Minha Vida Começa Contigo escrita por Senhora Bracho


Capítulo 20
Caverna


Notas iniciais do capítulo

olá amores , boa tarde, mais um pra vcs



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— Calma, eu... eu juro que não esperava por isso! - responde Paulina atônita, dando um gole em sua água.

— Apenas me diga se aceita ser minha namorada. - pede Carlos Daniel começando a ficar nervoso.

Paulina respira fundo e se põe a mirá-lo, estava tentando assimilar tudo, ela não conseguia esconder o sorriso, estava admirada, sabia perfeitamente a resposta que daria, e tinha plena certeza de que dessa vez não se arrependeria.

— É claro que eu aceito ser sua namorada meu amor! - diz ela sorrindo o olhando com carinho.

Carlos Daniel respira aliviado, por um momento pensou que ela não aceitaria, aliás já tinham insistido no relacionamento tantas vezes. Ele fica radiante e sem se importar com as demais pessoas ali presentes ele se levanta, vai até Paulina e a beija ternamente, um beijo calmo e de agradecimento.

— Muito obrigado por mais essa chance meu amor, prometo que dessa vez será definitivo, e que nada nem ninguém irá nos separar! - afirma ele pegando nas mãos dela e depositando um beijo em cada uma.

— Eu te daria quantas chances forem necessárias Carlos Daniel, você é maravilhoso, eu é que tenho que agradecer por tudo que você faz por mim. - agradece Paulina  tímida com os olhos brilhantes.

— Eu te amo! - declara Carlos Daniel se aproximando para beijá-la novamente, só que um beijo rápido, ele acaricia os lábios dela e volta para seu lugar.

Logo o garçom chega com os pedidos e eles jantam em harmonia, sempre rindo e conversando como um casal apaixonado.

— Vai voltar comigo para a capital? - pergunta ele  após beber seu vinho.

— Por hora eu pretendo ficar na Fazenda dos meus pais. - responde Paulina  o olhando séria.

— Por que? Não estamos bem? - questiona a olhando apreensivo e preocupado.

— Sim Carlos Daniel estamos bem, mas eu prefiro passar uns dias com minha mãe, eu sentia tanta falta dela. - esclarece Paulina  o tranquilizando. _ E quanto a nós, será melhor assim, se quisermos recomeçar terá que ser com calma, para não nos precipitarmos mais uma vez! - finaliza com tranquilidade.

— Tudo bem, eu te entendo, eu também não gosto de ficar longe da minha mãe... - concorda ele compreensível . _ Mas e a faculdade, você vai trancar? Eu gostaria muito que você continuasse e sei que você também, quero que siga seus sonhos e tenha uma profissão! - questiona a incentivando como sempre fazia.

— Isso eu ainda tenho que resolver, não vou trancar e tampouco desistir, eu amo o que faço e vou ir até o fim! Amanhã com calma eu ligo na universidade e vejo o que pode ser feito. - responde Paulina  pensativa.

— O que você decidir estará decidido! - afirma Carlos Daniel sorrindo, voltando a comer.

O jantar segue sem maiores acontecimentos, e após terminarem a sobremesa, eles pedem a conta e Carlos Daniel leva sua agora namorada para casa.


...


    Carlos Daniel estaciona seu carro em frente a enorme mansão da Fazenda Martins, ele e Paulina ficam um tempo ali, conversando e trocando beijos e carícias.

— Amanhã venho aqui para conversar com seu pai. - informa Carlos Daniel após beijar Paulina.

— Não precisa Carlos Daniel...- intervém Paulina  tentando argumentar.

— Precisa sim, ele deve estar confuso com nossas idas e vindas, eu preciso esclarecer tudo para que ele não pense mal de você. - explica  atencioso, a olhando.

— Deixa ele pensar o que quiser meu amor, não importa o que eu faça ele sempre irá me julgar, eu já estou acostumada. - diz Paulina visivelmente triste.

— Mas não devia, você é digna de respeito e confiança. Uma mulher excepcional, a melhor que já conheci em toda a minha vida! - comenta ele apaixonado enquanto acariciava as bochechas dela com carinho.

— Você deve ter conhecido muitas mulheres em sua vida. - deduz Paulina  com uma pontada de ciúmes, mudando totalmente o rumo da conversa.

Carlos Daniel desvia o olhar rapidamente e se ajeita no banco inquieto, ele foi sim um homem de muitos casos, mas não era algo que ele se orgulhava.

— Não muitas... - resmunga Carlos Daniel  não passando nenhum pouco de segurança em sua voz.

— Aposto que sim. - insiste Paulina  séria observando as reações dele.

— E pra quê vamos falar disso agora? É algo tão irrelevante. - questiona Carlos Daniel a olhando.

— Pensei que não esconderíamos mais nada um do outro... - comenta Paulina batendo na mesma tecla. _ E pra mim tem muita relevância, pois não quero ter o desprazer de cruzar com mais uma de suas antigas aventuras... - alfineta  irônica.

— Você está se referindo...

— A Leda! - completa Paulina  sem o dar tempo de finalizar a frase.

— Eu nunca fiquei com ela! - justifica ele  com sinceridade. _ E não acredito que ela volte a te incomodar meu amor, você já a colocou no lugar dela. - comenta encurralado relembrando a briga de Paulina e Leda.

— Se você está dizendo... - resmunga Paulina com o pé atrás. _ Espero eu que ela não me perturbe mesmo, por que é o cúmulo eu ter que ficar me rebaixando por um homem que já é meu! - dispara  o fuzilando com o olhos.

— É impressão minha ou você está com ciúmes? - questiona Carlos Daniel  com um sorrisinho.

— Por que, eu não posso? - rebate Paulina  séria, se afastando.

Carlos Daniel acha graça da atitude dela e a puxa pela cintura e deposita um beijo eu seu pescoço.

— Meu amor, acha mesmo que se eu tivesse algum interesse em Leda ou em qualquer outra mulher, eu estaria me arrastando pra você? Olhe pra mim, você me tem rendido a seus pés, não tem por que ficar se remoendo... - sussurra segurando o rosto dela para olhá-la nos olhos.

— Eu sei, mas eu não consigo evitar em me sentir assim, e não venha me criticar por que você também é bem ciumento! - acusa ela  com um sorrisinho.

— Sou mesmo, e digo isso com tranquilidade. - admite ele sincero. _ Não que eu duvide de você, muito pelo contrário, eu confio em ti e sei que jamais me trairia. - afirma Carlos Daniel a olhando intensamente.

Paulina desvia o olhar rapidamente, se sentia muito culpada por ter ficado com Miguel mesmo estando casada com Carlos Daniel, e isso ela ainda não havia contado ao marido e nem tinha pretensão em dizer, não queria magoá-lo e nem quebrar sua confiança.

— Você tem razão meu amor, não vamos mais falar disso, o melhor que podemos fazer é esquecer o passado e começarmos nossa vida a partir de hoje! - sugere Paulina  encurralada, mudando de assunto.

— Concordo plenamente! - diz ele  aliviado pois seu passado também o condenava demais.

Carlos Daniel a detalha por alguns segundos até que a beija de forma ousada, Paulina se rende desde o início e assim que sente as mãos dele tocando suas coxas e subindo em direção a sua intimidade, ela se afasta ofegante.

— Bom, já está tarde, eu já vou indo. - anuncia Paulina  com a respiração pesada, enquanto segurava a mão dele o impedindo de continuar.

— Não vai não, aqui está tão bom. - resmunga Carlos Daniel  roçando seus lábios.

— Sim está, mas eu havia dito a minha mãe que chegaria cedo, e já se passam da meia noite. - justifica ela  lábio contra lábio.

— As horas passaram voando, eu não queria me separar você! - confessa Carlos Daniel  manhoso, encostando no banco do carro.

Paulina sorri tímida e se aproxima dele para acariciar seu rosto.

— Obrigada pela noite maravilhosa! - agradece Paulina  o olhando apaixonada.

— Não tem agradecer linda, essa é só a primeira de muitas que virão. - garante ele  aproveitando os carinhos dela.

— Nos vemos amanhã? - pergunta Paulina , se preparando para entrar.

— Claro, amanhã estarei aqui. - confirma ele.

— Traga a sua mãe, estou com saudades dela! - pede Paulina pegando seu celular no porta luvas.

— E ela de você! - conta Carlos Daniel.

— Então esperarei vocês, vou pedir para Cacilda caprichar no almoço de amanhã.

— Não precisa a incomodar minha vida!

— Não é incomodo nenhum Carlos Daniel. - finaliza Paulina  séria.

— Boa noite, meu amor! - deseja Paulina  dando um beijo rápido nos lábios dele.

— Boa noite minha princesa, durma com Deus! - diz Carlos Daniel  com carinho, a dando um último beijo.

Paulina se afasta sorrindo se despede mais uma vez, saindo do carro indo em direção a sua casa, estava mais leve, pela primeira vez em meses se sentia feliz de verdade, e não escondia isso de ninguém.

Ela ia subindo as escadas no escuro, e acabou não notando a presença de seu pai que estava na sala a esperando chegar para para conversarem.

— De onde vem assim tão tarde? - pergunta Renato  alto e em bom som a assustando, ele sabia exatamente onde ela estava, mas queria ouvir dos lábios dela.

Paulina ainda assustada acende as luzes e vai até a sala, Renato parecia sereno, algo que chamou a atenção de Paulina, pois ele estava sempre sério e sisudo.

— Eu estava com Carlos Daniel, fomos jantar fora. - conta Paulina  sem vontade alguma de dialogar com o pai.

— Venha até aqui! - chama Renato baixinho fazendo sinal para a filha.

Paulina respira fundo e vai até ele, parando em sua frente.

— Pode falar. - diz ela querendo sair logo dali.

— Sente-se aqui do meu lado. - convida ele fazendo Paulina o olhar com desconfiança, e mesmo estando contrariada ela se senta.

— Fale de uma vez o que você quer, pois já está tarde e eu quero dormir! - esbraveja Paulina sem paciência.

— Por que me trata assim? Eu só quero conversar com você... - murmura Renato  baixinho.

— Eu é que deveria te fazer essa pergunta, eu só estou agindo da mesma forma que você me trata todos os dias. - responde realista.

— Entendo... Mas quero que saiba que ao contrário do que você pensa eu te amo filha, e só quero o seu bem. - conta Renato olhando para a filha.

Paulina solta um riso completamente sem graça, ela não acreditava que estava escutando aquilo, só conseguia sentir ainda mais raiva.

— Como você tem a coragem de me dizer isso? - pergunta Paulina  indignada.— Falar que me ama depois de tudo o que fez é um tanto irônico não acha? Olha já que não tem mais nada de interessante para dizer eu vou me retirar. - dispara ela  já se levantando.

— Senta aqui que eu não acabei! - ordena Renato sério a segurando pelo braço impedindo-a de sair.

Paulina se irrita, e se senta novamente cruzando os braços emburrada.

— Que gênio garota! - reclama Renato  a olhando sério.

— Foi uma das poucas coisas que herdei de você! - retruca Paulina  sem olhá-lo.

Renato acha graça no que a filha acabara de dizer e acaba deixando escapar um sorriso de canto.

— Sua mãe já tinha me dito que estava com Carlos Daniel. - conta Renato  a olhando.

— E se já sabia por que está me questionando? - pergunta Paulina  sem entender.

— Para ver se você me contaria a verdade. - diz  Renato .

— Eu nunca menti para o senhor! - se defende Paulina  finalmente o olhando.

— Já sim, e você sabe disso! - dispara Renato grotesco.

— Eu? Me refresque a memória por que eu não me lembro! - questiona Paulina com receio, queria saber o que tanto seu pai sabia, já que ela o escondia muitas coisas.

— Não se faça de cínica, você mentia pra mim quando dizia que não tinha namorado, e pelas minhas costas ficava se agarrando com aquele morto de fome, dizia que estava na casa de suas amigas, quando na verdade você ficava por aí, fazendo só Deus sabe o quê com aquele miserável do filho do Maurício Hernandéz! - dispara Renato perdendo o pouco controle que tinha.

Paulina escuta tudo aquilo paralisada, ela imaginava que seu pai tinha conhecimento de seu romance, mas não que sabia tanto, e se surpreendeu ainda mais ao ouvir o nome de seu ex sogro.

— Então você sabia sobre o Miguel? - questiona Paulina  trêmula.

— Eu não sou nenhum idiota Paulina! - rebate Renato  visivelmente bravo.

— Você é muito pior do que pensei, como você pôde me forçar a casar com Carlos Daniel sabendo que eu amava outro? - pergunta Paulina horrorizada.

— Tudo o que fiz foi pensando no seu bem estar, nada é em vão, um dia você me dará a razão, descobri sobre esse rapaz pouco antes do seu casamento, eu tinha motivos para te afastar dele. - explica Renato sendo o mais breve possível.

— Quais motivos? - pergunta Paulina  interessada.

— Não vem ao caso... - murmura distante, evitando entrar em detalhes.

— E claro que vem, você precisa me dizer, até por que trata-se sobre mim, sobre minha vida! - retruca Paulina  aumentando o tom de voz.

Renato permanece em silêncio.

— Sendo assim eu também não te direi mais nada! - dispara ela com raiva se levantando depressa.

Renato rapidamente de coloca na frente da filha.

— Minha filha, me escute pelo menos uma vez na vida, eu te amo e só quero o seu bem, nunca duvide do meu amor! - diz Renato tentando transmitir sinceridade em suas palavras.

— Olha lamento lhe informar mas agora é uma pouco tarde para querer demonstrar um mínimo de afeto, o senhor me tratou como um lixo a vida inteira, só me fez sofrer... As vezes sinto que me pune por algo que eu não sei o que é, e com Paola age totalmente diferente, eu só queria saber o que foi que eu te fiz! - diz Paulina com os olhos marejados e com um nó na garganta.

— Eu não faço distinção entre vocês, amo as duas da mesma forma! - afirma Renato  com a cabeça baixa, sabia que não era verdade mas ele não sabia o que dizer.

— Não é verdade pai! Eu sempre me pergunto, por que eu? Por que não a Paola a escolhida para se casar com Carlos Daniel? Eu conheço bem a minha irmã, e sei que ela teria topado se casar sem objeções, e o senhor também sabe! - pergunta Paulina querendo entender toda essa confusão mesmo já tendo se acertado com Carlos Daniel.

— E era pra ter sido assim, mas o seu namoro com aquele rapaz fez com que tudo tomasse um outro rumo. - esclarece Renato  a encarando sério. _ E pra completar o Carlos Daniel não quis, ele sabia exatamente por quem estava apaixonado! - finaliza ele deixando Paulina confusa.

Paulina fica repensando tudo o que escutara, e tentava organizar tudo em sua mente. Como o próprio pai acabara de dizer seu único objetivo era separar Paulina de Miguel, mas por que? Paola fora oferecida a Carlos Daniel mas o mesmo não aceitou? Paola sempre esteve a par de tudo compactuando com os planos do pai? Eram muitas perguntas que não tinham respostas pois Renato não dizia nada.

— Todo esse tempo eu tinha certeza que seu único foco era o dinheiro do Carlos Daniel, mas pelo o que vejo o senhor queria me ver longe do Miguel, por que? - pergunta Paulina  limpando as lágrimas que caiam por seu rosto.

Renato percebendo que havia falado demais resolve voltar ao silêncio.

— Paola desde o começo sabia de tudo e não me disse nada? - insiste Paulina suplicando por uma resposta.

— Sua irmã não sabia de nada! - mente Renato  nervoso.

Paulina o encara com ódio, respira fundo e sai dali, indo em direção às escadas.

— Se não quiser mais viver junto de Carlos Daniel sinta-se livre para se divorciar, esse casamento foi um erro, eu reconheço! - admite Renato indo atrás da filha.

Paulina continua seu trajeto e finge não escutar nada, ela havia chegado em casa tão feliz e agora se sentia extremamente confusa.

....

Fazenda Bracho - Manhã seguinte


    Helena tomava seu café da manhã enquanto conversava com Maria, que a servia, era bem cedo e ela estava curiosa para saber se Carlos Daniel havia reatado seu relacionamento com Paulina.

— Você sabe se meu filho já acordou Maria? - pergunta Helena dando um gole em seu café.

— Ainda não senhora, ainda a pouco fui ao quarto, e ele estava dormindo tranquilamente.- responde Maria terminando de colocar a mesa.

— Ele deve ter chegado tarde, pois quando fui me deitar ele ainda não havia chegado. - conta Helena pensativa.

— Vai ver se acertou com a menina Paulina. - conclui Maria olhando para a patroa.

— Deus te ouça Maria, só assim para aquele garoto não entrar em depressão! - diz Helena exagerada.

— Ele é louco por ela, todos conseguem perceber, sem contar que formam um casal tão lindo! - elogia a senhora sorrindo.

— Concordo com você Maria, ela é tão meiga, delicada, já pensou um filho daqueles dois? Ai, serão maravilhosos! - comenta ela imaginando com cara de boba.

— A senhora está doida pra ser avó né mãe? - questiona Carlos Daniel sorrindo entrando na sala de jantar, havia acabado de acordar.

— Sim, porém só daqui alguns anos, ainda sou muita nova para ser avó. - diz Helena  rindo.

Carlos Daniel vai até a mãe para lhe dar um beijo e desejar bom dia, faz o mesmo com Maria, e em seguida se senta em seu lugar na mesa.

— Sabe mãe, logo, logo farei um neto para senhora cuidar! - brinca Carlos Daniel  pegando um pedaço de bolo.

— Ouviu isso Maria? - pergunta Helena olhando para a senhora fingindo estar indignada. _ Pra mim não querido, pra você cuidar, por que até onde eu sei, os meus três filhos já estão adultos! - finaliza rindo.

— Diz isso agora, quero ver depois! - diz Carlos Daniel também rindo.

— Bom me dêem licença, tenho que voltar para a cozinha. - avisa Maria saindo.

— E então filho, se acertou com sua esposa? Por que sem nora não tem neto! - pergunta Helena.

— E a mãe dos meus filhos precisa ser especificamente a Paulina? Eu posso arrumar outra nora para a senhora, candidatas não me faltam! - zoa Carlos Daniel  convencido.

— Eu não aceito outra que não seja ela, já consigo até imaginar meus netinhos loiros e com os olhinhos claros como os dela. - diz Helena sonhadora.

— Ai mãe só a senhora... E só para tranquilizá-la, nós dois nos acertamos e estamos juntos novamente. - anuncia com um largo sorriso.

— Graças a Deus! Eu sabia que ela não ia resistir a esse seu sorriso galanteador... E onde ela está? - pergunta Helena se referindo a Paulina.

— Ela está na casa dela, decidiu que vai morar lá por enquanto. - conta  Carlos Daniel  brevemente.

— E por que isso? - pergunta ela com estranheza.

— Ela achou melhor assim, vai passar um tempo na Fazenda para matar a saudade da mãe. - explica ele devorando uma fatia de bolo.

— Ela me disse uma vez que era muito apegada a mãe, eu tenho pena dela, é tão novinha, deve ter sido muito difícil pra ela ter que se mudar para a capital. - comenta Helena.— Olha, eu sei que vocês sabem o que fazem, mas eu ainda acho que vocês se apressaram demais, deveriam estar namorando, se conhecendo...- opina  com razão.

— Eu sei que foi tudo muito rápido e confuso, mas eu estava seguro de mim e do amor que eu sentia por ela, por isso nos casamos, eu não sei explicar, o que eu sinto por Paulina eu nunca senti por nenhuma outra mulher em minha vida! - admite Carlos Daniel  com os olhos brilhantes.

— Nem mesmo por Lorena? - alfineta Helena curiosa.

Lorena era uma ex namorada de Carlos Daniel, mais precisamente a primeira, começaram o relacionamento ainda na adolescência, e esse fora o namoro mais douradouro que ele tivera, porém após um tempo o romance chegou ao fim, pois Lorena decidiu construir sua carreira de modelo em Nova Iorque, e sem mais nem menos ela se foi, Carlos Daniel sofreu muito com sua partida.

— Por favor mãe, não me fale dela! - pede Carlos Daniel visivelmente desconfortável.

— Por que? Você ainda gosta dela? - pergunta Helena  séria, o encarando.

— Eu a amei muito, porém nunca fui prioridade em sua vida, ela preferiu a carreira do que a mim, e infelizmente não se pode amar sozinho. - confessa Carlos Daniel  suspirando com o semblante distante e desanimado, recordar de seu antigo amor não era algo do qual lhe agradava.

— Falando assim faz parecer que ainda sente algo, e eu sinceramente espero que Lorena não seja um problema entre você e Paulina. - diz Helena não muito segura.

— Por que a senhora diz isso? É claro que ela não será um problema, o que tivemos foi a muito tempo, tudo o que vivemos, e o que eu um dia senti ficou no passado, agora eu sou casado e amo minha esposa com todas as minhas forças! - garante Carlos Daniel  bebendo um gole de suco.

— Que bom, por que Lorena está voltando.- mente Helena  observando atentamente as reações do filho.

— Ela está voltando? - pergunta Carlos Daniel  com os olhos arregalados e dando uma leve engasgada com o suco.

Helena balança a cabeça em sinal de negação, era visível o quanto Lorena ainda mexia com Carlos Daniel, e isso foi algo que ela não gostou nada de constatar.

— Eu não sei, há meses que não falo com a mãe dela, disse isso apenas para ver qual seria sua reação, e não me agradei nenhum pouco com o que vi. - conta Helena  calmamente.

— Não pense besteiras mãe, eu só levei um susto, eu não ouço o nome dessa mulher desde que terminamos, e isso já tem uns três ou quatro anos. - se justifica Carlos Daniel  nervoso.

Helena prefere não dizer mais nada, ela e Carlos Daniel seguem o café da manhã em silêncio, talvez teria sido um erro trazer aquele assunto à tona, ela sabia o quanto o filho amava Lorena e só queria se certificar de que esse amor teria de fato acabado, e pela reação de Carlos Daniel ela pôde deduzir que esse assunto estava mal resolvido.


...

Fazenda Martins


    Era por volta das onze horas, Carlos Daniel e Helena já estavam a caminho da Fazenda, Carlos Daniel antes de sair havia ligado para Paulina para avisar que logo chegariam. Paula e as filhas estavam na sala aguardando por eles, e Renato se encontrava no escritório.

— Bom dia! - cumprimenta Carlos Daniel adentrando a sala acompanhado de sua mãe, que também as cumprimenta com simpatia.

           — Bom dia! - respondem elas em uníssono.

Carlos Daniel vai até Paulina e deposita um beijo rápido em seus lábios, já Helena revezava o olhar entre Paulina e Paola, estava surpresa com tamanha semelhança.

— Seja muito bem vinda em minha casa Helena, fico muito feliz que tenham vindo nos visitar! - recepciona Paula sorrindo.

— Muito obrigada Paula, é um prazer estar aqui, sua Fazenda é muito linda! - agradece Helena também sorrindo. _ Hoje podemos finalmente conversar com calma, pois sempre nos vemos na correria.

— Realmente, quase não tivemos tempo para dialogar. - concorda Paula.

— Como vai Helena? - pergunta Paulina indo até a sogra para cumprimentá-la.

— Muito bem querida, estava sentindo sua falta lá na mansão. - responde Helena segurando a mão de Paulina.

— Eu também estava com saudades! - diz Paulina sorrindo.

— E pelas carinhas iguais suponho que você seja irmã de Paulina. - diz Helena se referindo a Paola. _ Não sabem o quanto eu estou impressionada com a semelhança de vocês duas! - conta se aproximando dela.

— Sou eu mesma senhora, é um prazer conhecê-la! - cumprimenta Paola com uma simpatia que nunca teve.

— Por favor, me chame apenas de Helena. - pede Helena  sem tirar os olhos das duas.

— Elas são idênticas não é mesmo? São poucos os detalhes que as diferenciam. - questiona Paula rindo pela reação de Helena.

— Sim, eu estou chocada, e com certeza as confundiria fácil. - responde Helena.

— Venham, sentem-se conosco, o almoço será servido em alguns minutos. - convida Paula cordialmente.

Todos se sentam e ficam um bom tempo jogando conversa fora, tinham muitos assuntos e riam o tempo todo, Carlos Daniel mantinha seus braços envoltos na cintura de Paulina, que estava radiante por ter a sogra e o marido em sua casa.

— Me responda uma coisa Paula, como é ser mãe de gêmeas idênticas? Aposto que deve ter sido um desafio e tanto! - pergunta Helena interessada.

— Olha eu sei como é ser mãe de um só, mas eu posso garantir que nunca mais engravidei por medo de virem gêmeas de novo! Amo minhas filhas, mas confesso que foi tenso criá-las. - responde Paula fazendo todos ali rirem alto.

— Nossa mãe que exagero, nós nem dávamos tanto trabalho assim! - se defende Paola rindo.

— Quase nada, eram super comportadas! - diz Paula irônica.

— E você as confundia? - pergunta Carlos Daniel querendo saber mais sobre a esposa.

— Quase sempre! Quando eram bebês elas usavam pulseiras com o nome, mas conforme foram crescendo foram ficando cada vez mais travessas, e aprenderam a tirar a pulseira, foi aí que me deixaram louca. - explica Paula relembrando a infância das filhas.

— Bons tempos! - diz Paulina rindo em cumplicidade para a irmã.

— Foram os melhores! - concorda Paola rindo de volta.

— Olha eu imagino como deve ter sido, essas duas devem ter boas histórias para contar! - comenta Helena com um sorriso.

— E tem em, aprontar juntas era o que elas mais faziam. - conta Paula mirando as filhas.

— E como fazia para reconhecê-las? - questiona Carlos Daniel.

— Apesar de iguais elas tem personalidades muito diferentes, Paulina sempre foi tranquila, carinhosa, e muito apegada a família, já Paola era mais extrovertida, não gostava muito de obedecer, e era bem mais séria, porém elas sabiam se passar uma pela outra perfeitamente bem. - explica Paula calmamente.

— Eu também acho Paulina bem calma, e tem uma serenidade que acalma qualquer um! - concorda Helena com admiração.

— Eu também tenho que concordar! - diz Carlos Daniel dando um selinho nela.

Paola lança um rápido olhar de reprovação para a irmã e o cunhado, sua vontade era de sair daquele ambiente. Logo Cacilda vai até a sala para avisar que o almoço seria servido, todos vão até a mesa, inclusive Renato que estava no escritório, e almoçam em harmonia, entre risos e mais conversas, após finalizarem a sobremesa as mulheres foram dar uma volta pelo jardim, já Renato e Carlos Daniel vão até o escritório.


...


                                 Escritório


    Carlos Daniel explicou sua versão do que tinha acontecido, e é claro que omitiu muitos detalhes, aliás Renato não tinha nada a ver com a vida particular do casal, e o que lhe foi dito é que Paulina se sentia deslocada na capital e resolveu voltar para casa, e que ficaria por lá apenas uma temporada.

— Não se preocupe, eu pretendo cobrir com todos os gastos dela, e também voltarei a dar assistência para o senhor. - avisa Carlos Daniel  sério.

— Se você prefere assim... Eu só quero te dizer que por um tempo pensei que minha filha estava infeliz, ontem mesmo a disse para se divorciar, mas agora vendo que estão bem, eu fico mais aliviado, por você e por ela. - conta Renato descarado, era óbvio que seu único interesse era na fortuna de Carlos Daniel.

— Sim eu também fico, e como te disse nosso único problema era esse, ela não estava conseguindo se adaptar a cidade grande, ela sempre viveu no interior e é normal que se sinta assim, mas já achamos uma solução e logo menos tudo voltará a normalidade. - tranquiliza Carlos Daniel já conhecendo as reais más intenções do sogro.

— Fico muito feliz, sei que você é um homem honesto e que cuidará muito bem de minha filha. - diz Renato forçando um sorriso.

          — Pode ter certeza disso! E por favor não me leve a mal, mas eu peço que o senhor tenha mais paciência com ela, não gosto que a magoem e nem que a ofendam, Paulina é uma boa pessoa e merece respeito, eu sei que vocês não se dão muito bem, mais faça um esforço. - pede Carlos Daniel transmitindo autoridade.

Renato não acredita no que ouve, ele passa a mão por sua barba enquanto formulava uma resposta grotesca para o genro, mas antes que conseguisse dizer algo, Paulina entra pela porta tomando a atenção dos dois.

— O que tanto conversam? - pergunta Paulina indo até o marido.

— Carlos Daniel estava me contando que vocês reataram e que já está tudo resolvido. - responde Renato tentando parecer tranquilo.

— Eu ficarei aqui por mais alguns dias ainda... - conta Paulina apreensiva.

— Sim seu marido já me explicou seus motivos, e eu estou de acordo. - diz Renato  olhando para a filha.

Renato ainda deu um mini sermão, como se fosse um exemplo de pai a ser seguido, Paulina não ouvia absolutamente nada do que ele falava e tinha uma expressão de total descaso, já Carlos Daniel só estava ali por respeito a esposa.


                                      Sala


    Paola após o almoço subiu para seu quarto, Paula e Helena andavam calmamente pelo jardim enquanto observavam a beleza do local.

— Fico tão em paz sabendo que Paulina está feliz, seu filho é um ótimo rapaz, tão educado, cavalheiro, atencioso, e trata minha menina tão bem. - conta Paula suspirando.

— Eu tenho muito orgulho do meu filho, de todos eles aliás, e agora terei de Paulina, ela já se tornou uma filha pra mim, tenho muito carinho por ela e desejo que o amor deles floresça cada dia mais. - diz Helena sentimental.

— Podemos ir mãe? - pergunta Carlos Daniel indo até elas, estava de mãos dadas com Paulina.

— Sim filho, quando você quiser. - concorda ela se virando para os dois.

— Fiquem mais, ainda está cedo! - pede Paula gostando da companhia deles.

— Adoraríamos ficar mas temos que ir, obrigada por nos acolher tão bem, e deixo aqui meu convite para irem até nossa Fazenda, as portas estarão sempre abertas para recebê-los! - convida Helena atenciosa.

Paula e Helena se despedem com um abraço, e Paula se despede também de Carlos Daniel.

— Você vem conosco meu amor? Quero te mostrar eu lugar lá na Fazenda que tenho quase certeza que você não conhece. - convida Carlos Daniel misterioso olhando para a esposa.

— Claro! - aceita Paulina prontamente.

Os três entram no carro e vão para Fazenda Bracho, Helena sobe para seu quarto para ligar para mansão para ver como estava tudo por lá, já Carlos Daniel leva a esposa ao tal lugar misterioso. Lá era de difícil acesso, Paulina realmente não conhecia aquela área, tratava-se de uma gruta que tinha uma beleza de tirar o fôlego, Carlos Daniel a conduz para dentro e Paulina fica fascinada, a água que tomava conta do lugar era cristalina e apesar de fechado o local estava bem iluminado, devido a luz do sol que brilhava forte aquele horário, e invadia a pequena e singela caverna.

— Meu Deus, esse é de longe o lugar mais lindo que já vi, como nunca vi essa gruta antes? - questiona Paulina  perplexa e com os olhos brilhantes.

— É lindo não é? Sabia que gostaria, estava louco para te mostrar isso aqui. - diz Carlos Daniel  a olhando radiante.

— Vamos dar um mergulho? Aqui não é tão fundo e a temperatura da água deve estar ótima. - convida Carlos Daniel  já tirando sua camiseta.

Paulina observa a cena em silêncio, não conseguia tirar os olhos do peitoral másculo do marido, e assim que o vê tirando a bermuda ficando só de cueca, seu rosto cora instintivamente, mas seu olhar não desvia por nenhum segundo.

       — Amor? Você não vem? - chama Carlos Daniel  a trazendo de volta para a realidade, ele tinha um sorriso safado, pela forma que a esposa o olhava.

— O quê? Hum... Acho que não! - responde Paulina  nervosa desviando o olhar tímida por ter sido pega em flagrante.

— Por que não? Entra vai, a água não está gelada...- insiste Carlos Daniel  entrando no lago.

—Estou começando a pensar que você não gosta de água em! - brinca ele tentando convencê-la.

— Você está insinuando que eu não tomo banho? - questiona Paulina  cruzando os braços, fingindo estar brava.

— Isso é você quem está dizendo! - provoca Carlos Daniel rindo.

— Ah pronto, não faltava mais nada! - diz Paulina  rindo.

— Vem logo minha vida! - chama Carlos Daniel  mais uma vez.

— Nossa como você é insistente! - diz Paulina se aproximando da água.— Eu não vou entrar por que senão terei que ir embora toda molhada. - explica Paulina  o observando.

— Muito simples, entre sem roupa!- sugere Carlos Daniel  cafajeste.

— Eu não! - rebate ela com os olhos arregalados.

— Só estou tentando ajudar! - continua Carlos Daniel  se fazendo de inocente.

— Eu não vou ficar nua, alguém pode entrar. - explicar Paulina  corada.

— Não precisa ficar nua, entra de lingerie. E diferente da cachoeira aqui não entra qualquer pessoa, meu pai colocou mais seguranças ao redor da Fazenda e eu dei ordens restritas aos peões, nessa propriedade ninguém entra sem minha permissão, ou a de meus pais! - conta convincente fazendo Paulina pensar na possibilidade.

Ela fica ali o olhando e pensa, o que teria demais? Ele era seu marido, já havia visto todo seu corpo, e já tinham uma certa intimidade, ela não poderia continuar agindo como uma adolescente inocente.

— Ok eu vou! - aceita Paulina  se despindo lentamente.

Carlos Daniel não tirava os olhos dela e mantinha um sorriso de satisfação nos lábios.

— Pare de me olhar assim! - pede Paulina  envergonhada, tirando seu short.

— E eu vou perder esse show? Jamais! - comenta ele  travesso.

— Ai bobo! - diz ela terminando de se livrar de toda aquela roupa, ficando somente com uma lingerie rosa clara, era toda rendada e muito delicada.

Ela vai até ele e assim que sente o olhar de Carlos Daniel sobre seu corpo, desvia seu olhar envergonhada, ela entra na água e para em frente ao marido que não perde tempo e a puxa pela cintura a beijando desejoso.

— Você é linda! - elogia Carlos Daniel  após o beijo a olhando com ternura.

O que o casal não tinha percebido, é que havia mais alguém ali que os espiava descaradamente, estavam tão entretidos que sequer notaram a presença de Paola na entrada da caverna, os peões provavelmente a confundiram com Paulina e a deixaram entrar, ela os olhava com desdém e parecia estar arquitetando algo, e fazia o possível para não ser vista.


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Notas finais do capítulo

Finalmente aparecemos kkkkk, sério gente me desculpem pela demora, estou correndo contra o tempo para entregar o próximo o quanto antes, comentem muito e nos digam o que acharam!



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