Assistindo o Futuro escrita por Sukays


Capítulo 34
Desculpe por partir




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ME DESCULPE POR PARTIR de 7MZ

— Ué, ia vir outro alguém? — Chouji olhou para seus companheiros com confusão.

— Na verdade ia sim Chouji. — o Nara coçou sua nuca com preguiça — Mas por causa da morte do Jiraya-sama, do novo treinamento que o Naruto vai ter com os sapos, da Destruição total de Konoha e da luta épica do Naruto contra esse tal Pain, todo mundo aqui acabou se esquecendo disso.

— Mas também quem iria se lembrar que viria mais alguém do futuro com a imagem da nossa vila toda destruída? — Ino resmungou irritada. A imagem da cratera que antes era Konoha ainda estava bem viva em sua mente e não importava se por um milagre todos ainda pareciam estar vivos nesse futuro ou se o Naruto acabou com a raça daquele projeto de Deus mirim mixuruca. Não era nada fácil ver sua casa naquele estado, não mesmo.

— Mas quem será que veio? — Chouji perguntou ansioso.

— Bom, aí é só a gente esperar esse suspense passar e vamos saber. Mas pelas pontas soltas que deixaram eu já tenho uma ideia de quem é... — Shikamaru olhou para um ponto da sala, mais específico para alguém sentado em um dos inúmeros puffs.

— Não vai contar pra gente? Somos seus companheiros não, somos Shika? — Ino se esfregou em Shikamaru, e o Nara suspirou para aquilo.

— Só olha pra onde os viajantes estão Ino. — se afastou da loiro que inflou as bochechas — Esse brilho todo já tá diminuído.

— O Shikamaru tem razão. — Chouji falou ao perceber que já dava pra ver a silhueta com mais visibilidade — Já dá pra ver ate a silhueta. Se usasse as mesmas roupas de alguém daqui poderia ate descobrir quem era.

— Mas tá todo mundo de pijama idiota. — Ino bateu na cabeça do Akimichi — Só os cara da Akatsuki que estão vestindo aquela capa esquisita.

— Você acha? — Chouji perguntou, esfregando a região onde Ino acertou o tapa. O Akimichi olhou para a direção do grupo de renegados e prestou mais atenção aos detalhes da capa — Eu achei daora aquelas nuvens vermelhas, deu um visual bem maneiro.

— Eu não sei se é uma boa dizer isso por serem renegados.. — Ino também prestou atenção nas nuvens vermelhas bordadas nas capas negras — Mas tem razão. Ficou muito estiloso, me da vontade de ter uma dessa também.

— Vira renegada ué.

— Tá doido Chouiji!?

— Ué, você não disse que deu vontade de ter uma? — questionou confuso — Só você virar renegada e entrar no grupo deles.

— Aí eu taria caçando Jinchuurikis né idiota. — a Yamanaka o lembrou — O cabeça oca do Naruto jamais me perdoaria se eu fizesse um negocio desse.

— Seria mancada mesmo...

— Da pra você dois calarem a boca!? — Shikamaru falou com irritação. Aquele brilho cegante já estava diminuindo e tinha quase certeza de que viu um cabelo vermelho dentro daquele branco todo, mas com essa conversação dos dois mal conseguia se concentrar direito.

— Tá bom grosso. — Ino cruzou os braços — Se quisesse que a gente ficasse quieto que falasse com educação pelo menos.

— Da pra vocês dois calarem a boca, por favor? — o Nara repetiu a pergunta com ironia — Tá bom assim ou quer mais educação?

— Fala assim de novo e te arrependo.

— Tsc, Medokuse.

— Pelo visto minha irmã te mudou muito, hein Nara. — o novo viajante riu e apenas alguns poucos que estavam presentes se atentaram a sua voz. A maioria estava mais focada em ver a imagem dele primeiro — Mari' te bateria no segundo que visse você falar assim com a Ino.

O novo viajante deu um passo para a frente e depois de tanto suspense e drama finalmente puderam o ver com clareza. A calça meio acinzentada, o suéter vinho, o cabelo avermelhado, olhos verdes e olheiras inconfundíveis. Sem erro algum, era Gaara...


— Espancaria você quer dizer. — o Nara mais velho corrigiu.

— Gaara? — Temari foi a primeira a se levantar e ir em direção ao Sabaku mais velho. Seu irmão estava diferente... parecia outro alguém. Alguém mais... feliz.

— Nee-san. — Gaara mostrou a sombra de um sorriso e se aproximou da figura mais nova da irmã.

— É você mesmo Gaara? — tocou no suéter vinho do mais velho.

— Não vejo outro ruivo de olhos verdes além de mim. — brincou e Kankuro soltou um arquejo. Gaara? Fazendo graça? O que diabos fizeram com seu otouto?

— Você... esta diferente. Mudou. — Kankuro comentou também se aproximando da figura mais velha do irmão.

— Muitas coisas aconteceram dentro desses 8 anos. — Gaara cruzou os braços e seus olhos verdes perderam o brilho por alguns rápidos segundos — Era preciso mudar.

Gaara também se aproximou de seus irmãos para observar sua versão mais velha. Ele realmente estava mudado, tinha o rosto mais relaxado e estava demonstrando mais emoções do que achava que no momento conseguiria demonstrar. O Sabaku mais velho desviou o olhar dos irmãos e olhou para si mesmo, ao ver o olhar perdido que mostrava no rosto decidiu se agachar e tocar no kanji vermelho com delicadeza.

— Isso finalmente está fazendo sentido para nós. — sorriu de lado, numa mistura de tristeza e felicidade, e Gaara acompanhou o sorriso do homem ao entender o que ele quis dizer com isso.

— É ele? A pessoa que Yashamaru falou? — não conseguiu conter, precisava perguntar. Sempre se perguntava quem essa pessoa que seu tio disso que traria cor e vida para seus dias e desde "aquele dia" Gaara só conseguia pensar em uma única pessoa para ser "aquela pessoa".

— Uma delas. — o Sabaku mais velho confirmou num balançar de cabeça e Gaara sentiu seu peito queimar com alívio. O ruivinho até fechou os olhos para se concentrar melhor naquela leveza estranha que o tomou. Se Shukaku ainda estivesse dentro de si com certeza tiraria sarro e faria sua mente pensar que nunca teria alguém com aquela voz estridente que possuía.

Kankuro e Temari se entreolharam confusos, tentando entender aquele diálogo, mas se assustaram ao serem surpreendidos por um par de mãos que os empurraram para o lado. As mãos vinham de Naruto, que olhava para a versão mais alta do ruivo com brilho nos olhos.

— Que irado! — gritou em animação e Gaara sorriu sentindo falta desse jeitinho único que o Uzumaki possuía — Você ficou muuuito mais alto Gaara. Meio injusto comigo. — fez um biquinho chateado.

— Ninguém mandou ser baixinho! — Kiba gritou mais ao fundo com divertimento.

— Quieto Cachorro! — Naruto gritou de volta.

O Sabaku soltou um sorriso divertido ao ver Naruto comparar sua altura com a sua versão mais nova e soltar um mumocho ao perceber que era realmente mais baixo que o ruivo. O ex Jinchuuriki se agachou até a altura do loirinho e bagunçou seus cabelos com cuidado, fazendo o Uzumaki reclamar enquanto tentava tirar a mão calejada do mais velho de sua cabeça e os dois Sasuke's fecharem a cara, ambos por motivos diferentes mas ainda assim iguais. O Uchiha mais novo por puro e límpido ciúmes e o Uchiha mais velho por uma pontada de insegurança disfarçada bem pelo ciúmes controlado, ainda não gostava de ver Naruto do lado de Gaara sem ter lembraças antigas vindo.

— Bom ver você assim outra vez Naruto.

— Outra vez? — perguntou confuso, ainda arrumando o seu cabelo — Você já me viu assim?

— Claro que ele viu idiota. Ele te conheceu nessa idade. — Temari suspirou irritada com a pergunta idiota.

— Na verdade Temari. — Shikamaru se aproximou, se intrometendo na conversa — O Naruto uma vez foi atingido por um Jutsu de um Nukenin procurado enquanto fazia uma visita a Suna em uma das missões que Tsunade-sama passou para nós dois e voltou a ser uma criança de 5 anos.

— Ele voltou a ter 12 anos no terceiro dia e só no quinto que voltou ao normal. — Gaara balançou a cabeça ao se lembrar de como pegou um Naruto choroso de cinco anos no colo meio desengonçado. Foi difícil acalmar o loirinho quando não tinha a mínima ideia de como lidar com uma criança.

— Só quando capturamos o Nukenin e forçamos ele a dizer como desfaziamos aquele jutsu você quis dizer. — o Nara lembrou, pensando na cena do Nukenin todo machucado depois de uma luta intensa pela sua liberdade.

— Ele sabia que era dar o que queríamos ou ir direto para a sala de interrogatório com Temari.. — se levantou e olhou diretamente para o Nara.

— Eu também preferiria falar que enfrentar a Mari'.

— Anos se passam e você ainda sente medo da minha irmã. — o ruivo balançou a cabeça.

— Tenho amor pela minha vida, só isso. — deu de ombros.

— Deixa ela ouvir isso. — Gaara avisou e Shikamaru estremeceu.

— Será que já podemos começar a música ou ainda tem mais conversa pra jogar fora? — Sasuke questionou, mordendo a parte interna de sua bochecha.

— Estraga prazeres como sempre, Uchiha. — o rosto divertido de Gasta se tornou fechado e Naruto olhou para os dois adultos sem entender a razão de toda aquela hostilidade. Será que Sasuke ainda não se dava bem com Gaara por ter seu ego inflamado ferido?

Naruto deu de ombros, bem que Sasuke merecia ter aquele ego todo ferido. Assim aprendia que tinha pessoas que podiam meter a porrada nele quando bem quisessem, e uma dessas pessoas seria ele. Sorriu ao se imaginar dando cascudos na cabeça de Sasuke do mesmo jeito que Sakura fazia consigo.

Uma melodia leve e um tanto melancólica de violão começou a ressoar pelas paredes do lugar, aquela melodia trazia uma sensação de nostalgia no coração dos presentes na sala, apesar que não sabiam sobre o que se tratava aquela nostalgia repentina. Muitos fecharam os olhos para apreciar melhor o som e na mente de Kakashi a imagem sorridente de seu sensei apareceu, fazendo com que a saudade batesse forte e sua cabeça se virasse na direção de Naruto. Ele se parece tanto com ele...

— É uma melodia gostosa, não é? — Tenten comentou, sorrindo com os olhos fechados.

— Ela me traz uma sensação de saudade... — Neji respondeu, virando o rosto sem saber como lidar com o sentimento.

— Porque? — a Mitashi questionou curiosa.

— De certa forma me fez lembrar do meu pai. — sorriu triste.

— Entendi... — Tenten percebeu que ele estava entrando em um assunto sensível para o Hyuuga e num gesto de companheirismo colocou sua mão no ombro dele, numa forma de dizer que estava ali se precisasse

Como eu queria que tudo voltasse ao normal
Poder voltar pra sua realidade.

— Não entendi... — Sakura despencou a cabeça para o lado.

— É sobre alguém que não está mais entre nós Sakura. — Kakashi respondeu para a aluna.

— Como tem tanta certeza disso Kakashi? — Sasuke cruzou os braços levantando uma de suas sobrancelhas em desconfiança.

— A música. — apontou para um ponto qualquer — Quem esta falando na música fala que queria voltar para nossa realidade. Ou a pessoa de quem a música se refere está presa num tipo de genjutsu em que não pode se escapar, ou ela já morreu a muitos anos, mas continua a nos observar.

— Faz sentido. — Sasuke descruzou os braços e olhou de relance para Itachi que conversava com o homem tubarão ao seu lado, se lembrando do Genjutsu que foi posto no dia do massacre.

Aproveitar a nossa vida real
E nunca mais sentir saudade

— Às vezes, existem saudades que nos esmagam de tão dolorosas. — Ino comentou com um olhar magoado, se lembrando da época em que passava tardes e mais tardes ao lado de Sakura. Sem Sasuke, sem academia, sem vida ninja. A Yamanaka sentia falta disso... — Isso faz a gente sentir dores que não precisamos sentir. E se agarrar a amores que não eram para ser seus... — sussurrou a última parte

— Desde quando você consegue dizer frases filosóficas assim, Ino? — Asuma provocou a aluna com divertimento.

— Assim você me ofende Asma-sensei. — brigou com o Sarutobi — Parece até que esta me colocando no mesmo patamar que aqueles idiotas do Kiba e do Naruto.

Quando tudo escureceu
Um brilho cada vez mais próximo
Encontrei com a luz no fim do túnel
Mas era o brilho dos seus olhos

— Isso foi... — Hinata começou a falar, tocada com aquele trecho.

— Meloso. — Kiba respondeu fazendo uma cara de nojo.

— Eu achei romântico. — Hinata sorriu com as bochechas vermelhas. Imaginado se Naruto diria algo assim para si.

— Tenho que concordar com a Hinata. Foi um tanto fofo. — Shino admitiu, arrumando seus óculos com um pouco de vergonha. Ninguém naquela sala sabia, mas de vez em quando ele gostava de ler sobre coisas assim, deixava seu coração quente e relaxado. Mas sabia que se contasse sobre algo desse tipo a Kiba, o Inuzuka tiraria sarro de sua cara em cada mínima oportunidade. Não seria bem um problema contar a Hinata, mas preferia deixar esse "hobby" em especial apenas para si.

— Iiiih, qual foi da viadagem, Shino? Vai dizer que gosta dessas coisas? — Kiba provocou o amigo, passando seu braço por entre os ombros do Aburame com divertimento. Era legal descobrir coisas assim do colega de equipe, Shino não falava muito de si mesmo e tornava difícil a tarefa de o conhece-lo. Mas o Inuzuka tinha paciência para isso — Quem diria que nosso topeira aqui era um meloso igual a essas menininhas bestas por coisas clichês.

Topeira?... Shino estranhou o apelido, mas assim como Naruto, kiba costumava dar apelidos para as pessoas que gostava. O Aburame só se perguntava porque foi justamente esse. Será que era por causa dos seus óculos?

— Não acho que essas coisas são tão melosas assim. — retirou o braço dele de seus ombros.

— Pois eu acho. Urgh, da até vontade de vomitar. — Kiba segurou a barriga e fez uma cara de enjoo.

— Então me diga porque são tão ruins assim. — Shino pediu com uma sobrancelha levantada e Kiba se calou. Ele não tinha argumentos para rebater e dizer o porque coisa "melosas" assim eram ruins, ele simplesmente não gostava e  ponto.

— B-bom, porque são! — exclamou emburrado — Ponto final, oras.

— Gaguejou perdeu o argumento, Kiba-kun. — Hinata decidiu provocar um pouco e soltou um riso divertido ao ver como o rosto do amigo ficou vermelho

O meu cabelo amarelado
Nosso começo foi tão mágico

Cabelo amarelado..? Jiraya pensou, passando o olhar por entres as pessoas de cabelo loiro presentes na sala. Não poderia ser ninguém de Konoha, poderia? Não havia ninguém na sala que estava relacionado com alguém, ou que havia perdido alguém, não pelo o que se lembrava. Será que poderia ser aquele loiro do grupo de renegados a sua frente? Deidara era seu nome se não se enganava. Até o momento nada fora revelado sobre seu passado além de que foi criado pelo Tsuchikage.

O loiro renegado lhe lembrava Kushina com aquele temperamento descontrolado e isso o deixava incomodado. Não queria ver a imagem da ruiva em um renegado que já deve ter matado milhões de shinobis inocentes, era quase como se estivesse a difamando e desrespeitando as memorias que tinha com a Uumaki.

O seu cabelo avermelhado
O nosso final foi tão trágico

Amarelo, vermelho. Definitivamente a música se referia a Kushina e Minato. Kakashi apertou o punho com força, ele ainda se lembrava perfeitamente de quando compareceu ao enterro dos dois. Ele se lembrava perfeitamente de como sentiu a sensação do sangue na sua boca ao ver o grande buraco que estava no estômago dos dois graças a garra da Kyuubi que ultrapassou seus corpos. Ele se lembrava perfeitamente de como sentiu o chão sobre si despedaçar de pouco em pouco e uma sensação de como estivesse despencando de um penhasco sem fim o tomando por inteiro ao ver os sorrisos que estavam estampados em seus rostos. O Kakashi daquela época sentia-se enjoado ao ver como a vida novamente tirou pessoas importantes para si, ele tinha perdido os últimos que o restavam de sua família. A família que ele tinha lutado para construir e que tinha deixado entrar para a tragédia que nomeou de vida com rosas na mão.

De uma a uma, essas rosas, antes brancas, foram se tornando vermelhas. Foram sendo manchadas pelo próprio sangue deles. A partir desse dia, Kakashi não conseguia encarar nenhuma rosa branca. Sua mente fazia peças consigo, sua mente o fazia ver a rosa em mãos sendo manchada de vermelho com cheiro de ferro, e só depois de ter jogado a flor para longe que notou ser só mais uma ilusão criada por si mesmo. Kakashi Hatake tinha criado medo de rosas....

Passageiro como um raio
Nosso filho abandonado

Abandonado é...? Naruto nunca se sentia bem com essa palavra. Querendo ou não, ele havia sim sido abandonado. Foi abandonado para sobreviver, para lutar mesmo que cada fibra do seu corpo dissesse para simplesmente desistir e se entregar as garras tenebrosas que apareciam em seus mais piores pesadelos.

Deidara também sentia um incômodo. Ele se lembrou de Haruko Muta, ou simplesmente Muta -como muitos na vila a chamavam -,  a sua mãe. O loiro sabia que a mulher não era sua mãe de verdade, Muta nunca realmente havia chegado em si e falado que era "adotado", mas era uma criança esperta e soube conectar os pontos que faltavam. A Tsukuri nunca falou sobre seu pai e nenhum parente havia o visitado, e isso tornou-se seu maior mistério. Em um de seus jantares com ela decidiu perguntar sobre seu pai, mas a mulher sempre desviava do assunto e em algumas semanas desistiu de conseguir retirar alguma resposta.

Quando completou doze anos passou a pesquisar mais a fundo e se arrependeu ao descobrir que foi encontrado nas fronteiras da vila com pouco mais de um ano de vida, sem sinais de pertences, de seus pais ou qualquer coisa que indicasse quem era. A única coisa que tinha era uma mantinha cinza com "Deidara" bordado em vermelho. O mercador aleatório que o encontrou chorando de fome deduziu que esse seria seu nome e decidiu o levar para a vila, Muta foi a única mulher que quis cuidar de si.

Mas nem tudo era perfeito em sua vida e a mulher foi raptada e morta em uma das invasões de mercenários a vila. Oonoki o acolheu e o treinou como se fosse seu neto, mas dentro de si ainda há aquela dúvida sobre seus pais verdadeiros. O Nakama queria perguntar a eles o porque o abandonaram e porque nunca vieram o procurar, mas desde que havia se tornado um Nukenin esse assunto foi quase que completamente esquecido. Mostrar como sua arte era a arte verdadeira era seu objetivo e ambição principal no momento.

Nosso sangue derramado
Nosso amor tá selado

— A ideia de morrerem juntos ao mesmo tempo que é romântico, é bem trágico. — Ino comentou tocada.

— A frase de até que morte os separe não vai se aplicar a eles. — Hinata balançou a cabeça — Até mesmo na morte estariam juntos. Me faz querer chorar.

— Mesmo? — Ino perguntou surpresa ao ver Hinata limpar a lagrima que estava se formando em seu olho lacrimejado — Eu gostaria de ter uma morte assim. Claro que é trágico e tudo, mas ao menos meu amor estaria eternizado né?

— Pra mim estaria eternizado no meu coração. Não acho que eu precisaria ter algo trágico para isso, ainda teria todas as memorias pra me lembrar do sentimento, Ino-chan. Eu estaria vivendo pelos dois, e tenho certeza que a pessoa que eu amo iria querer que eu seguisse em frente e não ficasse me lamentando.

— Você tem um ponto Hina, mas ainda continuo com minha opinião sobre morrer de um modo trágico com a pessoa que amo. Prefiro morrer junto com ele do que passar o resto da minha vida sem ele, entende?

— Uhum. — balançou a cabeça — É um pensamento um tanto exagerado, mas eu respeito isso. — Hinata balançou a cabeça um tanto incomodada e Ino sorriu por perceber isso. Hinata se sentia incomodada com seu modo de pensar sobre esse assunto e mesmo assim a Hyuuga não a julgou em nenhum momento.

— Obrigado por respeitar Hina. Você é um anjinho.

— N-não é pra tanto Ino-chan. — o rosto da perolado ficou vermelho pela vergonha

É que eu sou
Um pássaro no céu
Livre
Mas longe de ti

— Isso seria uma metáfora pro Neji? — Lee perguntou ao seu sensei, se lembrando que no rap do companheiro de equipe havia um trecho que falava sobre pássaros voando.

— Bem provável que sim Lee. — Gai respondeu ao aluno, olhando de canto para Neji que conversava com Tenten. Gai ainda não havia aceitado o fato de que Neji morreria, o garoto era talentoso demais para ser morto "espinhos voadores" como sua música havia dito.

É que eu sou
Um pássaro no céu
Livre
Mesmo assim

Neji ficou quieto ouvindo o que Tenten contava, mas assim que ouviu esse trecho sua mente vagou por entre seus pensamentos. Seu pai gostava de observar os pássaros que apreciam no distrito Hyuuga, era um de seus passatempos favoritos. Neji sempre dava um jeito de acompanha-lo, mas depois de sua morte o prodígio não conseguia mais ouvir o canto das andorinhas azuis sem um sentimento de raiva com a casa do ramo principal o tomar. Graças as palavras de Naruto e a carta que seu tio havia o entregado, ele finalmente podia fechar os olhos e apenas apreciar a cantoria como fazia quando tinha seus 3 anos. As vezes Neji conseguia sentir a presença do pai quando o vento mudava de direção e atingia os galhos das arvores.

E as páginas
Agora se misturam com as lágrimas
Afundando em profundas águas

Não foi preciso muito mais informações para Tsunade perceber que esse trecho se tratava de Jiraya. Olhou para o Gama Sennin que bebia uma dose do sake e respirou fundo ao ver novamente a imagem do grisalho afundando nas aguas fundas. Pra uma pessoa como ela, que já havia perdido muitas pessoas queridas, essa não era uma imagem nada boa.

E eu lembro do passado como um replay
Amizades que larguei e as que levei

Esse trecho tocou em Obito, fazendo com que o olhar do mascarado caísse sobre seus antigos amigos. Ele sentia falta deles, admitia. Sentia falta mais do que gostaria de sentir. Mas a amizade deles só atrapalharia seus planos e se para poder ter sucesso com o Tsukuyomi precisasse se livrar de todos os ninjas de Konoha, ele faria e mataria qualquer consideração que ainda tivesse com eles.

Ele havia cortado aquelas relações, mas por algum motivo não conseguia cortar completamente sua ligação com Kakashi. Talvez por ainda querer ter algo relacionado ao Hatake, ou pelo fato de nutrir um sentimento de ódio tão grande que não conseguia o tirar da mente. Obito sempre focava nessa segunda parte para convencer sua própria mente e a si mesmo.

Tô pensando no aluno que eu deixei
Eu falhei na minha missão como um Sensei?

— Você não falhou com sua missão, Sensei. — Konan se pronunciou para o homem, pela primeira vez que havia chegado naquela sala — Nagato, Yahiko, eu. Todos nós tomamos os rumos que queríamos e nos tornamos fortes do jeito que você desejava. Apesar de termos nos desviado do caminho que você queria para nós, nunca vamos te esquecer ou das coisas que nos ensinou.

— Você realmente se tornou uma mulher admirável Konan. — Jiraya sorriu, ainda surpreso por ouvir a kunoichi falar consigo — Não parece me lembra nada aquela garotinha que encontrei no campo de batalha.

— Tudo graças a você...

Minha vida eu só desperdicei?
Vou morrer e o meu livro não terminei

— Ainda fazendo esse livro? — Orochimaru olhou para Jiraya com deboche.

— Eu nunca parei de escreve-lo. Ele só precisava de um final digno. — Jiraya cruzou os braços e olhou para Naruto de modo discreto, soltando um sorriso logo em seguida — Mas acho que eu vou deixar outra pessoa achar o final dele por mim.

Tão sozinho, mas eu me sinto bem
Não há sapo pra me salvar agora, eu sei

Devo ter partido sem ressentimentos. Jiraya pensou. Assim como grandes Shinobis, eu fui um herói pelo modo com que morri e não pelo o que fiz. Se bem o conhecia, morreu com um sorriso no rosto e passando sua missão em busca da paz para a frente.

E não chore quando lembrar de mim
Quis ensinar o amor pra ti
Porquê só ele vence o ódio em si
E traz o nosso final feliz

Poderia me ensinar isso estando comigo, ao meu lado e vivo. Tsunade pensou a contra gosto. A Senju sabia que não adiantava brigar com Jiraya, o companheiro de equipe faria isso quantas vezes fosse necessária e nada que dissesse ou falasse o faria mudar de ideia.

— Só o amor vence o ódio é...? — Sasuke saboreou o sabor e a intensidade dessa frase com calma. Será mesmo que só o amor vencia?

Para ele, ás vezes amor não passava de uma tolice inventada para suprir a carência das pessoas. Para suprir a necessidade do toque e de dizer que tem alguém para si. Para não precisar lidar com a solidão sozinho. Ás pessoas amavam o fato de serem amadas e não a pessoa que o ama.

 Esse amor tão lindo e puro que as pessoas romantizavam o machucou uma vez e Sasuke Uchiha não queria amar de novo para evitar que fosse quebrado como o vidro de um espelho frágil outra vez. Ele não suportaria ter outra decepção no nível que teve com Itachi, ele realmente não suportaria... sua mente não suportaria...

É que eu sou
Um pássaro no céu
Livre
Mas longe de ti

— Um pássaro com a asa quebrada não pode ser livre. A natureza vai seguir seu rumo e vai consumi-lo. — por incrível que pareça quem havia dito isso fora Sai,, que estava no fundo da sala, misturado com a escuridão enquanto desenhava algo.

— Mas vezes só é preciso que alguém cuide dessa asa. — Ino respondeu para Sai, olhando diretamente para os olhos negros e extensos do de pele pálida.

— E esse alguém também pode quebra-la ainda mais.. — respondeu de volta e a loira sorriu. Sai sentiu um arrepio percorrer seu corpo ao olhar dentro do azul que Ino possuía. Seu coração ficou estranho por algum motivo. Porque ele estava mais rápido? Porque estava tendo uma reação como aquela? Sera que deveria olhar em algum livro?

É que eu sou
Um pássaro no céu
Livre
Mas longe de ti

— E essa foi a música. Vocês vão ter outra pausa agora. — Sasuke estralou novamente os dedos e peças de roupas de cores e tamanhos diferenciados apareceram diante de todos da sala — Vocês podem tomar um banho para esfriarem a cabeça se quiserem, preparamos uma sala especialmente para isso. A esquerda está o banheiro feminino e a direita o masculino. — indicou com a mão para duas portas atrás de si que antes não havia. — Em meia hora retornamos.

—Finalmente uma pausa! — Deidara gritou, berrou para ser mais exato, e foi umdos primeiros a se dirigir para o banheiro


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Notas finais do capítulo

Hello bitches, I'mmm back!.

E ai sdds? Ou só tavam sentindo falta foi da fic mesmo? Da autora nada né.

Demorei eu sei. Mas aconteceu muitas e muitas coisas que me fizeram não ter tempo de escrever, quando tinha tempo eu só queria me capotar na cama e dormir. Minhas aulas voltaram a ser presenciais e tenho que lidar com meu horário de trabalho. Ta difícil hein. Nesse tempo que estive sumida criei um monte de ideias novas pra fic, estou louca pra dar um spoilerzinho pra vocês, mas aí estragaria todo o suspense que preparei, então fica só para a hora que lerem mesmo.

Umas coisas bem ruins aconteceram comigo que estão relacionadas com um amigo que eu era bem próxima e que me deixou bem magoada – com leves resquícios de traumas se é que me entendem - . Não se preocupem, ele está ótimo, eu por outro lado... Enfim! Não viemos aqui para falar sobre minha vida ou sobre meus problemas, viemos ler a fic e ter surtinhos básicos de toda fanfiqueira de respeito.

Pra compensar meu sumiço, como todas as outras vezes, eu já deixei preparado uns 6 capítulos prontos ( assim eu acabo logo com o arco dos Sannis e entro logo pro dos renegado, que é onde as informações mais importantes da trama começam e que sei que todos estão ansiosos para lerem ), mas como muito de vocês me conhecem eu não vou postar tudo na mesma hora. Vou dar um tempinho, deixarem ler com calma, apreciarem a animação de ler de novo que eu sei vocês estão, absorverem algumas partes escritas. Inclusive tô me sentindo filósofa com dois ou três diálogos daí.

Eu tenho certeza que muitos devem ter notado um errozinho engraçado. Eu também havia notado o erro no nome do Asuma, que de Asuma ficou Asma por causa do corretor. Eu até pensei em corrigir quando vi, mas ficou tão divertido e irônico pro personagem que é o Asuma que resolvi deixar. Foi que nem o Bandana em um dos primeiros capitulos que o corretor mudou para banana. Eu quis corrigir, mas mudaria toda a diversao e risada de ler e pensar algo com duplo sentido - eu sei muito bem o que voces pensaram, seus mentes poluidas -

Mas então me digam. O que acharam? Gostaram? Odiaram? Tiveram algum gatilho em algum trecho? Se tiveram eu peço desculpas, juro que não foi minha intenção – que quando é essa a intenção, eu faço voces chorarem kkk -.

Um grande beijo dessa autora atrapalhada, mas muito dedicada.

Ass: A autora, Sukays/Mutno



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