Milo está com o dedo erguido vendo Hyoga mal se aguentar em pé.

— É inútil tentar fazer algo. Até seu tato está comprometido, seu corpo não executará o que você tentar fazer. – Diz o cavaleiro de Escorpião.

Hyoga tenta dar um soco em Milo, mas erra a direção. Milo diz que Hyoga é burro e que não entendeu as palavras de Camus.

— Hyoga, Camus foi à casa de Libra porque não queria que você morresse. Você estava quase morto, mas com o corpo congelado poderia renascer em outro momento.

Hyoga se emociona. Ele se lembra de seu treinamento com Camus quando ele foi mandado para a Sibéria e conheceu Camus, que o questionou o motivo de estar ali. Hyoga confessou a seu mestre que tinha um navio naufragado no mar da Sibéria onde estava o corpo de sua mãe. Ele queria ficar forte para poder quebrar aquela geleira e chegar até o corpo de sua mãe. Camus o disse na época que se era essa sua intenção para se tornar cavaleiro ele iria morrer. Camus o ensinou que para superar o inimigo teria que ter sangue frio, ser forte igual as geleiras eternas da Sibéria, mas se continuasse ingênuo daquela forma, jamais venceria.

Milo vira de costas e deixa Hyoga para trás.

— Em respeito a meu amigo Camus de Aquário, vou deixá-lo vivo. Já recebeu sua punição. Em alguns dias seus sentidos voltarão. Você poderá ser socorrido e medicado para se salvar.

— Não! Fazer isso não adianta. Não adianta eu me retirar da batalha e ver meus amigos lutarem com todas as forças. Não adianta eu ficar descansando enquanto eles se sacrificam. Não me adiantaria ficar congelado e ser retirado daquele esquife depois de anos. Para mim o que importa é viver agora, não importam as dificuldades eu estarei ao lado dos meus amigos para lutar pela justiça! Agradeço a Deus por me fazer nascer na mesma época que eles! – Responde Hyoga convicto. – Mesmo perdendo meus sentidos vou lutar até o fim.

Hyoga tenta acertar Milo em vão. Milo fecha os olhos contrariado. Ele eleva seu cosmo até a casa de Aquário e entra em contato com Camus.

— Você entendeu Camus? Ouviu as palavras de Hyoga? Deixá-lo vivo é uma humilhação para ele. Tirar sua vida seria considerá-lo cavaleiro. Então usarei todas as minhas forças para tirar a vida de Hyoga. Você entendeu Camus?

Na casa de Aquário Camus escuta as palavras de Milo.

— “Estou orgulhoso por você descobrir o se incrível que é Hyoga. Hyoga eu sei que morto você enfim encontrará seu caminho... O caminho de um cavaleiro de Athena”.— Diz Camus para Milo e Hyoga.

Hyoga diz a Milo que usará o que tem de forças para vencê-lo. Milo resolve acabar com tudo de vez.

— “Pó de Diamante”.

— Agulha Escarlate Antares”.

No caminho para a casa de Sagitário, Seiya e Shiryu escutam a explosão de poderes na casa de Escorpião.

— Hyoga!

Na casa de Escorpião, Hyoga é atingido pela última das ferroadas em seu coração e começa a sofrer uma imensa hemorragia. Ele vai ao chão sem ação.

— Fiz sua vontade Hyoga. Você morreu lutando bravamente no campo de batalha! – Diz Milo.

Milo se afasta, quando percebe todo o seu corpo congelado.

— As quinze estrelas da minha constelação representadas em meu corpo estão totalmente congeladas! Mas como? Hyoga me atingiu em meus pontos vitais em uma fração de segundos! Isso foi no momento em que confrontamos nossos golpes quando eu lancei a Antares! Minha armadura foi congelada com o golpe de Hyoga. Se eu não tivesse com ela eu estaria morto! Eu sobrevivi ao combate, mas na realidade eu perdi!

Milo percebe que o cosmo de Hyoga cresceu muito e naquele momento havia superado o seu. Ele se pergunta aonde Hyoga quer chegar. Ele se lembra de Algethi.

— Algethi um cavaleiro de Prata tão admirável e justo. Ele se uniu a esses cavaleiros de Bronze que querem destronar o Grande Mestre. Eles protegem tanto essa Saori Kido. Será que ela é mesmo... A reencarnação de Athena?

Milo pega Hyoga nos braços e acerta outro golpe com o dedo.

— Não prolongarei seu sofrimento Hyoga.

Hyoga desperta no colo de Milo.

— Hyoga eu pressionei um ponto vital. A hemorragia vai parar e você conseguirá recuperar os sentidos. Eu quero ver aonde você consegue chegar.

Hyoga se levanta. Ele consegue mancando e quase se arrastando ir até a saída da casa de Escorpião. Ele se vira e olha para Milo.

— Milo de Escorpião essa dúvida plantada em seu coração sem dúvidas foi o cosmo de Athena que trouxe. Te prometo uma coisa, independente do que acontecer de agora em diante te mostrarei a verdade por trás dessa guerra. Você entenderá tudo o que nos levou a chegar até aqui!

Hyoga deixa a casa de Escorpião. Cheio de dúvidas, Milo fica o olhando. Milo se relembra do dia em que recebeu sua armadura de Ouro de Escorpião. O Grande Mestre a entregou e mostrava um imenso senso de justiça. Ele ficou muito orgulhoso e se encontrou pouco depois nos arredores do Santuário com Camus, que também havia acabado de se tornar cavaleiro de Aquário. Os dois comentavam sobre o dia em que o Grande Mestre os apresentou Athena e da emoção que foi.

— Ser um cavaleiro de Athena é um grande orgulho para mim Camus!

— Para mim também Milo. Usaremos toda a nossa força sempre para fazer justiça e trazer paz. Até por isso tenho vontade de me tornar mestre daqui a algum tempo, irei treinar um futuro cavaleiro de Athena!

Milo se lembra como o cosmo do Grande Mestre estava totalmente diferente quando o chamou para a missão de matar os cavaleiros de Bronze, missão que acabou ficando com Aioria. Milo sente que pode ter cometido um grande erro seguindo o Grande Mestre e matando o cavaleiro de Hércules.

— Se eu cometi um grande equivoco eu logo devo descobrir! – Milo fecha os olhos e abaixa a cabeça.

ENTRADA DAS DOZE CASAS

Tatsumi não tira os olhos do relógio de fogo. Ele repara que o fogo de Escorpião acabou de se apagar e se assusta.

— Mais uma hora se passou! Agora restam apenas quatro horas.

— Sinto que Seiya e Shiryu estão chegando na casa de Sagitário, posso sentir seus cosmos! – Comenta Jabu.

Tatsumi se aproxima de Jabu e o chacoalha.

— Jabu o Geki foi até o avião da Fundação GRAAD que está próximo ao Santuário já faz um tempo. Cadê ele que não volta?

Jabu empurra Tatsumi, que ia ao chão, mas é apartado por Nachi.

— Não fique me chacoalhando Tatsumi. Geki não deve demorar, mas para que se preocupar tanto com isso? – Questiona o cavaleiro de Unicórnio.

June se aproxima de Tatsumi que já está de pé.

— O que tem naquele avião de tão precioso para você estar tão preocupado?

Tatsumi olha para os cavaleiros de Bronze e fecha os olhos.

— É o cetro dourado que a senhorita tanto gosta!

— Mas temos coisas mais importantes para nos preocupar agora Tatsumi. – Comenta Ban.

Ichi pede para todos fazerem silêncio para não atordoar Saori. June fica pensativa.

— Então quer dizer que o cetro dourado está com Athena... O seu cetro é muito importante!

— O cetro foi trazido do Japão? – Grita Jabu.

Geki chega correndo com o cetro de Saori na mão.

— Aqui está o cetro Tatsumi. Será que esse cetro pode ajudá-la de alguma forma?

June pega o cetro e o coloca na mão direita de Saori. O cetro emite uma imensa luz.

— Que luz incrível! – Exclama Ban.

Uma rajada de luz é lançada do cetro. A urna da armadura de Ouro de Sagitário surge do lado de Saori.

— O que? Mas a armadura de Ouro não tinha ficado no Japão escondida? – Pergunta Nachi.

— Essa armadura poderia nos ajudar, ela seria útil contra os cavaleiros de Ouro. – Comenta Ichi.

Os cavaleiros de Bronze começam a discutir com todos falando ao mesmo tempo. Tatsumi da um grito para eles se calarem.

— Chega de discussão. Se a armadura de Ouro veio até aqui invocada pelo cetro dourado, ela não veio para entrar em combate. Ela veio para ser devolvida para seu verdadeiro dono!

Os cavaleiros estranham. Naqueles momentos todos já sabiam o que aconteceu com o então cavaleiro de Sagitário há dezesseis anos.

— Aioros, proteja Seiya, Shiryu, Hyoga e Shun. Eles estão chegando na sua antiga casa de Sagitário. – Diz Tatsumi.

A urna se abre. A armadura de Ouro fica montada na frente de todos.

— A armadura de Sagitário... Está brilhando como nunca! – Grita Jabu.

A armadura de Ouro de Sagitário emite luz por todo o Santuário. Ela começa a entrar em ressonância com as demais armaduras de Ouro no Santuário. Na casa de Áries, Mu é o primeiro a sentir.

— Que ressonância é essa na minha armadura?

Na casa de Touro Aldebaran sente o mesmo.

— A minha armadura parece estar ressonando com todas as armaduras de Ouro... Isso significa que...

Nas casas de Gêmeos e Câncer as armaduras de Ouro mostram suas ressonâncias. Na casa de Leão, Aioria sente o mesmo.

— Que eco é esse? As armaduras de Ouro estão conversando umas com as outras?

Nas casas de Virgem e Libra é mostrado as armaduras de Ouro recebendo a ressonância. Milo, na casa de Escorpião, sente a sensação.

— Sinto minha armadura ressonar como se recebesse um apelo lançado pelas outras!

Na casa de Aquário Camus sente a ressonância com bastante entusiasmo.

— Esse fenômeno ocorre quando as doze armaduras de Ouro se reunem juntas no Santuário. Isso está acontecendo novamente depois de dezesseis anos!

SALÃO DO GRANDE MESTRE

O Grande Mestre percebe o ocorrido. Ele se levanta assustado de seu trono.

— Não pode ser! Isso significa que depois de dezesseis anos a armadura de Sagitário retornou ao Santuário! Agora depois de tanto tempo, as doze armaduras estão reunidas!

O Grande Mestre da alguns passos para frente olhando para a porta da sala.

— Isso significa que... Aioros voltou ao Santuário! Aioros está vivo! Não, é impossível, ele não tinha como sobreviver, se bem que ninguém jamais viu seu corpo...

O Mestre do Santuário segue olhando em direção ao portão da sua sala.

— Eu mesmo deveria ter dado cabo de Aioros e Athena. Eu mesmo! Ver com meus próprios olhos ele morto! Mas não tem problemas, aqueles cavaleiros de Bronze jamais chegarão até aqui!

Perturbado o Grande Mestre anda em círculos. Seus pensamentos o consomem.

— Mas alguns deles conseguiram chegar até a casa de Sagitário. Isso significa que só restam três cavaleiros de Ouro! Não é possível que eles consigam atravessar as doze casas e chegar até aqui. Maldição!

O Grande Mestre volta a olhar para seu portão. Ele o vê se abrir e surgem os onze cavaleiros de Bronze adentrando a sala. Ele os encara. Logo os doze cavaleiros de Ouro surgem e ficam de frente aos cavaleiros de Bronze.

— Cavaleiros de Ouro, matem todos! Hihehahahaha.

Os cavaleiros de Ouro se viram e encaram o Grande Mestre. O mestre não conseguia ver seus rostos, apenas seus corpos trajados com as armaduras. Eles começam a se direcionar e ir em direção ao Grande Mestre.

— Parem com isso! Eu sou o Mestre do Santuário!

Eles insistiam e se aproximavam cada vez mais. Logo tudo desaparece diante das vistas do Grande Mestre.

— Mas o que foi isso? Foi apenas um sonho!

O Grande Mestre respira fundo. Ele volta a ver o portão se abrir. Agora eram Saori, já adulta e Aioros que adentravam sua sala. Saori estava com báculo e Aioros com roupas de treino.

— Morram! – O Grande Mestre atacava.

Nada os acertava. Com seu cetro, Athena ataca o mestre e ele começava a sucumbir.

— Aaaaaaaaaaaaaaaaaaaahhhhhhhhhhhhh...

— “Hihehahahahahaha”.

O Mestre do Santuário percebe que tudo era uma ilusão. Ele escutou a risada vindo de seu interior.

— Maldito! Foi você né?

— “Sua derrota é imenente. Se prepare que sua punição está chegando”.

— Jamais. Athena em breve estará morta. E esses cavaleiros não resistirão aos cavaleiros de Ouro que restam! Eu dominarei o mundo e acabarei com todos que se oporem a mim!

Nesse momento mostra todos os cavaleiros de Ouro impressionados com a ressonância que ocorreu. Peixes e Capricórnio não é mostrado seus rostos. A ressonância enfim cessa.

ENTRADA DAS DOZE CASAS

O cetro de Athena lança uma luz na armadura de Sagitário. Todos olham com admiração o fenômeno.

— Esse contraste da armadura com o cetro é maravilhoso! – Comenta Nachi.

A armadura de Sagitário deixa o lado de Saori e pega altura.

— Mas o que está acontecendo? – Grita Jabu.

A armadura levitando desaparece. Todos ficam olhando para o céu.

— Para onde será que a armadura foi? – Pergunta Ichi.

— Eu acredito que a armadura voltará a sua casa! – Supõe June.

CASA DE SAGITÁRIO

Seiya e Shiryu estão chegando na frente da nona casa. Agora é Seiya quem está com Shun pendurado nas costas. Eles avistam o brilho adentrando a casa.

— O que foi aquilo Shiryu?

— Pareceu uma estrela cadente. Ela caiu bem dentro da casa de Sagitário, bem ali! – Aponta o cavaleiro de Dragão.

Seiya percebe que de fato o brilho desapareceu ali.

— Não é possível! Será que existe alguém dentro da casa de Sagitário?

Os dois chegam diante da casa e um imenso silêncio toma o local.

— Essa é a casa que deveria ser protegida por Aioros. Sem dúvidas ela está vazia! – Diz Seiya.

— E pensar que todo esse problema aconteceu porque há dezesseis anos atrás Aioros salvou Saori, ou melhor, Athena, e o mal se instalou sobre o Santuário. – Comenta Shiryu.

Seiya toma a frente e entra na nona casa.

— Temos menos de quatro horas Shiryu. Vamos passar por essa casa vazia e ir para a próxima!

Shiryu alerta Seiya para esperar. Os dois se veem diante da armadura de Ouro de Sagitário!

— Então quer dizer que o que caiu aqui na casa de Sagitário foi a armadura de Ouro de Sagitário! Ela não estava no Japão? – Questiona Seiya.

— Talvez tenha sido a Saori que tenha a trazido para cá, e ela reconheceu sua casa e regressou. – Shiryu tenta entender.

A armadura vira de direção e aponta em direção a Seiya. Ele anda alguns passos e a armadura segue apontando ameaçadoramente contra ele.

— Mas o que é isso Seiya?

— Eu não sei Shiryu. A armadura me ajudou lá no Japão, agora ela parece me ameaçar.

O arco se arma e a flecha está pronta para disparar. Seiya se assusta.

— Cuidado Seiya! – Grita Shiryu.

Seiya se desespera ao ver a flecha se lançando em sua direção.