Harry Potter e a herança perdida escrita por Snowy Phoenix


Capítulo 3
Capítulo lll


Notas iniciais do capítulo

Sim, eu atrasei um dia e algumas horas, maaaas eu estava lidando com trabalhos acumulados da faculdade... Enfim, não deixem para última hora, se não quiser ter dor de cabeça... Ok ok, chega de conversa, certo? Bom capítulo.



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Um garoto de 8 anos estava correndo freneticamente nos becos sujos e imundos de Londres, o garoto em si não estava muito melhor, ainda fedia e havia cicatrizes e feridas que marcavam seu pequeno corpo.

O garoto fugia de Igor e seus capangas, eles eram alguns anos mais velhos que o menino, o garoto estava em desvantagem, era ele contra cinco. Claro ele era rápido e seu pequeno corpo lhe proporcionava escapar por espaços pequenos, o que lhe dera uma grande vantagem.

O menino estava quase comemorando mais uma fuga, ele havia recusado entrar para o bando, Igor o queria pois sabia que ele era rápido e poderia usá-lo para furtos. Ele havia recusado todas as vezes, ele preferia trabalhar sozinho, e com certeza não iria furtar, nunca pareceu certo tirar algo dos outros, por mais que ele não tivesse nada e usasse apenas trapos velhos, não gostaria que tirassem algo dele, então não faria para os outros.

Aquela seria mais uma fuga bem sucedida, bem, isso era o que o garoto achava, pois ele se descuidou e não viu a placa de metal a sua frente, era tarde demais para desviar quando ele sentiu uma latejante dor em sua cabeça, sua visão começou a ficar vermelha, e lágrimas de dor se misturaram em seu sangue. O menino estremeceu de dor, ele estava torcendo para que a gangue já estivesse desistido, mas a vida nunca seria tão fácil para ele.

Ele ouviu vários passos se aproximando, e fechou os olhos na esperança de que ninguém o visse ali encolhido. Tudo ficou em silêncio, ele foi experimentar abrir os olhos para espiar, quando sentiu um forte puxão em seus cabelos, ele foi agarrado e jogado no chão.

‘Achou que iria fugir para sempre?’ Zombou Igor. – ‘Walter segure ele’. Ordenou Igor

Um garoto gordo e quase sem pescoço se aproximou dele e torceu seus braços para trás e sentiu o pé dele empurrando suas costas, houve um estalo em seu ombro esquerdo, e ele sabia que tinha tirado fora do lugar, ele apenas deu um gemido de dor e tentou conter as lágrimas que ameaçavam escorrer novamente, rezando para que acabassem logo e o deixassem ir em paz.

‘Agora, vamos nos divertir um pouco.’ Igor disse como se acabasse de ganhar o melhor presente de natal de sua vida.

‘Sabe aberração, eu já te dei várias chances de me seguir, mas você é teimoso, e teimosia é algo que não posso aceitar, preciso fazer você de exemplo.’ Igor disse olhando maníaco para o menino.

Igor ergueu a mão direita e a deixou cair no pequeno rosto do menino, que com um estalo cuspiu sangue no chão, ele sentiu o gordo largar seus braços e ele caiu de bruços no chão, tentando inutilmente se levantar, ele apenas sentiu mais dor. Uma luz estranha começou a envolver seu corpo, isso em vez de assustar seus agressores apenas fez com que eles ficassem mais furiosos e sedentos por seu sangue, todos vieram para cima dele e começaram a gritar “Aberração”, “Lixo”, “Imundice”, enquanto chutavam suas costelas, o menino se encolheu tentando evitar os golpes mas nada adiantou.

Então miseravelmente ele se lembrou dos dias em que passou no ‘manicômio’ ele fazia o maior esforço para colocar essas memórias no canto mais escuro de sua mente, ele preferia ser espancado todos os dias por Igor do que voltar para aquele inferno. Ele se lembra do exato momento em que pisou naquele lugar, sua vida nunca mais foi a mesma.

— FLASHBACK: Uma mulher já perto da terceira idade dirigia irritada pela estrada que levava até o manicômio santo espedito, Lurdes falou para ele que seria sua nova casa, e que lá ele iria ser curado do demônio. O garotinho que chorava assustado no banco de trás, se eriçou com o comentário, e inutilmente disse ‘Sinto muito senhora, Arry nunca mais vai fazer aberrações de novo.’ disse suplicante o menino.

 

‘Não me importo, de qualquer maneira você não é mais meu problema.’ Ela disse dando uma risada fria. ‘Me arrependo do dia em que o peguei da rua, sua aberração inútil, eu deveria te deixar ser comido pelos animais.’ Ela gritou, fazendo com que o pequeno Harry se encolhesse mais ainda no banco.

 

A viajem se seguiu em completo silêncio, apenas a melodia de Secret Garden, tocando no rádio. Harry acordou de seu sono com lágrimas já secas em sua bochecha, quando o carro começou a dar solavancos, o carro da senhora Lurdes diminuiu a velocidade e ela abriu a janela para conversar com um guarda de uma espécie de guarita militar.

 

‘Lurdes Parker’ disse Lurdes em voz baixa, ‘Estou aqui para trazer um deles ‘ A mulher disse com nojo. A postura do homem que era neutra se tornou hostil e ele olhou com nojo para o banco de trás aonde Harry estava.

 

‘Sim senhora, a madra superiora está esperando.’ O homem disse rapidamente querendo se livrar da mulher e da criança.

 

O lugar era feio, lembrava um campo de concentração nazista, o céu ali era triste, cinzento e uma aura triste e sombria acercava o lugar. Harry estremeceu no banco de trás, se encolhendo em um pano que Lurdes disse que veio com ele, escrito “HJP”. O carro parou, e Lurdes desceu para falar com outra mulher gorda, que vestia um vestido preto que ficou horrível nela, o cabelo preto preso em um coque. A mulher olhou em direção ao carro com desprezo e nojo, acenando com a cabeça com algo que Lurdes disse, a mulher sorriu e Harry viu o sorriso mais maligno que já havia visto em sua vida, um sorriso amarelo, como se ela fosse um lobo prestes a matar um cordeirinho, que ele presumiu que fosse ele.

 

‘Vamos garoto, desça.’ Ordenou Lurdes, não esperando Harry se levantar o agarrou pelo colarinho e o puxou com força, Harry bateu a cabeça ao ser puxado bruscamente para fora do carro, e lágrimas se formaram e ele deu um olhar magoado a mulher.

 

A gorda aparentemente não gostou dele, e deu um beliscão em seu pescoço, e sussurrou com uma voz rouca em seu ouvido “Aqui meu menino, não gostamos de crianças que choram.’ E sorriu com veneno para Harry.

 

Lurdes nem ao menos se despediu, apenas deu um breve tchau a mulher e correu para o carro.

 

Harry não sabia que passaria os piores quatro anos de sua vida ali.

Ele estava prestes a perder a consciência quando ouviu uma voz feminina gritar “AVADA KEDAVRA”, oscilando entre a consciência e a inconsciência ele ouviu um baque de um corpo caindo ao seu lado, era Igor, seus olhos negros estavam vidrados e arregalados em surpresa, olhando para o nada. Igor estava morto, ele viu mais flashes verdes e mais baques no chão, ele presumiu que todos estavam mortos. Mas quem diabos iria salvá-lo? A pessoa iria matá-lo também? Ele não sabia.

‘Como esses trouxas imundos ousaram tocar em sangue mágico?’ – Disse a voz de uma mulher furiosa.

‘Não sei Srta Black.’ – Outra voz masculina disse. ‘Esses trouxas sempre foram bárbaros. Mas se a srta me permite perguntar, como soube que a criança em questão é bruxo?’ – O homem questionou curioso.

‘Você é cego Mundungo?’ – A mulher xingou impaciente, ‘A hora que aqueles imundos começaram a espancar o menino, uma luz o envolveu, senti uma áurea poderosa vindo dele.’ – A mulher concluiu, ‘Mas porque diabos você sempre arranja para se encontrar em lugares com trouxas?’

‘É mais seguro srta. O ministério geralmente não fica muito atento, mais fácil para entregar a mercadoria.’

‘Certo, agora cale a boca e me ajude a curar o menino.’ – Ordenou a mulher.

‘A-Ajudar? Oras Srta Black, apenas o deixe ai, é só mais um sangue ruim’ – Sugeriu o homem com desdém. O menino se ofendeu, por que ele era um sangue ruim? Será que essa Srta. Black era um daqueles que queriam fazer mal a ele?

‘Você é mestiço, então cale a porra da boca e me ajude.’ – A mulher disse impaciente, ‘Vou levá-lo para meu avô, ele vai saber o que fazer.’

O homem pareceu querer protestar, mas resolveu não contrariar a mulher. Se aproximando do menino, a mulher se abaixou e pegou sua varinha, e começou a murmurar feitiços de cura, nada permanente, ela não era uma medi-bruxa, mas o básico ela poderia fazer facilmente, estancou o sangramento, e transfigurou um pano e um copo, conjurou água no copo e com o pano húmido começou a limpar as feridas do menino, que agora dormia inconsciente em seu colo. ‘Shh, você vai ficar bem, eu prometo.’ Ela murmurou baixinho para o menino que se mexia em um sono inquieto.

Quando a mulher terminou os primeiros socorros ela pareceu satisfeita consigo mesma. O menino começou a voltar à consciência, seu corpo ainda doía muito, mas ele notou que suas feridas já estavam melhores, ele olhou para cima e viu a misteriosa mulher, ela era alta, bonita, com longos, grossos e brilhantes cabelos negros. Ela tinha lábios finos e negros, olhos violeta e pesados, pele pálida. Tinha boa aparência.

Ele percebeu que a mulher o estudava com curiosidade, querendo ser educado, ele tentou agradecer “O-Obrigado...?” A mulher apenas deu o que parecia ser um sorriso de satisfação por seu trabalho ser elogiado.

‘Você está imundo.’ Ela apontou com uma careta – ‘Mas não vai ser por muito tempo, vou levar você para minha casa.’ Ela disse satisfeita, vendo que o menino estava com medo, ela acrescentou. ‘Ah vamos, você parece não ter lugar para ir, certo?’ Ela perguntou e o menino apenas acenou afirmativamente com a cabeça. ‘Merda o que aconteceu comigo, adotando pirralhos na rua.’ Ela murmurou irritada para si mesma, mas logo a carranca deu lugar a um sorriso, ‘Você quer uma casa? Uma família?’ Ela perguntou.

Harry não tinha experiências boas com famílias, mas ele estava machucado e não conseguiria fugir, ele precisava jogar o jogo dela, quando estivesse melhor ele fugiria para outro beco.

‘S-Sim senhora.’

‘Agora, sabe ler?’ A mulher perguntou apressada ao menino. Harry por sua vez achou uma pergunta estúpida de se fazer, de acordo de como ele se encontrava no momento.

‘N-Nunca me ensinaram.’ Harry disse honestamente, não era tão incomum uma criança de oito anos não saber ler, era?

A mulher não gostou da resposta e resmungou algo como ‘Trouxas imundos’, ‘cães de merda’ e ‘insolentes, como ousam tratar uma criança com sangue mágico assim?’ A mulher se aproximou dele e sussurrou em seu ouvido rapidamente, ‘Grimmauld Place n°12, é para lá que nós vamos.’

Harry tentou raciocinar, as pessoas não gostavam dele por ele fazer coisas que elas não entendiam e o chamavam de aberração, mas Harry nunca achou que fosse uma aberração, deveria ter pessoas iguais a ele no mundo, não é? A mulher mencionou magia, e antes ele viu a mulher gritando aquelas palavras estranhas, que ao mesmo tempo eram um pouco familiares.

Se sentindo um pouco aliviado, ele arriscou dizer, ‘Você também faz... hm... magia?’ Ele perguntou com medo da reação.

A mulher olhou para ele como se ele tivesse acabado de afirmar veementemente que 1 + 1 era igual a 2, algo tão obvio que era estúpido discutir o contrário

‘Claro que sim’ Ela disse quase insultada. ‘ E você, pode?’ Ela perguntou

‘S-Sim senhora, posso levitar as coisas até mim, ou até mudar a cor do cabelo de alguém que me assusta!’ Harry exclamou animado com a possibilidade de achar pessoas habilidosas iguais a ele. Imagina quantas coisas poderia aprender? Nunca mais aqueles sem magia iriam machucá-lo, como a moça disse, “a escória trouxa”.

A mulher acenou satisfeita e deu um sorriso de aprovação e disse, ‘Ótimo, nós somos especiais, superiores que aqueles vermes que te atacaram, não se preocupe, eu os matei!’ Ela acrescentou animada.

O menino pareceu se iluminar mais uma vez, e ela se sentiu aliviada por não ser responsável por aquele filhote começar a berrar, o que ela faria se isso acontecesse? Ela não tinha mamadeira com ela, mas será que ele ainda mamava? Bem, não importa ela perguntaria depois, esse negócio de maternidade era complicado demais.

Ela suspirou cansada e apontou a varinha para o menino, e o atordoou, era melhor que ele não chegasse acordado, ou seu avô, Arcturus Black, mais conhecido como o formidável Lorde Black, poderia assustá-lo. Por Merlin, até ela tinha medo de irritar o homem.

Olhando para Mundungo Fletcher recostado na parede, diabos ela esqueceu completamente daquele verme, ela precisaria lidar com ele, matar? Bom, ele poderia ser útil no futuro com seus contatos no submundo, mas ela não podia deixar ele com memória do ocorrido, ele tinha a língua frouxa, ela suspeitava que o menino não era nascido-trouxa, mas algo nele era familiar para ela. E ela não poderia deixar Fletcher vazar algo.

Ela pegou sua varinha e entediada mirou para o bruxo, e disse “OBLIVIATE”,

Ótimo, ‘Você vai se esquecer de tudo que aconteceu aqui hoje, você apenas me deu a poção e aparatou direto para sua casa, tropeçou e bateu a cabeça e desmaiou.’ Ela ordenou, o homem apenas assentiu e aparatou.

Olhando para o menino em seu colo, ela afastou uma mecha de cabelo de sua testa, e viu uma cicatriz em forma de raio, ela quase engasgou-se com o que viu, diabos aquilo era uma cicatriz de maldição, esse garoto era interessante, ela meditou. Era poderoso também. Agora não importava muito, ela apenas precisa falar com seu avô, ele saberia o que dizer. E com isso ela aparatou do lugar direto para o Largo Grimmauld, nº 12.


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Notas finais do capítulo

Vejo você sábado as 19:00 horas :D