Reintegrado escrita por Nara Garcia


Capítulo 9
Capítulo 9


Notas iniciais do capítulo

Chegamos ao fim de mais uma fic emocionante. Muito obrigada por terem acompanhado e por todos os comentários. Vocês são incríveis! ❤

Nos vemos na próxima fic! :) ❤



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5 meses após a ida de Mac...

Stella
Três meses haviam se passado desde que eu recebi aquela carta de Mac. Desde então eu não tive mais notícias dele, então sempre que eu sentia medo eu lia sua carta, e de alguma forma sentia que ele estava bem.

Essa é a primeira vez dentro desses 5 meses longe dele, que eu sinto que toda essa agonia está prestes a acabar. Acho que é por causa dessa conexão que ele sempre diz que nós temos. É a primeira vez em 5 meses que eu me sinto leve. Apesar da imensa saudade que eu sinto dele todos os dias, eu sei que ele está bem e isso me traz um alívio imensurável. De qualquer forma, não vejo a hora de tudo isso finalmente acabar.

***


Os raios de sol iluminavam o escritório de Mac através das grandes janelas de vidro. Stella observava aquela paisagem que ela tanto amava, sentada em sua cadeira enquanto tomava seu chá. Eram 9h da manhã e o laboratório se encontrava silencioso e com pouco movimento, isso porquê era domingo. Stella havia criado um péssimo hábito de ir trabalhar quando estava entediada em casa. Claro que isso acontecia pelo fato da falta que ela sentia de Mac. No fundo ela sabia que levaria uma bronca daquelas quando ele voltasse, e isso era bom, porque no momento o que ela mais queria era ouvir a voz dele.

Um pequeno sorriso surgi em seus lábios seguido de um longo suspiro. Se fosse Mac plantado naquele escritório em sua folga ela com certeza não deixaria barato. Mas a verdade é que a grande teimosia fazia parte da vida de ambos.

O celular de Stella vibra sobre a mesa atraindo sua atenção. Ela gira sobre sua cadeira e o pega, atendendo-o rapidamente.

— Oi Don!
— Ei, Stel! Você está bem? - Apesar de ser uma pergunta simples, havia uma leve tonalidade de preocupação na voz de Don, que fez com que surgisse uma expressão confusa no rosto de Stella.
— Eu estou bem.. Por quê?
— Sabia que você é muito desconfiada? - Stella ri. - Só queria saber como minha amiga está.
— Don, somos amigos a muito tempo. Nunca é só isso!
— Bom, você está atarefada aí? - Indaga Don mudando de assunto.
— Como sabe que eu estou no laboratório?
— Qual é, Stella, somos amigos a muito tempo. - Ele repete o que ela havia dito com diversão em sua voz. Stella simplesmente sorri.
— Na verdade não. Já terminei todos os relatórios pendentes que Mac tinha, o que me lembra que eu realmente deveria pedir um aumento.
— Boa sorte! Que tal vir a delegacia? As coisas aqui estão um pouco corridas, talvez você possa me ajudar com alguns suspeitos.
— Claro! Não vai dizer nada sobre eu estar no trabalho na minha folga?
— Não, mas eu sei que Mac vai me matar quando souber que tem passado suas folgas no laboratório. Sabe que te manter afastada está incluso no pacote: "Cuide bem dela." - Ele diz inconformado e ela ri, enquanto se levanta e pega o casaco.
— Eu não conto se você não contar.
— É do Mac que estamos falando, Stella. Sabe que ninguém precisa contar, ele sempre descobre.
— É, tenho experiência com isso. - Ela pega sua bolsa e a chave do carro, caminhando para fora da sala. - Bom, estou indo. Vai querer um café?
— Ual, está me oferencendo café? Tem certeza que está bem?
— Última chance, Don.
— Tudo bem, tudo bem. Um duplo expresso, por favor.
— Você não muda! Estou a caminho, até mais.

Ambos desligam seus respectivos telefones e Stella segue para o estacionamento, entrando em seu carro assim que chega.

Uma das coisas que a tornava uma ótima detetive era sua curiosidade junto ao fato de ser um tanto desconfiada. Ela sabia que a ligação de Don não havia sido atoa, assim como a preocupação em sua voz. De qualquer forma, ficar no laboratório sem fazer nada não era a melhor das opções. Talvez interrogar alguns suspeitos, bancando a policial má dessa vez, a ajudasse a distrair sua mente.

Stella dirige pelas movimentadas ruas de Nova York até encontrar o pequeno Café que havia perto da delegacia. Ela estaciona em frente e entra. O local estava calmo e ela foi atendida rapidamente.

— Um duplo expresso para viagem, por favor! - Ela pede com um sorriso. Enquanto a garçonete preparava seu café, Stella observava o noticiário da manhã passar na pequena TV que havia no recinto. Roubos a joalheria, assaltos a mão armada, entre outros.

— Aqui está. - A garçonete tira Stella de seu devaneio com um sorriso.

— Obrigada! - Ela pega o café e caminha até a porta, até que uma notícia faz com que ela volte sua atenção a TV.

"Ainda não temos os nomes dos envolvidos, mas sabemos que dois dos quatro agentes morreram a caminho do hospital..."

— Pode aumentar o volume, por favor?! - Stella pede gentilmente. A atendente consente e aumenta o volume da TV.

"Até agora as informações que recebemos foi que quatro agentes que estavam em serviço fora de Nova York sofreram um atentado enquanto voltavam para a base. O local aonde estavam em missão ainda é desconhecido, assim como a saúde de dois dos agentes. Em breve voltaremos com mais informações."

Apesar de não entender muito bem sobre o ocorrido, Stella sentia o seu coração automaticamente acelerar. Seria Mac e sua equipe envolvidos no atentado? Seria ele um dos..... Mortos? Ela respira fundo brevemente e sai da lanchonete, voltando para o carro.

***

Eu sabia que pensar no pior naquele momento não era o ideal, mas ainda assim não pensar no pior era praticamente impossível. Apesar disso, eu me mantive forte e com pensamentos positivos. Eu sabia que ele estava bem, e nada além de uma notícia concreta vindo da base onde Mac estava, mudaria meu pensamento.

***

Stella
Segui para a delegacia assim que saí da lanchonete. Aquela notícia ainda me incomodava, mas eu tentava mantê-la o mais longe possível da minha mente. Assim que cheguei fui direto na mesa de Don, onde o encontrei assinando alguns relatórios.

***

— Ei, que bom que chegou. Tem um cara doidinho pra ir pra prisão lá dentro. Preparada pra bancar a policial má? - Pergunta Don com entusiasmo. Stella se mantém séria e decide contar a ele, ignorando seu comentário inicial.

— Eu vi.. Uma notícia na TV falando sobre um atentado a alguns agentes fora de Nova York.. Sabe alguma coisa sobre isso? - Don, que antes estava alegre, rapidamente muda a expressão em seu rosto para completa seriedade. A falta de surpresa em seu rosto fez com que Stella descobrisse que ele já sabia. - Você sabia?

— Stella...

— Foi por isso que me ligou preocupado. Achou que eu tivesse visto o noticiário.. Por que não me contou nada, Don? Por que agiu como se nada estivesse acontecendo?

— Stella, eu não queria que você pensasse...

— Pensasse o que? Que pode ser Mac um dos feridos ou um dos mortos? - Don respira fundo e se levanta, a puxando para um canto.

— Sinclair soube da notícia antes e me pediu para que não te contasse.. - Stella o olha indignada.

— Você, Sinclair e o resto da equipe têm que parar de achar que eu vou quebrar a qualquer momento. Eu sou mais forte que isso, Don, e eu sei que Mac está bem. Há vários agentes em serviço fora de Nova York desde o ano passado, pode ser qualquer pessoa e eu quero e preciso acreditar que Mac não esteja nessa contagem, por que se estiver eu não vou conseguir. - Stella diz tudo em um só fôlego. Havia raiva em sua voz e lágrimas em seus olhos. - Eu não consigo sem ele, Don. - Sua voz sai baixa.. - Então eu prefiro e vou acreditar que ele está bem, e que ele está voltando são e salvo para Nova York. - Stella se vira e sai da delegacia, ignorando a voz de Don atrás de si a chamando.

Ao voltar para o seu carro ela respira fundo novamente e seca as lágrimas, dizendo a si mesma que precisava ser forte, mais forte do que jamais fora antes. "Ele está bem! Eu sei que ele está.." Ela diz baixinho enquanto fecha os olhos brevemente, recostando sua cabeça no banco.

O cansaço que Stella estava era tanto que somente o barulho do seu telefone a tirou de seu leve sono. Ela o pega em seu bolso e olha o visor. O número era desconhecido.

— Detetive Bonasera.
— Stella.... - Ao ouvir aquela voz, Stella desperta completamente e arregala seus olhos, desencostando do banco.
— Mac?!
— Bom saber que ainda se lembra da minha voz.. - Havia uma leve diversão em sua voz. Stella sente seus olhos inundarem completamente, e um lindo e encantador sorriso surgi em seu rosto.
— Mac... Por favor, me diz que está bem!
— Quando eu vi a notícia sobre os agentes, eu soube que precisava te ligar e dizer que eu estava bem. O que aconteceu foi terrível, mas foi em uma base próxima ao Chile. Aqui está tudo bem. - O alívio percorre o corpo de Stella, a fazendo fechar seus olhos e relaxar novamente.
— Eu tentei me manter forte como você pediu, mas quando eu soube da notícia.. Eu..
— Eu sei.. Stella, você é a pessoa mais forte que eu conheço. Sei que se manteve forte aí todos os dias. Eu tenho muito orgulho de você e não vejo a hora de poder te dizer isso pessoalmente. - Stella sorri e sente mais lágrimas rolando.
— Eu sinto tanto a sua falta.. - Mac suspira com pesar.
— Eu também.. Mas isso vai acabar. - Ele diz a última frase com ânimo.
— Mac..
— Eu estou voltando, Stel. Estou voltando pra você! - Stella leva a mão à boca devido a surpresa. O impacto que a notícia trouxe a fez chorar ainda mais.
— Quando..?
— Hoje.. Na verdade eu já estou na base aérea. - Ele ri pois sabia que Stella ficaria indignada com isso.
— Mac Taylor, por que não me disse logo?
— Nha.. Seria fácil demais. - Stella ri indignada. Tudo aquilo parecia um sonho. O homem que ela mais amava no mundo estava voltando, e estava bem. - Olha, eu preciso desligar. Consegui um telefone com um dos pilotos só pra te avisar que estava tudo bem, e porque eu queria muito ouvir sua voz. Meu vôo está previsto para chegar no JFK amanhã às 14h. Pode me buscar? - Ele pede com charme.
— Eu não perderia isso por nada. - Mais uma lágrima rola pelo rosto de Stella, junto a um sorriso que se forma. - Eu te amo, Mac!
— Eu também te amo, muito. Até amanhã.
— Até..

Stella desliga o celular ainda sem acreditar no que havia acontecido. Mac finalmente estava voltando pra casa. Toda aquela angústia estava chegando ao fim. Seu coração estava prestes a sair pela boca e agora ela contava ansiosamente os minutos até o momento de estar ao lado de Mac novamente.

Seu celular toca outra vez e ela o atende rapidamente.

— Stella, é o Don. Olha, me desculpe não ter te falado nada, eu só..
— Ele está voltando.
— O que?
— Mac chega amanhã. Ele está voltando pra casa.
— O que? Espera! Como você sabe?
— Ele me ligou, já está na base aérea. O amor da minha vida está voltando, Don.

***

É impossível explicar tudo o que eu senti naquele momento. Mas a verdade é que todo esse sentimento ainda está presente aqui, enquanto observo Mac dormir serenamente no meu colo depois de um dia cansativo no trabalho. Sim, ele se recusou a tirar mais do que dois dias de folga e já está de volta a grande loucura de Nova York. Fazem somente 5 dias que ele voltou, e eu já posso dizer que sou a pessoa mais feliz do mundo por tê-lo ao meu lado.

***

Dia seguinte a ligação de Mac. (Setembro, 20)

Stella andava de um lado para o outro no aeroporto. O vôo de já havia sido anunciado como estando próximo ao JFK. Ele poderia chegar a qualquer momento.

Stella
Eu me sentia como uma verdadeira adolescente apaixonada. Meus batimentos estavam totalmente descontrolados, assim como minha respiração. Pego a pequena concha que estava em meu bolso e a observo em minhas mãos. Ok, pode até ter sido brega, mas de longe foi a coisa mais fofa que eu já fiz até hoje, e bom, valeu a pena.

Após alguns breves minutos vejo o avião pousar. Vejo as pessoas descerem, uma a uma, e reencontrarem seus familiares. A ansiedade em vê-lo aumentava mais a cada pessoa que surgia na porta do avião.

Respiro fundo algumas vezes até que finalmente o vejo, e a partir daí é como se tudo acontecesse em câmera lenta. Estávamos apenas a alguns metros de distância quando nossos olhos se encontram. A calmaria que invadiu meu corpo é inexplicável. Todo aquele nervosismo e ansiedade simplesmente desapareceram, assim como todas as pessoas que haviam naquele aeroporto. O vejo caminhando em minha direção e sinto como se algo me prendesse no lugar, acho que foram aqueles olhos profundos que me travaram por completo. Como de costume nesses últimos meses, meus olhos enchem d'água como num passe de mágicas.

Ele estava se aproximando, e então tudo aquilo que me segurava no lugar também desapareceu. Inconscientemente comecei a correr em sua direção. Me joguei em seus braços e o senti me rodar no ar. Agora mais do que nunca eu realmente parecia uma adolescente apaixonada.

Mac me põe no chão e então seu rosto está colado ao meu. Aquele cheiro que eu tanto amava e sentia falta trouxe consigo um arrepio que invade cada célula do meu corpo. Aqueles oceanos em seus olhos brilhavam por causa das lágrimas que se formavam. Uma coisa tão rara que era vermos um ao outro chorando, se tornou tão comum nos últimos meses.

Mac sorri e aperta mais seus braços em volta de mim, como se não quisesse soltar nunca mais. O último fio de distância que separava nossos lábios simplesmente sumiu, e eu o beijei com todo amor e toda saudade que estavam dentro de mim. Aquele beijo juntou todos os cacos que sua partida havia trazido. Aquele vazio que antes havia em meu coração não existia mais. Eu estava completa novamente.

***

— Eu disse que voltaria pra você. - Diz Mac com a voz baixa, próximo aos lábios de Stella após cessar o beijo.

— E sem nenhum arranhão. Estou orgulhosa! - Ambos riem.

— Alguém disse que se eu voltasse dessa operação com um arranhão sequer, ela me mataria.


— Me lembre de agradecer a essa pessoa depois.. - Stella sorri e o beija novamente. - Você fica tão lindo com esse uniforme. Vou sentir falta de te ver nele..

— Posso vestir ele só pra você de vez em quando. - O charme em sua voz e seu olhar misterioso a fazem se derreter por completo.

— Pode ter certeza que eu vou cobrar isso.

— Eu senti tanto a sua falta, Stel. Você não faz idéia do quanto eu te amo. - Uma única lágrima rola pelo rosto de Mac e Stella a seca carinhosamente.

— Eu também, e sinceramente pensei que não fosse aguentar. Mas, apesar de estarmos longe fisicamente, eu sentia você bem pertinho de mim o tempo todo. Você sempre esteve aqui comigo, Mac, como disse que estaria. - Mac leva as mãos de Stella até seus lábios e deposita um beijo em cada uma.

— Sua concha está aí? - Indaga Mac pegando a sua em seu bolso. Stella sorri e também pega a sua.

— Não desgrudei dela um minuto.

— Sabe, nós podíamos usá-las de decoração na nossa nova casa quando casarmos.

— Ah, então quer dizer que o grande detetive Taylor quer se casar comigo? - Pergunta Stella com diversão e um largo sorriso no rosto.

— Bom.. - Mac abre sua concha e entrega a ela. - Se você aceitar.. - Stella pega a concha e observa a linda aliança que havia dentro dela.

— Ai meu Deus.. - Ela sussurra desacreditada. Mac sorri e pega a aliança, ajoelhando-se logo em seguida.

— Apesar desses 5 meses longe de você terem sido os piores da minha vida, eles me mostraram que eu não quero e não posso viver longe de você. Você é a minha vida, Stella, e é a melhor parte de mim. Deixa eu ficar na sua vida pra sempre? - Stella sente toda aquela ansiedade e nervosismo a invadirem novamente. As pessoas a sua volta olhavam toda aquela cena esperançosas. Mac estava visivelmente nervoso, tanto que sua mão que segurava a aliança tremia consideravelmente. Stella sorri ainda desacreditada e respira fundo, tentando controlar as emoções.

— Você está ajoelhado na minha frente vestido de marine enquanto me pede em casamento. Sério, Mac, como dizer não a isso? - Mac ri e sente suas bochechas esquentarem devido ao rubor que se formava. - Eu te amo mais que tudo, e também não posso e não quero viver longe de você.. Nunca mais. É claro que eu aceito. - Mac esboça o mais lindo e largo sorriso que já dera em toda a sua vida. Ele põe a aliança no dedo anelar de Stella e se levanta, a puxando para mais um beijo apaixonado. Toda a multidão que se formara, inclusive a equipe que esteve com Mac o tempo todo, batem palmas e gritam para o mais novo casal.

***

Observando ele agora eu percebo que, mesmo tendo sido duro ficar longe dele todos esses meses, foi algo que inevitavelmente nos deixou mais fortes. Eu aprendi tanto sobre mim mesma nesse tempo, descobri uma força que eu desconhecia, assim como Mac aprendeu muito sobre ele também. Agora nós temos a chance de descobrir uma infinidade de coisas, só que juntos, somente nós dois até o fim.

The end.
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