?

— Não, por quê?

— Sei lá — Guida diz com todo o sarcasmo possível —  talvez pra ele vim buscar o filho?!

Mary encarou a tia, é claro que as mais velhas queriam se livrar do garoto, não é uma boa ideia manter um super herói, que possui os inimigos que um Robin possui, dentro de casa. Também não era uma boa ideia manter o herdeiro Wayne inconsciente em sua  sala, os dois sendo a mesma pessoa só tornava as coisas piores.

— Vamos deixar o garoto ali? — Triny questionou Guida.

— Por mim eu jogava ele na rua, mas ela não vai deixar — Guida respondeu também em linguagem de sinal — não me olhe com tanta reprovação, eu não tô afim de explicar como ela foi concebida.

— Já pensou que o garoto e o pai dela podem não estar envolvidos entre si? — Triny questionou a amiga.

— Filho biológico de Bruce Wayne não tem ligação com o filho adotivo do mesmo? — Guida respondeu, o sarcasmo transparente em sua face — só se o adotivo tiver morrido antes do biológico nascer.

— O pai dela pode estar morto — Triny respondeu ignorando com indiferença a cruel da amiga.

— Se tivermos sorte talvez esteja mesmo — Guida respondeu em voz alta, com o canto dos olhos percebeu que Mary não estava prestando atenção nelas — já estamos com problemas demais sem a lado paterno envolvida.

*****

— Por que me chamou? — Jason perguntou ao encontrar o irmão adotivo no alto de um prédio.

— Tava na mensagem — Tim Drake respondeu olhando ao redor, a procura de algo — Damian sumiu.

— E eu com isso? — Jason rebateu tirando o capacete vermelho.

— Quer contar ao Bruce que o filho dele desapareceu?

— O demoninho  não devia estar com o pequeno Kent? — Todd  perguntou com franzindo as sobrancelhas — quem tem que contar é ele, e aguentar a ira do morcegão.

— Eu disse que Bruce ia me matar — os dois jovens se viraram na direção da voz infantil, encontrando Jon e Conner flutuando á poucos metros.

— Só chamamos vocês porque poderiam ter uma forma de rastreá-lo — Conner diz ignorando o irmão mais novo, e o mal humor de Todd.

— E temos — Tim afirmou com um leve sorriso mostrando o celular, com um mapa da cidade e um ponto amarelo brilhante.

— Ok, maravilha — Todd disse colocando o capacete outra vez — boa sorte e adeus.

— Precisamos de toda a ajuda possível — Drake disse segurando irmão pelo braço — não sabemos o que aconteceu com ele, nem quem o pegou.

— Ele pode estar com uma garota qualquer ignorando suas ligações, já pensaram nisso? — Jason perguntou encarando os três a sua frente, todos carregavam o mesmo olhar de descrença — tem razão, vamos logo.

Jason joga as mãos pro ar em sinal de desistência, ele mesmo não acreditava no que tinha dito. Damian Wayne nunca trocaria uma ronda e chance de bater em bandidos por uma garota, mesmo tendo dezessete anos, ele continuava com a  mentalidade muito parecida com a que tinha aos 10 sobre mulheres, o que era terrível. 

Então a alternativa mais provável é de que ele foi capturado por algum inimigo — mesmo a ideia sendo muito estranha.

Os quatro jovens seguiram pela cidade, até uma área residencial, com alguns prédios de poucos andares, todos em um tom semelhante de marrom por fora. As luzes e cortinas dos apartamentos mostrava que o local onde o rastreador indicava estar Damian, tinha mais pessoas também.

— Vejo quatro pessoas — Conner diz, usando a visão de raio-x no local indicado por Tim.

— Tem duas em um cômodos no fundo, um na cozinha e alguém deitado no sofá — Jon completou as informações.

— Me parece um cenário de sequestro muito estranho — Tim diz analisando os outros andares — parece uma residência normal.

— Bom vamos entrar e descobrir — Jason diz com as armas em mãos.

 


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