~ Impressionando os anjos ~

⚠️{Inspirado no meme de ꧁AIKO SUZUKI꧂, uma gachatub que encontrei aleatoriamente procurando por vídeos para por no encerramento desse arco}

Jiraya viu que o telão novamente brilhou e puxou Tsunade para voltarem a se sentarem em seus lugares, não deixando que a Senju saísse de seus braços em nenhum segundo. Ele queria guardar cada segundo da sensação de ter Tsunade desse modo.

— Outro vídeo? — Kurenai questionou — Vão ser quantos afinal?

— Apenas mais um e então voltamos as musicas. — Sasuke respondeu.

— Já enchi o saco de vídeos. — Kiba cruzou os braços emburrado.

— Vai ser um vídeo curto pulguento, prometo.

— Vamos começar logo, quantos mais cedo melhor. — Naruto escandalizou e recebeu outro soco de Sakura que o mandou parar de gritar.

— Para de bater no Naruto, Sakura. E Naruto, para de gritar. — Kakashi brigou com um suspiro — Sei que está chato ver todos esses vídeos um atrás do outro. Mas se estão mostrando é porque são importantes ao ponto de nos mostrarem. Logo vai chegar a parte que se refere a cada um. No momento estamos falando sobre os Sannins e coisas que são importantes para eles.

— E antes foi sobre os times. As músicas estão sendo divididas em arcos — Sasuke seguiu a linha de raciocínio de seu Sensei — Faz sentido Kakashi.

Um papelzinho caiu sobre os pés de Kakashi que com desconfiança o pegou sobre seus dedos e o leu.

Esperto como sempre Bakakashi! ;)

Kakashi gelou ao ler o modo como foi chamado. Sua cabeça doer e sentiu sua visão ficar turva. Ele olhou em todos os cantos, procurando sinais de quem poderia ter o mandado esse papelzinho. Será que...? Não, era impossível. Ele já estava morto, não haveria como. Mas ele precisava confirmar esse fato.

— Você tá bem Kakashi-sensei? — Sakura perguntou preocupada, seu sensei estava pálido e tremia um pouco ao segurar aquele pedaço pequeno de papel.

— Sasuke. — Kakashi ignorou a aluna e se virou em direção aos viajantes — É impossível para vocês trazerem os mortos de volta a vida, certo?

— Certo. — Sasuke confirmou um tanto confuso — Poderíamos fazer Um Edo tensei, mas seria um sacrifício totalmente desnecessário e traria dores desnecessárias. Eles não iriam sair dessa sala vivos como qualquer um aqui. Eles continuariam mortos. O que não adiantaria de nada.

Kakashi suspirou e voltou a encarar o papel que estava em suas mãos. Quem poderia ter escrito isso? Mais uma vez ele levou seu olhar lentamente para toda a extensão da sala observando tudo. Kakashi olhou para aquele mascarado estranho da Akatsuki, ele sentia que estava sendo observado por ele desde que eles chegaram na sala, mas isso não fazia sentido.

Kkkakashi não conhecia o mascarado e não tinha como o mascarado o conhecer.

Tobi virou seu rosto para o lado quando viu que o Hatake olhava para si. Ele arqueou uma sobrancelha com interesse ao ver como o grisalho havia perdido a cor de rosto por uns momentos enquanto lia aquele pedaço de papel e achou mais interessante ainda a pergunta dele para o irmão de Itachi. Ele estava pensando em trazer Rin? Se por acaso fosse isso ele jamais permitiria, Kakashi não tiraria Rin de seu descanso por causa do seu egoísmo.

— Cê tá bem Kakashi-sensei? — Naruto questionou preocupado, fazendo a mesma pergunta que Sakura havia feito, mas tinha sido ignorada.

— Tô bem sim Naruto.

— Não é o que parece. Tá encarando demais esse papelzinho aí. — Naruto cruzou os braços e com a sobrancelha arqueada olhou para o pedacinho de papel — Que que tá escrito aí afinal?

— Nada demais. — Kakashi respondeu, guardando o papelzinho na parte interna de seu kimono azul de shurikens, que usava toda vez que saía de um banho quente, quando Naruto tentou bisbilhotar de um jeito nada discreto.

— Não pareceu ser nada demais. — Sasuke tinha observado as reações de Kakashi desde o momento em que aquele papelzinho milagrosamente apareceu em seus pés. Tinha alguma coisa escrita ali que mexeu com ele e pelo o que o grisalho perguntou para o seu eu mais velho deveria ter alguma relação com alguém que já estava morto.

— Sasuke-kun tem razão. — Sakura balançou a cabeça — Fala logo o que tava escrito e a gente larga do teu pé.

— Olha só o vídeo já vai começar. — Kakashi mudou de assunto quando sentiu a claridade da tela iluminar  parte da sua bochecha — Vamos prestar atenção meus aluninhos queridos.

— Nem vem mudar de assunto Kakashi-sensei! — Naruto brigou — Você não vai engabelar a gente não.

Kakashi sorriu. E apontou para a tela com um olhar sínico no rosto.

— Oh. Veja só! — colocou a mão no rosto com uma falsa surpresa — Aquele ali não é você Naruto?

E como era previsto. Naruto deixou o assunto do papel de lado, ele não iria perder de ver as coisas incríveis que ele faria no futuro. Tinha que esfregar na cara do Sasuke tudo o que fez de melhor do que aquele aspirante a emo  depressivo assim que saíssem dessa sala ou entrassem em outra pausa.

Sasuke depressões. Naruto pensou divertido e riu de um modo bem baixinho com seu próprio pensamento. Por algum motivo isso tinha sido engraçado, talvez fosse uma piada futura que iria criar para irritar Sasuke ou talvez um senso de humor que seria normal nesse futuro, ele não sabia. Então simplesmente deu de ombros e voltou focar na tela.

Passos firmes e lentos caminhavam sobre o chão, pisando na grama alta e verde. Apenas pela imagem do local dava pra adivinhar que aquilo era uma floresta fechada, com muitas árvores e bastante sombras que deixavam o local um tanto escuro. A pessoa andava em direção a uma pedra que tinha um único Kanji muito específico gravado em sua superfície.  Shi (師), ou simplesmente a palavra "professor", era o que podia-se ler. Havia duas outras pedras menores ao lado dessa maior, com três kunais fincadas e um fio que as interligava. Parecia ser um túmulo ou algo tão significativo quanto.

— Isso é.. um túmulo? — Kiba tentou adivinhar com os olhos espremidos.

— É oque parece. — Kurenai respondeu.

— Porque teria um túmulo tao longe de Konoha? — o Inuzuka se questionou curioso.

— Você quer mesmo que eu responda? — Shino perguntou irônico.

— Tá, tá. Foi porque alguém morreu ali, Shino. — cruzou os braços emburrado — Eu entendi.

—  Achei mesmo que teria que te responder. — puxou a gola de sua camisa

— Aaaaa! Fica quieto Shino.

— Meninos.. — Kurenai os advertiu — Sem brigas.

— Haaai. — os dois responderam ao mesmo tempo. Kiba falando de modo arrastado com o rosto fechado e Shino com seu jeito de sempre.

Um suspiro foi ouvido. A pessoa finalmente para de andar e fica de frente para aquele túmulo estranho. A câmera lentamente vai subindo, mostrando a imagem de uma característica e tão familiar calça laranja. Um grande pergaminho é mostrado nas costas daquele Shinobi e finalmente a câmera sobe e mostra a imagem completa. Era Naruto. Vestido com um colete Jounin e com seus cabelos muito maiores do que estavam acostumados, sua bandana muito bem visível em sua testa e visivelmente não abandonando sua inseparável cor laranja, já que aquela calça de cor berrante era o que mais chamava a atenção no visual do Uzumaki.

— Uou. — Ino exclamou impressionada — Tem certeza que esse gostosão é o Naruto?

Os viajantes afirmaram com um balançar de cabeça divertidos. Saskura soltou um mumocho choroso. Porque diabos ela havia rejeitado ele?

— Pelo visto nem virando Jounin você abandona esse laranja berrante. — Kiba Zomba — Deveria tirar assim pode chegar ao nível da minha beleza.

— Não seja tonto cachorro! — Ino brigou — Laranja é a cor dele. Se tirar é como eu sem roxo ou a Sakura sem o vermelho dela. Não dá. É uma marca.

— Iii, é mesmo. — Kiba coçou o queixo e olhou para Naruto. Akamaru latiu, abanando seu rabo — É difícil imaginar o cabeça oca sem laranja.

Naruto sorriu de um modo leve e não tão aberto como aqueles grandes sorrisos que lançava a todos que o viam e o cumprimentavam. Ele se sentou no gramado e retirou o pergaminho que estava em suas costas, colocando do seu lado. O loiro jogou sua cabeça para trás aproveitando a brisa fresca e a pequena fresta da luz que acertou seu rosto. Aquele era o único lugar em que ele sentia que podia se desligar de tudo, afinal, ninguém mais conhecia aquele lugar além dele muito menos sabiam sua localização. Apenas Tsunade sabia, era o lugar que havia a última memória de Jiraya. Era mais do que justo que ela soubesse. Conhecia o Sennin a muito mais tempo que si.

Todos observaram Naruto com atenção. Havia algo de diferente no Uzumaki, ele não tinha mais aquela aura infantil e agitada que o garoto de 14 anos que estava naquela sala tinha. Os anos mudavam alguém, a mentalidade não continuava a mesma, e pelo visto nem Naruto Uzumaki havia escapado dessa realidade.

Era estranho, muito estranho.  Com toda a certeza possível isso era o que se passava na cabeça de todos ali. Principalmente dos integrantes do Time 7 e dos outros gennins de Konoha, que eram de longe as pessoas que mais passavam tempo com o loirinho. Naruto ser calmo assim era quase um sinal de mau presságio

— Disse que voltaria Ero-sennin. — se pronunciou, pela primeira vez desde que havia chegado à aquele local.

A voz dele estava mais grossa e firme. Sinal de que já havia passado pela puberdade á muitos anos.

— Só eu que achei a voz dele quente? — Ino sussurrou para seus companheiros de equipe.

— Só você Ino.

— Ero-sennin? — Kurenai ficou pensativa ao ouvir esse título, só havia uma pessoa que Naruto chamava assim — Esse é o túmulo do Jiraya-sama?

— Pelo o que parece, sim. — Gai respondeu

— Ms o corpo dele não se perdeu no fundo do oceano, Gai-sensei? — Lee questionou — Qual a necessidade de fazer um túmulo?

— Sim, se perdeu Lee. — Gai colocou a mão sobre a cabeça de Lee — Mas isso não significa que não se pode fazer um enterro digno para ele. Mesmo que não tenha um corpo era necessário fazer uma despedida, principalmente pela importância que Jiraya-sama tinha na vida do Naruto, na vida de todos nós na verdade.

— Naruto-kun me faz arder em chamas com essa atitude. — Lee secou uma lágrima cômica que escorria de seu olho. Ele realmente achou aquilo uma ação respeitosa vindo do Uzumaki.

Naruto passou a mão por entre a grama, arrancando alguns pedaços dela. Ele parecia pensativo, como se não soubesse o que dizer primeiro.

— Eu me finalmente saí do posto de eterno gennin e virei um Jounin como a Sakura-chan e o resto dos meus amigos — ele olhou para seu colete verde e riu, coçando o cabelo um pouco envergonhado — Mas acho que tá bem óbvio né.

Ouvir Naruto pronunciar o Título de eterno gennin fez com que Gai se lembrasse de seu pai. Mesmo depois de anos ele ainda sentia lá no fundo uma ponta de culpa por ter sentido vergonha de ser filho de Maito Daí, "o eterno gennin". Alguns erros só nos arrependemos depois que já é tarde demais para concertá-los. Gai apertou seu punho decido. Ele havia mudado, hoje ele não sentia vergonha alguma de dizer que era filho daquele homem incrível. Gai poderia facilmente gritar a todos pulmões o quanto achava-o respeitável e o quanto se inspirava nele. Maito Gai passaria os ensinamentos de Maito Daí para a frente, ensinaria e continuaria ensinando á seus alunos a serem mais fortes do que ontem.

— Meus parabéns por ter passado no exame Naruto. — Kakashi parabenizou, orgulhoso de seu aluno — Parabéns pra você também Sakura, o exame de Jounin é árduo e passar com louvor por ele mostra o quanto você evoluiu.

— Obrigado Kakashi-sensei. — os dois agradeceram sem jeito. Naruto por receber aquele olhar de orgulho que jamais havia recebido antes e Sakura por ter sido elogiada pela evolução. Significava muito para os dois.

— Humph. — Sasuke resmungou. Ele sabia que não seria parabenizado por se tornar Jouninn por que muito provavelmente era um renegado naquele exato momento, treinando com Orochimaru para matar Itachi. Mas isso não o fazia se sentir menos enciumado.

Kakashi percebeu o resmungou do Uchiha mais novo e tocou no ombro de Sasuke.

— Tenho certeza de que você está muito forte também Sasuke, meu melhor aluno não ficaria pra trás.

— É óbvio, não deixaria o perdedor do Dobe me ultrapassar.

Ele virou o rosto com uma expressão convencida, mas aquilo não enganava ninguém, não quando as bochechas dele estavam com um tom leve de vermelho, mostrando como havia sido pego de surpresa.

— Amanhã é o meu aniversário.. — a voz do loirinho ficou cabisbaixa — Queria que você e meus pais estivessem aqui.

Naruto puxou uma pequena kunai de três pontas e começou a girá-la entre seus dedos. Essa tinha sido a primeira kunai que Minato havia testado o selo de teleporte, Kakashi havia ganhado de Minato quando se tornou Jounin e agora o grisalho passado adiante, dando a ele pelo mesmo motivo, um presente pela promoção bem sucedida.

Kakashi se lembrava muito bem daquela Kunai. Todas a kunais de Minato eram parecidas, mas havia algo que a diferenciava das outras e isso eram algumas marcas vermelhas que se recordava bem de ter relação com Kushina. A Uzumaki havia infundido seu Chakra no ferro da arma e por algum motivo ela havia ganhado essa coloração avermelhada nos cantos.

— Sabe Ero-sennin.. — parou de girar a kunai e olhou atentamente para o túmulo — A Baa-chan teve uma recaída. Acho que era porque estava bêbada de tanto cair de boca no álcool com a gente, mas quando a levei pra casa ela me chamou de Nawaki...

Tsunade ofegou surpresa. Ela havia mesmo feito isso?

— Eu devo parecer bastante com ele né? — riu nervoso — Mas eu não culpo ela, vovó deve sentir saudade do irmão e bom, eu já fiz isso uma vez com a Karin.

Karin arqueou a sobrancelha. Eles se conheciam nesse futuro? Isso fez uma chama de esperança nascer em seu peito de que pudesse se aproximar do loiro.

— Quem é Karin?

Ela abaixou a cabeça frustrada, soltando um riso nervoso. Claro que não lembraria.

— Seu idiota. — Sakura socou seu braço com força e Naruto soltou um resmungo de dor — É menina ruiva que veio junto com o Orochimaru.

— Aaaaaa. — soltou uma exclamação de entendimento e logo em seguida mostrou uma expressão confusa — Mas com quem eu confundi a Karin?

— Eu vou lá saber.

— Ela tava com um avental verde e na confusão toda chamei ela de mãe. Acredita? Ela ficou muito brava comigo. Juro que os cabelos dela voaram que nem a da Kaa-san.

— Parando pra pensar... — Assuma olhou para Karin de uma maneira discreta, para que não incomodasse ou a deixasse desconfortável ,— A garota parece mesmo a Kushina.

— Só espero que o temperamento não seja o mesmo. Ou teremos outra pimenta ardente circulando por Konoha. — Gai brincou.

— Rikudou que tenha pena de nós. — Kurenai brincou de volta.

— O cara de tubarão do Hōzuki veio dizer que ela já estava parecendo uma velhota para eu a confundir com minha mãe. Ela bateu nele e ele não parava de rir enquanto se desviava dos tapas dela. — Naruto sorriu se lembrando da cena. Pelo visto não era apenas ele que estava enrolado em um relacionamento — Aqueles dois não tem jeito Ero-sennin, parecem até você e a Baa-chan. Dignos cena de filme de comédia romântica.

Tsunade sorriu envergonhada e escondeu seu rosto no braço firme de Jiraya, o Sennin apenas riu de leve com aquela atitude e encarou a loira com um olhar apaixonado. O que a fez ficar mais envergonhada ainda e esconder mais seu rosto do tecido da roupa dele.

— Pra que tanta vergonha Tsuna? Nem parece a mulher que me dá um soco toda vez que respiro — brincou e uma veia saltou da testa de Tsunade.

— Continua dizendo isso e te dou outro daqueles socos.

Jiraya engoliu em seco e se calou no mesmo segundo. Shizune riu com a interação daqueles dois, com certeza as coisas se tornaram muito mais interessantes depois que entraram naquela sala. A Kunoichi imaginava como as coisas seriam mais para frente quando todas essas músicas e vídeos acabassem e fossem mandados de volta pra casa.

Naruto pegou o livro que estava sobre o túmulo e o abriu. Havia uma foto de Jiraya na última página, ele estava muito mais novo, parecia ter entre os seus Trinta e oito anos ou algo na faixa etária dos quarenta.

Jiraya reconheceu aquele livro como sendo um dos poucos que vendeu do  "Conto de um ninja destemido". Se via surpreso por Naruto ter um exemplar, se perguntou como ele havia conseguido um. Seria por Kakashi? Ele lembrava-se bem que Minato amava essa história, talvez tivesse dado de presente aquele exemplar para o grisalho. Kakashi disse algumas vezes que o o loiro havia feito eles lerem o livro para aprenderem a lição de moral que ele trazia.

O Sennin se recostou mais e Tsunade levantou sua cabeça para encará-lo. Ela se lembrava desse livro, havia comprado um dos exemplares em suas viagens com Shizune. Mas jamais admitiria isso em voz alta para qualquer um além de sua pupila.

— Ah, falando nisso... Terminei o livro que você pediu pra eu ler— Naruto começou a cantar simplesmente ligando seu modo aleatório. Passar tempo demais na companhia de Hinata o deu esse hábito.

— Esse idiota canta!? — Kiba gritou exasperado. Qual é. Naruto ter ficado bonito e ter ficado forte já era o bastante, agora ele também cantava? Isso era o quê? Um tipo de Karma por ter zoado com a cara do amigo o tempo inteiro?

— E canta bem. — Kankuro adicionou com diversão.

— Aaaaaa, jura? Se tu não dissesse eu não ia saber. — o Inuzuka revirou os olhos e Akamaru latiu como se fosse algum tipo de risada.

— Calma aí cachorro. — Naruto chegou por trás e passou seu braço por entre os ombros de Kankuro — Tá putinho que sou melhor que você? Fica assim não amor. Meu talento é só pra você.

— Vai tomar em seu cu.

Naruto riu e lançou uma série de beijinhos para o amigo. Aquela cena fez Gaara rir divertido. Naruto olhou para o ruivo admirado, havia achado a risada dele... gostosa de ouvir. Lee pensava o mesmo, olhando para o Sabaku com um rubor e um brilho nada discreto naqueles olhos grandes e escuros.

Quando o de macacão verde soltou um sonoro "uau", Tentem sorriu ladina e com divertimento. Pelo visto não seria apenas Tsunade-sama e Jiraya-sama que sairiam daquela com um possível novo relacionamento. Na verdade, ela tinha a sensação de que muitos naquela sala iriam sair com seus casos mal resolvidos resolvidos e com suas paixões secretas reveladas. Pobre Hinata, balançou a cabeça num misto de pena e diversão. Pena porque muito provavelmente Naruto acabaria descobrindo sobre sua paixão e divertimento porque talvez ela percebesse que havia outro alguém além daquele loiro barulhento. Uma pessoa com cabelos rosa e um temperamento explosivo talvez...

Gaara limpou uma lágrima no canto do seu olho e voltou a ter sua expressão neutra quando notou o sorriso gigantesco que Temari mostrava para si.

— Será que o livro que ele leu é aquele mesmo que Minato-san te obrigava a ler, Kakashi? — Asuma questionou para o ex-Anbu.

— Acho que sim. — Kakashi respondeu — Reconheço a capa e o título desse conto.

— Humph. Vamos ver o que esse pirralho fala sobre essa obra prima. — Jiraya empinou o Nariz.

Ele e a Hyuuga passavam horas cantando música aleatórias com palavras que vinham na mente deles no momento. Aquilo arranjou muitas doses de risadas entre os dois, principalmente de Naruto.

Hinata uma vez havia cantado a música "É o tchan". Bem naquela parte em que o trecho dizia: Pau que nasce torto nunca se endireita. Menina que requebra... Mãe, pega na cabeça. O loiro continuou a canção cantando: Segura o tchan, amarra o Tchan. Segura o tchan, tchan, tchan, tchan.  Apenas numa tentativa de dar o troco para a Hyuuga, fazendo rir tanto ao ponto de sua barriga doer.

— Nunca imaginei que a Hinata sabia esse tipo de música. Ele é tão certinha. — Sakura comentou olhando para a perolada.

Os viajantes tiveram que segurar a risada que quase escapou de suas bocas. Juntas? Sendo certinha? Puff. Essa imagem tinha sido totalmente quebrada depois que começou a sair com ela.

— E só na página 70 entendi você. — ele abriu naquela página com um sorrisinho. Passando seus dedos por entre as palavras digitadas com tinta no papel amarelado — Naquela parte onde diz que o amor é fogo que arde sem se ver.

Oh, aquela página. Jiraya pensou, entrelaçando seus dedos com os de Tesunade. Ele havia escrito aquela parte pensando justamente na Senju, lembrava bem que foi quando estava voltando para Konoha depois de ter terminado o treinamento de Konan, Yahiko e Nagato. A primeira pessoa que queria ver era Tsunade. Ele só não esperava encontrá-la aos beijos e abraços com Dan.

Foi o pior sentimento que poderia. Ver a mulher que amava estando com outro, mas ele não poderia magoar Tsunade. Ele queria ver a loira feliz e por isso o único modo que teve de lidar com isso foi provocando Dan ao extremo, com insinuações específicas e provocações baratas, dando a impressão de que ele não gostava nem um pouco do Katō. Mas bem, Dan tinha oque era dele, a única coisa que ele sempre desejou ter acima de tudo, acima da paz.

O Gamma Sennin olhou para sua mão entrelaçada com a de Tsunade e sorriu. Bom, agora Tsunade era sua e não havia Dan para se preocupar. Ele levantou o rosto de Tsunade e a deu outro beijo, dessa vez sendo apenas um selar doce e leve, com uma fração de todo aquele amor que guardou por anos. Essa pequena fração fez o peito de Tsunade ficar quentinho pelo sentimento caloroso que a tomou.

— Eu amo você Tsuna. — sussurrou apenas para ela ouvir.

— D-dizendo isso do nada. — ela deu um tapa no braço de Jiraya.

— É bom te pegar desprevenida. Você fica ainda mais bonita vermelha. — colocou uma mecha do cabelo dela atrás de sua orelha.

E como em um passe de mágica o vermelho tomou conta do rosto dela, que o socou e se afastou do homem, voltando a ficar perto de Shizune. Jiraya soltou um mumocho tristonho quando a Senju se afastou e a chamou com a voz carente. Tsunade o mostrou o dedo do meio e ele se encolheu no canto em posição fetal, chorando lágrima cômicas.

— Como é que tá aí!? — Naruto cantou mais alto. Se levantando do chão e olhando para uma parte das árvores onde se podia ver o céu azul — De você faz tempo que não ouço nada. Fala um pouco, sua voz tá tão calada.

Uma lágrima solitária escorreu do rosto dele e em câmera lenta foi caindo até o chão, numa imagem bonita, mas triste de se ver. O peito de Naruto doía um pouco pela saudade que o assolou. Sentia falta daquele velho.

— É notável a falta que Jiraya-sama faz na vida desse garoto. — Mei comentou, dividindo seu olhar para Naruto que estava na tela e o que estava na sala.

— Entendo a dor dele. — Ay disse, surpreendendo os dois Kages — As vezes a dor do luto de perder meu pai volta pro meu peito. Nessas horas eu vou para um lugar isolado como o garoto e relembro momentos com ele.

— Perder um pai ou uma mãe é  uma das dores mais difíceis de se superar. — Ōonoki ajeitou sua postura — Mas a dor nos faz mais fortes.

— Ela nos faz crescer depois que a superamos. — Mei olhou novamente para os dois, aluno e discípulo, e sorriu comovida.

— Sinto sua falta... — Naruto disse com o sorriso triste em seus lábios vacilando. Ele não queria chorar, não queria que as memórias que tinha com Jiraya fossem algo que o deixassem triste — De todos, na verdade. Mas vocês estão num lugar melhor que esse daqui. Sem guerras, sem mortes.

Ele passou seus dedos pela superfície da pedra e olhou para o buquê de flores de papel que Konan havia o dado no final da sua luta contra Pain.

— Deveria trazer mais flores...

Ele suspirou e voltou a encarar o céu azul, observando como algumas das nuvens brancas que estava naquela imensidão azul se desfaziam lentamente.

— Sei que agora deve está impressionando os anjos com sua risada... — voltou a cantar e a risada alta do Sannin ecoou por seus ouvidos.

Naruto enxugou as lágrimas que escorriam pelas sua bochecha e fungou para puxar ar para o seu nariz que escorria. Ele ficou parado por mais alguns minutos diante do túmulo de seu mestre até decidir finalmente ir para casa.

Enquanto dava as costas e sua figura sumia por entre as árvore, Jiraya apareceu. Observando Naruto ir embora para longe dali com um sorriso. Ele estava transparente, como se não fosse mais algo desse mundo e estivesse ali apenas como um guardião, zelando pela segurança do loirinho.

Todos na sala arregalaram os olhos ao ver a imagem de Jiraya observar Naruto. Era como se ele tivesse virado um anjo da guarda dele e mesmo que não tivesse sido mostrado, sabiam que ele também cuidava de Tsunade sem que ela soubesse. Ele sempre fazia isso afinal.

— Tenha uma boa vida pirralho...

Jiraya disse antes de sumir como se fosse fumaça quando já não avistava mais o cabelo dourado de Naruto.

Eu vou ter. Naruto pensou com determinação e felicidade, por saber que mesmo depois de sua morte o velho tarado que sempre implicava ainda cuidaria de si.