— Melodie – mamãe me chamou e eu virei a cabeça para vê-la. – Você está bem agora? Pode enxergar?

— Mamãe! Oh como você é linda! Me lembro da única vez que a vi dez anos atrás – era uma imagem nublada e de difícil visão. Ela não mudou nada eu é que a vejo ainda melhor do que ante. Para mim ela era linda e agora é maravilhosa!

— Oh querida eu sabia que daria certo. Agora ficaremos juntas para sempre.

— Filha – papai me chama. – Como está se sentindo criança?

— Viro para o outro lado e olho para ele. Carlisle é fabuloso ainda mais deslumbrante do que minha lembrança.

— Agora eu estou bem papai. Você está lindo como sempre foi!

— Obrigado criança. Como foi a mudança? Do que você mais se recorda?

— Da dor – resolvi não mentir. – Eu sei que me avisaram eu sei que não deveria me queixar, tenho certeza que poderia ser muito pior se na tivesse analgésico.

— Sim, eu te dei morfina, mas vejo que não foi a quantidade suficiente. Já testei com Emmett e também não teve resultado. Até mesmo em Esme eu injetei um pouco, mas foi completamente ineficaz.

— Obrigada por ter tentado, querido.

— Eu também agradeço papai.

— Você já está pronta filha? – mamãe levanta como se tivéssemos que ir a algum lugar e estivesse esperando apenas eu acordar.

— Aonde vamos?

— Caçar querida – explica afetuosamente.

— ah é verdade! Mas eu não sei se vou conseguir.

— É fácil sweetie. Você pode ver eu e seu pai primeiro e depois imitar, mas acho que não será necessário.

— Por que não?

— É instintivo quando você sentir o cheiro da presa você vai entender melhor.

Quando nos preparamos para sair do quarto passamos em frente ao espelho que estava ali mesmo que eu não pudesse usar por não enxergar. Esme usava para me arrumar todos os dias para a escola. A escola e agora? Algo me diz que eu não vou poder ir por um bom tempo.

Fico admirada com meu reflexo. Como estou incrível! Não pareço uma adolescente, pareço uma jovem adulta. Acho que a transformação acaba como processo da puberdade nos levando a aparentar ser adultos.

— Como eu estou bonita!

Nunca fui exibida, não estou querendo chamar a atenção para mim, estou apenas observando o fato.

— Sim, mas para mim você sempre foi sweetie!

Me aproximo mais para ver melhor. Desnecessário, mas um hábito humano.

— Meus olhos! – fico chocada com a cor apavorante.

— Logo estarão dourados querida. Ainda estão assim devido ao sangue que você ainda tem em seu corpo – explana Carlisle.

— Nossa dieta de sangue animal em breve deixará seus olhos menos chamativos.

— Quanto tempo eu fiquei ‘dormindo’?

— Apenas dois dias e meio querida.

— Vou reprovar – nunca gostei de faltar na aula. Era difícil fazer isso quando precisava para ir numa consulta ao médico. Por falar em médico, papai é um. Como ele consegue?

— Não se preocupe com isso, querida.

Estou no primeiro ano do ensino médio e não quero perder o ano.

— Você e seus irmãos farão o ensino médio várias vezes ainda – diz Carlisle.

— Papai, como você consegue ser médico?

Eu sinto o cheiro do sangue dos vizinhos, mesmo longe.

— Depois de séculos eu pude fazer o que gosto. Eu queria ajudar as pessoas e por isso me esforcei.

— Por isso somos vegetarianos então?

— Sim, cada um tem seus motivos, mas toda a família preserva a vida humana.

— Por que você faz isso mamãe?

— Eu não quero ser um monstro sweetie, e se seu pai vive assim é assim que eu quero viver porque eu quero viver com ele para sempre.

— Eu não quero machucar ninguém, por favor, não me deixem fazer isso – imploro.

— Nós vamos cuidar de você querida, não se preocupe. Vamos caçar? – convida Carlisle.

— Vamos – mamãe responde e eu vou com eles.

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