Meu Nerd Favorito escrita por PepitaPocket


Capítulo 17
Dia de Prova




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Poucas vezes, Ino se sentira tão nervosa quanto naquele dia.

A última prova de recuperação que ela tinha pego na sua vida, foi de matemática na terceira série. Depois nunca mais!

— Maldito, Orochimaru-sensei! – Como era de praxe ela fez questão de xingar bastante e enviar bastante “vibrações” negativas para seu professor menor querido.

Se ela tirasse uma boa nota naquela prova, ela iria para recuperação com folga, e teria de tirar poucos pontos. Mas, se tirasse uma nota ruim, ela iria para recuperação no sufoco.

Ou seja, ela estava indo fazer aquela prova apenas para decidir se iria se enforcar lentamente, com chance de salvamento. Ou se a coisa seria rápida e certeira, mesmo sendo uma garota otimista, ela não estava levando fé, em suas habilidades.

Então, olhara para baixo e vira o estranho colar em formato de besouro, que Shino havia lhe dado inesperadamente no dia seguinte.

— Que isso? – Ela perguntou quando ele lhe estendeu um objeto que havia desamarrado de seu pescoço.

— Foi um presente de meu avô, pouco antes de morrer. – Ele disse sem demonstrar nenhuma emotividade com isso, parecia apenas saudoso.

— ... – Ino não achou bonito o cordão com o exótico pingente em formato de besouro, com dois pequenos pontinhos dourados como olhos.

— É um amuleto de sorte, que passa a gerações no clã Aburame. – Ele disse com suavidade.

— ... – Ela queria muito falar, mas um nó em sua garganta impediu que ela o fizesse de imediato.

— Quero que use no dia da prova. – Ele disse beijando suas mãos com tanta ternura, que ela fechou os olhos para se deliciar com o toque de seus lábios em suas mãos.

— É bonito, mas eu não posso aceitar. – Ela disse mordendo os lábios, nervosa com a possibilidade de aquilo trazer algum problema para Shino, já que era uma joia de família.

— Porque? Não gostou do Kikaichū, da sorte? – Ele perguntou parecendo ofendido com sua recusa.

— Kikaichū? Ino perguntou parecendo curiosa com aquela informação.

Shino sorriu de orelha a orelha, como nunca ela o viu sorrir, tudo por causa do entusiasmo de enfim, poder compartilhar com sua amada aquela história.

— No Período Edo, no ano de Genroku (1688), um ancestral falido encontrou um mapa perdido dentro de uma garrafa, em uma de suas muitas pescarias. – Ele disse dando uma risada ainda mais franca, e aquilo não combinava muito com ele, mas também era uma amostra que ele estava a vontade de seu lado, o que a deixava muito contente, e a fazia sorrir também de entusiasmo.

— Ele por algum motivo decidiu procurar aquele tesouro, e para isso gastou todas suas economias, e muitos acharam que ele estava louco, e que não iria encontrar. Mas, os Kikaichūs, também acreditaram e graças a eles, o tesouro foi encontrado. Ele vira um único individuo solitário, e na ausência do que fazer resolveu segui-lo, e assim ele encontrou... Quando voltou para cidade, rico, a primeira coisa que ele fez foi esse amuleto que nos acompanha desde então.

— Mas, esses Kikaichūs existem? – Ino perguntou com certo cuidado para não machucar os sentimentos de Shino que parecia ter apreço por aquela história em particular.

— Foram extintos. Ou uma manifestação espiritual. – Shino disse, beijando novamente suas mãos. – Por favor, quero que fique durante a prova com isso, você verá que dá certo. Sempre dá!

Shino disse convencido disto, e Ino aceitou feliz com o presente temporário.

— O dia que nos beijamos no parque eu estava usando. – Ele disse com sinceridade, e ela se derreteu toda ao lembrar aquilo, embora naquele dia ela não tenha levado muita sorte, por causa das sanguessugas.

Tirara o colar de florzinha que ela estava no pescoço, e colocara aquele, primeiro escondera de baixo da blusa.

Mas, depois resolveu colocar por cima, mesmo não combinando com o uniforme. Entretanto, ela não queria que o Shino ficasse achando que ela estava escondendo o presente (temporário) dele, por vergonha ou algo assim.

Muito pelo contrário, ela estava orgulhosa por ele ter lhe entregado algo assim.

Por isso, foi caminhando orgulhosamente em direção a escola, percebendo alguns olhares sobre sua pessoa, mas ela já estava acostumada com isso. Sorriu para alguns, fingiu que não viu a maioria, e foi na direção de quem lhe interessava.

O garoto que estava colocando sua bicicleta, no local reservado na escola para esse tipo de transporte.

Usava o mesmo casacão por cima do uniforme, e era curioso que nenhum professor tenha lhe advertido ou coisa parecida.

Shino estava distraído, pensando na tarde maravilhosa que ele teve no dia anterior, apesar do começo difícil... Estava receoso que desse alguma coisa errada, naquele dia, mas quando a dona de seus pensamentos enlaçou sua cintura e afundou o nariz em suas costas, ele se sentiu pronto para enfrentar qualquer desafio.

Ainda mais seus olhos caíram sobre o colar que Ino estava usando, em um local bem visível. Ele achou que ela ia esconder, mas para sua surpresa a Yamanaka-san, estava usando aquilo em um local bem visível.

— Pronta para a prova? – Ele perguntou interessado em sua resposta.

Ela sem perceber, ou intencionalmente, deslizara as mãos por sobre o colar, antes de responder.

— Acho que é nessas situações que os atletas dizem: prontos ou não, a hora é agora. – Ela falou cruzando os dedos e mordendo os lábios, com receio do que iria encontrar.

Aliás, seu primeiro desafio era se deparar com a cara feia de seu mais desprezível sensei.

Mas, para seu alívio Orochimaru não estava ali e sim um rapaz de cabelos brancos, presos em um rabo de cavalo solto. Usava óculos grossos, e tinha um semblante mais simpático do que o do professor titular da turma.

Conhecia o rapaz. Era o professor substituto Kabuto Yakushi.

Apenas isso, tirara um peso gigantesco dos ombros de Ino, que lançara um olhar de curiosidade para Sakura que já estava acomodada, na primeira carteira perto da janela.

Estava olhando distraída lá para fora.

O que fez a loira se perguntar se algo teria acontecido, para justificar a ausência de Orochimaru. Por um momento, Ino se sentiu culpada por todas as barbaridades que mentalizou contra o pai de sua amiga, mas quando lembrou que mesmo se gabaritasse a droga daquela prova, ela continuaria precisando de nota, logo abandonou o arrependimento.

Distraída, não percebeu que um pé havia sido colocado maldosamente no seu caminho.

Só não caiu por que Shino que vinha atrás dela, conseguiu segurá-la a tempo.

Ela nem precisou saber de quem tinha sido aquela maldade, para saber que era Matsuri Akasuna a responsável.

Graças a oportunidade de ficar abraçadinha com Shino que perguntou ao pé de seu ouvido se estava tudo bem, ela não conseguiu nem ficar chateada.

— Namoros são proibidos aqui. – Kabuto dissera depois de dar um pigarro exagerado.

— Gomensai. Eu tropecei, e o Aburame-san, me ajudou. – Ino dissera dando uma piscadinha para Shino que gostou o modo como ela dizia seu sobrenome.

— Vinte segundos, para acharem os lugares de vocês. – Kabuto dissera ajeitando seus óculos, fazendo Ino revirar os olhos achando que era verídico aquele ditado que dizia “sai o diabo, fica o secretário”.

Karin também pareceu pensar a mesma coisa, porque deu uma risada cumplice para Ino que ainda estava curiosa, porque Sakura parecia tão distraída, naquela manhã e o que isso teria a ver com a ausência de seu pai?

Mas, logo ela deixou a necessidade urgente da fofoca de lado, para ocupar-se com algo importante temporariamente... Já que depois do ensino médio ela não ia querer saber de biologia nunca mais. Ela pensou resoluta enquanto deslizava as mãos por seu besouro da sorte, desejando que ele de fato lhe desse sorte, já que ia precisar.


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