TACHIKAWA – JAPÃO

Shun e Mihu vão visitar Seiya na casa de campo de Saori. Saori havia pedido para Shun ir ver Seiya mesmo com a ausência de Hyoga, já que ela precisava pensar sozinha, mas qualquer coisa ela o contataria. Os dois chegam na casa e encontram Seiya deitado na cama.

— Como você está Seiya? – Pergunta Shun.
      - Bem melhor Shun, meu braço está quase bom, minha cabeça já não dói.

Mihu resolve trocar os curativos de Seiya. Shun olha pela janela e sente algo estranho e uma angústia toma conta de si.

— Ikki!— Shun grita.

Seiya e Mihu olham em direção ao cavaleiro de Andrômeda.

— O que foi Shun?

Shun se vira de frente chorando.

— Eu senti o cosmo do meu irmão... Como se tivesse se dispedindo de mim... Ikki pode ter morrido!

Seiya fica abismado com a sensação de Shun.

— Calma Shun, eu ainda não senti nada com o cosmo de Ikki...

— Parece que o cosmo dele se confrontou com o daquele Pôncio de Compasso. Eu sabia que meu irmão uma hora iria atrás daquele cavaleiro. Estou temendo o pior...

Seiya se levanta da cama e se aproxima de Shun, colocando a mão em seu ombro.

— Acalme-se! Não temos certeza de nada, não se precipite.

— Talvez você tenha razão... Seiya quero que você se recupere logo, Shiryu e Hyoga deixaram o Japão e estou protegendo a Saori, é minha missão como cavaleiro, já que ela é Athena. Mas sinto cada vez mais que devo ir a Ilha de Andrômeda...

Seiya coça a cabeça e olha para Mihu, que está sentada na cama.

— Sei que a minha missão também é proteger Athena, mas eu tenho que voltar logo a procurar minha irmã... Aliás, Shun preciso procurar a Marin também. Soube através de Asterion que ela também tem um irmão oriental perdido.

Shun e Mihu se mostram surpresos com a notícia dada por Seiya. Shun abre a porta da casa.

— Temos que fazer tudo com cautela, uma coisa de cada vez. Saori ainda corre perigo, a armadura de Ouro está aqui escondida. Vou voltar a Mansão Kido, espero você lá o mais rápido possível Seiya! Cuide da armadura de Ouro também!

Seiya estranha o comentário de Shun e olha por todos os lados da casa.

— A armadura de Ouro?

Shun volta a fechar a porta da casa e abre o armário onde Shiryu tinha colocado a urna com a armadura.

— Veja aqui está ela, como Shiryu havia dito! – Diz Shun tirando a urna do armário.

— Não acredito que a Saori me mandou descansar no mesmo local onde foi guardada a armadura de Sagitário! O que ela pensa? Já quase morri diversas vezes por conta disso aí, não quero nem me aproximar disso. Ela pensa que temos que lutar o tempo todo? Não somos máquinas! – Grita Seiya irritado.

Shun e Mihu se olham. Shun balança a cabeça negativamente.

— Não se preocupe você logo sairá daqui. Como te disse, vou partir e te espero lá na Mansão Kido para ver como agiremos quanto a tudo isso.

Shun parte de volta. Mihu passa o dia com Seiya, mas depois regressa ao orfanato Os Filhos das Estrelas.

SANTUÁRIO – GRÉCIA

SALÃO DO GRANDE MESTRE

O Mestre do Santuário anda de um lado para outro ainda inconformado com a morte de Pôncio.

— Como foi incompetente! Não acredito que ele também foi derrotado por um cavaleiro de Bronze. Bom, mas pelo menos um morreu, faltam quatro. Aioria é bem inteligente para conseguir matar esses quatro e trazer a armadura de Sagitário. Athena, logo será você quem estará morta hihehahahahahaha.

— “Não pense que será tão fácil”.— Uma voz igual a do mestre sai de dentro de seu interior.

— Cale-se. Com um cavaleiro de Ouro partindo para a missão minha vitória é questão de tempo.

— “Existe ainda muito com o que você deve se preocupar. Não pense que a armadura de Sagitário chegará facilmente em suas mãos”!

O Mestre do Santuário da um soco no trono. A voz se cala.

— O que esse maldito está querendo dizer? Será que ele está falando sobre Aioros? Não, não pode ser! Aioros está morto há mais de uma década, não há com o que me preocupar.

O Grande Mestre segue andando em círculos em sua sala.

TACHIKAWA – JAPÃO

A noite cai e Seiya está dormindo tranquilamente na sua cama no quarto da casa de campo.  De repente ele sente algo ameaçador se aproximando. Alguém abre a porta do quarto e vem em sua direção para atacá-lo com suas presas. Seiya salta da cama e o ataque fura o colchão.

— Que susto! É você Shaina!— Grita Seiya.

A amazona de Prata volta a olhar para Seiya.

— Estou aqui para arrancar a sua cabeça. Agora ainda com mais motivos depois da derrota de tantos cavaleiros de Prata.

Seiya avista que o braço esquerdo de Shaina está congelado.

— Você está com o braço congelado, encontrou o Hyoga por aí é? – Seiya debocha.

— De fato enfrentei o cavaleiro de Cisne e aquele idiota me deu grande trabalho. O ar congelante dele me enviou longe e congelou meu braço esquerdo, porém mesmo com os ferimentos eu pude sentir seu cosmo Seiya. Eu consegui avistar Shun de Andrômeda e aquela sua namoradinha vindo te visitar e os segui. Agora estou aqui diante de você!

Seiya se irrita com as artimanhas da amazona de Serpente e se revolta.

— Que obsessão por mim. Por que não me deixa em paz?

Shaina olha fixamente para Seiya e o conta uma história:

— Na antiguidade os cavaleiros de Athena eram sempre homens, as mulheres nunca puderam participar com exceção de Athena. Para uma mulher se tornar amazona ela tinha que usar uma máscara como essa que uso como símbolo de renúncia a feminilidade. E um homem jamais poderia ver seu rosto. Nos tempos modernos Athena aboliu essa regra, porém renunciar a feminilidade pode ser uma opção para uma amazona caso ela faça uma promessa. E foi o que eu fiz. Eu sofri um acidente muito grave quando estava iniciando meu treinamento que me impediu de treinar, me deixou com movimentos limitados e causou uma cicatriz no meu rosto. Eu usei a máscara das amazonas e pedi a Athena para me ajudar a me tornar uma amazona e com isso eu renunciaria minha feminilidade e consegui meu objetivo. E o resultado para uma amazona que fez uma promessa é o mesmo que para as antigas amazonas que não pudiam mostrar seu rosto. Se um homem vir seu rosto ela tem que matar quem o viu ou...

Shaina para de falar, retira a máscara e mostra novamente o seu rosto, que agora mal da pra ver alguma cicatriz, deixando Seiya cheio de curiosidade para saber o restante.

— Ou o que? Fala logo!

— Não, seria algo impossível! Eu vou te matar agora: “Garras do trovão”.

Seiya é atingido, porém algo intercepta a potência do cosmo de Shaina. Era a urna com a armadura de Ouro de Sagitário.

— O que? Então a armadura de Ouro de Sagitário está aqui? – Shaina se surpreende.

Os dois sentem uma energia cósmica muito forte se aproximando da casa. A porta é aberta.

— Que cosmo é esse? Quem seria capaz de ter uma energia tão poderosa assim? – Shaina estranha. Seiya também está surpreso.

Alguém adentra a casa. Era Aioria trajado de sua armadura de Ouro.

— Esse é o Aioria! – Exclama Shaina.

— Aioria é você? Você então é um cavaleiro de Ouro? – Seiya está abismado olhando para o brilho dourado da armadura de Aioria.

Aioria se aproxima de Seiya e Shaina que não conseguem esconder a surpresa com a intensidade de seu cosmo.

— Exatamente. Eu sou o cavaleiro de Ouro da constelação de Leão! – Revela Aioria.

Shaina olha para Seiya e depois para Aioria.

— Inacreditável! Depois de convocar cavaleiros de Prata o Mestre do Santuário está convocando os cavaleiros de Ouro! Mas por quê? Por qual motivo ele quer tanto se livrar dos cavaleiros de Bronze a qualquer custo?

Shaina percebe que a intenção de Aioria é matar Seiya. Ela agarra Seiya pelo pescoço e o arrasta até a porta.

— Vá embora daqui Seiya, salve-se!

— Como assim? Você até agora só quis me matar! Solte meu pescoço. – Grita o cavaleiro de Pégaso.

Shaina joga Seiya na porta e fica de frente a Aioria e de costas a ele.

— Seiya você não sabe o quanto os cavaleiros de Ouro são poderosos. O poder deles é imensamente superior a qualquer cavaleiro de Bronze, negro ou de Prata que você já enfrentou.

Aioria fecha os olhos e eleva seu cosmo. Os corpos de Seiya e Shaina são lançados para fora da casa, quebrando a janela. Seiya se levanta na floresta do lado da casa e Aioria está ao seu lado.

— O que você quer comigo Aioria? Faz tempo que eu não te vejo e você me trata assim? Você me conhece e...

Shaina salta e fica na frente de Seiya olhando para Aioria.

— Deixa que eu cuido dele Aioria. Você não tem com o que se preocupar.

— Saia da frente Shaina, senão você irá se machucar. – Avisa o cavaleiro de Leão.

Shaina insiste, mas Aioria se nega e joga Shaina longe apenas com um lançar de dedos. Com um dedo, Aioria lança Seiya no alto e ele cai se arrebentando no chão sem conseguir enxergar a ação de Aioria.

— Seiya me diga onde estão os outros cavaleiros de Bronze e me entregue armadura de Sagitário.

Seiya se levanta irritado e olha feio para Aioria.

— Agora entendi. Você está mesmo seguindo ordens do Mestre do Santuário, aquele que age de forma maligna o tempo todo. Nesse caso eu vou enfrentá-lo mesmo que no tempo em que eu treinava no Santuário tivesse a maior admiração por você. Agora deveria ter ainda mais, pois acabo de descobrir que você é um cavaleiro de Ouro, mas infelizmente você age de acordo com o mal que existe no Santuário.

Aioria segue olhando sério para Seiya.

— Em nome do passado, pela consideração que tenho por você não vou matá-lo, mas você tem que me dizer onde estão os outros cavaleiros de Bronze e a armadura de Sagitário!

— Acha que vou trair meus amigos para poupar minha vida? Você não me conhece. Agora enfrentarei você mesmo: “Meteoro de Pégaso”.

Aioria nem se mexe e o ataque nada faz a ele.

— Isso aí que a Marin te ensinou no Santuário? Isso lá são meteoros? Ataque muito lento, consigo ver tudo claramente Seiya!

Seiya investe novamente e vê seus meteoros passarem por Aioria como se fosse uma fraca corrente de ar. Seiya arregala os olhos e percebe a diferença de seu poder comparado ao de Aioria. Aioria revela a Seiya que enquanto o ataque dos cavaleiros de Bronze atinge a velocidade do som, a dos cavaleiros de Ouro atinge a velocidade da luz. Seiya compreende como Aioria conseguiu arrastar ele e Shaina com apenas um dedo e que não tem como ele se igualar em poder com Aioria. Seiya volta a negar entregar seus amigos e a armadura de Sagitário e Aioria se irrita.

— Então não tem outro jeito. Acabarei com a sua vida agora. Receba o meu: “Relâmpago de Plasma”.

— Aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaahhhhhhhhhh... — Shaina salta na frente de Seiya e é atingida nas costas.

Seiya não entende o que aconteceu. Shaina cai de frente a Seiya ferida.

— Seiya como eu estava te dizendo... A amazona que fez a promessa, assim como as amazonas da antiguidade quando tem seu rosto visto por um homem é obrigada a matá-lo... Ou amá-lo!

— Como é? – Seiya é pego de surpresa com a revelação da amazona.

Shaina levanta a cabeça e olha nos olhos de Seiya, que segue a amparando.

— Você se incomoda Seiya? Que uma mulher igual a mim se apaixone por você?

— Shaina... – Seiya fica sem reação.

— Seu cosmo tem tanta força Seiya... E ele pode crescer mais, e eu sei que você sempre seguirá a justiça. Perdoe-me por ter amado você Seiya, perdoe-me...

Shaina desmaia no colo de Seiya. Seiya a balança e ela não reage. Seiya chora e cai no chão com ela sentindo dores no corpo. Aioria fecha os olhos.

— Eu vou embora por conta do que aconteceu com a Shaina. Você acabará morrendo de qualquer jeito.

Aioria vira de costas, mas logo escuta o grito de Seiya bastante irritado.

— Espere Aioria! Por que você não conteve o seu golpe? Sei que para você era fácil ver a Shaina se atirando na minha frente. Por que você agrediu uma mulher Aioria? Eu não irei te perdoar.

Seiya desfere um soco na cara de Aioria, mas quem se machuca ainda mais é ele.

— Espero que isso alivie você. – Diz Aioria sem se abalar.

— Que dor... Minha mão! – Grita Seiya.

Aioria se aproxima de Shaina machucada e segura seu corpo.

— Você tem razão. Eu deveria ter visto Shaina se aproximar. Foi culpa minha. Mas se eu for rápido poderei salvar Shaina. Quanto a isso não se preocupe, deixe comigo.

Seiya encara Aioria e mesmo sem falar nada volta a sentir uma grande admiração por aquele homem que ele já admirava no Santuário e que era muito amigo de sua mestra Marin. Aioria volta a encarar Seiya.

— Seiya por que você traiu o Santuário e lutou por causas pessoais? O Grande Mestre é o líder dos cavaleiros nomeado por Athena e é quem nos transmite suas vontades. Ele não pode ser desobedecido. Eu terei que voltar e matar você! Mas nesse momento vou deixá-lo vivo para se recuperar de seus ferimentos e poder se defender quando eu vier matá-lo.

Seiya fica olhando para Aioria sem saber muito bem como usar as palavras para explicar tudo. Escondidos atrás da árvore à frente, Dios e Algethi estão observando Aioria.

— Eu não acredito! Aioria está indo embora sem matar o cavaleiro de Pégaso. Isso é inadmissível! – Dios se altera. — Ele de fato é um traidor igual o seu irmão Aioros!

— Eu não creio que Aioria seja um traidor, eu o conheço há muito tempo, mas de fato estranho muito esse recuo dele. – Responde Algethi.

Dios escuta Aioria dizendo que deixará Seiya vivo naquele momento e não se contém. Ele salta de frente a Seiya deixando Algethi para trás.

— Você é muito bonzinho! Por que está facilitando as coisas para esse cavaleiro de Bronze, Aioria de Leão?

— Outro cavaleiro de Prata! – Exclama Seiya.

— O que está fazendo aqui Dios de Mosca?— Pergunta Aioria.

— Estava te vigiando seguindo ordens do Grande Mestre! – Responde o cavaleiro de Prata. – Ele queria ter certeza que você cumpriria a missão!

Aioria se irrita ao perceber que estava sendo vigiado.

— Isso não é possível! O Grande Mestre deu essa ordem através de Pôncio de Compasso não foi? Pode voltar ao Santuário, como havia prometido vou entregar pessoalmente os cavaleiros de Bronze e a armadura de Sagitário ao Grande Mestre!

— Negativo cavaleiro de Leão. Ao deixar Seiya vivo você desobedeceu as ordens do Grande Mestre. – Responde Dios. — Se você não é capaz de eliminar o Seiya deixe isso comigo.

Aioria lança um olhar fulminante para o cavaleiro de Prata.

— Como se atreve a falar assim comigo?

Dios pega Seiya pelos cabelos e o ergue.

— Seja como for, vou vingar a morte de Misty e Jamian que foram mortos por esse sujeito. Vingarei todos os cavaleiros de Prata! Não me atrapalhe Aioria de Leão, é a vontade do Grande Mestre!

Aioria fecha os olhos. Dios segue pegando Seiya pelos cabelos. O cavaleiro de Pégaso, ainda ferido, pouco consegue fazer diante da força do cavaleiro de Prata.